Chega ganha emigração e passa a líder da oposição

O PS passa, pela primeira vez na história, a terceira força política com o partido de André Ventura a alcançar o segundo lugar, ao eleger dois deputados no estrangeiro e a AD os restantes dois.

É oficial. O PS passa, pela primeira vez na história, a terceira força política com o partido de André Ventura a subir para segundo lugar e líder da oposição, graças aos votos dos emigrantes. O Chega ganhou dois dos quatro mandatos de estrangeiro, tal como há um ano, e a AD – coligação PSD/CDS elegeu os restantes dois, mais um do que em 2024.

Já os socialistas não conseguiram, de forma inédita, mandato algum, segundo a contagem dos votos que esteve e decorrer esta terça e quarta-feira na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. No ano passado, o partido de Pedro Nuno Santos ainda tinha segurado um lugar pela emigração, no círculo pela Europa, com Paulo Pisco.

Feitas as contas, a bancada da AD de Luís Montenegro passa a ocupar 91 cadeiras no Parlamento, duas quais pela emigração e as restantes 89 pelos círculos nacionais, incluindo os três dos Açores. E o grupo parlamentar do partido de extrema-direita cresce para 60 deputados, 58 escolhidos por eleitores residentes em Portugal e dois no estrangeiro.

Até aos votos dos emigrantes, Chega e PS estavam empatados no número de cadeiras no hemiciclo (58). Agora, o partido de André Ventura descola ao ganhar mais dois assentos e os socialistas mantêm-se reduzidos aos 58.

Desta vez, a AD conseguiu José Manuel Fernandes pela Europa, lugar que tinha falhado no ano passado, e o Chega vai ter novamente José Dias pelo mesmo círculo. No resto do mundo, a AD garante a reeleição de José Cesário e o Chega a de Manuel Magno Alves.

O Chega ganhou os votos da emigração, tanto no círculo pela Europa como por Fora da Europa. Ficou à frente com 26,15% dos votos, seguido pela AD com 16,02% e PS com 13,53%, segundo os dados finais do site da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

Círculo da Europa: Chega dá cinco a três à AD e PS consegue um golo

No círculo da Europa, o Chega venceu em cinco consulados (Bélgica, França, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça), enquanto a AD obteve a vitória em quatro (Alemanha, Espanha, e Países Baixos). O PS só conseguiu manter a liderança na mesa dos “restantes países da Europa”.

Na secção do Luxemburgo, pelo círculo da Europa, que foi a primeira a encerrar, o Chega ficou à frente com 31,27% dos votos, seguido da AD com 17,8% e do PS com 11,71%. A IL teve 2,23% dos votos e o PAN 1,17%. Tanto o Chega como a AD – coligação PSD/CDS cresceram em votos face às legislativas de há um ano, quando alcançaram 19,61% e 14,27%, respetivamente. Já o PS viu o seu eleitorado minguar, uma vez que o resultado anterior tinha sido melhor: 12,97%.

A Bélgica, que o PS tinha ganho há um ano perdeu agora, com a vitória do partido de extrema-direita que alcançou com 23,74% de votos, ficando à frente da AD, que teve 16,07% e dos socialistas, que se ficaram pelos 15,11%. O Livre conseguiu o quarto lugar nesta secção consular com 6,4%, seguido da IL com 4,94%. Nas legislativas de 2024, o PS tinha ficado em primeiro com 17,93 dos boletins, seguindo do Chega com 17,36% e da AD com 16,65%.

A AD de Luís Montenegro ganhou a Alemanha, com 19,60% dos votos. O PS perde assim o primeiro lugar de há um ano, ficando agora em segundo, com 18,90% dos votos. E o Chega mantém-se na terceira posição, com 18,80%, mas com uma diferença muito ténue em relação aos socialistas. O Livre sobe para o quarto degrau, que era do BE, com 3,78% dos votos, seguido pela IL com 3,22%. No ano passado, os socialistas tinham vencido com 20,07% dos votos. Em segundo, ficou a AD com 18,08%, seguido pelo Chega com 13% e o BE com 4,01%.

Em França, o PS soma mais uma derrota, ao perder o primeiro lugar, desta vez, para o Chega. O partido de André Ventura ganha este consulado com 28,85% dos votos e os socialistas são derrubados para a segunda posição com 14,41%. Em terceiro, mantém-se a AD, com 12,81%. Nas legislativas de 2024, os socialistas tinham vencido com 18,59%. O partido de extrema-direita estava em segundo, com 16,75%, e a AD em terceiro, com 12,63%.

