Chefs da alta gastronomia recriam pratos icónicos do Porto

Chefs da alta gastronomia prestam homenagem aos pratos icónicos da Invicta. Entre eles, Rui Paula, Pedro Lemos, Marco Gomes e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo em 2024.

Chef Rui Paula20 junho, 2025

São experiências sensoriais com pratos icónicos que contam histórias da Invicta, como as tripas à moda do Porto pela mestria dos chefes Marco Gomes e Diego Rossi; a francesinha pela estrela Michelin Rui Paula e Miguel Carretero Sánchez, vencedor do prémio “Melhor Croquete do Mundo”. Esta sexta-feira e sábado é a vez de Pedro Lemos, estrela Michelin, e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo, homenagearem os “filetes de polvo com arroz do mesmo”.

No âmbito da segunda edição do Global Kitchen in Porto, chefes de renome cozinham pratos identitários e icónicos da Invicta, numa iniciativa do município portuense. Na despedida da edição deste ano a proeza coube ao chef estrela Michelin Pedro Lemos e à brasileira Janaína Torres, considerada em 2024 a melhor chef feminina do mundo pela lista The World’s 50 Best Restaurants.

Chef Pedro Lemos20 junho, 2025

“Poucos pratos transmitem tão bem a essência da cozinha popular portuguesa como os filetes de polvo com arroz do mesmo. A receita tornou-se amplamente conhecida na cidade e, tal como outros pratos tradicionais, tem sido reinterpretada por chefes contemporâneos que lhe reconhecem o valor cultural e o potencial gastronómico”, começa por assinalar Catarina Santos Cunha, vereadora com o Pelouro do Turismo e da Internacionalização do município portuense.

Catarina Santos Cunha acredita que “o Porto tem tudo para se afirmar como um destino gastronómico de excelência a nível mundial”. E a prová-lo estão os pratos icónicos por estes dias recriados pelos chefes de alta gastronomia de comer e sonhar por mais. Mas é preciso mestria para o fazer, como afirma ao ECO o chef Rui Paula, com duas estrelas Michelin na Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira (Matosinhos). Na hora de dar azo à imaginação na alta gastronomia, nota, “é preciso ter algum cuidado para não perder e desvirtualizar o sabor da francesinha”.

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Depois de aviso de Trump, Espanha recusa “fazer o que ele quer” nos gastos com defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Casa Branca insiste que Espanha tem de cumprir meta de 5% de despesa em defesa."Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou", respondeu a ministra do Trabalho.

A ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo espanhol respondeu hoje ao Presidente norte-americano, Donald Trump, lembrando que Espanha é soberana e “não vai fazer o que ele quer” após críticas sobre as contribuições para a NATO.

“A nossa soberania vale o mesmo que a sua e vamos defendê-la”, afirmou Yolanda Díaz, acrescentando que Madrid não aceita essas pressões, em resposta a Trump, depois de este ter acusado Espanha de sempre ter pago “muito pouco” como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Durante um discurso no congresso da maior confederação de sindicatos espanhola, a Comissiones Obreras, a ministra de Espanha declarou ainda: “Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou”, numa referência à ditadura que o país viveu no passado.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recusa o novo objetivo proposto aos membros da NATO de aumentarem a despesa com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando-o “contraproducente” e “incomportável” para a realidade do país, como referiu numa carta, enviada esta quarta-feira, ao secretário-geral da organização, Mark Rutte.

Em vésperas da cimeira da NATO, a realizar-se nos dias 24 e 25 de junho, em Haia, Trump respondeu a essa rejeição afirmando que Espanha “sempre pagou muito pouco”.

Trump voltou a sublinhar que, exceção feita aos Estados Unidos, todos os membros da NATO deveriam destinar 5% do seu PIB às despesas com a defesa e que “Espanha deve pagar o mesmo que os outros”.

“Eu não acho que (nós) devemos, mas acho que eles deveriam”, porque “temos (os Estados Unidos) suportado a NATO há muito tempo”, disse Trump aos jornalistas, questionado sobre o assunto esta sexta-feira.

