Costa quer vender Efacec depois das eleições para ter mais margem negocial

O atual primeiro-ministro considera que "esta fase de incerteza politica não é a melhor fase para negociar". Aponta para negociação no pós-eleições e acredita que haverá quem queira comprar.

António Costa considera que o Estado vai encontrar “seguramente” um comprador para a Efacec por questões de “racionalidade”, elogiando a empresa, apesar das dificuldades conjunturais. Após ter falhado as negociações a DST e o objetivo de vender a Efacec até ao final de 2021, o atual primeiro-ministro e candidato do PS rejeita avançar com uma data para concluir o processo, mas aponta para depois das legislativas de 30 de janeiro, para que o Estado tenha maior poder negocial.

Não devemos desbaratar as boas condições negociais para resolver um problema quando ele pode ser melhor resolvido daqui a um mês“, afirmou o líder do PS em entrevista à Rádio Observador esta sexta-feira, a propósito da campanha eleitoral das eleições antecipadas. O primeiro-ministro diz que não tem “data” para concluir a venda, mas assegurou que as negociações vão continuar nas próximas semanas.

Na avaliação de António Costa, “esta fase de incerteza politica não é a melhor fase para negociar”, uma vez que os “privados compreendem que quem está do outro lado da mesa não está nas melhores posições negociais“. E, portanto, a venda, a acontecer, será já em fevereiro. Sobre a última proposta, a da DST, disse que esta “não era aceitável por parte do Estado”.

Costa classificou a Efacec de uma “empresa muito importante para o futuro do país”, apesar das dificuldades conjunturais que está a atravessar por causa da pandemia e a instabilidade acionista que levou à intervenção do Estado após as revelações do Luanda Leaks sobre Isabel dos Santos. A posição da angolana foi arrestada, o que levou a um bloqueio na operação da Efacec, tendo o Estado intervindo com uma nacionalização temporária.

É uma questão de tempo até se encontrar um interessado que ofereça as condições que sejam aceitáveis para o Estado para se fazer a alienação“, disse António Costa, mostrando-se otimista, ainda que admitindo que “nem sempre estes processos se resolvem com facilidade”. E deu o exemplo do processo da Dielmar que esta quinta-feira deu mais um passo para a venda ao grupo Valérius. “A Efacec terá seguramente o mesmo destino. Não é otimismo, é racionalidade“, concluiu o atual primeiro-ministro.

Na semana passada, o ECO noticiou que o Governo ia deixar cair a operação de reprivatização depois do falhanço das negociações com o único candidato, a DST. O plano b passa pela manutenção da Efacec no universo do Estado, a reestruturação da empresa e só depois o regresso ao mercado para uma operação de venda, mas em moldes diferentes daqueles que foram tentados agora.

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