António Costa diz que foi Cabrita quem pediu a exoneração
Costa reage após a demissão de Eduardo Cabrita, no dia em que foi conhecida a acusação de homicídio por negligência do motorista que causou a morte a um trabalhador na A1.
“Quero aqui agradecer estes seis anos de colaboração de Eduardo Cabrita, quero enfatizar os ganhos na segurança que o país teve ao longo destes anos” e “na diminuição do número de incêndios”. Acrescenta que é “um ciclo que termina e irei informar Marcelo Rebelo de Sousa quem exercerá o cargo nestes dois meses”. O chefe do Executivo justifica a demissão nesta fase devido à acusação conhecida.
“O MAI entendeu que estando a decorrer um inquérito, não deveria tomar nenhuma iniciativa que significasse a antecipação ou recusa de responsabilidade”, disse o PM. E relembrou que a acusação é relativa ao motorista de Eduardo Cabrita e não em relação ao próprio Cabrita. Explicando que foi Cabrita quem fez o pedido de exoneração.
Sobre as declarações de Cabrita desta manhã — quando afirmou ser um “apenas um passageiro” — António Costa rejeitou comentar, referindo “respeitar” os trâmites das instituições portuguesas. Sobre a “falta de idoneidade da GNR e Ministério Público apontadas por alguns” António Costa diz que fica provado que “ninguém está acima da Lei” e que as “autoridades judiciárias investigam”.
Esta sexta-feira, a dois meses das eleições legislativas antecipadas, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, demite-se. Esta decisão acontece no dia em que se conheceu o conteúdo do despacho de acusação de homicídio por negligência do Ministério Público relativo ao motorista de Cabrita no acidente mortal provocado pelo carro em que ia o ministro na A6.
“Entendi solicitar hoje a exoneração das minhas funções de ministro da Administração Interna ao primeiro-ministro“, afirmou Eduardo Cabrita numa declaração aos jornalistas esta sexta-feira, sem direito a perguntas. Esta decisão do ministro socialista é justificada pelo “aproveitamento político absolutamente intolerável” que diz ter sido alvo por causa deste caso e que poderia “penalizar” o PS à porta de eleições.
Esta sexta-feira o Observador noticiou que o motorista de Eduardo Cabrita que atropelou mortalmente um trabalhador na A6 em junho foi acusado de homicídio por negligência e que o carro circulava na via da esquerda a uma velocidade de 166 km/h, segundo o despacho de acusação do Ministério Público.
Na declaração ao país, o ministro da Administração Interna mostrou “estupefacção pelo aproveitamento político” desta situação, lamentando a “trágica perda irreparável” do trabalhador Nuno Santos. Em relação ao processo judicial, Cabrita disse que este só “reforça a minha confiança no Estado de direito e no funcionamento das instituições”.
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