Espanha, garantiu hoje a ministra do Trabalho no congresso sindical, não vai “consentir” essas pressões porque prefere ter “investimento social, direitos, liberdades, justiça”, acrescentando também que o seu país não aceita lições dos Estados Unidos.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

Esta é a proposta que o secretário-geral da NATO vai levar à cimeira, mas as percentagens ainda não estão fechadas e também está por definir a meta temporal para chegar a tais gastos, se 2032 ou 2035.

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Paquistão vai propor Donald Trump para Nobel da Paz

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a "liderança decisiva" e a "intervenção diplomática" de Trump durante o conflito com a Índia. Presidente dos EUA diz que não será galardoado.

O Governo do Paquistão anunciou hoje a intenção de nomear formalmente o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz, pela intervenção na crise com a Índia.

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a “liderança decisiva” e a “intervenção diplomática” de Trump durante o conflito entre as duas potências nucleares, segundo um comunicado.

“Num momento de intensa turbulência regional, o Presidente Trump demonstrou uma grande visão estratégica e uma excecional habilidade política mediante uma sólida interação diplomática com Islamabade e Nova Deli, que reduziu a escalada de uma situação que se deteriorava rapidamente, alcançando finalmente um cessar-fogo”, referia-se no texto.

O anúncio foi conhecido depois de uma recente reunião, em Washington, entre o chefe do Exército do Paquistão, Asim Munir, e o Presidente norte-americano.

“Não receberei um Prémio Nobel da Paz por conter a guerra entre a Índia e o Paquistão (…). Não o receberei, mesmo que o faça, mas as pessoas sabem e isso é tudo o que me importa”, escreveu na sexta-feira Trump na sua rede social Truth Social.

As afirmações de Trump sobre o papel de mediador, no entanto, chocam com a postura oficial de Nova Deli.

A crise entre os dois vizinhos com armas nucleares ocorreu em maio, quando ambas as nações se bombardearam mutuamente.

A escalada desencadeou-se após um atentado terrorista que custou a vida a dezenas de turistas num destino turístico na Caxemira administrada pela Índia.

Nova Deli acusou o Paquistão de patrocinar o ataque, uma alegação sobre a qual não apresentou provas públicas e que Islamabade nega.

Na sexta-feira, quando anunciou a antecipação da assinatura do acordo entre a República Democrática do Congo com o Ruanda, para a próxima segunda-feira, inicialmente marcado para dia 27, Trump escreveu: “Não receberei um Prémio Nobel da Paz independentemente do que faça, incluindo Rússia/Ucrânia e Israel/Irão, quaisquer que sejam esses resultados, mas já o sabemos”, reivindicando também a manutenção da paz entre o Egito e a Etiópia.

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Turquia acusa Israel de arrastar região para um “desastre total”

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

"Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita", afirmou Hakan Fidan, ministro dos Negócios Estrangeiros turco.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, acusou hoje Israel de arrastar a região para uma “desastre total”, no nono dia de guerra com o Irão.

“Israel está agora a arrastar a região para a beira do desastre total ao atacar o Irão, nosso vizinho”, disse o chefe da diplomacia turca numa cimeira da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul.

“Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita”, afirmou Hakan Fidan, apelando ao fim da “agressão sem limites” contra o Irão.

Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial.

Hakan Fidan

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia

“Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial”, acrescentou o ministro turco perante dezenas de homólogos dos países membros da OCI.

Falando depois, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou os países ocidentais de darem “apoio incondicional” a Israel, afirmando que Ancara não permitirá que as fronteiras regionais sejam redesenhadas “com sangue”.

“É essencial que demonstremos uma maior solidariedade para pôr fim aos atos de banditismo de Israel, não só na Palestina, mas também na Síria, no Líbano e no Irão”, acrescentou, dirigindo-se aos 57 países membros da OCI, uma organização fundada em 1969 que pretende ser a voz do mundo muçulmano.

Já na passada terça-feira o Presidente turco tinha acusado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ser “a maior ameaça” para o Médio Oriente, numa conversa telefónica com o Emir do Qatar, informou a presidência turca.

Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.

