Milhares nas ruas de Madrid contra Sánchez. Líder do PP exige eleições antecipadas

  • Lusa
  • 8 Junho 2025

O líder do Partido Popular (PP) exigiu ao Governo de Pedro Sánchez que se renda perante a democracia e convoque já eleições, afirmando estar pronto para o substituir.

O líder do Partido Popular (PP) exigiu hoje ao Governo de Pedro Sánchez, que se renda perante a democracia e convoque já eleições, afirmando estar pronto para o substituir. “Rendam-se à democracia. Convoquem eleições, nós queremo-las, porque ninguém votou para isto“, afirmou o líder do Partido Popular (PP, conservador), Alberto Núñez Feijóo, num discurso inflamado na manifestação convocada para este domingo, em Madrid, sob o lema “máfia ou democracia”.

Na sua intervenção, Alberto Núñez Feijóo mostrou-se disponível para “liderar a revolução da decência e da liberdade” e foi aclamado como “presidente, presidente” entre gritos que exigiam “Sánchez, demite-te”. “Espanha está pronta e eu estou pronto. Só falta Sánchez encontrar a coragem de colocar as urnas e perguntar aos espanhóis”, desafiou Feijóo.

Perante milhares de pessoas, o líder do PP afirmou ainda que a Espanha “está cansada, mas não está derrotada” e, apesar de reconhecer que “há estilos e intensidades diferentes dentro e fora” do seu partido, o objetivo “é mudar o Governo”.

A manifestação foi convocada pelo PP, em maio, após a divulgação nos meios de comunicação social, de áudios e vídeos em que uma militante do Partido Socialista (PSOE), Leire Díez, fala com empresários para pedir informações comprometedoras sobre um procurador do Ministério Público e dirigentes da unidade de investigação policial da Guarda Civil (UCO) que têm em mãos casos de alegada corrupção de pessoas próximas de Sánchez e do executivo.

Feijóo foi eleito líder do PP em 2022 e venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro de Espanha por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.

Desde que Feijóo está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado. Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país.

Para já, nenhum nome desafiou a liderança de Feijóo à frente do PP e o atual presidente do partido é o único candidato ao cargo no congresso de julho.

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Magnata dos seguros compra clube escocês Rangers FC

  • ECO Seguros
  • 8 Junho 2025

Cavenagh entra para o conselho do Rangers como presidente. Contará com o apoio de Paraag Marathe, executivo do 49ers e presidente do Leeds United, que atuará como vice-presidente do clube.

Um consórcio composto pelo empresário do setor dos seguros de saúde Andrew Cavenagh e pela 49ers Enterprises adquiriu o Rangers Football Club, avançou o Reinsurance Business.

Cavenagh, cofundador da ParetoHealth, traz para a nova estrutura acionista uma experiência em seguros de saúde e gestão de riscos.

O acordo inclui um investimento imediato em dinheiro de 20 milhões de libras (aproximadamente 24 milhões de euros), dependente da aprovação dos acionistas na assembleia-geral do clube desportivo marcada para 23 de junho. O consórcio não revelou a avaliação da sua participação de 51% no Rangers. No entanto, relatório do Bloomberg indica que as discussões iniciais avaliavam o clube entre 120 e 140 milhões de libras (entre 142 e 166 milhões de euros).

Cavenagh é cofundador da ParetoHealth, empresa conhecida pela oferta de soluções de benefícios para os trabalhadores. Atualmente, gere cerca de 5,2 mil milhões de libras (6,2 mil milhões de euros) em ativos e fornece estratégias de contenção de custos para empresas de média dimensão nos Estados Unidos. Em fevereiro deste ano, deixou o cargo de diretor-executivo passando a presidente-executivo. Anteriormente, o magnata desempenhou funções na Berkley Accident & Health e no M&T Bank, em áreas relacionadas com a subscrição de seguros e finanças.

Segundo o jornal, espera-se que a experiência de Cavenagh no setor dos seguros cativos influencie a abordagem do clube à gestão financeira. O seguro cativo, um modelo em que uma empresa cria a sua própria companhia de seguros para gerir os riscos, poderá apresentar novas estratégias financeiras para o clube de futebol, que procura estabilizar e aumentar a sua base de receitas.

Cavenagh entra para o conselho do Rangers como presidente. Contará com o apoio de Paraag Marathe, executivo do 49ers e presidente do Leeds United, que atuará como vice-presidente do clube.

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Segup junta-se à rede internacional unionsteadfast

  • ECO Seguros
  • 8 Junho 2025

A corretora bracarense junta-se a uma rede composta por 706 corretores, conta com membros em 140 países e promete auxiliar os membros a expandir-se internacionalmente.

A Segup faz agora parte da rede unionsteadfast – acedendo agora a uma rede com presença em 140 países – anunciou a corretora.

A unionsteadfast é uma rede composta por 706 corretores, mas também conta com seguradoras e outras empresas parceiras. Tem membros de 140 países, incluindo de Portugal, através da F. Rego – Corretores de Seguros, S.A.

