Eventual aliança entre PSD e CDS dependerá dos seus líderes, diz Salvador Malheiro
Os partidos já começaram a reagir à eleição de Nuno Melo. Salvador Malheiro afirma que uma aliança entre PSD e CDS dependerá dos seus líderes. IL espera CDS “diferente e renovador”.
O vice-presidente do PSD Salvador Malheiro afirmou este domingo que uma eventual estratégia entre estes dois partidos no futuro dependerá dos seus líderes.
“O futuro a Deus pertence. O CDS-PP é um aliado natural do PSD, neste momento, o CDS-PP tem a sua casa arrumada e o PSD ira tê-la dentro de algumas semanas e, depois aí sim, a estratégia conjunta a acontecer depende dos seus líderes”, disse o social-democrata aos jornalistas no encerramento do 29.º Congresso do CDS-PP, em Guimarães, no distrito do Porto.
Em nome do PSD, o social-democrata desejou boa sorte ao CDS-PP que tem, a partir deste domingo como líder o eurodeputado Nuno Melo, frisando que a democracia portuguesa precisa daquele partido.
“É um partido responsável, reformista, com história, com excelentes quadros, com implementação nacional, até em contraponto com outras forças de direita populistas e menos responsáveis”, sublinhou Salvador Malheiro. Por esse motivo, o vice-presidente do PSD espera que o CDS-PP se possa reinventar e virar a página “muito negra”.
Questionado sobre a futura liderança do PSD, Salvador Malheiro reafirmou que, enquanto vice-presidente do atual presidente Rui Rio e solidário com toda a sua estratégia, não irá apoiar publicamente ninguém, nem irá estar disponível para fazer parte dos órgãos nacionais. “Rui Rio saindo eu também saio”, sublinhou.
IL e Chega esperam que CDS-PP os acompanhe na oposição ao PS
Os representantes da Iniciativa Liberal (IL) e do Chega presentes no 29.º Congresso do CDS-PP, que este domingo elegeu como líder o eurodeputado Nuno Melo, esperam que o partido os acompanhe “na oposição à esquerda e ao PS”.
Reagindo ao discurso do novo presidente centrista, o secretário-geral da IL disse esperar que o discurso do CDS-PP seja “diferente e renovador” e acompanhe a IL no seu discurso de oposição às políticas socialistas que não têm deixado Portugal crescer.
Miguel Rangel referiu ainda que, durante este congresso tal como na recente campanha eleitoral, o CDS-PP fez “bastante foco” à IL, assim como tem acontecido com o PSD. “A IL agradece este reconhecimento do espaço não socialista, mas o nosso foco está na oposição ao Governo e ao seu escrutínio”, sustentou. Já sobre a nova direção centrista, o liberal considerou que não apresenta caras novas, mas alguns históricos.
Por seu lado, o deputado do Chega, Filipe Melo, entendeu haver uma “grande diferença” entre o anterior líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, e o novo, Nuno Melo.“Finalmente, temos um CDS-PP novamente alinhado com a direita no combate à oposição a esta maioria socialista e à esquerda”, vincou.
Na sua opinião, só com uma direita “forte e unida” é que será possível pôr termo ao atual mandato do PS e à sua maioria. E acrescentou: “se não fosse a anterior direção dos CDS-PP ter ostracizado o Chega, certamente o PS não teria a maioria que agora goza”.
Costa “não virará as costas ao país” e cumprirá legislatura
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, afirmou este domingo que o primeiro-ministro “não virará as costas ao país” e cumprirá “o mandato desta legislatura”.
Em declarações aos jornalistas no final do 29.º Congresso do CDS-PP, Ana Catarina Mendes até admitiu que António Costa possa ter “o coração em Bruxelas”, como afirmou este domingo o novo presidente democrata-cristão, Nuno Melo, mas apenas porque sabe que é pelo plano europeu que passa parte da resolução dos problemas do país.
“Não tenhamos dúvidas, o senhor primeiro-ministro está para cumprir o mandato que os portugueses lhe deram, para cumprir o mandato desta legislatura, foi para isto que os portugueses confiaram”, afirmou.
No encerramento do Congresso, Nuno Melo tinha afirmado que o primeiro-ministro tem “o coração em Bruxelas”, dizendo acreditar que uma eventual saída de António Costa pode significar eleições antecipadas, uma visão contrariada pela ministra Adjunta.
“Acabei de dizer que o senhor primeiro-ministro nunca virou as costas ao país. Não virou nos momentos mais difíceis, como a pandemia, não virará no momento que vivemos uma guerra e foi eleito para um mandato de quatro anos”, respondeu Ana Catarina Mendes.
Ana Catarina Mendes até admitiu que António Costa possa “ter o coração em Bruxelas” porque “está bem consciente que as respostas necessárias ao país são tidas também no plano europeu e na solidariedade europeia”.
“É nesse sentido que o senhor primeiro-ministro, o dr. António Costa, está com o coração em Bruxelas, mas sobretudo comprometido com os portugueses, com Portugal para os próximos quatro anos e meio”, assegurou.
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