Emprego no franchising deve aumentar até 3% este ano. Escassez de mãos e custos operacionais são desafios

Emprego no franchsing cresce, mas contratar é desafiante. Imigração ajuda a preencher vagas, pelo que a secretária-geral da associação que representa o setor pede a simplificação desses processos.

O emprego no setor do franchising continua a crescer em Portugal. Depois de ter aumentado 4,8% no último ano, tendo ultrapassado a fasquia dos 185 mil postos de trabalho, deverá crescer “entre 2% e 3%” em 2024, adianta ao ECO a secretária-geral da associação que representa este setor, Cristina Matos. Ainda assim, a escassez de trabalhadores qualificados continua a ser um desafio, identifica a responsável.

Cristina Matos, diretora-geral da Associação Portuguesa de Franchising.Henrique Casinhas/ECO

“Para 2024, as estimativas apontam para um crescimento contínuo [do emprego no setor], embora ligeiramente inferior ao de 2023, prevendo-se um aumento entre 2% e 3%. A estabilidade e a expansão gradual das marcas de franchising sustentam este crescimento, desde que o cenário macroeconómico se mantenha favorável”, sublinha Cristina Matos, em declarações ao ECO, em antecipação à feira Expofranchise, que acontece a 18 e 19 de novembro, no Pátio da Galé em Lisboa.

Questionada sobre as características específicas do emprego neste setor (que já representa 27% do total dos postos de trabalho do país), a secretária-geral da Associação Portuguesa de Franchising (APF) explica que há uma “diversidade de vínculos e faixas etárias, com um crescente equilíbrio entre contratos a prazo e sem termo”.

quanto aos salários, Cristina Matos não arrisca números, salientando que variam conforme a área de atividade. “Mas muitos franchisados têm vindo a alinhar-se com as condições de mercado para reter talento, especialmente em áreas como alimentação e serviços onde as exigências de mão-de-obra são maiores”, realça a responsável.

A propósito, Cristina Matos vê a escassez de trabalhadores qualificados e a retenção de talento como um dos desafios que o emprego no franchising enfrenta, a par do aumento dos custos operacionais.

“O setor sente a escassez de mão-de-obra, especialmente no setor da construção e remodelação e em serviços de atendimento ao cliente”, adianta a responsável. E acrescenta que “para ultrapassar esse desafio, as marcas têm investido em atratividade de benefícios, parcerias que incluem programas de formação e políticas de retenção de talentos para manter o crescimento”.

Uma simplificação nos processos de imigração seria benéfica para o setor, facilitando a contratação de profissionais estrangeiros e preenchendo lacunas críticas no mercado de trabalho.

Cristina Matos

Secretária-geral da APF

A secretária-geral aponta ainda a imigração como “crucial” para o emprego neste setor, especialmente na área da alimentação, construção e hospitalidade. “Sem imigração, haveria uma dificuldade acrescida para preencher certas vagas”, assinala a secretária-geral da APF.

Cristina Matos reconhece que os atrasos nos processos de entrada destes estrangeiros têm impacto no franchising, em particular nas áreas com maior rotatividade de pessoal. “Uma simplificação nos processos de imigração seria benéfica para o setor, facilitando a contratação de profissionais estrangeiros e preenchendo lacunas críticas no mercado de trabalho“, defende a mesma.

Já quanto ao próximo ano, Cristina Matos projeta que o franchising continuará a crescer, “embora a um ritmo mais moderado”. “A aposta em inovação, sustentabilidade e expansão internacional será crucial para enfrentar os desafios de um mercado em constante mudança, mantendo-se a confiança na atratividade do franchising em Portugal“, sublinha.

De resto, na visão desta responsável, a instabilidade global vivida no atual momento (nomeadamente, nas cadeias de fornecimento) impacta o setor em questão, sendo que, apesar das contratações não terem arrefecido, as marcas “têm ajustado os planos de expansão e investido em eficiência operacional“.

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