Fundada em 2005, a unionsteadfast opera à escala global apresentando-se como uma rede de especialistas nos mercados locais que podem auxiliar os membros a expandir-se internacionalmente.

“Com a ajuda da nossa sede em Hamburgo, da nossa filial em Chicago, do Steadfast Group na Austrália e dos nossos representantes em Xangai, bem como dos centros das nossas redes em África e na América Latina, somos capazes de operar com sucesso à escala global – mantendo sempre os dois pés bem assentes na terra”, indica a empresa no seu site.

A Segup é uma empresa bracarense fundada em 2013 como mediadora de seguros, tendo passado a corretora em março do ano passado, cujo objetivo nos próximos cinco anos é colocar a sua marca entra as cinco corretoras com maior notoriedade em Portugal.

Em entrevista ao ECOseguros há três meses, o diretor comercial, Diogo Oliveira, confessou que a corretora prevê que a sua carteira de seguros atinja os 60 milhões de euros em 2025 (encerrou 2024 com 30 milhões de euros).

Para atingir esse objetivo há-de continuar com aquisições por todo o país. Em 2024, a empresa adquiriu cinco sociedades de mediação, mas ainda quer “abrir no grande Porto, Amarante, Litoral Norte e zona centro. Pretendemos ainda continuar a reforçar a nossa presença na Grande Lisboa”.

Atualmente a Segup conta com perto 50 colaboradores, mais de 100 mediadores e 9 escritórios. O plano é terminar 2025 com mais de 60 colaboradores, mais de 200 mediadores e 12 escritórios.

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Falta de literacia financeira afasta jovens dos seguros

Jovens europeus valorizam seguros, mas sentem falta de literacia financeira e processos simples. Exigem informações claras, inovação e maior apoio do setor para decisões mais seguras e conscientes.

A maioria dos jovens europeus (82%) considera que não tem literacia financeira suficiente para tomar decisões informadas na escolha dos seguros. Esta é uma das conclusões de um inquérito conduzido pela Insurance Europe em conjunto com o European Youth Parliament (EYP) que recomenda aos reguladores europeus que apostem na educação financeira para os mais novos em todos os estados-membros.

Thea Utoft Høj Jensen, diretora-geral da Insurance Europe: Este inquérito “dá-nos um mergulho profundo na forma como a próxima geração espera clareza e inovação, reforçando a necessidade de criar um ambiente regulamentar que coloque o consumidor em primeiro lugar, garantindo que a informação é mais simples e concisa”.

 

O estudo mostra que os jovens (82%) valorizam a proteção que os seguros oferecem, e estão até dispostos a pagar mais por uma cobertura mais vantajosa. No entanto, consideram frequentemente que o processo de compra é demasiado complicado. Sete em cada dez jovens querem informações mais claras e direcionadas ao consumidor.

Vários dados podem ajudar a aproximar as empresas de seguros das respostas que procuram para se adaptarem aos consumidores mais jovens. As primeiras gerações que cresceram num ambiente em que o digital serve como entretenimento, fonte de rendimento e forma de socialização demonstram que o ecrã não é, de forma homogénea, a preferência na compra de seguros. Os jovens também valorizam a compra presencial (34%) e uma abordagem híbrida (34%).

A maioria (57%) considera que o processo de comprar um seguro não é fácil. Muitos tiveram dificuldades com as informações recebidas durante a compra: 41% consideram difícil de entender, 4% disseram que não era de todo compreensível e 6% admitiram que nunca leram. “A complexidade tanto do processo como da informação é um obstáculo claro que pode desencorajar as pessoas de se envolverem com os seguros”, lê-se no estudo.

Quanto ao papel que os jovens esperam que os seguros desempenhem na sua vida, acreditam que os produtos devem ir além da simples indemnização em caso de sinistro coberto. Defendem que as seguradoras devem ser ativas na promoção de comportamentos responsáveis, apostando numa presença mais próxima. Além disso, 54% mostram-se dispostos a partilhar dados com as empresas.

“Este inquérito prova que os jovens europeus compreendem a importância dos seguros”, afirmou Thea Utoft Høj Jensen, diretora-geral da Insurance Europe. “Dá-nos um mergulho profundo na forma como a próxima geração espera clareza e inovação, reforçando a necessidade de criar um ambiente regulamentar que coloque o consumidor em primeiro lugar, garantindo que a informação é mais simples e concisa”.

A valorização das carreiras no setor segurador não acompanha a valorização dos produtos que este oferece. A maioria dos jovens europeus afirma não ter interesse em trabalhar com seguros.

As seguradoras também oferecem produtos de investimento que servem como complemento para a reforma. Nesse aspeto, 65% dos inquiridos considera importante planear a reforma, mas mais de metade (54%) ainda não está a poupar para esse fim. Os principais motivos apontados por este grupo são a falta de dinheiro (41%), a perceção de serem demasiado jovens (37%) e o facto de simplesmente não pensarem muito sobre o assunto (22%).

