Nuno Melo promete oposição eficaz fora do Parlamento
O novo líder do CDS prometeu uma "oposição tão forte e eficaz fora da AR" como a feita quando "estava dentro do Parlamento" e acusou o Governo de estimular conflitos e estatizar empresas.
Nuno Melo foi eleito como o novo presidente do CDS-PP com aproximadamente 75% dos votos, sucedendo a Francisco Rodrigues dos Santos que se demitiu após as legislativas de 30 de janeiro. No discurso de encerramento do 29.º Congresso do CDS, Nuno Melo disse que acredita que vai devolver ao CDS o “lugar de destaque” e prometeu uma “oposição tão forte e eficaz fora da Assembleia da República como foi quando [o partido] estava dentro do Parlamento”. O eurodeputado elencou cinco “lições a tirar” da guerra da Ucrânia e acusou o Governo de estimular conflitos e estatizar empresas, bem como de “dividir a sociedade”.
“Tenho uma profunda crença que devolveremos o CDS ao lugar que merece”, afirmou Nuno Melo, no discurso de encerramento do 29.º Congresso do CDS-PP, que decorreu este fim de semana em Guimarães, em declarações transmitidas pela RTP3, acrescentando que o “as pontes foram criadas” e que o “pensamento do partido” está no futuro. “Hoje na oposição ao PS amanhã se Deus quiser na disputa pelo poder”, apontou.
Neste contexto, o antigo vice-presidente de Assunção Cristas e de Paulo Portas promete “uma oposição tão forte e eficaz fora da Assembleia da República como foi quando [o partido] estava dentro do Parlamento”. Nesse contexto, lembra que a esquerda é o grande adversário do CDS e deixa duras críticas ao Governo.
Para o eurodeputado, o Executivo demonstrou “todo o instinto de que é feito” nos últimos anos de governação, criticando o facto de ter sido dada pouca atenção à agricultura, bem como o facto de os fundos da “bazuca europeia” estarem alocados, na sua maioria, “à dimensão pública” e não às empresas. “A economia viva e forte que permite salários mais altos não existe quando se acredita dogmaticamente que o Estado deve estar onde as empresas fazem muito melhor”, sinaliza.
Apesar de reconhecer que os socialistas tiveram maioria absoluta, o novo líder do CDS considera que “desde 2015” que o Governo “estimulou conflitos e estatizou empresas”, dividindo os portugueses “enquanto sociedade que a queria unida”, tendo conquistado votos “por causa dessa divisão”. Nuno Melo criticou ainda a “gestão negligente” do Executivo de António Costa da pandemia, referindo que “o SNS foi transformado em mecanismo de propaganda à custa do sacrifício dos profissionais” de saúde.
O eurodeputado acusou o Governo de transformado “a escola pública em espaço de ideologia” e passou também em revista alguns casos polémicos dos últimos anos, nomeadamente os incêndios de Pedrógão, as golas de fumo, o assalto a Tancos e os imigrantes em Odemira.
Quanto ao impacto da invasão russa à Ucrânia, nomeadamente no que toca à escalada de preços dos combustíveis, Nuno Melo insta o Executivo a “reduzir ao limite que seja possível” o ISP, de modo a alcançar o valor que quereria descer em IVA e quanto chegar a autorização de Bruxelas reequilibrar as contas.
As cinco lições a tirar da invasão russa à Ucrânia
Neste âmbito, Nuno Melo referiu ainda que há cinco lições que a Europa deve retirar desta guerra, nomeadamente que “a condição da paz é ter uma defesa sólida”, dado que considera que Putin se aproveitou “da fragilidade europeia” em termos militares. “O CDS foi sempre pela paz, mas nunca alinhou nos erros de certos pacifistas que não têm os pés assentes na terra”, sinalizou.
Em segundo lugar, o antigo vice-presidente de Assunção Cristas e de Paulo Portas defende que a “NATO é o melhor sistema de defesa coletiva para proteger” a segurança europeia, pelo que considera que “reforçar a NATO é garantir a paz e liberdade dos europeus”. Em terceiro lugar, Nuno Melo destaca que “o vínculo transatlântico ganhou nova vida”.
Por outro lado, Nuno Melo lembra que “não há independência com extrema dependência na energia”, sinalizando que esta é “uma das lições mais dolorosas”, dado que 15 países europeus dependem fortemente da energia russa e que isso “condiciona todas as posições” que a Europa pode tomar. “A transição energética não pode ser tomada como dogma”, elencou.
Por último, Nuno Melo referiu ainda que o mundo global precisa de uma reforma nas organizações multilaterais, nomeadamente nas Nações Unidas. “Não é possível que um país possa violar impunemente a carta das Nações Unidas, agredir países e a seguir beneficiar do direito de veto“, vincou.
O antigo vice-presidente de Assunção Cristas e de Paulo Portas sucede a Francisco Rodrigues dos Santos eleito em janeiro de 2020 e que se demitiu no passado dia 30 de janeiro, após os centristas terem falhado a eleição de deputados para a Assembleia da República, pela primeira vez na história do partido.
(Notícia atualizada pela última vez às 16h02)
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