Marcelo cancela visita oficial a Moçambique devido à pandemia
"A Covid atingiu fortemente as entidades do estado de Moçambique”, avançou Ferro Rodrigues. Presidente moçambicano testou positivo à Covid.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “não poderá” fazer a visita oficial a Moçambique que tinha prevista para este mês, por causa da situação pandémica naquele país, adiantou esta quinta-feira o presidente do parlamento.
Este dado foi adiantado por Eduardo Ferro Rodrigues no início dos trabalhos da reunião da Comissão Permanente – órgão que substitui o plenário na sequência da dissolução do parlamento – depois da deputada Maria da Luz Rosinha ter anunciado a entrada de um projeto de resolução para autorizar a deslocação do chefe de Estado português a Moçambique, como é habitual.
“Devo dizer, por uma questão de lealdade, que o senhor Presidente da República há bocadinho informou em geral todos aqueles que estávamos a almoçar que não poderia ir a esta deslocação porque, segundo foi dito, a covid atingiu fortemente as entidades do estado de Moçambique”, adiantou, numa referência ao almoço realizado esta quinta para a apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao Presidente da República, em Belém, fechado à comunicação social.
De qualquer modo, Ferro Rodrigues ressalvou que o pedido enviado ao parlamento, enviado pela Presidência da República a 22 de dezembro, será ainda assim votado. “Mas de qualquer maneira temos que votar porque da mesma maneira que a covid aparece pode desaparecer, enfim, tenhamos esperança”, acrescentou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha prevista uma visita oficial a Moçambique em janeiro, a convite do seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, para a qual pediu a autorização da Assembleia da República. Esta quarta-feira foi anunciado que Nyusi e a sua mulher Isaura tinham testado positivo à Covid, num teste rápido. Ambos estão assintomáticos, mas decidiram isolar-se até terem o resultado de um teste PCR.
Em carta dirigida ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o chefe de Estado pedia o assentimento do parlamento para se deslocar a Moçambique entre 20 e 23 de janeiro, em visita oficial, a convite do meu homólogo.
Esta será a terceira deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique enquanto Presidente da República e acontecerá durante o período oficial de campanha para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro em Portugal, que tem início no dia 16.
Em maio de 2016, ano em que tomou posse como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de Estado a Moçambique.
Em janeiro de 2020, regressou a Moçambique, após a reeleição de Filipe Nyusi, para estar presente na cerimónia da sua posse, em Maputo, e nessa ocasião deslocou-se também à Beira.
Há uma semana, a Comissão Permanente da Assembleia da República – que funciona enquanto esta se encontra dissolvida – autorizou a deslocação do Presidente da República ao Dubai, entre 12 e 15 de janeiro, para visitar a Expo 2020.
O assentimento da Assembleia da República às deslocações do chefe de Estado é uma formalidade imposta pela Constituição, que estabelece que o Presidente da República não pode ausentar-se do território nacional sem autorização do parlamento.
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