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Hyundai Inster. Mobilidade elétrica sem complexos de tamanho

O compacto elétrico da sul-coreana Hyundai desafia as ruas e recantos de Lisboa com uma abordagem descomplicada e engenhosa, cumprindo exatamente o prometido, sem luxos nem exageros.

Durante os mais recentes arraiais dos Santos Populares de Lisboa, entre as sardinhas assadas do Bairro Alto e as marchas de Santo António, o ECO testou aquele que pode bem ser o próximo fenómeno das ruas estreitas da capital: o Hyundai Inster.

Num mercado onde os elétricos pequenos lutam entre a necessidade de serem acessíveis e a tentação de parecerem crescidos, este sul-coreano de 3,82 metros promete resolver a equação com uma receita simples: ser genuinamente prático sem fingir ser aquilo que não é.

Com preços a partir dos 24.900 euros para a versão Comfort, o Inster posiciona-se numa faixa competitiva face ao Citroën ë-C3 e ao Renault 5, embora seja consideravelmente mais caro que o Dacia Spring. A versão Style testada, já com a bateria de 42kWh e 97 cavalos, situa-se nos 27.450 euros, um valor que coloca o pequeno coreano numa posição interessante para quem procura um primeiro elétrico sem grandes concessões.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada.

O maior trunfo do Inster reside numa solução aparentemente simples, mas inteligente: os bancos traseiros deslizam individualmente sobre o mesmo eixo, permitindo variar a capacidade da bagageira entre os 238 litros (bancos totalmente recuados) e os 351 litros (bancos à frente). Esta modularidade, rara num carro deste segmento, transforma radicalmente a utilização prática do veículo, permitindo adaptar o espaço às necessidades do momento.

A solução é ainda mais inteligente quando se descobre que todos os bancos, incluindo o do passageiro da frente, podem ser rebatidos completamente, criando uma superfície plana que transforma o interior numa espécie de acampamento sobre rodas. Esta versatilidade é um argumento forte para quem vive em apartamentos pequenos e precisa de um carro que seja também arrecadação móvel.

Equipamento de série generoso

Para os 25 mil euros de investimento, o Inster não dececiona no capítulo do equipamento. De série chega um ecrã de 10,25 polegadas com todas as funcionalidades comuns, climatização automática, carregamento por indução, keyless, sensores de estacionamento traseiros e um conjunto completo de assistências à condução que incluem cruise control adaptativo. Este nível de equipamento destaca-se face à concorrência, especialmente quando comparado com o Spring, que por menos dinheiro oferece significativamente menos conteúdo.

Com a bateria de 42kWh, o Inster promete 327 quilómetros de autonomia em ciclo WLTP, valores que se aproximaram da realidade durante os nossos percursos alfacinhas. O consumo médio de 14,3 kWh/100km mostrou-se consistente, mesmo com o ar condicionado a trabalhar nas tardes quentes de junho. Para um utilizador urbano, estes números traduzem-se numa autonomia semanal sem preocupações.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres.

Nas subidas do Chiado e nos engarrafamentos típicos dos Santos Populares, o Inster não ficou para trás. O binário instantâneo de 147 Nm e o peso contido de 1.380 kg permitem uma condução ágil e responsiva em cidade. O raio de viragem de 10,6 metros facilita as manobras de estacionamento, embora se esperasse melhor num carro desta dimensão.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres. A 25 mil euros, seria legítimo esperar acabamentos mais cuidados, especialmente nas zonas de contacto direto.

O motor de 97 cavalos revela as suas limitações quando se abandona o perímetro urbano. A aceleração dos 0-100 km/h em 11,7 segundos é adequada para cidade, mas fica aquém quando se pretende uma condução mais dinâmica. A velocidade máxima de 140 km/h é suficiente, mas o Inster não esconde alguma falta de fôlego nas ultrapassagens. E acima dos 50 km/h, começam a notar-se ruídos de vento e de rolamento que comprometem o conforto a bordo. Esta questão torna-se mais evidente em autoestrada. Para um carro concebido primariamente para uso urbano, não é um defeito grave, mas limita a versatilidade.

