5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que se vai saber se Sócrates vai a julgamento em processo separado da Operação Marques, Semapa distribui dividendos e o INE e Eurostat divulgam dados.

José Sócrates saberá está quarta-feira se vai a julgamento por processo separado da Operação Marquês. No mesmo dia, termina o prazo de negociações da Duro Felguera com credores, o INE divulga dados dos setores dos serviços e da construção e o Eurostat dados sobre o comércio por moeda de faturação.

Como evoluíram os setores da construção e de serviços em abril?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgará os índices de produção, emprego e remuneração no setor da construção — e para os trabalhadores dos serviços juntamente com os dados sobre horas trabalhadas – relativos a abril deste ano. Em maio, o índice de produção na construção desacelerou 0,7 pontos percentuais, passando para um crescimento homólogo de 1,3%.

TCIC anuncia se Sócrates vai ou não a julgamento em processo separado da Operação Marquês

A decisão da juíza de instrução Sofia Marinho Pires, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), será conhecida esta quarta-feira, às 16h00. Nessa sessão ficará determinado se o ex-primeiro-ministro José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva vão ou não a julgamento num processo separado da Operação Marquês, relativo aos crimes de falsificação de documento e branqueamento de capitais que lhes são imputados.

O Ministério Público já reconheceu a prescrição dos três crimes de falsificação alegadamente cometidos em coautoria, mas a defesa de Sócrates sustenta que também os crimes de branqueamento prescreveram há, pelo menos, um mês.

Semapa começa hoje a pagar dividendos

Arranca esta quarta-feira o pagamento de dividendos da Semapa, dona da Navigator e da Secil, num total de cerca de 50 milhões de euros, o que corresponde a 0,626 euros por ação. A holding da família Queiroz Pereira fechou 2024 com um resultado líquido de 232,7 milhões de euros, 4,8% abaixo dos 244,5 milhões registados no ano anterior. O volume de negócios somou 2.849,4 milhões de euros, um aumento de 5,3% face a 2023. Mais de 75% das receitas do grupo foram geradas no exterior.

Termina hoje o prazo de negociações da Duro Felguera com credores

A participada espanhola da Mota-Engil, Duro Felguera, pediu, a 11 de março, uma prorrogação de três meses do processo de proteção contra credores, estendendo as conversas até esta quarta-feira. Na altura, o pedido surgiu por não ter chegado a acordo com a Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI) para a reestruturação do grupo, que passaria por converter em ações os 120 milhões de euros que lhe emprestou em plena pandemia, o que lhe daria a maioria do capital.

Eurostat divulga comércio por moeda de faturação

O órgão estatístico europeu, Eurostat vai divulgar dados sobre o comércio por moeda de faturação referente a 2024. Em 2023, o euro foi a moeda mais usada nas exportações da União Europeia (52%), à frente do dólar americano (32%). No entanto, o dólar americano foi a moeda mais utilizada para as importações na UE, com uma quota de 50% em 2023, à frente do euro com 41%.

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Farmacêuticas nacionais mais que duplicaram vendas para EUA antes do ‘Dia da Libertação’

Empresas da saúde exportaram mais 160% no primeiro trimestre do que entre janeiro e março de 2024. Indústria mantém-se "confiante" na capacidade de produção e na cadeia de abastecimento global.

Sob o antigo ditado de que “prevenir é o melhor remédio”, as farmacêuticas portuguesas terão tentado antecipar-se às tarifas dos Estados Unidos (EUA), o segundo maior destino das suas vendas, e procurado escoar os produtos e ingredientes de medicamentos para o outro lado do Atlântico antes do chamado “Dia da Libertação”, a 2 de abril.

No primeiro trimestre, as exportações da saúde para Estados Unidos cresceram 32,5%, em termos homólogos, para 484 milhões de euros. Só de fevereiro para março, estas empresas mais que duplicaram as exportações para a maior economia do mundo de 131 milhões para 286 milhões de euros. Na prática, os EUA representavam 16% das vendas de produtos farmacêuticos e de preparações farmacêuticas de base e passaram para 69% em apenas um mês.

Em janeiro, mês da tomada de posse de Donald Trump, o mercado norte-americano valia apenas 7% das exportações do setor ou cerca de 63 milhões de euros. Entretanto, em meados de fevereiro, os Estados Unidos estimaram taxar os produtos farmacêuticos em “25% ou mais” e levaram as vendas a aumentar de 63 milhões de euros no início do trimestre para quase 300 milhões no final de março.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta segunda-feira novos dados sobre as exportações, referentes a abril, que permitem perceber que a atividade das farmacêuticas para o mercado norte-americano – que se havia intensificado nos meses anteriores – voltou a estabilizar no quarto mês de 2025. As organizações ligadas ao setor descartam comentários ou explicações, mas a queda coincide com o facto de, no temido dia 2 de abril, a administração Trump ter revelado que os produtos farmacêuticos iam ficar de fora das tarifas recíprocas, a par com os artigos de cobre.

