Portugal vai assinar declaração para excluir energia nuclear do financiamento europeu
Matos Fernandes diz que é "absolutamente essencial garantir que o dinheiro europeu" para projetos do domínio da energia sejam considerados "sustentáveis".
Portugal e vários países europeus vão assinar na quinta-feira uma declaração que exclui a energia nuclear das fontes energéticas consideradas sustentáveis, defendendo que não possa receber financiamento europeu, anunciou esta quarta-feira o ministro do Ambiente e Ação Climática.
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha e Luxemburgo estão entre os subscritores do documento, que será apresentado no âmbito da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que decorre em Glasgow, na Escócia.
Em declarações a jornalistas portugueses na cimeira do clima da ONU, João Pedro Matos Fernandes defendeu que é “absolutamente essencial garantir que o dinheiro europeu, mesmo para projetos dentro da Europa, se faz exclusivamente para projetos do domínio da energia que sejam considerados sustentáveis“.
“Queremos deixar claro que há um conjunto de países, incluindo alguns que têm nuclear, como é o caso de Espanha, que sentem que uma coisa é a utilização da energia nuclear, e até a admissão de alguns projetos do nuclear, mas daí a ele ser considerado sustentável de forma a obter fundos comunitários para a sua construção, isso nem pensar“, frisou.
Matos Fernandes notou que há posições divergentes relativamente à produção de energia a partir de fontes nucleares, o mais notável dos quais a França – cuja produção energética depende em dois terços de fontes nucleares – e alguns países de leste.
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