O Inster representa uma proposta inteligente no segmento dos elétricos compactos, destacando-se pela versatilidade interior única e por um nível de equipamento generoso face ao preço praticado. Os 25 mil euros pedidos encontram justificação numa soma de características que poucos rivais conseguem igualar em simultâneo.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada. As limitações existem e são evidentes — materiais interiores, performance em estrada aberta e algum ruído –, mas não comprometem a utilização para a qual foi concebido.

Numa altura em que os elétricos pequenos lutam entre serem acessíveis ou completos, este sul coreano consegue ser ambos, sem grandes dramas nem revoluções. Talvez seja precisamente esta honestidade que o torna apelativo numa época em que muitos construtores prometem mais do que conseguem entregar.

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Governo vai procurar despesa de outros ministérios que possa ser registada como gastos em defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Ministro das Finanças afirma que Governo irá "identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas” como gastos em defesa.

O Governo admite que Portugal “não será dos mais rápidos” dos aliados da NATO a aumentar os gastos com defesa, mas garante que o país “não ficará para trás” e que isso será feito com gestão orçamental rigorosa.

Nós não seremos dos mais rápidos, mas também não ficaremos para trás. O país não pode ficar para trás nesta questão, isso seria crítico, até porque Portugal defende uma enorme fronteira da Europa, a fronteira do Atlântico Norte”, disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à agência Lusa.

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em defesa -, o governante assegurou “um crescimento da despesa nos próximos anos” de acordo com o plano que Portugal irá apresentar na ocasião e que prevê chegar à meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) já este ano.

Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública”, elencou Joaquim Miranda Sarmento.

Apontando que “essa gestão tem sido feita e vai continuar a ser feita”, o ministro indicou sem especificar que isso “passa naturalmente por ser cada vez mais criterioso nas escolhas que se fazem”.

Questionado se tal passa por alterar a contabilização atual, Joaquim Miranda Sarmento indicou que Portugal seguirá o conceito de despesas da NATO, mas irá “identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas”.

Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito [sem serem contabilizadas] e estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito” sem serem contabilizadas e, por isso, “estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas”, exemplificou.

Além disso, “vamos naturalmente aumentar as capacidades de defesa do país nas suas múltiplas vertentes”, prometeu o ministro, referindo estar já a ser feito um levantamento “com cautela e com peso e medida para não colocar em causa o equilíbrio das contas públicas”.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, esperando que não haja guerra, mas preparando-se para o pior, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

“Veremos com a evolução […] da cimeira o que é que poderemos decidir”, adiantou Joaquim Miranda Sarmento à Lusa.

Governo admite empréstimos europeus para defesa e compras conjuntas na UE

O Governo admite recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa, defendendo também aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.

É possível que se use algum, que se recorra ao SAFE, embora as condições de financiamento do SAFE, neste momento, não sejam particularmente mais favoráveis do que as condições de financiamento da República [portuguesa], mas estamos a analisar todas as alternativas que existem”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

Há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em segurança -, o governante apontou também que “há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião“.

A ideia seria não só que Portugal beneficiasse destes empréstimos comunitários (iniciativa designada como SAFE), mas que também fizesse parte de projetos europeus, podendo ainda vender equipamentos produzidos no país.

“O que o Ministério da Defesa está a fazer […] é a estabelecer protocolos com outros países para que esses países possam adquirir este avião que é produzido maioritariamente em Portugal”, assinalou Joaquim Miranda Sarmento na entrevista à Lusa.

O ministro das Finanças aludia ao KC-390, um avião bimotor produzido com componentes feitas em Évora e da empresa brasileira Embraer.

É um avião de transporte militar multifacetado para uso tático e logístico, que por ter alcance intercontinental pode ser usado em operações militares, designadamente da NATO.

No final de maio, o Conselho da UE adotou este pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem solicitar a Bruxelas até final do ano.

Previsto está que este pacote de empréstimos, designado como SAFE, facilite compras conjuntas de material militar entre os Estados-membros e seja financiado através de dívida conjunta emitida pela UE e depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem. Este novo instrumento europeu de crédito em circunstâncias extraordinárias é uma das medidas do plano de 800 mil milhões de euros para defesa na UE.