Depois de ter escapado ao reforço das taxas aduaneiras, a indústria mantém-se num impasse e, simultaneamente, a preparar-se para qualquer investida da administração Trump. Ainda no início de maio, já depois da avalanche tarifária, o presidente dos Estados Unidos disse que iria anunciar tarifas sobre produtos farmacêuticos dali a “duas semanas”, logo após ter assinado uma ordem executiva para promover o seu fabrico em território norte-americano. Certo é que se passaram cinco semanas e não houve novidades da Casa Branca nesse sentido.

Empresas estão confiantes na cadeia de valor

As multinacionais do setor que estão presentes em Portugal corroboram a volatilidade e dinamismo internacional com os quais o mercado se depara, embora afirmem que a situação ainda é controlável e que estão a trabalhar na mitigação de “quaisquer potenciais impactos nos doentes”.

A situação continua a ser muito volátil e estamos a acompanhar de perto e a avaliar os potenciais impactos à medida que mais pormenores vão ficando disponíveis. Entretanto, estamos confiantes de que, com a nossa cadeia de abastecimento global e as nossas capacidades de produção, podemos continuar a fornecer medicamentos aos doentes, sejam eles pessoas ou animais”, referiu fonte oficial da alemã Boehringer Ingelheim.

“O ambiente externo é dinâmico e está a evoluir rapidamente. Consideramos que a situação atual é controlável e estamos confiantes na nossa capacidade de lidar com as mudanças na política e implementar quaisquer potenciais medidas de mitigação de forma ponderada e eficaz”, comentou a suíça Roche.

Enquanto administrador da Federação Europeia das Associações e Indústrias Farmacêuticas, o CEO da Bial, António Portela, assinou a carta que dezenas de farmacêuticas enviaram a Bruxelas a pedir apoio à Comissão Europeia para conseguir manter as operações na União Europeia, perante este risco em Washington e o aumento da regulação comunitária.

Questionada sobre a missiva, fonte oficial da farmacêutica portuguesa diz que traça medidas para garantir que a Europa continua a ser base de investigação, desenvolvimento e fabrico de medicamentos, nomeadamente “o fortalecimento das normas europeias de propriedade intelectual, a adoção de um quadro regulatório favorável à inovação e a coerência entre políticas ambientais e químicas”.

A inovação é crítica para os pacientes, para os sistemas de saúde e para a economia europeia. A Europa precisa de assumir um compromisso sério com o investimento no ecossistema farmacêutico, ou corre o risco de se tornar apenas consumidora da inovação de outras regiões

Fonte oficial da Bial

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) recusa comentar este movimento do setor e a política protecionista do presidente norte-americano, mas garante ao ECO que “está alinhada com o posicionamento da EFPIA [European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations] e encontra se a acompanhar a evolução dos acontecimentos”.

Vendas da saúde disparam 160% no primeiro trimestre

No cômputo geral, entre janeiro e março, as empresas da saúde venderam 2.244 milhões de euros para o exterior, o que representa um aumento de cerca de 160% em relação aos primeiros três meses de 2024, segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) com base na informação do INE.

O Health Cluster Portugal constata que a tendência de crescimento das exportações da fileira da saúde, que foi recordista no ano passado, continua a verificar-se em 2025. “No que respeita ao tipo de produto, o maior aumento verificou-se no segmento da fabricação de preparações farmacêuticas, passando de um total de 698 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado, para 2.021 milhões de euros entre janeiro e março de 2025, um aumento de 189,5%. Em segundo lugar, destaca-se a exportação de produtos farmacêuticos de base, com um aumento de 71,4%, correspondente a um total de 72 milhões de euros”, informa o cluster de saúde em resposta ao ECO.

Importa ainda realçar que a Alemanha destronou os Estados Unidos enquanto principal destino das exportações portuguesas da fileira da saúde ao registar um volume na ordem dos 1.268 milhões de euros no primeiro trimestre, mas só conquistou a liderança por causa de janeiro e fevereiro, meses nos quais as exportações de produtos farmacêuticos para a Alemanha totalizaram 1.235 milhões. Em março, com o agudizar da guerra comercial e a necessidade de investir noutros mercados, as exportações destes bens e substâncias para a maior economia da Europa caíram a pique para 20,8 milhões de euros.

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Banca aceita perdão de dívida para dar nova vida à uva sem grainha do Vale da Rosa

Plano de revitalização do Vale da Rosa foi aprovado pela maioria dos credores. Bancos aceitaram perdão de dívida de vários milhões. Espanhóis vão ficar com 85% do grupo que produz uva sem grainha.

O plano de recuperação do Vale da Rosa foi aprovado pela maioria dos credores, incluindo os bancos, que aceitaram um perdão de dívida de vários milhões de euros para dar uma segunda vida à produtora de uva sem grainha fundada pelo comendador António Silvestre Ferreira, mas agora com um capítulo sob controlo espanhol.

O Processo Especial de Revitalização (PER) teve o voto favorável de credores representando cerca de 92% da dívida do Vale da Rosa, excluindo abstenções. A favor do plano votaram, por exemplo, BCP, BPI e Crédito Agrícola, os maiores bancos credores, de acordo com processo consultado pelo ECO. Autoridade Tributária e Segurança Social – que não perdem dinheiro – também deram aval.

Mas nem todos os bancos aceitaram as condições do PER, casos do Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Bankinter, que votaram desfavoravelmente, enquanto o Novobanco se absteve.