O Chega repete a vitória na Suíça, mas, desta vez, ganha quase metade dos votos (45,72%), uma subida estrondosa face ao resultado de há um ano, de 32,62%. A AD mantém-se em segundo, com uma ligeira subida dos votos para 13,67%. E o PS, ainda que continue na terceira posição, perde, passando de 11,98% para 8,69%, em comparação com as legislativas de 2024.

O Reino Unido, país onde os socialistas tinham a liderança, passou para as mãos do Chega, que conquistou com 16% dos votos, quando há um ano estava apenas em terceiro lugar, com 10,12%. O PS segue agora na segunda posição com 13,21% e a AD em terceiro com 13,07%.

Nos Países Baixos, a AD vence com 18,65% dos votos a uma curta distância do Chega, em segundo, com 17,24%. O PS, em terceiro, captar 13,77 dos eleitores emigrantes residentes na Holanda.

Em Espanha, a coligação PSD/CDS garante e liderança, com 22,19% dos votos, mas numa disputa renhida com PS (17,55%) e Chega (13,11%). Há um ano, com 24,65%, tinha conseguido uma distância maior face aos socialistas (16,91%) e ao partido de André Ventura (9,38%).

Nos restantes postos consulares da Europa, o PS é a força política vencedora, com 18,05%, atirando a AD para segundo lugar, com 17,92%. O Chega surge logo colado em terceiro, com 16,52%. A distância entre os três encurta-se mais face há um ano e os socialistas, embora tenham passado para a posição cimeira, perderem votos, passando de 2.270, nas legislativas de 2024, para 1.805, nas eleições de 18 de maio deste ano.

Círculo Fora da Europa: AD vence em seis e Chega em apenas um

O grande vencedor no resto do mundo foi a coligação PSD/CDS, que conseguiu ganhar em seis mesas (África, Canadá, EUA, China, e restantes países da América, da Ásia e Oceânia), enquanto o partido de André Ventura só ficou em primeiro lugar no Brasil, repetindo o feito de há um ano.

Nos EUA, pelo círculo Fora da Europa, a AD voltou a ganhar, com 21,62% dos votos, ligeiramente acima do resultado anterior (20,11%). E o Chega mantém-se em segundo, mas ganhou vantagem, ao subir de 11,17% para 17,08%, em comparação com a ida às urnas de há um ano. O PS cresceu residualmente, de 10,89% para 10,96%, permanece confinado na terceira posição.

AD segura ainda a liderança em África, no Canadá e na China. No consulado dos países africanos, Montenegro alcançou 31,90% dos votos, mas o Chega conseguiu subir para o segundo lugar, com 20,35%, atirando assim o PS para a terceira posição, com 16,24%.

No Canadá, o cenário repete-se. A coligação, liderada por Luís Montenegro, consegue garantir o primeiro lugar, com 19,80% dos votos e o partido de André Ventura alcança a segunda posição, com 17,23%, destronando os socialistas que se vêm reduzidos à terceira força política naquele consulado, com 11,78%.

Na China, a AD volta a ganhar, com 33,36% dos votos, mas perdeu pontos para o PS, que alcançou 21,21%, e se mantém na segunda posição. Nesta região, o Chega continua a ter pouca expressão, embora tenha ganho alguma vantagem. Permanece em terceiro lugar, com 6,85% dos boletins, ligeiramente acima dos 5,36% obtidos há um ano.

Já no Brasil, o Chega reforça a primeira posição, com 25,35% dos votos mas sem uma subida significativa face aos 24,61% alcançados na ida às urnas do ano passado. A AD, que permanece em segundo, perde vantagem, ao cair de 20,45% para 15,51%. O PS, em terceiro, também recua de 15,30% para 13,67%.

Nos restantes países da América, a AD consegue segurar a maioria do eleitorado, obtendo 28,28% dos votos. Ainda assim, trata-se de um resultado inferior face às eleições de 2024, quando conquistou 34,46%. O Chega alcançou agora o segundo lugar, com 14,64%, atirando o PS para a terceira posição, com 11,86%.

A última mesa a fechar a contagem dos votos foi a dos “restantes países da Ásia e Oceânia”, com a vitória pela segunda vez consecutiva da AD, com 24,27%, ainda que com perda de votos. Há ano, a coligação de Montenegro tinha tido mais votos, 31,5%. Nestas regiões, o Chega ultrapassou o PS, com 15,71%, contra os 13,37% alcançados pelo PS.

Os votos nulos voltaram a ter uma grande expressão este ano – 32,18% dos votos que chegaram via carta foram anulados, com o sistema de vários envelopes, com o voto e a identificação do eleitor, a ser mais uma vez criticado. Nas legislativas do ano passado, 36,68% tinham sido anulados.