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ECO Quiz. Competitividade, salários e apagão

  • Tiago Lopes
  • 21 Junho 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Portugal caiu uma posição no ranking mundial de competitividade, passando para o 37.º lugar. O país destaca-se especialmente nas áreas de infraestruturas (subindo ao 25.º lugar) e eficiência governativa (agora 35.º), apesar do desempenho mais fraco na eficiência empresarial e no desempenho económico, zonas em que recuou para o 42.º lugar.

Mais de metade dos 81 ex-alunos do programa The Lisbon MBA da Católica|Nova, ouvidos num barómetro para o ECO, prevêem um abrandamento dos aumentos salariais em Portugal em 2025. Este sentimento de contenção reflete “a perceção de fragilidade no mercado de trabalho”.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

 

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Trump avisa Sánchez antes da cimeira de Haia. Espanha “tem de pagar o mesmo que os outros” para a NATO

Após Pedro Sánchez recusar cumprir meta “irracional e contraproducente” de gastar 5% do PIB em Defesa, o presidente dos EUA sublinhou que Espanha "sempre pagou muito pouco à NATO".

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta sexta-feira que a NATO “terá de lidar com Espanha”, que “deve pagar o mesmo que os outros”, numa reação à rejeição espanhola para se comprometer com um objetivo de gastos na defesa equivalentes a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Creio que Espanha deve pagar o mesmo que os outros”, disse Trump, questionado sobre as declarações do primeiro-ministro espanhol. Pedro Sánchez recusou a meta para aumentar a despesa com defesa para 5% do PIB, classificando a medida como “irracional e contraproducente”.

“Espanha tem sido um país que sempre pagou muito pouco. Ou eram bons negociadores ou simplesmente não estavam a fazer o que era correto. Espanha deve pagar o mesmo que todos os outros”, reforçou o presidente dos EUA.

As declarações de Donald Trump surgem a poucos dias da cimeira de Haia, onde será proposto este reforço do investimento na defesa dos atuais 2% para 5%. A proposta de Mark Rutte, novo secretário-geral da NATO, é que 3,5% sejam em gastos diretos com defesa (capacidades militares) e 1,5% em infraestruturas e indústria de segurança.

 

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Juíza contraria ordem de Trump e autoriza Universidade de Harvard a inscrever alunos internacionais

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Trump assinou ordem executiva a suspender por seis meses entrada no país de novos estudantes internacionais aceites por Harvard, acusando a universidade de "radicalismo" e "ligações preocupantes".

Uma juíza federal norte-americana autorizou esta sexta-feira a Universidade de Harvard a continuar a inscrever alunos internacionais, contrariando determinações do executivo de Donald Trump.

Uma ordem da juíza distrital Allison Burroughs mantém a capacidade de Harvard inscrever estudantes estrangeiros enquanto é decidido o caso que opõe a universidade ao executivo.

Harvard processou em maio o Departamento de Segurança Interna, após este ter retirado a certificação da universidade para receber estudantes estrangeiros.

A ação terá obrigado os cerca de 7.000 estudantes estrangeiros de Harvard a pedirem transferência, sob pena de passarem a estar ilegalmente nos EUA.

A universidade considerou a ação uma retaliação ilegal por rejeitar as exigências da Casa Branca para rever as suas políticas em relação a protestos no campus, admissões, contratações e outros assuntos.

Donald Trump tinha assinado uma ordem executiva que suspendia por seis meses a entrada no país de novos estudantes internacionais aceites por Harvard, acusando a universidade de “radicalismo” e “ligações estrangeiras preocupantes”.

Essa medida foi igualmente suspensa por uma decisão da juíza Allison Burroughs, que sublinhou a necessidade de conceder “certas proteções aos estudantes internacionais” da universidade.

Entretanto, alegando que Harvard se tornou excessivamente liberal e tolerou o assédio antissemita, o executivo de Trump cortou quase três mil milhões de dólares (2,62 mil milhões de euros) de financiamento, incluindo em bolsas de investigação, cancelou contratos federais e ameaça revogar o seu estatuto de isenção fiscal.

Em abril, a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, exigiu que Harvard entregasse uma série de registos relacionados com qualquer atividade perigosa ou ilegal de estudantes estrangeiros.