Os bancos que aprovaram o PER optaram, na sua maioria, pela ‘alternativa A’ do plano, aceitando um perdão de dívida que ascenderá a vários milhões de euros, mas recuperando o remanescente nos três meses a seguir à homologação do plano. Já a ‘alternativa B’ previa um alongamento dos prazos de reembolso por uma década ou mais, mas com o pagamento integral das dívidas.

Além do Vale da Rosa, com dívidas de 16 milhões de euros, também a Uval e o próprio empresário em nome individual António Silvestre Ferreira avançaram para PER – estas duas últimas produzem e fornecem a uva que é comprada, processada e comercializada pela primeira.

Como o ECO avançou, a par da reestruturação financeira, o PER também contempla uma reorganização societária de todo o grupo, que conta com mais de 200 trabalhadores.

Desde logo com a entrada de dois novos acionistas: os espanhóis da Iberian Premium Fruits e da Sanlucar Fruits, com experiência no setor, facto que facilitou a aprovação dos PER por parte dos bancos.

Em março passado, as duas empresas espanholas e o Vale da Rosa celebraram um acordo de um financiamento de 3,535 milhões de euros para “suportar os custos operacionais” até junho e garantir que campanha da uva deste ano decorre sem constrangimentos.

Com a aprovação do PER, esta dívida será convertida em capital, numa operação que fará com que 85% do grupo passe para as mãos da joint-venture espanhola, com os atuais sócios – António Silvestre Ferreira e os quatro filhos – a permanecerem na estrutura acionista com 15% do negócio.

Com sede em Ferreira do Alentejo, o Vale da Rosa vem enfrentando dificuldades financeiras nos últimos anos, crise para a qual contribuíram fatores “estruturais e conjunturais”, segundo a empresa, incluindo um aumento significativo do endividamento e a perda de clientes importantes, como a Jerónimo Martins e o Lidl.

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Tarifas: TMG Automotive paga mais para equipar nova fábrica nos Estados Unidos

Fornecedora de têxteis para a indústria automóvel está a construir uma nova fábrica nos EUA, estimando um custo entre 25 e 30 milhões de euros em máquinas. Um preço que poderá subir com as tarifas.

A construção da nova unidade da TMG Automotive nos Estados Unidos poderá sair mais cara devido à imposição de tarifas. Com a nova administração norte-americana a impor novas taxas aduaneiras sobre as importações que chegam ao país, o administrador do grupo TMG admite que, em vez de um investimento estimado entre 25 e 30 milhões em máquinas para equipar a fábrica, a empresa poderá ter que pagar mais devido às tarifas, antecipando um impacto “muito grande” na folha de encargos.

A TMG Automotive, do grupo TMG, anunciou no início deste ano a construção de uma nova fábrica no Sul dos EUA, através de uma joint venture com a americana Haartz, com quem já tem uma parceria industrial na China. Trata-se da segunda unidade industrial da fornecedora de têxteis para a indústria automóvel fora do país, um investimento decidido há cerca de dois anos, “muito antes de Trump” e do tema das tarifas, segundo explicou Vítor Fernandes, administrador do Grupo TMG.

Apesar de referir que as tarifas diretas têm um impacto “muito limitado” — vendas para os EUA representam 4 ou 5% da produção “e para o México quase outros tantos” –, este tema poderá ter um impacto significativo naquilo que são os custos associados à construção da nova fábrica em Massachusetts.

“O tema das tarifas tem, sim, um impacto, que é neste investimento que estamos a fazer, sobretudo em nível de equipamentos — e a parte de equipamentos é muito pesada”, admitiu Vítor Fernandes, administrador do Grupo TMG, na conferência Risco País da Coface, que decorreu no dia 3 de junho, na Fundação António Cupertino de Miranda, no Porto.

“Um set de base para uma fábrica como a que temos, só em equipamentos custa entre 25 e 30 milhões de euros. Aí as tarifas podem ter um impacto muito grande“, explicou o responsável da empresa de Vila Nova de Famalicão.

Um set de base para uma fábrica como a que temos, só em equipamentos custa entre 25 e 30 milhões de euros. Aí as tarifas podem ter um impacto muito grande.

Vítor Fernandes

Administrador executivo do Grupo TMG

Apesar de admitir este aumento nos custos, o administrador do grupo TMG salvaguardou que, “por um lado, tem havido alguma sensibilidade do ponto de vista da diplomacia económica do lado dos EUA, de perceberem que este tipo de investimento nos EUA é algo que eles não têm, porque só existe um player nos EUA a fazer o que nós fazemos”. “Por outro lado, é um investimento que já tínhamos anunciado antes das tarifas”, acrescentou.

Mesmo com o impacto das tarifas, Vítor Fernandes reconhece que “olhando para equipamentos semelhantes produzidos nos EUA e os produzidos na Europa, que é aquilo que são os nossos, mesmo com as tarifas em cima, eles saem muito mais baratos colocados lá do que comprados localmente”.

O administrador do grupo famalicense alerta ainda para o impacto indireto das tarifas no que diz respeito à procura. “Obviamente que nos preocupa o impacto indireto, que é quebra da procura, porque se os carros vão ficar mais caros, certamente a procura vai começar a abrandar”, avisa.

