Embaixador ucraniano diz que país pode abandonar intenção de integrar NATO

  • Lusa e ECO
  • 14 Fevereiro 2022

Embaixador ucraniano indica que país será “flexível” quanto ao objetivo de ingressar na NATO, mas sublinha que a adesão pode não acontecer, “especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim”.

A Ucrânia pode abandonar a sua intenção de ingressar na NATO para evitar um confronto militar com a Rússia, disse esta segunda-feira o embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadym Prystaiko.

Em declaração à BBC, o embaixador indicou que o seu país seria “flexível” quanto ao seu objetivo de ingressar na Aliança Atlântica, sublinhando que a Ucrânia é um país “responsável”, após o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçar entrar num conflito armado. “Podemos (não aderir), especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim”, disse Prystaiko, quando perguntado se Kiev mudaria a sua posição de integrar a NATO.

A Ucrânia não é membro da Aliança Atlântica, mas manifestou interesse em entrar na organização militar ocidental, uma decisão que é vista como uma linha vermelha para o Kremlin.

A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.

Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança obrigatórias dos EUA e da NATO para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e implantasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.

Moscovo escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da OSCE pedindo-lhes que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na Europa.

Apesar dos esforços diplomáticos, a diminuição da escalada militar e da tensão não foi alcançada até agora. A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o fornecimento massivo de armas à Ucrânia pelo Ocidente.

Moscovo admite que há uma “oportunidade” de compromisso com o Ocidente

O Governo russo disse esta segunda-feira que há ainda uma “oportunidade” de resolver a crise na Ucrânia através de canais diplomáticos, numa altura em que os países ocidentais temem que as tensões possam escalar para um conflito armado.

“Há a possibilidade de chegar a um acordo com os nossos parceiros sobre questões fundamentais ou é uma tentativa de nos arrastar para negociações intermináveis?”, disse o Presidente russo, Vladimir Putin, numa pergunta dirigida ao seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

“Como responsável pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, devo dizer que há sempre uma hipótese”, respondeu o ministro russo, num encontro com Putin. As oportunidades de diálogo “não estão esgotadas, (mas) não devem durar indefinidamente”, disse Lavrov, acrescentando que Moscovo está “pronto para ouvir contrapropostas sérias”.

(Notícia atualizada com mais informação às 14h30)

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