Os jovens consumidores têm uma ideia clara sobre como tornar os seguros mais atrativos: no topo da lista está a disponibilização de informações mais claras e acessíveis (70%), seguida de preços mais competitivos (58%) e de serviços digitais mais fáceis de utilizar (44%).

Com base nas conclusões do estudo, a associação de seguradoras europeias apela aos decisores políticos que colaborem com o setor segurador para incentivar a inovação que permita às seguradoras utilizar dados com o objetivo de satisfazer as necessidades dos clientes — como, por exemplo, produtos que ajustam os preços de acordo com o uso de um veículo. A associação defende ainda o apoio à educação financeira precoce, a simplificação de processos e informações, bem como a promoção do planeamento da reforma e do investimento.

A Insurance Europe apela também ao setor que melhore a sua narrativa sobre o que significa trabalhar na área dos seguros, realçando o seu valor humano e social, e posicionando-se como um empregador moderno, sólido e dinâmico.

O estudo recorreu a uma amostra de 651 jovens de 33 países europeus (incluindo de Portugal) com idades compreendidas entre os 19 e 34 anos, tendo os mais novos maior representatividade. O nível de escolaridade com maior representação é o secundário (43,01%) seguindo-lhe a licenciatura ou equivalente (35,84%). O inquérito online foi conduzido pela Insurance Europe em parceria com o European Youth Parliament (EYP) entre 20 de novembro de 2024 e 22 de abril deste ano.

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Segurança, energia e economia são prioridades do Canadá no G7

  • Lusa
  • 8 Junho 2025

O primeiro-ministro do Canadá, que acolhe a cimeira do G7 este mês, elegeu a paz e segurança, a segurança energética e as parcerias económicas como prioridades para a reunião.

O primeiro-ministro do Canadá, que acolhe a cimeira do G7 este mês, elegeu a paz e segurança, a segurança energética e as parcerias económicas como prioridades para a reunião. “Ancorado no objetivo de construir economias mais fortes, o Canadá vai procurar acordos e ações coordenadas em três missões essenciais“, lê-se num comunicado divulgado pelo gabinete do líder do governo canadiano, Mark Carney.

“Proteger as nossas comunidades e a paz e segurança que fortalecem o mundo, combate à interferência externa e ao crime transfronteiriço, e melhorar a reposta conjunta a fogos” é a primeira das três missões que o Canadá quer que os líderes do G7, o grupo das nações mais industrializadas do mundo, debatam de 15 a 17 de junho em Kananaskis, no estado de Alberta.

Para além da paz e segurança, também a “segurança energética e a transição digital” estarão no centro do debate, que se debruçará ainda sobre a fortificação de cadeias de abastecimento de minerais críticos e utilização da inteligência artificial para potenciar o desenvolvimento económico.

Por último, o Canadá quer “garantir parcerias para o futuro, catalisando enormemente o investimento privado para construir infraestruturas mais fortes, criar empregos mais bem remunerados e abrir dinâmicas de mercado onde os negócios possam concorrer e ter sucesso”.

Para além destas três missões essenciais, Mark Carney defende também que as discussões devem incluir “uma paz justa e duradoura para a Ucrânia e outras áreas de conflito no mundo, e uma agenda virada para o futuro, que envolva os parceiros para lá do G7”.

As prioridades oficiais hoje anunciadas pelo Canadá surgem pouco depois de o presidente da Ucrânia ter confirmado que recebeu um convite para participar no encontro, o mesmo acontecendo com o recém-eleito presidente da Coreia do Sul, para além dos líderes do Brasil, Índia e México.

A 51.ª Cimeira do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido) será realizada na pequena cidade turística de Kananaskis, situada nas Montanhas Rochosas, no oeste do Canadá, onde já foi realizada outra reunião de líderes do grupo, então denominado G8 devido à inclusão da Rússia, em 2002.

A reunião será a primeira vez que o presidente dos EUA, Donald Trump, se reunirá com os seus principais aliados desde que iniciou o seu segundo mandato, em janeiro deste ano.

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Aumento de investimento em Defesa não exige retificativo. Montenegro promete contas certas

  • Lusa
  • 8 Junho 2025

Luís Montenegro disse na Alemanha, que o anunciado aumento de investimento em Defesa, para os 2% do PIB, não implica um orçamento retificativo e não será feito à custa de serviços sociais.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse, na Alemanha, que o anunciado aumento de investimento em Defesa, para atingir a fasquia dos 2% do PIB, não implica um orçamento retificativo e não será feito à custa de serviços sociais. “Não implica nenhum orçamento retificativo, deixo isso hoje [sábado] muito claro. Nós vamos fazê-lo de acordo com as disponibilidades que estão no Ministério das Finanças e tencionamos, no próximo ano, aprovar um Orçamento do Estado que contemple também esse caminho“, declarou.