Para já, “ainda não o notamos”, diz. “Notamos algum maior conservadorismo dos nossos principais clientes. Os contratos ainda estão lá, estão ativos, mas há aqui algum roll over em termos de entregas, mas acho que mais cedo ou mais tarde é inevitável” uma quebra na procura, reconhece.

Obviamente que nos preocupa o impacto indireto, que é quebra da procura, porque se os carros vão ficar mais caros, certamente a procura vai começar a abrandar. Ainda não o notamos, notamos algum maior conservadorismo dos nossos principais clientes. Os contratos ainda estão lá, estão ativos, mas há aqui algum roll over em termos de entregas, mas acho que mais cedo ou mais tarde é inevitável.

Vítor Fernandes

Administrador executivo do Grupo TMG

“Hoje já se nota, que é algo que já se sentia em 2008/2009, pré-grande crise do setor automóvel, que é que as grandes marcas mundiais estavam a produzir muito mais do que estavam a vender, estavam a fazer stock e a uma dada altura estourou. Já se nota que isto está a acontecer, mas acredito que vão ser mais cautelosos nesta gestão de stocks“, conclui.

Sobre a entrada de novos fabricantes chineses na Europa, Vítor Fernandes refere que, no que diz respeito à Automotive, “enquanto os carros tiverem bancos, estaremos lá para fornecer sejam europeus, chineses ou americanos“.

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Javier Tebas: «Não foi acordado nada com as ligas nacionais sobre o Mundial de Clubes, quando isso afeta as nossas competições»

  • Servimedia
  • 11 Junho 2025

O presidente da LALIGA, Javier Tebas, diz estar "preocupado com o futuro do futebol. Fundamentalmente, pela irrupção de novas competições, pela fraude audiovisual e pela governação".

Tebas participou em Bruxelas na sessão «Para onde vai o futebol?», realizada no Parlamento Europeu, um encontro que contou também com representantes da UEFA, da ECA (European Club Association), da Série A italiana e representantes das instituições da União Europeia, e no qual o dirigente abordou os desafios mais relevantes que a indústria do futebol tem pela frente.

Desta forma, o máximo dirigente da entidade patronal do futebol profissional espanhol colocou o foco na fraude audiovisual, uma luta em que a organização está imersa desde 2013 e que combate através do uso de diferentes ferramentas tecnológicas para detetar emissões ilegais. «Piratear é roubar. Não se pode justificar que por 35 euros por mês se possa roubar um produto que impulsiona uma indústria que cria centenas de milhares de empregos”, afirmou Tebas.

O dirigente também salientou que “à pergunta se o futebol deve ser gratuito, é impossível, porque a indústria não se sustentaria. Mesmo com os preços que se pagam hoje, vemos que os clubes perdem dinheiro. É inviável e é um problema de fair play». Além disso, comentou que atualmente «não temos um mercado publicitário de marcas globais na Europa, que é de onde vem o dinheiro, suficiente para poder pagar o futebol em aberto. Se quisermos assim, perder-se-ão postos de trabalho, baixarão os salários dos jogadores e outros salários de indústrias adjacentes ao futebol, sejam jornalistas, televisões, hotelaria ou retalho».

Durante a intervenção, Tebas enfatizou outros assuntos candentes, como o surgimento de novas competições. A Superliga, criada pela A22, é um exemplo disso. A este respeito, o presidente da LALIGA advertiu que a criação de competições «põe em perigo a verdadeira indústria, que são as competições nacionais, onde há muitos jogadores e clubes que não disputam competições europeias ou mundiais, e que podem desaparecer ou diminuir muito a sua capacidade de receitas e, portanto, os seus jogadores vão receber menos. Estas mudanças estão a favorecer uma minoria de clubes e isso vai contra o modelo europeu do desporto».

Aproveitou também a sua intervenção para criticar a saturação do calendário, com especial ênfase no Mundial de Clubes, que começa em breve. «Temos aqui um Mundial de Clubes sobre o qual não fomos consultados, não foi acordado nada que afete as nossas competições. Temos aqui alterações nas datas de incorporação de jogadores que a FIFA fez unilateralmente. Não consultou nem acordou com as ligas nacionais. Fazem-nos calendários, impõem-nos competições sem acordar com as ligas nacionais, que são as que sofrem os danos», salientou Tebas, que acrescentou: «Defendemos a competição e a indústria em geral. Na minha liga, tenho o Real Madrid, mas também tenho o Getafe. E preocupo-me tanto com o Real Madrid como com o Getafe».

Nesse sentido, Tebas concluiu apontando, como um dos desafios que o futebol tem pela frente no futuro, a necessidade de «mudar a forma de governar. Houve uma decisão importante – do TJUE – que alertou para o monopólio da UEFA e da FIFA, e devem ser tomadas decisões para ter processos regulamentares adequados, não discriminatórios, e chegar a um acordo com as partes que intervêm na indústria do futebol, como as ligas ou os jogadores».

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A Càtedra Barcelona d’Estudis d’Habitatge apresenta um decálogo de propostas para atenuar a crise habitacional

  • Servimedia
  • 11 Junho 2025

O decálogo propõe medidas concretas para garantir o direito à habitação, aumentar a oferta e reforçar a colaboração institucional.

