CGD passa “imagem fabricada” ao divulgar salário mínimo de 1.359 euros
“O conceito de salário mínimo não inclui o subsídio de refeição nem qualquer outra verba de expressão pecuniária”, esclarece a Comissão de Trabalhadores.
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) acusou o banco público de passar uma “imagem fabricada”, ao divulgar que ia passar a pagar 1.359 euros de salário mínimo, após um acordo com sindicatos.
Em comunicado, a CT disse que “uma vez mais quer-se fazer passar uma imagem fabricada cuja estratégia é a de colocar os trabalhadores da CGD numa posição fragilizada perante a opinião pública, rotulando-os como um universo de trabalhadores privilegiados, com salários acima da média e prémios invejáveis”.
A CGD anunciou esta sexta-feira que aumentou o salário mínimo aos seus trabalhadores dos quadros para 1.359 euros, incluindo subsídio de alimentação, o que faz subir o salário médio na instituição para 2.462 euros.
“A CGD aumentou o salário mínimo aos trabalhadores nos quadros para 1.359 euros. Este aumento coloca a remuneração mínima oferecida pelo banco aos seus colaboradores substancialmente acima daquele que é o vencimento médio a nível nacional”, lê-se num comunicado enviado hoje pelo banco liderado por Paulo Macedo.
Por sua vez, a CT esclareceu que “o conceito de salário mínimo não inclui o subsídio de refeição nem qualquer outra verba de expressão pecuniária”, recordando que “emitiu recentemente um comunicado informando todos os trabalhadores da CGD da real evolução dos números relativos aos custos com as remunerações, tendo como fonte de informação os relatórios e contas da CGD”.
Segundo a entidade representativa dos trabalhadores, “constata-se que entre 2016 e 2020 os custos com remunerações dos trabalhadores” se reduziram “em 29,3%, tendo a média da remuneração por trabalhador descido 9,02%”, assegurando ainda que “no mesmo período os custos com remunerações dos órgãos de gestão aumentaram 68,2%”. De acordo com a CT, “afirmar que a tabela de remunerações da CGD é superior em 19% ao praticado pelos restantes bancos concorrentes, trata-se de desconhecimento e abuso de interpretação“.
“A tabela salarial da CGD sempre foi diferente da restante banca e existe uma justificação para isso”, referiu, destacando que o motivo se prende “com as contribuições e descontos que os trabalhadores da CGD fazem para o Fundo de Pensões ou Segurança Social que são, em percentagem, muito superiores aos aplicados aos trabalhadores de outras instituições de crédito”.
Por isso, garantiu a CT, de forma “a equiparar o salário líquido na CGD com a restante banca, a tabela da CGD mantém essa majoração que é absorvida pela dedução/encargo suportado pelo trabalhador relativo à contribuição para a sua pensão”. Ou seja, indicou, o salário bruto é maior, mas o salário líquido é “equiparado”, sublinhando ainda “que o aumento da tabela salarial recentemente acordado de 0,9% é absorvido pela inflação verificada em 2021 de 1,3%”.
“A Comissão de Trabalhadores pretende deixar claro que este tipo de notícias veiculadas pela CGD para a comunicação social e opinião pública tem como objetivo indesmentível o cultivar e alimentar da imagem falsa de privilégio, é mais uma atitude ofensiva e de claro desrespeito para com os trabalhadores da CGD, pelo que não podemos deixar de repudiar esta estratégia de deturpação da verdade e de construção de uma narrativa assente em informações manipuladas com afirmações erróneas e não fundamentadas”, rematou.
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