Vendas de seguros cresceram 35% em 2021, ultrapassaram os 13 mil milhões de euros
O ramo Vida subiu 70%, os ramos Não Vida quase 5%, a indústria seguradora em Portugal teve um bom segundo ano de pandemia. Prémios de seguros de saúde aumentaram 80 milhões de euros.
Os dados finais da produção de seguros em 2021, divulgados esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), confirmam um bom ano para a indústria seguradora que atingiu 13,1 mil milhões de euros de prémios emitidos no total do conjunto do ramo Vida e dos ramos Não Vida.
Ainda longe do recorde de 16 mil milhões atingidos em 2010, ou dos mais recentes 14,2 mil milhões de 2013, as companhias de seguros aproveitaram o entusiasmo do canal bancário na mudança de paradigma dos clientes do ramo Vida quanto a risco, quando estes começaram a aceitar investir em produtos que não garantem rendimento, nem mesmo o capital empatado.
O interesse dos clientes pelos produtos unit-linked, ligados a ativos, de maior ou menor risco, a cujo valor estão indexados, levou à quase duplicação, face a 2020, dos investimentos em produtos de capitalização, seguros financeiros que em 2021 obtiveram vendas superiores a 4,7 mil milhões de euros. Também os PPR registaram uma procura 70% superior ao do ano anterior obtendo mais de 1,9 mil milhões de euros de novas entradas de poupanças.
Mais discreto foi o crescimento dos seguros de risco puro, os habitualmente ligados a operações de crédito à habitação ou ao consumo, que refletiram alguma estabilidade na pandemia, subindo vendas mas em apenas 3,4%. No geral o ramo Vida encontrou caminho para prosperar em ambiente de baixas taxas de juro e, se cresceu 69,5% face a 2020, também apresentou 11% de subida se comparado com 2019.
Ramos Não Vida: Saúde e Responsabilidade Civil em destaque
O conjunto dos ramos Não Vida, voltou ao seu crescimento relacionado com o crescimento do próprio PIB nacional. O ramo automóvel, o mais volumoso em prémios, subiu apenas 1,3%, mas já os seguros de saúde, que seguem em trajetória independente de sucesso, cresceram 8,4% em vendas, verificando-se uma subida de 17% em prémios emitidos nos dois anos de pandemia.
O ramo de seguros de acidentes de trabalho ainda não atingiu os mil milhões de euros por ano, embora tenha crescido 6,6% em 2021 e tenha saído dos dois primeiros anos de pandemia com um valor de vendas 8% superior.
Os seguros incêndio e outros danos, onde se incluem os populares multirriscos de habitação, comerciais e industriais registaram crescimento significativo, tal como os seguros de responsabilidade civil, embora estes produtos estejam ainda em fase inicial de afirmação no mercado das coberturas não obrigatórias.
No total, o valor dos prémios emitidos pelas seguradoras em Portugal foi de 13.144.959.000 euros, valor 34,8% superior a 2020 e 10% mais que em 2019. Para este total o ramo Vida contribuiu com 7.659.724.000 euros, valor superior em 69,5% relativamente a 2020 e 11% mais que em 2019. Os ramos Não Vida atingiram 5.485.235.000 de prémios, superando o valor de 2020 em 4,9% e o de 2019 em 8%.
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