As aldeias digitais são as novas formas de trabalhar

  • Inês Cabral
  • 20 Abril 2022

Aliado às novas formas de trabalhar, o ecossistema de empreendedorismo tem muito a aprender com os nómadas com a partilha de experiências, diversidade de talento, e criação de conhecimento.

Portugal é atualmente dos destinos no topo da lista para quem quer trabalhar de forma remota — os chamados nómadas digitais — mas os portugueses já sabem porquê há muito tempo. São as paisagens, o bom tempo, o custo de vida baixo para quem vem de fora, e a inserção na União Europeia. Têm eles a ganhar, mas o empreendedorismo nacional também. Há muito a beneficiar com a vinda destes profissionais.

Ser um nómada digital significa respeitar um estilo de vida longe do escritório e da zona de conforto do país de origem e abraçar a cultura de um outro povo. Neste caso, os portugueses que sempre estiveram de braços abertos a receber e oferecem a boa disposição e a simpatia. Mas isso só não basta, o país pode e deve tirar proveito de ser um dos eleitos por esses profissionais para captar investimento e ser mais competitivo, tudo dependerá das políticas fiscais e das estruturas montadas para os receber.

A Madeira já o fez com o programa piloto “Digital Nomads Madeira Island”, que tem como objetivo atrair profissionais digitais sob o alargamento de um tratamento fiscal mais favorável ao rendimento de residentes não habituais. O projeto piloto trouxe uma solução para um dos desafios que enfrentamos: foi proposto em Orçamento do Estado uma taxa especial de IRS reduzida, que abre espaço para um discurso de captação dos nómadas digitais, um aumento da inovação e do empreendedorismo.

Essa é uma forma de apoiar o ecossistema empreendedor, atraindo investidores, fomentando financiamento e acelerando o crescimento. Existem ainda outras formas, como apoiar com infraestruturas, negócios e conceitos como o LACS, que tem como missão ser um espaço de partilha de conhecimento e criatividade para os trabalhadores que precisam de um ponto de partida para servir de espaço de trabalho — um cowork, uma sala alugada, soluções flexíveis adaptadas às necessidades de cada um. As novas formas de trabalhar trazem essa flexibilidade que promove sinergias e uma competitividade saudável entre espaços que oferecem estes serviços.

A proposta de valor de espaços como o LACS é a de criar uma comunidade coesa, capaz de abarcar todos os trabalhadores, de diferentes proveniências e objetivos, que juntos formam uma aldeia digital. A comunidade deve estar assente em três pilares fundamentais: o da comunicação, que promove o networking; a criatividade, que cria sinergias de talento e parcerias entre os membros da comunidade; e, por fim, o pilar da comunidade, que é o que em particular nos move no LACS.

Aliado às novas formas de trabalhar, o ecossistema de empreendedorismo e inovação tem muito a aprender com estes nómadas com a partilha de experiências, diversidade de talento, e criação de conhecimento. O conhecimento gera conhecimento, que gera inovação e empreendedorismo e, consequentemente riqueza para o país.

  • Inês Cabral
  • Head of Marketing do LACS

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