Harvard afirma ter cumprido a ordem, mas Noem afirmou que a resposta foi insuficiente e, a 22 de maio, revogou a certificação de Harvard no Programa SEVIS (Student and Exchange Visitor), o principal sistema através do qual os estudantes estrangeiros são autorizados a estudar nos Estados Unidos.

A sanção colocou imediatamente Harvard em desvantagem, pois competia pelos melhores estudantes do mundo, afirmou a instituição no seu processo, e prejudicou a sua reputação como centro de investigação global. “Sem os seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, afirmava o processo.

Algumas instituições no estrangeiro rapidamente ofereceram convites aos estudantes de Harvard, incluindo duas universidades em Hong Kong.

O reitor de Harvard, Alan Garber, afirmou anteriormente que a universidade tinha feito mudanças para combater o antissemitismo. Mas Harvard, disse, não se afastará dos seus “princípios fundamentais e legalmente protegidos”, mesmo depois de receber ultimatos federais.

Uma das universidades mais prestigiadas do mundo, Harvard acolhe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição.

No mês passado, a administração Trump suspendeu temporariamente a marcação de novas entrevistas para a obtenção de vistos para estudantes estrangeiros que pretendem estudar nos EUA, enquanto se preparava para alargar a análise da sua atividade nas redes sociais, segundo as autoridades.

Estudantes de todo o mundo têm esperado ansiosamente que os consulados dos EUA reabram as entrevistas para obtenção de vistos, à medida que a janela que lhes resta para reservar as suas viagens e fazer os preparativos para alojamento se estreita antes do início do ano letivo.

Esta semana, o Departamento de Estado indicou que está a reiniciar o processo suspenso para estrangeiros que se candidatam a vistos de estudante, mas os candidatos serão obrigados a desbloquear as contas nas redes sociais para análise.

Segundo o departamento, os funcionários consulares estarão atentos a publicações e mensagens que possam ser consideradas hostis aos Estados Unidos, ao seu Governo, cultura, instituições ou princípios fundadores.

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Sistemas de controlo fronteiriço nos aeroportos precisam de “período de adaptação”

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Novos sistemas de controlo de fronteiras nos aeroportos portugueses estão a fazer com que passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração.

O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou esta sexta-feira que os sistemas de controlo de fronteiras instalados há um mês nos aeroportos necessitam de “um período de adaptação” devido à complexidade, apesar da operação estar a decorrer como o previsto.

Há cerca de um mês foram instalados nos aeroportos portugueses novos sistemas de controlo de fronteiras, o que está a fazer com que passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração, como ainda aconteceu esta semana.

Algumas companhias aéreas, como é o caso da Easyjet, estão a alertar os passageiros fora do Espaço Schengen para as possíveis filas e atrasos no controlo de fronteira nos aeroportos portugueses.

Fonte oficial da PSP, polícia que controla as fronteiras nos aeroportos, disse à Lusa que as filas não estão relacionadas com a falta de recursos humanos, mas sim porque o sistema está lento.

Numa resposta enviada à Lusa, o Sistema de Segurança Interna (SSI), que integra a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros, estrutura criada no SSI depois da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, refere que o aumento de filas no controlo de passaportes deve-se ao “crescimento do número de passageiros, entre 10% e 15%, dependendo dos aeroportos, aumento do número de voos e a sua concentração em determinados períodos do dia e à maior exigência nos controlos obrigatórios definidos por regulamentos europeus”.

O SSI sublinha que, com estes novos sistemas, “o controlo fronteiriço passou a incluir um número acrescido de verificações de segurança e consultas a bases de dados internacionais, impostos pelos regulamentos, o que significa “mais segurança e tecnologia e, naturalmente, a necessidade de um período de adaptação, tanto dos próprios sistemas, como dos profissionais no terreno”.

“Os sistemas estão a funcionar e, apesar da complexidade, a operação decorre como previsto. Importa referir que, estamos na altura de maior afluência de passageiros, o que podemos assegurar é que todas a entidades envolvidas estão a trabalhar diariamente em estreita colaboração, para garantir a melhor experiência de viagem possível”, precisa o SSI.