(Notícia atualizada às 22h41)

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Tribunal de Contas chumba seguro municipal por duplicar os serviços do SNS

  • ECO
  • 28 Maio 2025

O Tribunal de Contas chumbou o contrato de aquisição de seguros pelo municipio de Idanha-a-Nova. Em causa está a violação princípios da concorrência e da proporcionalidade.

O Tribunal de Contas (TC) recusou o visto ao contrato de “aquisição de serviços de seguro para Cartão Raiano de Saúde 0 – 114”, documento outorgado pelo Município de Idanha-a-Nova com a RNA Seguros por 769.012 euros acrescidos de IVA e teria uma prazo de execução de 730 dias, avançou o jornal albicastrense Reconquista.

No acórdão os juízes concluem que o acordo viola os princípios da concorrência e da proporcionalidade previstos no Código dos Contratos Públicos, uma vez que a autarquia impôs às seguradoras uma comissão de 20% a um mediador único por si escolhido – Pedro Agapito Mediação de seguros -, exigência que “condiciona a capacidade dos interessados apresentarem propostas” e chegou mesmo a afastar a “proposta mais vantajosa para o município”, apresentada pela Lusitania.

O tribunal entendeu ainda que a câmara não tem base legal para criar um seguro de saúde extensível a toda a população. A Lei 75/2013 apenas lhe permite apoiar iniciativas de promoção de saúde em articulação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não substituir-se a ele. Ao duplicar coberturas já asseguradas pelo SNS, o município incorre, segundo o TC, numa despesa pública proibida pelas regras de não cumulabilidade de benefícios. “Os serviços contratados (…) são já assegurados pelo Estado, estando vedado, nomeadamente, às autarquias locais a cumulabilidade das mesmas prestações, no caso através do seguro contratado”, lê-se no acórdão.

Esses dois fundamentos – inexistência de competência municipal e infração dos princípios da contratação pública – bastaram para que o contrato fosse declarado nulo.

A decisão tem impacto imediato. Para além de perder o seguro, a autarquia verá cair o compromisso inscrito no seu orçamento. O município tem 15 dias para recorrer da decisão, indica o jornal.

Oposição promete vigilância e põe hipótese de responsabilidade criminal

O partido da oposição já teceu críticas ao presidente da autarquia, Armindo Jacinto, do Partido Socialista. O Movimento Por Todos (Mov.PT) defende que “quem votou este contrato, deve agora responder politicamente e, se for o caso, financeira e criminalmente”, garantindo que vai manter-se “vigilante”, porque “fazer política não é distribuir cartões em vésperas de eleições. É defender o interesse público todos os dias”, cita o jornal.

“O Caderno de Encargos obrigava as seguradoras a aceitar um mediador nomeado pela câmara – o mesmo que, imagine-se, não aceitava comissões abaixo de 20%. Resultado? A proposta mais barata foi afastada por não alinhar neste modelo de ‘concorrência orientada’. Uma espécie de concurso com vencedor pré-definido”, afirmou o movimento independente citado pelo jornal.

O cartão de saúde foi lançado em 2021 por Armindo Jacinto.“Os cuidados de saúde passaram a ser prestados em carrinhas ambulantes sem quaisquer condições de dignidade, desvalorizando ainda mais a saúde pública no conselho”, refere a oposição.

“Desde 2021 que o Movimento Para Todos alertava que este seguro era uma ferramenta de campanha eleitoral e uma tentativa descarada de comprar votos com fundos públicos. Distribuiu-se o cartão de saúde como se fosse uma rifa eleitoral, porta a porta, enquanto se fechavam extensões de saúde nas freguesias e se ignorava o essencial: criar condições para que essas extensões se mantivessem ou reabrissem”, refere o Mov.PT.

A oposição questiona “quem vai devolver os valores pagos com base neste contrato”, acrescentando que “o contrato anterior, que era igual e já está concluído com todos os pagamentos feitos, que lhe vai acontecer? Os pagamentos ilegais vão ser devolvidos?”.

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Estado tem que ajudar empresas a “ir a jogo” na captação de investimento na defesa

AICEP e representantes da indústria dizem que é "responsabilidade" do Estado eliminar custos de contexto para permitir às empresas portuguesas concorrer por investimentos a nível europeu.

A Europa vai precisar de reforçar fortemente o investimento no setor da defesa, o que vai implicar investimentos de milhares de milhões de euros. Uma oportunidade para as empresas portuguesas, mas que vai exigir uma frente unida nacional, para competir por capital a nível europeu. Para a AICEP, a “maior responsabilidade” é do Estado, ajudando a criar condições para que as empresas portuguesas “vão a jogo”.

Portugal tem uma oportunidade” para ganhar com os novos investimentos no setor da defesa, reconhece Paulo Rios de Oliveira, administrador da AICEP, num painel dedicado a debater as oportunidades para a indústria nacional, numa conferência organizada pela AEP dedicada à indústria da defesa, que decorreu esta tarde na Exponor, no Porto.