Duas semanas após a realização do I Congresso Internacional de Habitação e Cidade, a Cátedra Barcelona d’Estudis d’Habitatge (CBEH) apresenta o decálogo de conclusões e propostas para enfrentar o problema da habitação. O documento nasce das reflexões do congresso, mas também de toda a ação desenvolvida pela Cátedra durante os últimos três anos.
Segundo explicou, é fruto do estudo transdisciplinar e internacional do tema e formula dez propostas com vocação transformadora, fundamentadas em evidências e orientadas para a aplicação real.

As propostas foram concebidas com a vontade de contribuir a partir do conhecimento rigoroso e aplicado, elaboradas com vocação de serviço público e a partir do espírito da autonomia universitária. Com o compromisso de alimentar o debate social, técnico e de políticas públicas com propostas viáveis e baseadas na abundante evidência acumulada ao longo dos anos.

Nesse sentido, a direção da Cátedra partilhou este decálogo, bem como o documento que o fundamenta, com entidades do setor e com responsáveis políticos. É o caso da Comissão Especial sobre a Crise da Habitação na União Europeia do Parlamento Europeu, que solicitou uma reunião com a Cátedra no âmbito da sua visita à cidade no final de maio. Nos próximos dias, o decálogo será também apresentado aos patronos da Cátedra — Generalitat de Catalunya e Ajuntament de Barcelona — bem como a instituições e agentes do setor. O objetivo da Cátedra é que as suas investigações, conclusões e propostas concretas se traduzam em políticas públicas específicas que melhorem a situação habitacional.

O decálogo propõe medidas para tornar efetivo o direito à habitação como pilar do Estado social. Defende o reforço da função social da propriedade, garantindo um retorno económico justo, e afirma que o uso residencial estável deve prevalecer sobre a rentabilidade financeira. Também propõe melhorar a qualidade regulatória e estabelecer uma duração indefinida para a qualificação das habitações de proteção oficial.

Além disso, propõe aumentar a liderança da União Europeia em matéria de habitação, justificando a existência de competências no direito da UE que permitem a sua intervenção; promover a inovação aplicada — como o uso de contribuições comportamentais, por exemplo, os nudges já utilizados noutros países europeus no domínio da habitação devoluta, com o objetivo de evitar, entre outros, as ocupações sem título legítimo —, bem como avançar para um urbanismo mais inclusivo e sustentável.

Aborda também a necessidade de um financiamento estável, de uma fiscalidade justa alinhada com o interesse geral e de um impulso decidido à colaboração público-privada com finalidade social. O texto defende uma governação cooperativa entre administrações e uma gestão pública moderna, digital e transparente, que torne efetivo o direito dos cidadãos a uma boa administração, ao mesmo tempo que reivindica a habitação como uma política fundamental para a saúde, o bem-estar e a justiça urbana.

NOVO QUADRO NORMATIVO

O documento parte da necessidade de efetivar o direito à habitação, que já foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça da UE e, recentemente, pelo Tribunal Constitucional espanhol, incorporando normativamente obrigações de resultados concretos para os cidadãos. Isso exige evitar regulamentações de baixa qualidade e melhorar o quadro normativo existente, reforçando assim a segurança jurídica, um elemento crucial para o desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental.

Nesse sentido, propõe-se restabelecer um mandato legislativo claro para que o governo catalão simplifique e harmonize a caótica regulamentação em vigor. Da mesma forma, são exigidas medidas contra a concentração da propriedade para fins especulativos, com o objetivo de favorecer o acesso acessível à habitação.

SERVIÇO PÚBLICO

A Cátedra reclama uma liderança clara por parte das instituições públicas, a começar pela União Europeia, e evitar uma possível «paralisia por análise», ou seja, acumular dados sem desenvolver políticas públicas eficazes e decididas, bem como evitar mensagens irrealistas e declarações vazias.

Um objetivo que pode ser alcançado através de um pacto político mínimo sobre habitação ou, pelo menos, através de um aumento da colaboração e da cooperação administrativa: mais financiamento público, uma melhor articulação entre os diferentes níveis de poder e uma aposta decidida na inovação e na colaboração público-privada.

Indica que é necessário reforçar o papel das câmaras municipais, dotando-as de competências claras e de recursos técnicos e económicos suficientes, atendendo às diferenças de dimensão e capacidade dos municípios. Propõe-se igualmente estabelecer uma governação multinível baseada na cooperação também com níveis supralocais inferiores ao autonómico. A Cátedra pede que se evite o conflito de competências permanente entre o Estado e as Comunidades Autónomas, dada a existência de uma doutrina clara do Tribunal Constitucional em matéria de habitação.

Também se propõe que as administrações gerem a habitação de forma mais eficaz e eficiente, com compromissos claros em termos de padrões de qualidade do serviço público de habitação e com maior transparência, utilizando ferramentas digitais e inteligência artificial para agilizar os trâmites administrativos.