Questionado sobre os motivos dos sistemas estarem lentos e quando o problema será resolvido, o SSI respondeu: “Com base na monitorização em curso, foram entretanto implementadas diversas ações para melhorar o serviço, com o reforço da capacidade de rede, a instalação de novos equipamentos de comunicação, colocação em funcionamento de mais equipamentos automáticos de controlo de passageiros (Rapids) para os Aeroportos de Lisboa, Faro, Porto, Funchal, Ponta Delgada, Porto Santo e Lages, bem como formação contínua dos guardas de fronteira”.

O Sistema de Segurança Interna garante que, “em colaboração com todas as entidades e empresas parcerias envolvidas, acompanha ao minuto a situação em todos os aeroportos nacionais” e atua de “imediato para solucionar todas as situações de forma a minimizar o impacto causado aos viajantes”.

“A prioridade é garantir que o processo de adaptação aos novos sistemas se realize da forma mais eficaz, com o menor impacto possível”, refere ainda o SSI.

Os sistemas em causa são o ‘VIS4’ (Sistema Europeu de Informação sobre Vistos), o ‘PASSE+’ (Sistema Nacional de Controlo de Fronteiras Aéreas e Terrestres) e o Portal das Fronteiras.

Recentemente, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) alertou para o quadro de exaustão dos profissionais afetos à Unidade de Estrangeiros e Fronteiras devido a várias situações que se vivem nos aeroportos, tendo chamado a atenção que com a proximidade do verão são necessárias diligências para “ultrapassar os obstáculos e mitigar os danos junto dos cidadãos, mas principalmente junto dos profissionais da PSP”.

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Membros da Fed divididos sobre corte de juros nos EUA

Christopher Waller mostrou-se aberto a um corte de juros já em julho, enquanto Tom Barkin manteve um tom mais reservado, mostrando-se confortável com o nível atual de juros.

A Reserva Federal dos EUA (Fed) tem resistido à pressão de Donald Trump para cortar juros. Mas depois de ter mantido esta semana a taxa dos fundos federais num intervalo entre 4,25% e 4,5%, começam a existir opiniões divergentes dentro da instituição sobre a política de juros futura nos Estados Unidos.

Dois membros da Fed fizeram declarações contraditórias esta sexta-feira sobre as taxas de juro no país. O governador Christopher Waller afirmou que não espera que as tarifas aumentem significativamente a inflação, defendendo que a autoridade monetária do país pode cortar juros já no próximo mês.

Sou totalmente a favor de dizer que talvez devêssemos começar a pensar em cortar a taxa de juro na próxima reunião, porque não queremos esperar até que o mercado laboral caia antes de começarmos a cortar juros”, afirmou o responsável esta sexta-feira, à CNBC.

Já o presidente da Fed de Richmont, Tom Barkin, em declarações à Reuters, mostrou uma postura bem mais conservadora, em linha com o que tem sido mostrado por Jerome Powell. O membro da Fed argumenta que a inflação continua acima do objetivo de 2% e o tema das tarifas continua por resolver e a taxa de desemprego está num nível baixo, em 4,2%. Ou seja, Barkin, tal como o presidente da Fed, não vê urgência para descer juros.

“Nada está a acontecer de nenhum dos lados que sugira que há pressa em agir”, defendeu Barkin. “Não estou com disposição para ignorar um pico de inflação, caso ele aconteça… Teremos de ver se acontece”, acrescentou, mostrando-se “confortável” com o nível de juros atual.

“A inflação core ainda está acima da meta. Ser um pouco restritivo é uma boa maneira de lidar com isso”, rematou o responsável.

Jerome Powell disse esta semana que “enquanto tivermos o tipo de mercado de trabalho que temos e a inflação a descer, o certo a fazer é manter as taxas”, sublinhando inclusive que “o mercado de trabalho não está a clamar por uma redução das taxas de juro.” Além disso, salientou que “em comparação com setembro de 2024, quando reduzimos as taxas, a previsão de inflação para o ano atual é de uma inflação mais elevada devido às tarifas.”