Segundo adiantou o responsável, “Portugal está a construir uma estratégia de defesa nacional“, um projeto no qual a AICEP está envolvido e que será fundamental para facilitar o acesso a financiamento.

Compete ao Estado português ter uma estratégia de defesa clara (…) a maior responsabilidade não é das empresas, a maior responsabilidade é do Estado ajudar a que as empresas vão a jogo.

Paulo Rios de Oliveira

Administrador da AICEP

Compete ao Estado português ter uma estratégia de defesa clara“, reforçou, acrescentando que, neste processo, “a maior responsabilidade não é das empresas, é do Estado para ajudar a que as empresas vão a jogo”, eliminando alguns custos de contexto, uma opinião partilhada pelos representantes empresariais.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP e vice-presidente executivo da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, a associação que representa o setor mais exportador da economia nacional, defende que “precisamos de estar a trabalhar de forma coesa, para chegarmos a centros de decisão como a NATO“.

É fundamental que o Estado português nos ajude a desbloquear custos de contexto e dificuldades burocráticas que muitas vezes constrangem capacidade competitiva das nossas empresas.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente da AIMMAP

O responsável sublinhou que “estamos nessa fase de crescimento exponencial”, em que a procura vai ser maior que a oferta, e “é fundamental que o Estado português nos ajude a desbloquear custos de contexto e dificuldades burocráticas que muitas vezes constrangem capacidade competitiva das nossas empresas“.

Em termos de oportunidades, Rafael Campos Pereira notou que no setor da metalomecânica e metalurgia alguns segmentos de tecnologias de produção “fizeram, nos últimos anos, algumas pequenas revoluções silenciosas” que dotaram as empresas de “condições excecionais” para poderem ser fornecedores de setores como aeronáutica, aeroespacial, ou defesa.

Por outro lado, há vários “segmentos onde já trabalhamos que são muito semelhantes às da área da defesa”.

Um dos setores onde isso também acontece é no automóvel. Isabel Furtado, presidente do conselho de administração do CEiiA e CEO da TMG Automotive, que fornece o setor automóvel, refere que “a mais valia de ter a defesa a puxar pela tecnologia é aproveitar para a indústria de dia-a-dia estas vantagens”. “Se me pedirem para fazer fornecimentos de veículos de guerra também sou capaz de o fazer“, destacou.

“Temos excelente conhecimento que nos pode ajudar a dar esse salto qualitativo que nos faça crescer”, contudo, alertou também que é preciso facilitar o caminho às empresas”, destacou a empresária. “Quando qualquer regra europeia é traduzida para o sistema português tem por tendência complicar as coisas”, disse, notando que os “cadernos de encargo da defesa essencialmente são focados no preço“.

Isabel Furtado, CEO da TMG AutomotiveRicardo Castelo/ECO

Isabel Furtado defende ainda que Portugal terá que concorrer a estes fundos europeus numa estratégia de colaboração, em consórcio, aproveitando os clusters que existem em Portugal.

Se há uma coisa que o PRR fez foi habituar-nos a trabalhar em colaboração“, notou, acrescentando que não deverão ser empresas individuais a concorrer a mercados europeus.

Já Fernando Sousa, CEO da CEI/ZIPOR e vice-presidente do Conselho Geral da AEP, destacou a magnitude dos investimentos que terão que ser realizados – apenas Portugal terá que gastar 29 mil milhões de euros nos próximos cinco anos para chegar a 2% do PIB na defesa – e a Europa deve mobilizar-se para reter esta produção na Europa.

Todos concordamos que os investimentos vão ser feitos. Temos que os fazer e ponto final, mas temos que o fazer na Europa“, rematou.

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WTW em Espanha faz acordo com MPM Software e reforça a digitalização da sua rede

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2025

A rede de corretoras fica com condições especiais de acesso a um software de gestão que automatiza processos internos, uma ferramenta IA de precificação, e outra que facilita contacto com clientes

As corretoras associadas à rede da Willis Tower Watson (WTW) Networks em Espanha vão passar a aceder, sob condições especiais, às soluções tecnológicas da MPM Software. O acordo entre as duas companhias foi anunciado em comunicado esta terça-feira e contempla que uma das soluções será incorporada na plataforma a WTW.

José Ángel Saldaña, brokers account manager da MPM Software, Javier Gausí, head of WTW Networks & diretor dos acordos de distribuição da WTW, Josep María Masana, chief sales officer de MPM Software.

