Comissário europeu considera intolerável “boicote” de empresas lituanas pela China
A lituânia permitiu que Taiwan abrisse uma escritório de representação oficial em Vilnius, despertando a ira chinesa. Desde dezembro que a China bloqueou as importações lituanas, acusa Vilnius.
O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, considerou esta terça-feira “não ser tolerável” o “boicote” das empresas lituanas pela China, adiantando que vai deslocar-se nos próximos dias à capital da Lituânia, Vilnius.
“Não é tolerável que seja negado o acesso às empresas [pela China], devemos pôr fim ao boicote às empresas europeias […] e colocar toda força da Europa a favor das empresas injustamente visadas”, disse Breton em Lens (Pas de Calais, França) durante a conferência de imprensa de encerramento da cimeira informal dos ministros europeus da Indústria. E acrescentou: “Quando um país europeu é alvo de medidas opressivas, para não dizer de ataque, é toda a União Europeia que é atacada”.
A Lituânia, Estado-membro da União Europeia (UE) com menos de três milhões de habitantes, permitiu que Taiwan abrisse um “Escritório de Representação” oficial em Vilnius em novembro de 2021, o que despertou a fúria da China. Pequim rejeita qualquer uso oficial da palavra Taiwan e não reconhece o estatuto de Estado da ilha, que considera uma das suas províncias.
A Lituânia alega que a China bloqueou, em retaliação, as importações do seu território a partir de dezembro. “Vou nos próximos dias a Vilnius para discutir o que podemos fazer para ajudá-los”, disse Breton, acreditando que “as ações da China são contrárias aos seus compromissos internacionais”.
Thierry Breton explicou que tem de “verificar se existe” igualdade de condições “para as empresas”.
A ministra francesa responsável pela Indústria, Agnès Pannier-Runacher, anfitriã do encontro europeu, indicou também que todos os países participantes manifestaram a sua “solidariedade” com a Lituânia.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
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