Montenegro falava à imprensa à margem de um encontro com a comunidade portuguesa em Estugarda, onde se deslocou acompanhando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para uma cerimónia de comemoração do Dia de Portugal, na véspera de ambos assistirem, em Munique, à final da Liga das Nações em futebol, que oporá as seleções portuguesa e espanhola.

Luís Montenegro, que, na quinta-feira, no seu discurso de tomada de posse, anunciou que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de 2% do PIB em Defesa “se possível já este ano”, reiterou hoje que o seu Governo não vai “retirar o esforço do lado da despesa com os serviços sociais”, nem “colocar em causa o equilíbrio das contas públicas”. “Vamos gerir do ponto de vista financeiro o país de maneira a conciliar todos estes interesses“, declarou.

Sobre os alertas do Banco de Portugal, que, na sexta-feira, reviu em forte baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa este ano, de 2,3% para 1,6%, o chefe de Governo insistiu que “a situação económica de Portugal é boa, a situação financeira de Portugal é equilibrada”, embora admitindo que “os desafios são grandes”. “Nós temos uma Europa com vários constrangimentos, nomeadamente porque o seu principal motor económico, que é precisamente a Alemanha, está hoje com a sua economia contraída. Mas nós temos a esperança de que a Alemanha vá dar a volta por cima e de que possamos, na Europa, construir um ciclo de crescimento económico duradouro, sólido, que possa depois fazer-se repercutir em todos os Estados-membros“, disse.

O primeiro-ministro reiterou que a Portugal cabe fazer o que lhe “compete” e “aproveitar todas as oportunidades”, observando que, “criando mais riqueza, é possível contrariar essas previsões que veem alguns sinais menos positivos”. “Não é a primeira vez. Já no ano passado, o Banco de Portugal foi mais pessimista que o Governo e nós chegámos ao fim do ano e a meta da economia superou as expectativas de todos incluindo a nossa, do Governo, a meta do saldo orçamental superou todas as expectativas de todas as instituições, incluindo do próprio Governo, e nós fomos, no âmbito da OCDE, o país que teve o maior aumento de rendimento líquido nos trabalhadores“, afirmou.

“Quer isto dizer que nós somos imunes àquilo que são hoje as incertezas na Europa e no mundo? Claro que não somos. Quer isto dizer que não há muito trabalho a fazer? Claro que há muito trabalho a fazer. Somos otimistas, somos realistas, temos os pés bem assentes no chão”, concluiu.

A seu lado, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o “condicionalismo externo, que mudou não só a política, mas mudou a economia”, referindo-se designadamente à entrada em funções da nova administração norte-americana liderada por Donald Trump e a ‘guerra comercial’ que iniciou com a imposição de tarifas.

“Mas aquilo que mais perturba a economia mundial nem é o nível das tarifas, é a imprevisibilidade. Esta indecisão criada que se passou nos últimos cinco meses a nível de posição americana tem atingido países europeus”, disse, reforçando que há coisas que é impossível controlar. “Ninguém sabe qual é a próxima ideia do Presidente Trump em relação à Europa, nem sabe quando é que é e como é que é. E enquanto isso durar, isso obriga a um esforço duplo dos governos europeus”, apontou.

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Marcelo diz que clima político é “diferente” de 2024 e vê “sinais positivos”

  • Lusa
  • 8 Junho 2025

O Presidente considera que o clima político em Portugal é "diferente" do que se vivia em 2024 e vê "sinais positivos" na abertura dos principais partidos da oposição para dialogarem com o Governo.

O Presidente da República afirmou, este domingo na Alemanha, que o clima político em Portugal é “diferente” daquele que se vivia em 2024 e vê “sinais positivos” na abertura manifestada pelos principais partidos da oposição para dialogarem com o Governo. “É diferente do clima que se vivia em 2024. Em 2024, o clima que se vivia era exatamente o oposto: a disputa pelo poder, que podia surgir em qualquer momento, não se sabia quando, se em 2025, se em 2026, quando era, e, de alguma maneira, o passar para segundo plano os efeitos negativos vindos de fora“, comentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava à imprensa à margem de um encontro com a comunidade portuguesa em Estugarda, onde se deslocou hoje acompanhado do primeiro-ministro, Luís Montenegro, numa cerimónia já de comemoração do 10 de junho, Dia de Portugal, na véspera de ambos assistirem, em Munique, à final da Liga das Nações em futebol, entre Portugal e Espanha.

Questionado sobre se a Alemanha pode ser uma inspiração para Portugal, dado os conservadores da CDU, do agora chanceler Friedrich Merz, terem formado uma coligação governamental com os sociais-democratas do SPD (socialistas), isolando o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha, Marcelo respondeu que “cada país é um país, mas há sinais positivos em Portugal”.

O facto, por exemplo, de os dois principais partidos da oposição [Chega e PS], em termos diferentes, afirmarem que a estabilidade é fundamental é positivo. O facto de o líder de um desses partidos propor pactos, ou acordos ou entendimentos e uma predisposição para, em relação ao orçamento como em relação a medidas comuns fundamentais para a economia portuguesa, estar aberto ao diálogo é positivo. O facto de o outro partido também estar predisposto a procurar um caminho de estabilidade e não de crise durante um período considerável de tempo é positivo“, disse.