FINANCIAMENTO E FISCALIDADE

Para tornar efetivo o direito à habitação, é necessário superar o subfinanciamento histórico e atingir a média europeia de investimento de 0,6 % do PIB. Atualmente, o investimento a nível estatal situa-se em torno de 0,14 % do PIB (34 euros por habitante, contra uma média anual de 160 euros na UE). No caso específico da Catalunha, o investimento ronda os 0,08 % do PIB, enquanto noutras comunidades, como o País Basco, situa-se em torno dos 0,50 %.

Neste sentido, a CBEH defende o estabelecimento de linhas de financiamento estáveis e plurianuais, bem como fundos específicos para promoção, reabilitação e gestão. No domínio fiscal, reclama-se uma política coerente com a função social da propriedade, com incentivos e penalizações orientados para garantir o acesso ao uso residencial. Nesta linha, propõe-se a aplicação do IVA correspondente às atividades económicas para habitações de uso turístico.

A colaboração público-privada e com o terceiro setor é considerada desejável e necessária, desde que seja garantida a liderança pública e critérios de equidade, transparência e permanência na acessibilidade do parque público. São propostas fórmulas como o direito de superfície (com um tratamento fiscal adequado que atualmente não existe) ou sociedades mistas de capital público-privado. Fórmulas que devem ser regulamentadas, com uma liderança institucional clara e mecanismos de prestação de contas.

A Cátedra coloca a habitação no centro de uma visão integral da cidade, na qual se articulam, por exemplo, habitação, planeamento urbano, segurança, saúde, serviços, equidade e coesão social. Por isso, propõe integrar a perspetiva do urbanismo e da habitação para evitar processos de gentrificação, segregação e turistificação que rompam o equilíbrio territorial. Isto inclui a reserva de habitação protegida em todos os tipos de terrenos, a regulamentação dos usos turísticos e do arrendamento temporário, com uma regulamentação adequada.

Por fim, o decálogo conclui que as condições residenciais afetam diretamente questões como a saúde, a segurança ou a qualidade de vida. Por isso, é necessário promover modelos de coabitação mista adaptados às necessidades das pessoas, como a habitação partilhada, especialmente para jovens, famílias monoparentais ou idosos. Esses modelos gerarão ambientes urbanos mais coesos, resilientes e inclusivos.

Com este documento, a Cátedra Barcelona de Estudos da Habitação reafirma o seu compromisso como espaço de referência na geração de conhecimento útil para melhorar a ação pública e a colaboração com o setor privado e o terceiro setor. Explica que o decálogo é um convite à ação, à regulamentação e ao planeamento da habitação nas cidades e vilas face à crise habitacional que as nossas cidades enfrentam há décadas.

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Os 1000 milhões da Netflix para Espanha impulsionam o centro de produção em Madrid e ativam a procura pela The Core School

  • Servimedia
  • 11 Junho 2025

Esta semana, a Netflix revelou um investimento superior a 1000 milhões de euros em Espanha, entre 2025 e 2028, com foco no seu centro de produção em Tres Cantos, Madrid.

A Netflix anunciou esta semana um investimento de mais de 1000 milhões de euros em Espanha para o período 2025-2028, com especial atenção ao seu centro de produção em Tres Cantos (Madrid), no coração da Madrid Content City. Nestas instalações, com 22 000 metros quadrados, dez estúdios de última geração e laboratórios de pós-produção, a empresa procura consolidar Espanha como centro europeu de produção audiovisual.

Este plano não só dará um foco inédito à infraestrutura e às produções locais, como também disparará a procura por profissionais técnicos, criativos e de produção, promovendo um efeito direto na formação audiovisual em Madrid.

Neste cenário, surge a The Core School, a escola especializada em audiovisual, também localizada na Madrid Content City, que está aproveitando esta conjuntura para se posicionar como referência formativa. A escola, no próprio complexo da Netflix, apostou numa metodologia imersiva e prática: realidade virtual e aumentada, croma interativo, simulação de condução, estúdios de som e colaboração com grandes empresas do setor, como Atresmedia, Secuoya ou Banijay.

Especialistas do setor comentam que este anúncio da Netflix triplicará a procura por emprego especializado e que a The Core School é o parceiro de referência na Madrid Content City. O diretor-geral da The Core School, Juanjo Sigüenza, confirma que o anúncio gerou um aumento nas solicitações de informações e que as matrículas em andamento foram aceleradas.

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Hafesa contribuiu com 1,360 milhões em impostos para o Tesouro Regional de Biscaia desde 2019

  • Servimedia
  • 11 Junho 2025

A contribuição da Hafesa para a economia do País Basco traduz-se em quase 1,4 mil milhões (1 359 976 970,88 euros) que arrecadou para o Tesouro Provincial de Biscaia.

O Grupo Hafesa, operador multienergético especializado no comércio de hidrocarbonetos, armazenamento estratégico e comercialização de energia, tornou-se um dos pilares empresariais de Biscaia e, mais concretamente, do Porto de Bilbau. A contribuição da Hafesa para a economia do País Basco traduz-se em quase 1,4 mil milhões (1 359 976 970,88 euros) que arrecadou para o Tesouro Provincial de Biscaia.

A este montante, há que acrescentar os 361 milhões (361 374 265,95 euros) que pagou à AEAT, pelo que o total pago em impostos ao Foral e ao Estado Geral ascende a 1 721,351 milhões de euros.

