Exportações portuguesas de cortiça nunca valeram tanto. Foram 1,1 mil milhões em 2021

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2022

As exportações portuguesas de cortiça atingiram um recorde de 1.133 milhões de euros no ano passado. Setor quer chegar aos 1.500 milhões em 2030.

As exportações portuguesas de cortiça atingiram um valor recorde de 1.133 milhões de euros em 2021, um crescimento de 12% face a 2020 e de 7% relativamente a 2019, anunciou a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR).

“Estes valores resultam de um crescimento nos segmentos de produto de mais valor acrescentado, o que permite ao setor da cortiça retomar a linha de crescimento da fase pré-pandemia, reforçando ainda mais a liderança mundial de Portugal neste setor”, afirma o secretário-geral da APCOR, João Rui Ferreira, citado num comunicado.

Com base nestes resultados, a associação reafirma o objetivo de atingir a meta dos 1.500 milhões de euros de exportações em 2030, aproveitando o “contexto mundial altamente favorável à cortiça”, que destaca como “um material natural, versátil e amigo do ambiente, que permite responder na perfeição ao paradigma da sustentabilidade, tanto na vertente ambiental, como na social e económica”.

Segundo a associação, para o recorde atingido no ano passado contribuiu o crescimento generalizado nos principais mercados, com destaque para os dois primeiros: a França, o maior exportador mundial de vinhos, e os EUA, a maior economia mundial e o maior consumidor de vinho, representando, cada um, cerca de 18% do total exportado.

No “top 10” dos destinos das exportações portuguesas de cortiça surgem, depois, Espanha, Itália, Alemanha, Reino Unido, México, China, Chile e Rússia.

De acordo com a associação, a indústria vinícola “continua a ser o principal cliente do setor e, em 2021, de forma histórica e recorde, as rolhas de cortiça ultrapassaram os 800 milhões de euros de exportações, com um peso de 73% do total, o que demonstra a sua clara preferência por este material”.

De destacar, também, a boa performance na área da construção e do design, “onde a cortiça, pelas suas características físicas e ambientais, é um material único e continua a conquistar espaço”, tendo crescido mais de 12% face ao ano anterior, refere.

O secretário-geral da APCOR destaca que a fileira “conseguiu estar sempre ativa, mesmo em período pandémico”, e atribui estes resultados ao “investimento constante em inovação de processos e produtos, aliado à comunicação do setor junto dos principais públicos em diversas geografias”.

“Trata-se de uma aposta estratégica a que pretendemos dar continuidade, de forma a manter o rumo de crescimento”, diz João Rui Ferreira.

Fundada em 1956, a APCOR representa atualmente 250 empresas, responsáveis por 80% do volume total de negócios do setor e 85% das exportações portuguesas de cortiça.

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