De acordo com o Presidente da República, “o que a união permite fazer em termos de força não é os partidos serem iguais, não é haver confusão entre Governo e oposição, mas é criar condições de estabilidade para enfrentar um problema externo”.

Escusando-se a comentar se José Luís Carneiro será um maior garante de estabilidade como secretário-geral do PS, Marcelo recusou-se a “falar de quem é que os socialistas vão escolher para líder”, mas insistiu que “é bom sinal ouvir a predisposição para viabilizar o programa de Governo, para estar aberto a falar sobre o orçamento, para estar aberto a falar sobre temas que são fundamentais”.

Já sobre o facto de, na tomada de posse do novo Governo, na quinta-feira, ter considerado Luís Montenegro um “resistente”, o chefe de Estado esclareceu que se trata de “um elogio”. “Na política, a resistência é fundamental. Uma pessoa que chega num determinado momento a uma disputa eleitoral, como aconteceu no começo do ano passado, ganha em circunstâncias muito difíceis, depois define uma política, surge uma alteração da situação internacional, há a necessidade sentida pelos vários protagonistas, de ir a eleições, vence as eleições reforçadamente… acho que é um resistente“, declarou.

A seu lado, Montenegro, questionado também sobre a solução governativa alemã, apontou que “há uma cultura política na Alemanha que tem um histórico diferente” do de Portugal e lembrou que “estes governos muitas vezes sustentados pelas duas grandes forças políticas não são um caso muito invulgar”. “A verdade é só uma: os resultados eleitorais têm alguma semelhança, mas aquilo que importa é nós garantirmos condições de governabilidade, de execução do programa de Governo e estabilidade política para quatro anos“, disse.

“Creio que os alemães conseguiram isso de uma forma mais formal. A nossa forma não é essa, mas é a de um diálogo aberto com todas as forças políticas com representação parlamentar, sabendo nós onde é que estão as disponibilidades mais consistentes e mais condizentes com os princípios da governação. Mas nós caminharemos com o espírito de diálogo que prometemos e que também ouvimos aos outros partidos, quer na campanha eleitoral, quer já depois dela”, finalizou.

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Portugal tenta terceiro título da sua história em final inédita com Espanha

  • Lusa
  • 8 Junho 2025

Portugal tem a possibilidade de conquistar o terceiro título da sua história, na final da Liga das Nações de futebol, mas para isso tem que ultrapassar uma Espanha imbatível há dois anos.

Portugal tem este domingo a possibilidade de conquistar o terceiro título da sua história, na final da Liga das Nações de futebol, mas para isso tem que ultrapassar uma Espanha imbatível há dois anos. Depois do Euro2016, em França, o primeiro troféu de sempre, e de 2019, na primeira edição da Liga das Nações, no Porto, a seleção nacional agora tem em Munique, na Alemanha, a possibilidade de voltar a levantar um troféu, embora tenha um adversário pela frente que tem sido dominador.

A Espanha chega ao Allianz Arena como campeã europeia e detentora do título da Liga da Nações e, além disso, leva um registo de 24 jogos sem perder em jogos oficiais, com o último desaire a acontecer na Escócia (2-0), em 2023, no caminho para o Europeu do ano passado. A ‘La Roja’ tem sido dominadora sob o comando de Luis de la Fuente, a que muito tem contribuído a ascensão meteórica de Lamine Yamal, que, com apenas 17 anos, promete marcar o futebol mundial nas próximas duas décadas.

A Espanha chega a esta final com um triunfo por 5-4 sobre a França, numa partida em que foi dominante, embora tenha permitido, por relaxamento, uma quase recuperação gaulesa, enquanto Portugal aparece mais motivado que nunca.

A equipa das ‘quinas’ fez história nas meias-finais ao vencer a Alemanha (2-1), algo que não acontecia há 25 anos, somando apenas a sua segunda vitória em solo germânico, depois de 1985, no jogo que assegurou a quarta final do futebol português. A seleção nacional vai chegar à final de Munique com mais 24 horas de descanso do que os espanhóis, algo que pode ter um peso importante num período de final de temporada desgastante.

Esta será a primeira final de sempre entre Portugal e Espanha, com a seleção lusa a ter apenas uma vitória nas cinco vezes que encontrou o rival ibérico em jogos de fases de finais. O Portugal-Espanha está agendado para as 20h00 (21h00 locais) e terá arbitragem do suíço Sandro Scharer.

Também será a oportunidade para Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, finalmente marcar numa final com a camisola das ‘quinas’, depois de ter ficado em branco no Euro2004, perante a Grécia, no Euro2016, frente à França, e em 2019 na Liga das Nações no duelo com os Países Baixos.