Graças ao acordo, as corretoras ligas à WTW poderão beneficiar de um software de planeamento de recursos empresariais. Trata-se de uma plataforma de software as a service (Saas) que permite a gestão integral do negócio de seguros e automatização dos processos operacionais e comerciais. O modelo chama-se segElevia Plus e, além de solução base, há ainda módulos avançados: CRM Avançado, BPM Avançado, Integração Avançada de Empresas e BI (Estatísticas e Dashboards).

As corretoras associadas passam também a ter acesso em condições vantajosas ao TarifAI, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial (IA) que permite comparar “de forma rápida e eficiente” várias ofertas de seguros a partir de um único ambiente, “otimizando o processo de cotação”.

Os clientes também poderão beneficiar diretamente do acordo através do eClient, um portal Web destinado aos clientes finais, desenhado para oferecer uma experiência autónoma, cómoda e transparente.

Software de gestão incorporado na plataforma da WTW

As características da segElevia passam a estar incorporadas na plataforma central da WTW Networks para a gestão e desenvolvimento das suas corretoras associadas – a Willplatine.

A Willplatine é uma ferramenta digital que permite gerir de forma centralizada as oportunidades comerciais, realizar análises personalizadas através de painéis de controlo e aceder a ferramentas de formação e comparação de coberturas.

“Esta colaboração com a MPM reforça o nosso compromisso de oferecer às nossas corretoras as melhores ferramentas do mercado para enfrentar com sucesso os desafios da digitalização, da eficiência operacional e da excelência no serviço ao cliente”, afirma Maria Fernanda Simeone, Business Support da Willplatine.

A WTW Networks na Espanha é uma rede de corretoras de seguros independentes – que faz parte e tem o apoio da Willis Towers Watson, empresa global de consultoria de seguros – visa oferecer aos seus membros acesso a recursos e suporte para impulsionar o seu negócio e o da WTW

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Rock in Rio Lisboa é o festival com maior impacto em media e redes sociais

  • + M
  • 28 Maio 2025

Além de liderar em media, o Rock in Rio também conseguiu a primeira posição em redes sociais, "demonstrando uma capacidade única de mobilização e interação com o público", refere a análise da Cision.

O Rock in Rio Lisboa é líder entre os festivais portugueses, no que diz respeito ao impacto em media e redes sociais. Segundo uma análise da Cision, em 2024 o Rock in Rio Lisboa apresentou o maior valor de potencial (0,29), ao conseguir o maior volume noticioso (6.501 notícias), audiência (455 milhões de impressões), retorno financeiro (94 milhões de euros) e tempo de exposição em rádio e televisão (109 horas).

O festival que se realiza de dois em dois anos liderou também nas redes sociais, “demonstrando uma capacidade única de mobilização e interação com o público, e registando um potencial (0,38) bem acima dos restantes festivais. Em social media, o Rock in Rio gerou cerca de 16 mil menções e uma audiência impactada de 284 milhões, revela o ranking final da Maratona dos Festivais de Verão 2024.

O índice de potencial, que sustenta o ranking, é “uma métrica composta desenvolvida pela Cision para avaliar o desempenho dos festivais de música em Portugal, integrando dados dos media tradicionais e das redes sociais”. Nos media, a análise tem por base o volume de notícias, a audiência alcançada (Outreach), o valor equivalente de publicidade (AVE) e o tempo de exposição em televisão e rádio. Já nas redes sociais, o potencial resulta da análise do número de menções identificadas, do alcance potencial, do retorno financeiro estimado e da taxa de engagement (interação ativa dos utilizadores), explica a Cision.

O Nos Alive, que registou um retorno financeiro de 56 milhões de euros, surge em segundo lugar no ranking, tanto em media como em redes sociais. Em media conseguiu 4.508 notícias e 329 milhões de impressões, alcançando um potencial de 0,15, e um tempo de exposição em rádio de televisão de quase 28 horas. Nas redes sociais, o festival que tem a Everything Is New como promotora, teve um elevado número de menções (6.143) e um alcance de 58 milhões de impressões.

Já o Vodafone Paredes de Coura alcança a terceira posição em media (com um potencial de 0,071), mas fica de fora do top 10 nas redes sociais, “revelando que nem sempre a presença em media acompanha a presença e menções nas redes sociais”. O festival registou 1.946 notícias e uma audiência acumulada de 184 milhões, gerando um retorno financeiro de cerca de 21 milhões de euros. O tempo de exposição em rádio e televisão foi de 16 horas.

A fechar o top cinco em media, surge o Primavera Sound e o Super Bock Super Rock com um potencial muito perto do Vodafone Paredes de Coura (0,067 e 0,066, respetivamente). Os primeiros 10 lugares do ranking de media ficam completos com o Meo Kalorama, Sol da Caparica, Meo Marés Vivas, Sudoeste e CA Vilar de Mouros.

