Calçado “pinta” campanha que ajudou a somar 500 milhões por ano nas exportações

Calçado abre novo capítulo na promoção internacional para superar fasquia dos 2.000 milhões de euros de exportações em 2025. Desde que a campanha foi lançada, vendas ao exterior subiram quase 40%.

Na ressaca de um ano em que exportou 69 milhões de pares de sapatos, no valor de 1.676 milhões de euros, começando a recuperar parte das perdas provocadas pela pandemia – ficou ainda 6% abaixo do registo de 2019 -, a indústria do calçado tem como objetivo superar os 2.000 milhões de euros de vendas ao exterior até 2025 e prepara-se para arrancar uma nova fase de promoção comercial, com o regresso às feiras e com o lançamento de uma campanha internacional.

Prosseguindo o mote “Pode a indústria ser uma forma de arte?”, a campanha que vai ser lançada esta terça-feira pela associação do setor (APICCAPS) na galeria Nuno Centeno, no Porto, recria várias obras de seis pintores portugueses de referência (Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Afonso Viana, José Malhoa, Júlio Pomar e Paula Rego), com a participação dos atores Albano Jerónimo e Anabela Moreira, ficando a interpretação fotográfica a cargo de Frederico Martins.

“Se em 2021, em plena pandemia, a campanha Portuguese Shoes fez a apologia da poesia dos corpos de modelos e bailarinos num símbolo de força e graciosidade, de resiliência e liberdade, questionando ‘Pode a indústria ser uma forma de arte?’, este ano, na continuação e certeza dessa missão, a APICCAPS volta a reforçar a premissa de que a indústria é uma aliada dos artistas e juntos criam momentos únicos e objetos de desejo”, refere a associação empresarial liderada por Luís Onofre.

Financiada pelo programa Compete 2020, este novo capítulo da campanha institucional Portuguese Shoes representa um investimento de 600 mil euros e sobe para 8,5 milhões de euros o montante já gasto pela indústria do calçado desde o início da campanha em 2009. Segundo os dados fornecidos ao ECO, neste período de 12 anos, as exportações cresceram 38,7% e esta indústria dita tradicional passou a exportar quase mais 500 milhões de euros por ano. E o preço médio à saída da fábrica, para destinos fora do país, passou de 19,45 euros para 24,16 euros em 2021.

“Estas campanhas pretendem, mais do que elogiar o talento nacional e retratar uma identidade, abrir uma porta para o exterior. Na sua génese, pretendem valorizar a herança do passado e do que fazemos melhor, para que esta qualidade e beleza sejam apreciados por todos, num mundo cada vez mais rápido e instável, e se cruzem com outros talentos e culturas, sejam um exemplo do que continua e perdura e encanta, mas sempre a aperfeiçoar-se em direção ao futuro”, resume Luís Onofre, presidente da APICCAPS.

Estas campanhas pretendem, mais do que elogiar o talento nacional e retratar uma identidade, abrir uma porta para o exterior.

Luís Onofre

Presidente da APICCAPS

A indústria do calçado exporta mais de 95% da produção para 163 países em todos os continentes, tendo como melhores mercados a Alemanha, França e Países Baixos. E não esconde o entusiasmo por ter ficado já acima do nível pré-pandemia (+6% face a 2019) neste indicador no último trimestre do ano passado. Em 2021, o país importou 44 milhões de pares – equivalente a 527 milhões de euros, +2,7% em termos homólogos –, acabando com um saldo positivo de 1.149 milhões de euros na balança comercial.

A indústria portuguesa de calçado quer investir 140 milhões de euros nos próximos três anos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o objetivo de ser “a referência internacional no desenvolvimento de soluções sustentáveis”. Em causa estão os projetos BioShoes4All e FAIST, “distintos mas complementares”, que juntam mais de uma centena de empresas, universidades e entidades do sistema científico e tecnológico, no âmbito das chamadas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial.

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