 

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Smart #3 Brabus: O SUV elétrico mais irreverente do mercado<span class='tag--premium'>premium</span>

Numa combinação inesperada de potência irracional com elegância, a aposta desportiva da Smart torna este SUV num brinquedo irresistível para quem procura emoções fortes ao volante.

Este artigo integra a 14.ª edição do ECO magazine. Pode compraraqui.Quando arranquei no Smart #3 Brabus num semáforo do Parque das Nações, a aceleração brutal pregou-me literalmente ao banco. É este o efeito de 428 cavalos de potência e 543 Nm de binário a serem descarregados instantaneamente nas quatro rodas. O resultado? 3,7 segundos nos 0-100 km/h — uma aceleração digna de superdesportivos, mas num SUV coupé elétrico.Desde que em 2019 a Daimler estabeleceu uma joint venture50-50 com a gigante chinesa Geely que a Smart transformou-se por completo. O #3 Brabus é o testemunho perfeito dessa evolução: um SUV coupé de 4,4 metros que mantém algum do ADN da Mercedes-Benz, mas com um toque claramente asiático. Na cidade, o #3 é suficientemente ágil para contornar os recantos mais bicudos.

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PGR rejeita que especialização esteja em causa com movimento de magistrados

  • Lusa
  • 7 Junho 2025

A Procuradoria-Geral da República rejeitou que esteja em causa a especialização dos procuradores, no âmbito do movimento de magistrados. Objetivo foi o de otimizar os recursos existentes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeitou que esteja em causa a especialização dos procuradores, no âmbito do movimento de magistrados do Ministério Público, alegando que o objetivo foi o de otimizar os recursos existentes.
“A opção adotada não põe em causa a especialização, que se mantém para a grande maioria dos magistrados. O que se tem em vista é otimizar os recursos existentes por forma a contribuir para um mais eficaz cumprimento da missão atribuída ao Ministério Público e para um melhor serviço aos cidadãos”, adiantou a PGR em comunicado divulgado este sábado.

Esta posição foi manifestada depois de o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) ter acusado o Conselho Superior de espetar “o último prego” na especialização dos procuradores, ao querer ter profissionais que acumulam as áreas cível, criminal e de família e menores.

Paulo Lona, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério PúblicoHugo Amaral/ECO

Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, publicado a 4 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores a partir de setembro em vários departamentos e tribunais em simultâneo.

O procedimento, que o SMMP espera ver anulado, é da competência do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), o órgão superior de gestão e disciplina integrado na PGR. O SMMP associou a opção do órgão superior à “falta de magistrados” e alertou que estes terão “um enorme aumento do volume de serviço, […] em muitos casos incomportável”.

No comunicado divulgado, a PGR adiantou que o movimento de magistrados foi preparado no âmbito de um grupo de trabalho criado por deliberação do CSMP de 06 de novembro de 2024.

“Face à reconhecida e notória falta de recursos humanos, o grupo de trabalho procedeu, desde essa altura, a um levantamento, tanto quanto possível exaustivo, de elementos objetivos e atuais que habilitassem a um conhecimento rigoroso sobre o volume de serviço (entradas e pendências processuais e necessidades existentes ao nível da representação em tribunal) em todas as procuradorias e departamentos do país”, referiu ainda a PGR.

Esse levantamento, adiantou o comunicado, teve o objetivo de permitir uma solução de gestão mais eficiente, face à cessação de funções de magistrados do Ministério Público e à não entrada de novos magistrados este ano.

A PGR alegou ainda que, depois de recolhidos os dados e de realizadas várias reuniões, foi considerado que a forma de minimizar o défice de magistrados do Ministério Público passaria por conferir maior autonomia aos procuradores-gerais regionais e aos magistrados do Ministério Público coordenadores de comarca, no sentido de, “em caso de relevante necessidade, com maior oportunidade e adequação, gerirem os recursos disponíveis, sempre com a monitorização do CSMP”.

Segundo a procuradoria-geral, a solução encontrada não visa um maior volume de trabalho para os magistrados, pretendendo, pelo contrário, que se “traduza numa diminuição de trabalho para aqueles que se encontram sobrecarregados”, através da adoção de medidas que permitam equilibrar o serviço existente entre todos os magistrados de uma comarca.

“O Procurador-Geral da República, como tem feito até aqui, recebe o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público sempre que tal lhe seja solicitado”, concluiu ainda o comunicado.

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Formação e ouvir doentes. O que falta para o novo sistema de gestão de cirurgias

Grupo que está a preparar o SINACC – próximo programa de redução das listas de espera nos hospitais – reúne-se com os médicos de família a 25 de junho e depois começa a ronda aos doentes.

O novo sistema de gestão de cirurgias chega depois do verão, mas ainda há uma série de etapas a cumprir pelo grupo de trabalho a cargo do sucessor do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). Nos próximos dois meses, a equipa coordenada pela médica Joana Barros Mourão irá reunir com as associações representativas dos doentes e preparar um programa de formação.

