Eurogrupo apoia reforço das sanções após “imagens horríveis dos ataques” em Bucha
Os países da Zona Euro estão prontos a intensificar as sanções contra a Rússia, disse esta segunda-feira o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe.
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse esta segunda-feira que os ministros das Finanças da Zona Euro apoiam o reforço das sanções financeiras da União Europeia (UE) à Rússia na sequência das “imagens horríveis dos ataques” russos em Bucha. Além disso, o ministro das Finanças irlandês reforçou a ideia de que o crescimento económico irá abrandar este ano.
“A reunião de hoje ficou marcada pelas imagens horríveis dos ataques cometidos pelo exército russo contra civis na Ucrânia. Estamos todos chocados e estamos prontos a intensificar as sanções e o apoio ao povo da Ucrânia”, declarou Paschal Donohoe, falando em conferência de imprensa após uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.
Frisando ser “muito importante manter a unidade que tem caracterizado a resposta” da UE, Paschal Donohoe anunciou um debate na terça-feira, já ao nível dos ministros das Finanças dos 27, no Ecofin, sobre “outras ações” a adotar. A ser estudado pelo bloco comunitário está, então, o reforço das sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como o alargamento do congelamento de bens a mais oligarcas russos ligados ao Presidente Vladimir Putin.
Por outro lado, o presidente do Eurogrupo insistiu que o crescimento económico vai abrandar este ano, pelo que o risco de incerteza provocado pela guerra na Ucrânia “deixou clara a necessidade de a política orçamental [da UE] ser ágil e de responder à evolução da situação”. Simultaneamente, como os países da Zona Euro entraram nesta última crise económica “com uma forte recuperação”, muitas economias ainda terão “números positivos de crescimento” em 2022.
Também presente na ocasião, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, considerou ser “clara a necessidade de reforçar a unidade europeia e de aumentar a resposta” aos ataques russos, nomeadamente através de mais medidas restritivas.
Esta tarde, a presidente da Comissão Europeia anunciou uma investigação da UE a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, salientando que os “perpetradores de crimes hediondos não podem ficar impunes”.
Eurogrupo rejeita “espiral inflacionista” na Zona Euro mas reconhece pico de preços
O presidente do Eurogrupo rejeitou ainda uma “espiral inflacionista” na Zona Euro, mas reconheceu que a guerra da Ucrânia provocada pela invasão russa está a gerar “pico de preços” nos alimentos e matérias-primas, que serão “acompanhados de perto”.
“Em áreas como alimentos e matérias-primas, a guerra levou a aumentos de preços e o pico nos preços das matérias-primas nos nossos mercados mundiais está atualmente a gerar inflação na Zona Euro, mas, até à data, nem a Comissão Europeia nem o Banco Central Europeu detetaram sinais de que estes preços estejam a alimentar uma espiral inflacionista na Zona Euro, nos salários e noutros fatores da nossa economia, que reagem a esses aumentos de preços”, sublinhou Paschal Donohoe.
O presidente da estrutura que junta os ministros das Finanças da Zona Euro garantiu que estes aumentos de preços estão e continuarão a ser “acompanhados muito de perto”.
De acordo com Paschal Donohoe, uma das consequências que a guerra tem para a economia da Zona Euro é, “claramente, na área da energia e cada vez mais nos preços dos alimentos e na perturbação das cadeias de abastecimento”.
“Reconhecemos o impacto que esta guerra está a ter dentro da UE, em termos do aumento dos preços da energia, e o que isso significa para os padrões de vida, e reconhecemos que estes aumentos estão a ter um impacto na nossa sociedade e no nosso custo de vida, tanto a curto prazo como a longo prazo”, adiantou.
Já o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, reconheceu que o crescimento económico da Zona Euro será aquém do anteriormente esperado para este ano, que era de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que deverá ficar mais claro com as estimativas que serão divulgadas no final do mês pelo gabinete estatístico comunitário, o Eurostat. Ainda assim, “não chegaremos a território negativo devido à base em que nos encontrávamos no início desta crise”, garantiu Paolo Gentiloni.
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