Em 2023, a Hafesa conseguiu um adiamento de parte dos pagamentos acordado com a Fazenda Foral de Biscaia por uma dívida inicial de 174 414 546 euros, que atualmente é de 151 238 121 euros. Por esses adiamentos, a empresa pagou as prestações e os juros correspondentes incluídos no total da sua contribuição.

Para a Hafesa, a fábrica DBA Bilbao Port e a sua atividade em Vizcaya são estratégicas e, por isso, a empresa realiza nela um investimento constante que, até ao ano passado, ascendeu a 8 milhões de euros, atingindo uma capacidade de 16 tanques e 63.500 m³ de armazenamento numa superfície de 22.000 m².

O crescimento e a expansão fazem parte do plano estratégico traçado pela empresa, que em 2024 faturou 1,5 mil milhões de euros, 60% a mais do que no ano anterior.

Atualmente, a Hafesa mantém 150 empregos diretos, além dos indiretos gerados pelo negócio da empresa, principalmente nos portos de Bilbau, Motril ou Ferrol.

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CaixaBank recomenda comprar Indra e atribui-lhe um potencial de 35%

  • Servimedia
  • 11 Junho 2025

O banco calcula que o volume de negócios do segmento atingirá 4,4 mil milhões de euros em 2030.

As fortes subidas da Indra na bolsa nos últimos meses levaram a empresa a atingir máximos históricos, mas os analistas continuam otimistas em relação à empresa. A última entidade a rever a sua recomendação sobre a Indra foi o CaixaBank, que atribui uma recomendação de compra e elevou o seu preço-alvo em 79%, para 46,2 euros por ação.

A partir dos níveis atuais, atingir a avaliação da entidade significaria uma subida de 35%. A CaixaBank justifica a sua visão positiva sobre a ação pela aposta decidida na defesa da empresa presidida por Ángel Escribano.

Assim, explicam a sua nova avaliação pela forte aceleração das despesas em defesa, as oportunidades de operações corporativas que existem no setor, melhores perspetivas de crescimento, o forte impulso e o interessante potencial de subida da Indra a nível fundamental.

No que vai de ano, a Indra acumula uma subida na bolsa de 105%, o que a levou a ser a empresa mais otimista do IBEX 35 e a segunda no setor de defesa europeu, atrás apenas da alemã Rheinmetall.

Triplica as suas previsões de vendas em defesa

Este bom desempenho na bolsa explica-se pela expectativa de um aumento das despesas com defesa dos países europeus. Neste contexto, o CaixaBank aumentou em 46% as suas previsões de vendas para a Indra, até 9,2 mil milhões em 2030. Esta melhoria explica-se pelo aumento das perspetivas de faturação da divisão de defesa.

O banco calcula que o volume de negócios do segmento atingirá 4,4 mil milhões de euros em 2030, quase três vezes mais do que os 1,5 mil milhões estimados anteriormente. «De acordo com os nossos cálculos, estes números significariam que a Indra teria uma quota de 18% do investimento em equipamento de defesa em Espanha, em linha com 2024», explicam no banco.

Assim, concluem que «a necessidade europeia de reduzir a dependência dos EUA no domínio militar apoia a indústria e ainda vemos potencial a nível fundamental para a ação».

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Marcelo tenciona “sair de levezinho”, mas promete ir a todas as cerimónias oficiais

  • Lusa
  • 10 Junho 2025

Marcelo tenciona "sair de levezinho" do cargo de Presidente da República e, quando cessar funções, deixar de intervir politicamente, mas ir a todas as cerimónias oficiais como ex-chefe do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tenciona “sair de levezinho” do cargo de Presidente da República e, quando cessar funções, deixar de intervir politicamente, mas ir a todas as cerimónias oficiais como ex-chefe do Estado. O Presidente da República, que vai terminar o seu segundo mandato daqui a nove meses, em 9 de março de 2026, falava aos jornalistas no fim das suas últimas comemorações oficiais do Dia de Portugal, que tiveram lugar em Lagos, no distrito de Faro.

Numa espécie de balanço dos seus mandatos, a propósito do 10 de Junho, Marcelo Rebelo de Sousa explicou como tenciona sair do exercício do cargo: “Sair de levezinho, ir saindo. Ir saindo e dando o palco, exceto naquilo em que o Presidente tem de ser Presidente“.

O chefe de Estado referiu que ainda irá às cerimónias do 25 de Novembro na Assembleia da República e dos 40 anos da integração europeia e tem visitas ao estrangeiro, várias das quais para comemorações dos 50 anos de independência de países africanos antigas colónias portuguesas. “Mas tirando isso, em que tem de ser o Presidente da República, ir saindo de forma leve para deixar aos candidatos e candidatas quer às autárquicas, mas sobretudo às presidenciais, o espaço que eles devem ter“, acrescentou.

Interrogado sobre como será o seu próximo 10 de Junho, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Ai, o meu é muito simples. Eu digo como vai ser a minha vida a partir do dia 09 de março ao meio-dia, aí entre e meio-dia e a uma”.

