Casa Branca deixa de considerar “iminente” possível invasão à Ucrânia
A Casa Branca deixou de usar a palavra “iminente” para descrever uma possível invasão da Ucrânia. Agora prefere referir que esse ataque pode ocorrer em "qualquer momento".
A Presidência norte-americana confirmou esta quarta-feira a decisão de deixar de descrever como “iminente” uma possível invasão da Ucrânia pela Rússia, ao reconhecer não estar claro se o Presidente russo Vladimir Putin tomou uma decisão sobre o ataque.
A alteração da linguagem da Casa Branca ocorre dias após o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, ter solicitado que não seja exacerbado o pânico de um ataque imediato da Rússia, assegurando que não verificava “uma escalada maior que antes”.
Na conferência de imprensa diária, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse ter apenas utilizado uma vez a palavra “iminente” para descrever uma possível invasão da Ucrânia, e que agora prefere referir que esse ataque pode ocorrer “em qualquer momento”.
“Deixámos de usar [a palavra ‘iminente’] porque creio que enviou uma mensagem que não pretendíamos enviar, que é a de que sabíamos que o Presidente Putin tinha tomado uma decisão (…) e, no entanto, não o sabemos”, afirmou Psaki.
“A maior parte das vezes que falámos sobre isso, dissemos que ele poderia invadir a qualquer momento, e isso é certo”, acrescentou.
Psaki pronunciou-se após a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas Greenfield, ter referido na quarta-feira em entrevista à rádio pública NPR que considerava não se dever utilizar essa palavra. “Não diria que estamos argumentando que é iminente, porque estamos ainda na busca de uma solução diplomática para que os russos recuem. A nossa esperança é que isto funcione e que Putin entenda que não quer um caminho de guerra e confrontação”, disse a embaixadora.
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kubela, negou esta quarta que mantenha divergências com os Estados Unidos sobre a “avaliação dos riscos” da ameaça russa, apesar de “o tom de voz” ser distinto. “Nas últimas semanas todo o mundo se centra na palavra ‘iminente’, mas deveríamos centrar-nos mais numa avaliação mais ampla da situação”, assegurou em conferência de imprensa.
Previamente, o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, tinha anunciado em conferência de imprensa no Pentágono que vão ser deslocados 1.000 soldados norte-americanos para a Roménia, enquanto outros 2.000 serão deslocados para a Polónia e Alemanha. “A situação atual exige que reforcemos a posição dissuasiva e defensiva no flanco leste da NATO”, justificou Kirby.
Sublinhou ainda que a decisão não foi adotada em função dos acontecimentos das últimas horas, mas após os EUA terem “desde há várias semanas” referido essa possibilidade com os seus aliados na NATO.
Kirby acrescentou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, avalia a situação na Ucrânia diariamente, e que caso a Rússia opte por uma escalada vão decorrer “ajustes de posições das forças” dos EUA para “dissuadir e defender de qualquer agressão”.
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