NATO ativa pela primeira vez força de reação rápida que inclui Portugal
"Os objetivos do Kremlin não se limitam à Ucrânia", diz o secretário-geral da NATO, antes de acrescentar que a resposta deve passar por “fortalecer a dissuasão e a postura de defesa dos aliados”.
A NATO mobilizou pela primeira vez elementos da sua força de reação rápida, que inclui militares portugueses, para “evitar transgressões em território da NATO”, perante a invasão russa à Ucrânia, revelou esta sexta-feira a Aliança Atlântica. “Estamos a mobilizar a força de resposta de defesa coletiva pela primeira vez, para evitar transgressões em território da NATO”, salientou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
O responsável falava numa videoconferência com os líderes dos membros da NATO sobre esta força de reação, na qual Portugal participa. Stoltenberg, que elogiou a capacidade das forças ucranianas, vincou que “a Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia com o objetivo declarado de derrubar o governo, invadindo Kiev”.
“Mas os objetivos do Kremlin não se limitam à Ucrânia. Putin exigiu a retirada das forças da Aliança dos territórios de todos os países que aderiram desde 1997″, alertou. Para o secretário-geral da NATO, a resposta deve passar por “fortalecer a dissuasão e a postura de defesa dos aliados”.
“A Aliança ativou seus planos de defesa na quinta-feira e está a mobilizar elementos da sua força de reação rápida”, explicou. A Força de Reação Rápida da NATO conta com 40.000 soldados e incluiu uma força operacional conjunta de altíssimo nível de prontidão (VJTF), de 8.000 soldados, atualmente comandados pela França.
Esta inclui uma brigada e batalhões multinacionais, apoiados por unidades aéreas e marítimas e forças especiais. Algumas unidades podem estar prontas a moverem-se dentro de dois a três dias, segundo a NATO.
Em Portugal, o Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO.
“O Conselho deu, por unanimidade, parecer favorável às propostas do Governo para a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO, que se seguem: 1. Ativação da ‘Very high readiness Joint Task Force’ (VJTF) e das ‘Initial Follow-On Forces Group’ (IFFG) para eventual empenhamento nos planos de Resposta Graduada da NATO. 2. Eventual antecipação do segundo para o primeiro semestre de projeção de uma companhia do Exército para a Roménia”, lê-se num comunicado.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta sexta que uma companhia do Exército português composta por 174 militares será enviada para a Roménia “nas próximas semanas”, numa altura de conflito entre a Rússia e Ucrânia.
“Portugal, para além das forças que este ano tem afetas ao comando europeu da NATO, decidiu antecipar do segundo semestre já para o primeiro semestre a mobilização e o empenho de uma companhia de infantaria que atuará na Roménia e que será projetada nas próximas semanas”, avançou o primeiro-ministro.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
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