Portugal tem de “retirar quota de mercado aos velhos do Restelo” no digital

Secretário de Estado está satisfeito com a subida de Portugal no "ranking" digital da UE, mas avisa ser necessário "retirar quota de mercado aos velhos do Restelo" que duvidam das capacidades do país.

O secretário de Estado para a Transição Digital mostrou-se satisfeito com a notícia de que Portugal subiu três lugares no ranking digital da União Europeia (UE). No entanto, André de Aragão Azevedo avisou que o país precisa de “retirar quota de mercado aos ‘velhos do Restelo’ que continuam a ter dúvidas da nossa capacidade de nos afirmarmos na liderança europeia em termos de digitalização”.

“Acho que temos razões para estarmos relativamente satisfeitos, não querendo ser excessivamente otimista”, disse o governante numa conferência sobre e-commerce promovida pelos CTT, não concretizando quem entende serem os “velhos do Restelo”.

“Portugal subiu três lugares na posição geral, atrás de França, mas queremos ultrapassar todos os países. Estamos em 16.º, mas houve uma melhoria”, acrescentou André de Aragão Azevedo, rematando que os dados “ainda não estão atualizados face ao impacto da pandemia”.

Mesmo assim, os dados do Índice de Digitalização da Economia e da Sociedade (DESI) mostraram que existe “espaço de progressão muito significativo”, disse o secretário de Estado, apontando, por exemplo, que três quartos das empresas precisam “de uma reflexão séria de qual é o caminho para a competitividade que queremos perseguir”.

Mas também existem outras boas notícias. Segundo o governante, o país ficou na quarta posição em termos de volume de negócios em comércio eletrónico e 19% das pequenas e médias empresas vendem online, o que coloca Portugal em 12.º — “na metade de cima da UE, o que nos orgulha bastante”, elencou.

Perante uma plateia composta por parceiros dos CTT e stakeholders nacionais e internacionais de comércio eletrónico, o secretário de Estado aproveitou para sinalizar medidas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinadas a apoiar a digitalização desta franja do mercado. Entre elas, acelerar empresas de e-commerce, apoiar pequenas e médias empresas a venderem online ou ajudar as que já vendem pela internet para o estrangeiro a “alargarem o portefólio de destinos”.

“Estamos a procurar fazer a nossa parte enquanto Governo”, destacou André de Aragão Azevedo, admitindo, porém, que “o dinheiro e o investimento só não chega”. São necessários esforços e todos os stakeholders na adaptação a uma economia cada vez mais digital, concluiu.

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