Já em redes sociais, o Marés Vivas conseguiu assegurar a terceira posição, seguido pelo Meo Kalorama e Ageas Cooljazz. Os restantes cinco lugares do ranking são ocupados pelo Super Bock Super Rock, RFM Somnii Intermarché, Primavera Sound, North Music Festival e Sudoeste.

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9.500 profissionais dos hospitais privados têm aumento salarial de 75 euros

O novo contrato coletivo de trabalho, válido para 2025 e 2026, representa um aumento salarial médio de 75 euros, para 9.500 trabalhadores de 90 empresas.

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) assinou esta quarta-feira um novo contrato coletivo de trabalho com o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) e o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE). O acordo representa um aumento salarial médio de 75 euros mensais, para 9.500 trabalhadores de 90 empresas.

“Este novo instrumento de regulamentação coletiva reflete o compromisso contínuo da APHP com a valorização dos profissionais de saúde e com a estabilidade nas relações laborais no setor da hospitalização privada”, afirma Ana César Machado, secretária-geral da APHP, citada em comunicado.

O novo contrato coletivo de trabalho, válido para 2025 e 2026, contempla atualizações remuneratórias, com aumentos médios de 75 euros mensais, e ajustamentos em matérias de natureza laboral. “Procuramos acompanhar a evolução das exigências profissionais e o contexto socioeconómico atual”, explica Ana César Machado.

A porta-voz da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada realça que o acordo “assegura um equilíbrio entre os legítimos interesses dos trabalhadores e a sustentabilidade das unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde”.

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Restauro das muralhas “abre porta” à concessão de antiga fortaleza em Alandroal

  • Lusa
  • 28 Maio 2025

Iniciada em 2021, a obra envolveu o restauro dos três níveis de muralha – islâmica, medieval e seiscentista – e a instalação de iluminação cénica, num investimento de 5,3 milhões de euros.

O restauro agora concluído das muralhas da antiga Fortaleza de Juromenha, no concelho de Alandroal, distrito de Évora, “abre a porta” à concessão do imóvel, através do programa Revive, para reabilitação do restante e instalação de um hotel.

A convicção foi manifestada esta quarta-feira à agência Lusa pelo presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, a propósito da cerimónia de inauguração das obras de restauro das muralhas, marcada para sábado em Juromenha. “Era uma daquelas obras consideradas quase impossíveis, mas conseguimos fazê-la e este restauro das muralhas abre a porta a uma série de possibilidades, entre as quais um projeto [de concessão no âmbito do programa] do Revive”, afirmou.

Iniciada em 2021, a obra envolveu o restauro dos três níveis de muralha, nomeadamente a islâmica, a medieval e a seiscentista, e a instalação de iluminação cénica, num investimento de 5,3 milhões de euros, com apoio de fundos europeus.

“A empreitada não incidiu sobre o interior e todo o interior está por reabilitar, mas colocamos a expectativa do Revive” para que seja encontrada “uma solução para reabilitar o que falta e instalar uma unidade hoteleira”, disse o autarca.

Fortaleza de Juromenha, AlandroalCâmara Municipal de Alandroal

João Grilo realçou que o projeto de restauro das muralhas e a candidatura a fundos europeus já pressupunham este objetivo, pois, “sem esta reabilitação, nunca a fortaleza seria atrativa para privados, pelo grau de investimento que seria necessário”.

“Agora, acredito que é extremamente atrativa, uma vez que o trabalho de consolidação está todo feito”, sublinhou. De acordo com o presidente da câmara, o imóvel já está integrado no Revive, programa que prevê a concessão a privados de imóveis históricos degradados para que sejam recuperados, faltando a abertura do concurso.

Antes do lançamento do concurso, referiu o autarca, é necessário concluir um estudo, que está em curso, para entregar a potenciais promotores, sobre os locais no imóvel “onde é viável ou não reconstruir ou instalar novas infraestruturas”.

“Estamos a utilizar técnicas de varrimento laser e outras para garantir que não há surpresas para o investidor e entregamos a quem concorrer um documento no qual os seus projetos se podem basear com segurança para desenvolver a intervenção”, adiantou.

A cerimónia do próximo sábado inclui também a apresentação de iniciativas do projeto “5G.RURAL – 5G for rural smart communities of tomorrow”, liderado pela empresa dstelecom, a inauguração do novo Centro Interpretativo de Juromenha e um concerto do maestro Martim Sousa Tavares.

Quanto ao centro interpretativo, localiza-se numa sala no interior das muralhas da fortaleza e foi criado ao abrigo do projeto “5G.RURAL – 5G for rural smart communities of tomorrow”.

