É preciso diminuir a “opressão fiscal”, diz Rangel
O candidato à liderança do PSD diz que não há condições financeiras para fazer um choque fiscal, mas promete diminuir a "opressão fiscal" que incide sobre os portugueses e as empresas.
A estratégia económica de Paulo Rangel está focada no alívio de impostos, principalmente para as empresas, e essa foi uma das tónicas do discurso desta segunda-feira para assinalar a formalização da sua candidatura à liderança do PSD. Com base na sua moção, o eurodeputado social-democrata prometeu reduzir a “opressão fiscal”, ainda que reconheça que não tem condições financeiras para fazer o “choque fiscal” que o país precisa.
“Esperança e ambição” são as duas palavras-chave da visão do social-democrata para o país, por contraponto de um “país anestesiado e estagnado” que diz resultar da governação socialista e da “oportunidade perdida” que foram os últimos seis anos de “crescimentos medíocres”. O candidato às eleições internas no PSD deste sábado quer liderar um Governo “reformista”, “de preferência com maioria absoluta”, para criar uma “nova esperança” para os portugueses.
Para Rangel “não há que ter medo das palavras: temos de fazer uma proposta aos portugueses que é criar riqueza para combater a pobreza“. Essa é também a estratégia para “sustentar o Estado social e para fomentar o aumento de salários”. Anteriormente, o eurodeputado já tinha defendido um aumento “significativo” do salário mínimo e políticas para que o salário médio aumente. “Não se pode distribuir o que não se tem“, avisou.
Para acelerar o crescimento da economia portuguesa, Paulo Rangel propõe-se a “baixar a opressão fiscal” através da redução do IRC e, na medida do possível, de um alívio no IRS. O candidato à liderança do PSD (e consequentemente a primeiro-ministro) considera que o ideal seria fazer um “choque fiscal”, mas tal não é possível por causa do nível de dívida pública e de défice orçamental.
Eurodeputado há mais de 10 anos, Rangel falou também da oportunidade que os fundos europeus darão nos próximos anos, prometendo já que se governar fará um acordo de parceria — para os fundos “normais” a gastar entre 2021 e 2027 — com a Comissão Europeia “virado para o setor privado”.
“Vem aí um ciclo de fundos europeus e é preciso o Estado depositar esperança nos que vão aplicar esses fundos, mas depois tem de ser implacável na fiscalização“, alertou.
Sobre o mercado de trabalho, Rangel defendeu que tem de haver uma aposta na formação profissional e técnico-profissional para que haja uma correspondência maior entre os trabalhadores e as empresas. “As habilitações que nem sempre correspondem às necessidades” das empresas, notou.
O candidato à liderança do PSD referiu também a necessidade de aproveitar a “nova oportunidade” dada pela digitalização, nomeadamente o 5G, para reforçar a aposta no interior. “Com o trabalho à distância, não há desvantagem em irem viver para estes territórios“, argumentou.
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