“Quem irá usar a ferramenta deve estar o mais dotado possível. É a área onde agora vamos trabalhar exaustivamente, tanto em relação à plataforma como às normas e procedimentos. Está tudo baseado em fluxogramas e checklists para facilitar o trabalho de quem está no terreno e o algoritmo identificar dúvidas. No entanto, temos de explicar bem para que a mensagem passe corretamente para o utilizador”, disse ao ECO a coordenadora do grupo de trabalho que está a preparar o futuro sistema, designado pelo Sistema Nacional de Acesso a Consulta e Cirurgia (SINACC).

Joana Barros Mourão diz que o grupo composto por 19 membros está na fase de planeamento do agendamento das seguintes reuniões, sendo que o próximo encontro – a 25 de junho – será com os representantes da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), depois de terem sido ouvidas várias organizações do setor, inclusive a Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

“Já temos o programa em grosso modo. Está em produção informática. A fase seguinte será ouvir para fazermos os ajustes necessários”, sublinha a médica anestesista do Hospital de São João, no Porto. O grupo de trabalho tem de entregar a versão final do documento até 20 de setembro, mas pretende fazê-lo quatro dias antes do prazo.

Joana Barros Mourão considera que o sistema permitirá a simplificação e a uniformização dos processos entre as várias Unidades Local de Saúde (ULS), nomeadamente a gestão de faltas dos doentes a consultas e cirurgias, os cancelamentos causados pelo hospital e a comunicação com os utentes.

Por exemplo, os procedimentos de triagem. Vai ser possível verificar se o doente já tem alguma consulta em curso para o seu problema ou se tem outros pedidos para mais instituições de saúde de forma a evitar a duplicação de pedidos para primeiras consultas.

Mais: garantir que o doente foi (mesmo) contactado. “Hoje em dia, o que estava padronizado entre cada ULS era o envio da carta. Depois, algumas faziam contactos telefónicos e outras não. Não se conseguia saber, efetivamente, quantos contactos tinham chegado ao destinatário”, esclarece a coordenadora do grupo de trabalho. Nos casos considerados prioritários, como doentes oncológicos ou com suspeitas de cancro, o tempo de triagem não deverá ser mais do que dois dias úteis.

Quem insere a codificação (classificação e identificação das cirurgias extra) será alvo de auditoria padronizada com relatórios semanais para as direções clínicas, por parte da equipa que estiver a coordenar internamente a área, e mensais para a direção executiva do SNS. “Vão detetar desvios em relação à produção de base e à produção adicional. Verificar se não está a ser cumprido o que está estipulado, se houver um desvio de x % em relação ao habitual”, explicita Joana Barros Mourão. A estes reportes acrescem os que analisarão se há défices de produção em determinadas especialidades.

SINACC fica operacional até ao fim do ano

O Ministério da Saúde confirmou ao ECO que o SINACC deverá ser testado em setembro e ficar 100% operacional no final deste ano, como avançou o jornal Público. “Suspender o SIGIC, sem o substituir por outro mecanismo que garanta o acesso em tempos clinicamente aceitáveis, prejudicaria os utentes”, acrescenta o gabinete de Ana Paula Martins.

“Este novo modelo tem mecanismos mais robustos de monitorização e auditoria, quer a nível das listas de espera para cirurgia, quer para consulta. Prevê também mecanismos de transparência para o cidadão relativamente ao seu estado na lista de espera e minimiza a possibilidade de haver lugar a pagamento adicional de cirurgias ou consultas geradas pela própria instituição”, adianta a tutela.

O SINACC dará ao utente em lista de espera, e cujo Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) foi atingido, a hipótese de escolher o hospital mais próximo de casa – quer seja público, privado ou do setor social – para realizar a sua cirurgia ou consulta, se o de origem não tiver disponibilidade, salienta o Governo.

O que se pretende com este programa é que seja mais ágil e preventivo do que reativo para se colmatarem pequenas falhas que vão surgindo. Se não tivermos forma de os medir, não vamos conseguir atuar rapidamente. É uma monitorização constante e padronizada

Joana Mourão

Médica coordenadora do grupo de trabalho que está a preparar o SINACC

O SINACC está previsto no Plano de Emergência e Transformação da Saúde (PETS), apresentado pelo Executivo em maio de 2024. Em novembro, o grupo de trabalho – na altura ainda sob a alçada da direção executiva do SNS – apresentou as primeiras linhas mestras ao coordenador responsável pelo acompanhamento da implementação do PETS, Carlos Robalo Cordeiro, e à ministra Ana Paula Martins.

“Na altura, ficaram agradados com a estrutura que existia para ao plano e disseram que seria para desenvolver e construir uma ferramenta mais robusta e com as várias visões dos intervenientes. É aí que somos nomeados e elaboramos o relatório”.

Em causa está o substituto do SIGIC, que permite aos profissionais de saúde realizarem cirurgias fora do horário laboral, a troco de um incentivo financeiro, com o intuito de reduzir as filas de espera nos hospitais públicos.

