“É um ultimato do povo, não meu”, esclarece Marcelo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 31 Março 2022

"O compromisso para com o povo [é] por um período para o qual o povo votou", sublinhou o Presidente da República, reiterando a posição assumida na tomada de posse do novo Governo.

Nas legislativas de 30 de janeiro, o primeiro-ministro “ficou refém do povo português”, disse esta quinta-feira o Presidente da República, usando uma expressão do socialista Carlos César para esclarecer o discurso que fez durante a cerimónia da tomada de posse do novo Governo. Segundo Marcelo, “no momento em que o povo votou num partido, também votou num homem“, pelo que se trata de um “ultimato do povo” e não do Presidente.

Recorrendo a uma expressão usada pelo dirigente socialista Carlos César, que escreveu nas suas redes sociais que António Costa é “refém do povo que o elegeu”, o Chefe de Estado disse estar de acordo. “Esse homem ficou refém do povo. Não é meu, nem é de outra figura política qualquer. É isso que eu quis dizer”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesse sentido, “se o próprio partido no Governo assume que o primeiro-ministro é refém do povo, quer dizer que assume com ele que está a avançar para uma empreitada de quatro anos e meio“, continuou, lembrando que o próprio António Costa “falou nisso ao dizer que o Presidente [da República] é o mesmo, o primeiro-ministro é o mesmo”.

“[Ambos] têm-se dado muito bem e isso é uma boa garantia até ao fim da legislatura“, continuou, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

A intervenção de Marcelo na tomada de posse do novo Executivo foi interpretada por algumas figuras do PS como um aviso sobre uma possível saída do chefe de Governo a meio do mandato. No entanto, o Presidente da República reiterou que não tem indicações de que António Costa planeia “emigrar” para um cargo europeu em Bruxelas e que o seu discurso se baseou numa “evidência dos votos dos portugueses“.

Frisando que “um compromisso é um compromisso”, Marcelo Rebelo e Sousa apontou que, quando se diz que alguém é refém do povo, “o compromisso para com o povo [é] por um período para o qual o povo votou” e, por isso, “não vale a pena estar a especular sobre cenários que estão fora de causa”.

Tal não se trata de um ultimato, segundo o Chefe de Estado. Mas Marcelo depressa corrigiu, declarando: “Se quiser, é um ultimato do povo, não é meu. Eu tive um voto, o povo teve milhões de votos“.

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