“Vai ser assim: não intervir politicamente, mesmo nada, não intervir, não dar entrevistas, não falar, não comentar, não fazer artigos, não fazer conferências sobre política, nomeadamente política portuguesa. Segundo, ir às cerimónias oficiais, todas, a menos que não possa, esteja impossibilitado”, descreveu.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu marcar presença nas cerimónias oficiais do 25 de Abril, do 10 de Junho e do 05 de Outubro, entre outras: “Onde for, eu lá estarei”. Depois, realçou o lugar que cabe aos antigos presidentes da República na lista de precedências do Protocolo do Estado: “Ex-chefe de Estado tem um lugar que é normalmente ali antes dos ministros e antes do líder da oposição, anda por aí, a seguir aos presidentes dos tribunais”.

“Portanto, [em] cerimónias desse tipo, lá estarei, sou convidado, cerimónias de Estado pela vinda de chefe de Estado estrangeiros. Ponto final parágrafo”, completou.

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EUA afirmam que negociações com a China estão a “correr bem” e devem ser retomadas esta noite

  • Lusa
  • 10 Junho 2025

O secretário do Comércio dos EUA afirmou que as negociações comerciais com a China em Londres estão a "correr bem", esperando que possam ainda prosseguir esta noite de terça-feira.

O secretário do Comércio dos EUA afirmou que as negociações comerciais com a China em Londres estão a “correr bem”, esperando que possam ainda prosseguir esta noite de terça-feira, depois de terem sido interrompidas temporariamente. “Falámos o dia todo ontem [segunda-feira] e esperamos passar o dia todo hoje. As negociações estão a correr bem, estamos a passar muito tempo juntos”, adiantou Howard Lutnick aos jornalistas na Lancaster House, espaço londrino onde decorrem as negociações entre os dois países.

As delegações dos EUA e da China decidiram interromper as conversações durante a tarde, que deverão ser retomadas ao início da noite, adiantou a agência EFE, avançando que os negociadores não descartam a possibilidade de a reunião se prolongar na quarta-feira.

Lutnick lidera a delegação americana, juntamente com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, enquanto o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, um confidente próximo do presidente Xi Jinping, lidera a comitiva chinesa.

Esta segunda ronda de negociações entre as duas maiores potências económicas mundiais começou esta segunda-feira e acontece cerca de um mês depois de uma reunião entre delegações da China e dos Estados Unidos em Genebra.

O objetivo é continuar a negociar uma solução para a guerra comercial iniciada por Washington há pouco mais de dois meses com a imposição de tarifas a diversos países, à qual a China respondeu com as suas próprias contramedidas.

O diretor do Conselho Económico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, reconheceu, em entrevista à CNBC, que a prioridade do seu país é impedir que a China “abrande” a chegada de terras raras necessárias às empresas americanas, para as quais Pequim exige que o envio de tecnologia de fabrico de chips seja facilitado.

A China e os EUA entraram num conflito comercial sobre semicondutores avançados que alimentam inteligência artificial, terras raras, vitais para os fabricantes de veículos elétricos, e vistos de estudante chineses.

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Fitch aponta 2025 positivo para as 4 grandes resseguradoras

  • ECO Seguros
  • 10 Junho 2025

Munich Re, Swiss Re, Hannover Re e SCOR sofreram bastante mas aguentaram bem o impacto dos prejuízos causados pelos incêndios de Los Angeles. A Fitch calcula que têm capital a mais para aplicar.

Embora os históricos incêndios florestais de Los Angeles tenham causado elevadas perdas em seguros de propriedade e acidentes (P&C) nas quatro maiores resseguradoras mundiais, os analistas da Fitch Ratings acreditam que Munich Re, Swiss Re, Hannover Re e a francesa SCOR podem cumprir suas “metas ambiciosas” para 2025.

Juntas, as quatro grandes resseguradoras europeias sofreram perdas de mais de 2,5 mil milhões de dólares nos incêndios florestais de janeiro de 2025 na Califórnia, mas apesar do trimestre ativo em catástrofes todas as empresas anunciaram bons resultados no primeiro trimestre do ano.

Os lucros foram apoiados por um desempenho P&C forte, o que combinado com melhores resultados de vida e saúde (L&H) e receita de investimento estável apoiou o lucro líquido das companhias.

A Munich Re mantém objetivos de lucro de 6 mil milhões de euros para 2025, apesar do primeiro trimestre, enquanto a Swiss Re ainda tem como meta um lucro líquido de mais de 4,4 mil milhões de dólares para o ano. A Hannover Re tem como meta um lucro líquido em todo o grupo de cerca de 2,4 mil milhões em 2025, enquanto a SCOR tem como meta uma taxa de crescimento do valor económico de 9% este ano.

Os rácios combinados (RC) de P&C pioraram para 87,2% no 1º trimestre de 2025, depois de uma baixa para 82,4% um ano antes. O consumo do orçamento anual de catástrofes naturais, para as quatro companhias, poderá ter aumentado de 27% a 36%.

Apesar destes percalços, a Fitch indica que os índices de solvência permaneceram muito fortes, devido a uma forte geração de capital operacional que compensou a pressão sobre novos negócios e a gestão de capital. Assim, os níveis de capital permaneceram acima ou no limite superior de seus níveis de capital, abrindo caminho para futuras repatriações de capital ou aquisições complementares.

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