O sistema que está a ser extinto foi criado há 21 anos, mas no final de maio voltou à esfera mediática após a polémica em torno do dermatologista do Hospital de Santa Maria que recebeu mais de 400 mil euros por dez dias de trabalho adicional ao sábado em 2024, sendo que um deles foi utilizado para retirar lesões benignas aos pais, como noticiou a CNN Portugal.

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“Seremos o partido da oposição responsável e firme ao Governo”, diz José Luís Carneiro

  • ECO e Lusa
  • 7 Junho 2025

É oficial. José Luís Carneiro apresentou este sábado no Largo do Rato a sua candidatura à liderança do PS. Até ao momento, é o único candidato.

“Seremos o partido da oposição responsável e firme ao Governo”, garante José Luís Carneiro, durante a apresentação da sua candidatura a secretário-geral do PS. Até agora é a única candidatura.

Duarte Cordeiro, Fernando Medina e Mariana Vieira da Silva chegaram a ser apontados como possíveis candidatos, mas não avançaram. As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do partido decorrem a 27 e 28 de junho, com o limite para apresentação das candidaturas até dia 12.

A oposição “firme”, prometida pelo candidato, não impedirá “os consensos democráticos, nomeadamente na política externa europeia, na defesa, na segurança, na justiça e na organização e na reforma do Estado”, precisou.

“Não nos perdoarão se nos golpearmos reciprocamente”, disse José Luís Carneiro no seu discurso de candidatura, pedindo um partido unido. “Apelo aos socialistas para que se unam na sua diversidade, para iniciar o caminho de volta que a defesa dos nossos ideais nos pede”, disse ainda.

“Aqueles que serão deixados para trás por políticas neoliberais”, “discriminados por políticas conservadoras”, ou que não verão melhorias na sua qualidade de vida, nos salários ou serviços públicos, não perdoarão o partido se ficar a “olhar para o umbigo”.

“Não nos perdoarão se ficarmos agora a olhar para nós próprios ou nos entretivermos a golpear reciprocamente a nossa credibilidade e as nossas qualidades, em vez de nos organizarmos para os defendermos a eles, que são a razão de ser e de existirmos como partido”, afirmou.

José Luís Carneiro reconheceu que o PS está a “viver um momento difícil” e teve um “resultado que não desejava” nas legislativas de maio, tendo perdido votos “para a direita em todos os grupos sociais”.

O que procurarei fazer e vos peço que façam é uma análise profunda daquilo em que falhámos, de quando falhámos, do que devíamos ter feito diferente”, disse.

No entanto, logo de seguida, pediu que se “desengane quem confunde essa reflexão com tentações de ajustes de contas internos e com cedência a tentativas de aproveitamentos por parte” dos principais opositores do PS, uma passagem do seu discurso que mereceu vários aplausos da plateia.

“Análise e debate? Sim, ao máximo. Ataques pessoais e superficiais na praça pública? Não, nunca. Comigo, não contam com isso”, assegurou.

“Garantir que os bons resultados da economia chegam à vida das pessoas”

José Luís Carneiro acredita ser “conjuntural” os resultados obtidos pelo PS nas últimas legislativas, em que passou a ser a terceira força política.

“O PS esteve e estará sempre do lado da defesa da democracia e às inquietações dos nossos concidadãos. Temos de restabelecer a confiança nas instituições e a esperança na democracia. Temos de construir uma ambiciosa agenda de progresso para Portugal, para as portuguesas e para os portugueses. Na economia, na cultura, na educação, no conhecimento, na habitação, na qualidade de vida. Temos de garantir que os bons resultados da economia chegam à vida das pessoas. E de garantir que são protegidas quando os resultados económicos são menos favoráveis”, disse.

Temos de mostrar ao país que somos o único partido capaz de oferecer respostas sérias e sustentáveis aos reais problemas do dia a dia das pessoas“, destacou.

“Comigo na liderança, o PS não terá receio de promover consensos democráticos, nem será tíbio na oposição ao regresso das políticas que ponham em causa os valores e os princípios do socialismo democrático”, assegura.

Autárquicas é “prioridade imediata”, presidenciais “lá chegaremos”

Com as eleições autárquicas a decorrer este ano, José Luís Carneiro aponta as autárquicas como “prioridade imediata”.

“Nelas defenderemos as marcas das autarquias socialistas, que acreditamos que são um poderoso antídoto contra a progressão populista. Estaremos em todo o país em listas próprias. Mas procuraremos convergências progressistas onde elas se revelarem necessárias, sólidas e ganhadoras”, diz.

E quanto às presidências, num momento em que os candidatos começam a perfilar-se… “Compreendo e saúdo os que têm coragem e disponibilidade para servir o País. Lá chegaremos. Mas, quero que fique muito claro: é o PS que define a sua agenda e é o PS que define a hierarquia das suas prioridades. As autárquicas serão já em fins de setembro, princípio de outubro. As presidenciais serão só em 2026. Cada coisa, a seu tempo!”.

 

(Última atualização às 19h23)

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