Inflação nos EUA atinge 7% em dezembro, um máximo de 1982

Os preços pagos pelos consumidores norte-americanos em dezembro foram, em média, 7% mais elevados do que há um ano. Taxa não era observada desde 1982.

A inflação nos EUA fechou 2021 em máximos de junho de 1982. Em dezembro, o Índice de Preços no Consumidor registou uma subida homóloga de 7%, uma aceleração face aos 6,8% registados em novembro, numa altura em que se registam constrangimentos nas cadeias de abastecimento, exacerbados pela variante Ómicron do coronavírus.

Os dados do Departamento do Trabalho cimentam a tese de que a oferta na maior economia do mundo não está a ser capaz de acompanhar a forte procura de bens por parte dos consumidores. Ainda assim, apesar de a inflação se manter em níveis que não eram observados há décadas, a subida conhecida esta quarta-feira coincide com o que era a expectativa dos economistas sondados pela Reuters.

A contribuir para os preços mais elevados está também a escassez de mão-de-obra em alguns setores, que tem resultado num aumento dos salários, uma despesa adicional que acaba por ter reflexo no preço cobrado ao consumidor final. Os preços altos da energia são outro fator que tem contribuído para a subida do índice.

Neste contexto, a inflação core, que exclui componentes mais voláteis como os alimentos e a energia, encolheu de 5,9% em novembro para 5,5% em dezembro, em termos homólogos.

Na terça-feira, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, reiterou numa audição no Senado que o fenómeno de subida acentuada dos preços deve ser temporário. O responsável afirmou também esperar que os problemas nas cadeias de abastecimento se aliviem ainda este ano, o que levará, espera a Fed, à descida da taxa de inflação.

No entanto, o facto é que a inflação está, há vários meses, muito acima da referência de 2% da Fed, e a subida do custo de vida já está a penalizar a popularidade do presidente dos EUA em funções, Joe Biden, numa altura em que se avizinham as eleições intermédias, marcadas para 8 de novembro.

Para controlar a inflação, a Fed tem na manga pelo menos três subidas de juros em 2022. A primeira pode acontecer já em março, uma expectativa que tem dado algum alento aos investidores. Apesar da divulgação destes dados, os futuros dos principais índices norte-americanos estão a subir, o que indicia que as bolsas abrirão em alta.

Esta quarta-feira foram também conhecidos os dados da inflação em Portugal. O Índice de Preços no Consumidor medido pelo INE acelerou em novembro para 2,7%, em termos homólogos. A inflação no ano completo de 2021 ficou-se por uns mais modestos 1,3%.

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