“Recorrendo à tecnologia 5G combinada com realidade aumentada, será possível tornar a experiência de visita ao território mais interativa, imersiva, multiexperiencial e permitirá acima de tudo recriar o imaginário de quem a visita”, descrevem os promotores. As primeiras muralhas de Juromenha datam do período da ocupação romana, tendo sido erguidas em 44 antes de Cristo por ordem de Júlio César.

Em 1167, foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques, tendo ocupado um lugar de relevo na defesa da nacionalidade portuguesa. Atualmente, a fortaleza da povoação está classificada como Imóvel de Interesse Público.

A fortificação acolhe no seu interior um conjunto de edificações em estado de ruína, das quais se destacam as igrejas da Misericórdia e Matriz, a cadeia e os antigos paços do concelho.

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Fim do adicional da banca “é Estado de Direito a funcionar”, dizem bancos

Tribunal deverá declarar inconstitucionalidade do adicional de solidariedade que se aplica à banca desde 2020. Associação do setor diz que é o "Estado de Direito a funcionar".

A associação que representa o setor da banca regozija-se com o pedido do Ministério Público ao Tribunal Constitucional para apreciar o adicional de solidariedade, que deixa esta medida mais perto do fim.

O Ministério Público solicitou ao Tribunal Constitucional a apreciação, “em sede de fiscalização abstrata sucessiva”, de duas das normas que regulam o Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário (ASSB), avançou o Jornal de Negócios esta terça-feira.

O pedido surge numa altura em que se contabilizam já 32 decisões, entre acórdãos e decisões sumárias, que concluíram pela inconstitucionalidade das normas em causa.

“Quer as sucessivas decisões judiciais, quer este pedido, confirmam o que sempre foi o entendimento do setor sobre o assunto. É simplesmente o Estado de Direito a funcionar“, reage assim a Associação Portuguesa de Bancos (APB), liderada por Vítor Bento.

Os especialistas dão praticamente como certo que os juízes do Palácio Ratton decidirão pela inconstitucionalidade com força obrigatória geral do ASSB, uma medida criada em 2020 no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) e que representou, até 2024, uma receita na ordem dos 180 milhões de euros.

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Marriott abre duas novas unidades hoteleiras em Albufeira

  • Lusa
  • 28 Maio 2025

As duas novas unidades hoteleiras Marriott na Herdade dos Salgados, em Albufeira, tem um total de 228 quartos e 192 residências turísticas.

O grupo Highgate Portugal anunciou esta quarta-feira a abertura de duas novas unidades hoteleiras Marriott na Herdade dos Salgados, em Albufeira, no distrito de Faro, com um total de 228 quartos e 192 residências turísticas.

Em comunicado, o grupo refere que uma das unidades oferece 228 quartos e suítes, quatro piscinas exteriores inseridas num espaço verde projetado com espécies autóctones da região algarvia e quatro restaurantes.

Segundo o grupo, a estrutura integra “espaços versáteis” para a realização de conferências, reuniões e espetáculos, incluindo um auditório com capacidade para 1.596 pessoas e um espaço exterior com jardins com capacidade para mil pessoas.”

“Este é um hotel com uma oferta muito abrangente, mas também muito personalizada, que irá criar memórias inesquecíveis nos nossos hóspedes”, refere Pedro Neto, diretor do hotel citado na nota.

a outra unidade hoteleira, o Marriott Residences, integra 192 residências, com tipologias T1 e T3, “sendo espaços ideais para estadias prolongadas”, prossegue a nota. A propriedade inclui 10 piscinas exteriores, dois restaurantes, campos de ténis e de minigolfe, instalações para voleibol e futebol e zonas interiores e exteriores para desporto.

“Pretendemos que os hóspedes sintam que encontraram o seu espaço no Algarve, um local para criar memórias inesquecíveis, durante uma estadia perfeita, seja em lazer ou trabalho”, aponta Joana Pinteus, diretora-geral do empreendimento, também citada na nota.

O grupo hoteleiro norte-americano conclui que as duas novas propriedades “reforçam a presença da Marriott em Portugal, enquanto estabelecem um padrão de requinte para a hotelaria de lazer e de negócios no Algarve”.

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Certificados de Aforro vão pagar menos em junho. Taxa de juro base cai para 2,07%

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de juro base dos Certificados de Aforro volta a cair, à boleia da contração da Euribor a 3 meses. Em junho, atingirá o valor mais baixo desde setembro de 2022.

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de juro base dos Certificados de Aforro voltará a recuar, fixando-se em 2,07% para junho, segundo cálculos do ECO. Este valor representa o nível mais baixo desde setembro de 2022, quando atingiu os 1,43%, ainda durante a comercialização da Série E.

A descida da remuneração dos Certificados de Aforro consolida o fim de um ciclo dourado para os aforradores, que durante quase dois anos beneficiaram de taxas base no limite máximo permitido por lei. Porém, isso não significa que o entusiasmo em redor destes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho esteja a esmorecer.