O presidente da Fed tem-se mantido inflexível às pressões do presidente dos EUA, que tem apelado diretamente a Powell para cortar juros, disparando mesmo insultos contra o responsável máximo do banco central norte-americano.

Antes da reunião desta quarta, dia 17 de junho, Trump chamou “estúpido” e “politizado” a Powell, poucas horas antes da decisão da instituição sobre as taxas de juro. “Não há inflação [nos Estados Unidos] e, portanto, gostaria de ver as taxas baixarem”, disse o líder da Casa Branca, enquanto fingia questionar-se se poderia nomear-se a si próprio para o cargo de presidente da Fed.

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Trump redobra ataques aos media públicos e despede mais 600 funcionários

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Ronda de despedimentos significa uma nova escalada das ações da administração Trump contra instituições culturais, universidades e meios de comunicação públicos nos EUA.

A administração norte-americana liderada por Donald Trump determinou esta sexta-feira a demissão de mais de 600 funcionários da agência federal que inclui a emissora Voice of America e a Rádio Martí, no mais recente ataque aos media públicos.

“Estamos a tomar medidas decisivas para implementar a agenda do Presidente Trump de reduzir a burocracia federal descontrolada”, frisou Kari Lake, nomeada pelo Partido Republicano como conselheira sénior da Agência dos Estados Unidos para os Media (USAGM, na sigla em inglês).

Numa carta publicada na sua conta na rede social X, Lake confirmou que “639 funcionários da USAGM e da Voice of America [Voz da América, em português] receberam avisos de despedimento devido à redução de pessoal”.

Esta medida completa a redução de 85% nesta força de trabalho, resultando em menos 1.400 postos desde que o Presidente ordenou o seu desmantelamento em março, noticiou a agência Efe.

“Durante décadas, os contribuintes norte-americanos foram obrigados a financiar uma agência repleta de disfunções, preconceitos e desperdícios. Isso acaba agora”, destacou a antiga apresentadora e candidata ao Senado.

Após esta ronda de despedimentos, apenas cerca de 250 funcionários permanecerão na administração da USAGM, da Voice of America e do Office of Cuba Broadcasting, empresa-mãe da Radio Martí.

“A agência opera agora perto do mínimo legal, com eficiência e foco. Este é um exemplo claro de um Governo responsável a reduzir o desperdício, a restaurar a responsabilização e a cumprir a promessa de dar prioridade aos contribuintes americanos”, concluiu Lake.

A Rádio Farda, uma filial da Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade e com sede em Praga, continuou a emitir, acompanhando o conflito entre Israel e o Irão, embora o seu editor-chefe estimasse que mais de metade da sua equipa tenha sido dispensada pelas medidas do Governo Trump, noticiou na quinta-feira a agência Associated Press (AP).

“Temos fornecido informações aos iranianos minuto a minuto sobre o conflito”, sublinhou Golnaz Esfandiari, editora-chefe da Rádio Farda, acrescentando que vários iranianos contactaram a emissora para expressar o seu apreço pelas reportagens que não aparecem nos meios de comunicação estatais iranianos.

As medidas divulgadas esta sexta-feira constituem uma nova escalada das ações da administração Trump contra instituições culturais, universidades e meios de comunicação públicos.

No início de maio, o republicano ordenou que o orçamento federal dos ‘media’ públicos NPR e PBS, que acusou repetidamente de manter um pendor esquerdista, fosse reduzido ao mínimo legal.

O encerramento destes canais, concretamente da Voice of America — que oferecia programação em mais de 40 línguas, dirigida a países com censura à imprensa e era vista como um exemplo de ‘soft power’ dos EUA em todo o mundo — foi amplamente criticado por congressistas democratas e republicanos, que testemunharam sobre o vazio deixado pelo fim de centenas de serviços de rádio, televisão e digitais.

O diretor da Voice of America, Mike Abramowitz, e vários jornalistas do canal apresentaram duas ações judiciais contestando a ordem executiva de Trump.

Embora tenham obtido sucesso inicial graças a decisões judiciais que bloquearam temporariamente os despedimentos, estas ações foram posteriormente anuladas em tribunais de recurso, onde os processos estão atualmente em curso.

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