Autarca de Gaia critica quem ataca concurso à nova ponte mas concorreu
Presidente da Câmara de Gaia critica quem atacou o caderno de encargos do concurso para o projeto da nova ponte sobre o Douro "somente depois de terem sido conhecidos os resultados".
A construção da nova ponte sobre o Douro, que irá permitir a extensão da linha amarela do metro, ligando Santo Ovídio, em Gaia, à Casa da Música, no Porto, está a fazer correr muita tinta. O projeto encontra-se suspenso depois de sete concorrentes impugnarem o processo.
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, fez uma “manifestação de interesses” de ter a segunda linha de metro e criticou quem atacou o caderno de encargos para nova ponte depois de ter concorrido.
“O meu interesse é ter a segunda linha de Gaia, seja quem for o arquiteto ou engenheiro, salvaguardando o que for salvaguardado, mas não evitando que uma ponte tem sempre algum impacto”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, na conferência “Margens que se ligam”, que decorreu quinta-feira. Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, é “insuportável ouvir opiniões ditas técnicas, sem a respetiva manifestação de interesses”.
Para o presidente da Câmara do Porto, o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) é “oportunidade única” para a construção de uma nova ponte. Rui Moreira lembra que “a escolha desta altura da ponte e desta entrada da ponte na malha urbana do Porto causa, necessariamente, impactos a nível do património edificado da cidade do Porto, causa fortes impactos na Universidade [do Porto], no campus da Universidade, e em propriedades privadas, algumas das quais têm particular valor pelas pessoas que lá viveram”, detalhou, acrescentando que, para chegar a uma solução, serão precisas cedências.
O presidente da Câmara do Porto defende que a nova ligação Gaia-Porto “é absolutamente fundamental” e destaca que está “condicionada por uma questão, por causa da ZEP [Zona Especial de Proteção] da Ponte da Arrábida”.
Arquitetos e engenheiros criticam concurso para o projeto de conceção da nova ligação, mas Metro do Porto defende escolha. Numa tentativa de responder às várias críticas, o presidente do Metro do Porto garante que a construção da nova ponte sobre o Douro “é um processo com maturidade elevada”. “Não teríamos sido selecionados com dois projetos no âmbito do PRR se assim não o fosse, realça Tiago Braga.
Segundo adiantou o responsável, a opção resultou de “um conjunto de estudos” e esta ressaltou como “a linha com maior potencial de procura”. O responsável garantiu ainda que foram auscultadas as partes interessadas no processo e que “o tipo de procedimento escolhido também teve a ver com a necessidade de entrar o mais rapidamente possível na avaliação de impacte ambiental”, na qual “a consulta pública é nuclear”.
A Faculdade de Arquitetura do Porto (FAUP) defende novo concurso para ponte sobre o Douro ou a “correção” dos projetos selecionados. Um “traçado incompatível com o espaço disponível”, a “violação da promessa da ponte não passar sobre a FAUP” e “definição da cota da estação de Gaia ao nível do [Arrábida] Shopping” foram algumas das questões apontadas pelo diretor da FAUP, João Pedro Xavier.
Já a arquiteta paisagista Teresa Marques destacou que o projeto pode criar problemas na localização da ponte. Para Álvaro Costa, engenheiro especialista em transportes, as travessias sobre o Douro “estão bloqueadas” e “esta linha vai aliviar todas as travessias”.
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