Biden admite que invasão russa teria impacto nos preços da energia nos EUA

Numa mensagem ao país sobre a atual situação na Ucrânia, o Presidente norte-americano admitiu que uma invasão russa teria “consequências” nos EUA, nomeadamente nos preços da energia. Para tal, Joe Biden adiantou que já preparou medidas para aliviar um eventual aumento dos custos energéticos junto das famílias. Também disse que um ataque da Rússia é ainda possível, apesar do anúncio de retirada de Moscovo que a Casa Branca considera que não aconteceu.

“Se a Rússia decidir invadir a Ucrânia, também terá consequências aqui em casa. Mas o povo americano entende que defender a democracia e a liberdade nunca é sem causa”, disse Biden numa declaração de dez minutos em que repetiu, por diversas vezes, que se deve seguir o caminho da diplomacia e que a via diplomática “deve ter todas as chances de ser bem-sucedida”. Falou mesmo em “diplomacia non stop” e “diplomacia de alto nível” que todas as partes devem manter para assegurar o objetivo de estabilidade e segurança na Europa.

Ainda assim, Biden não quis “fingir” que um ataque “não vai ter dor” para os americanos. “Terá impacto nos nossos preços da energia e por isso tomaremos todas as medidas para aliviar os preços no nosso mercado de energia. Estamos preparados para usar todas as ferramentas ao nosso dispor” para aliviar os preços do gás, explicou.

Biden também comentou o anúncio do ministro da Defesa da Rússia em relação ao regresso de algumas unidades militares às bases após um conjunto de exercícios. “Seria bom, mas não ainda verificamos isso, não verificamos que as unidades militares russas estejam a regressar à sua base. (…) Mantêm-se numa posição de ameaça”, referiu. Nessa medida, considerou que uma invasão mantém como uma possibilidade.

Se isso acontecer, Biden deixou vários avisos a Moscovo. “Se a Rússia invadir, o custo humano será imenso”, disse.

Acrescentou que os EUA e aliados estão prontos para impor “sanções poderosas”, incluindo medidas que não foram adotadas quando a Rússia invadiu a Crimeia em 2014. Será exercida “pressão intensa sobre as maiores e mais significativas instituições financeiras e indústrias chave” russas.

Quanto ao Nord Stream 2, o pipeline que trará gás natural da Rússia para a Alemanha, “se a Rússia invadir, não vai acontecer”, reiterou o Presidente americano.

Biden assegurou ainda que, se os russos atacarem qualquer alvo americano na Ucrânia ou invadirem um metro que seja do território da NATO, os EUA vai responder com “toda a força”. “Se não defendermos a liberdade onde está em risco, pagaremos o preço amanhã”, finalizou desta forma a sua mensagem.