Em abril, o stock de Certificados de Aforro superou pela primeira vez os 37 mil milhões de euros como resultado de 542 milhões de euros de subscrições líquidas nesse mês, segundo dados do último boletim mensal do IGCP. E só nos primeiros quatro meses deste ano o montante aplicado nestes títulos de dívida do Estado aumentou 6,6%, num volume global líquido de 2,3 mil milhões euros.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A queda da taxa base dos Certificados de Aforro está diretamente relacionada com a trajetória descendente da Euribor a três meses, indexante que serve de referência ao cálculo da taxa de juro destes títulos de dívida do Estado. A Euribor a três meses tem registado uma queda mais acelerada desde há um ano, passando de valores próximos dos 3,9% em abril do ano passado para os atuais 2,011%.

A taxa de juro dos Certificados de Aforro da Série F é determinada através da combinação de uma taxa base com prémios de permanência. A taxa base é calculada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores.

Mesmo com a taxa em declínio, os Certificados de Aforro continuam a apresentar condições mais atrativas do que a maioria dos depósitos bancários.

Esta taxa base está, no entanto, sujeita a um teto máximo de 2,5% e a um limite mínimo de 0%, garantindo alguma estabilidade aos investidores. À taxa base são depois adicionados prémios de permanência que variam entre 0,25 pontos percentuais e 1,75 pontos percentuais, consoante o tempo de investimento, até 15 anos.

Mesmo com a taxa em declínio, os Certificados de Aforro continuam a apresentar condições mais atrativas do que a maioria dos depósitos bancários. Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo está em queda há 15 meses, situando-se nos 1,69% em março.

A evolução futura da remuneração dos Certificados de Aforro continuará a depender da trajetória das taxas Euribor, que por sua vez está condicionada pela política monetária do Banco Central Europeu. Os analistas antecipam que as taxas possam continuar a descer gradualmente ao longo de 2025, o que poderá pressionar ainda mais a remuneração destes títulos de poupança.

No entanto, a experiência recente sugere que a procura por Certificados de Aforro poderá manter-se resiliente, beneficiando da sua posição competitiva face aos produtos bancários e da confiança dos investidores na garantia oferecida pelo Estado português.

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Sistema fotovoltaico espanhol vence programa da Galp e da câmara de Matosinhos

Programa Colmeia, da Galp, com apoio da câmara de Matosinhos, distinguiu as startups com melhores propostas para redução de consumo de energia. Projeto vencedor será implementado numa escola.

FutureVoltaics venceu programa Colmeia28 maio, 2025

A espanhola FutureVoltaics foi a vencedora da segunda edição do Colmeia, um programa de inovação colaborativa da Galp, Fundação Galp e câmara de Matosinhos. A empresa pretende implementar um sistema fotovoltaico numa escola local que vai permitir uma poupança energética anual superior a 4.000 euros, conforme contou ao ECO/Local Online a responsável desta spin-off, Beatriz Muñiz Cano.

O projeto-piloto deverá ser implementado na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos, conta a mentora da spin-off do Instituto de Micro e Nanotecnologia do Conselho Nacional de Investigação de Espanha. A previsão de poupança anual nos custos de energia no estabelecimento supera os 4.000 euros; “valores que poderão ser reinvestidos em alimentação escolar, equipamentos informáticos e materiais de laboratório”, destaca.

O programa Colmeia desafia startups a posicionar Matosinhos como uma referência internacional na inovação e descarbonização. Estiveram duas categorias a concurso: a mobilidade urbana e logística e a energia resiliente e inteligente, com o propósito de incentivar o consumo sustentável de energia.

Beatriz Muñiz Cano detalha que “a FutureVoltaics propõe implementar em Matosinhos o seu sistema fotovoltaico inovador Vecthor, uma tecnologia patenteada baseada em painéis solares bifaciais verticais com refletores estáticos otimizados“.

Segundo a organização deste programa, este sistema fotovoltaico patenteado reduz em 50% o tempo para retorno de investimento em painéis solares. Beatriz Muñiz Cano aponta metas mais ambiciosas e destaca que “as simulações, com base em dados reais de Matosinhos, indicam ganhos de até 70% em energia produzida e 90% em receita”.

A empresa recorre a “trackers verticais com painéis bifaciais e refletores, direcionando a luz para os painéis e tirando maior partido da irradiação solar”, descreve a organização desta iniciativa.

Este projeto pretende transformar escolas em motores de mudança, tornando Matosinhos uma cidade-aprendizagem de referência na transição energética.

Beatriz Muñiz Cano

FutureVoltaics

Beatriz Muñiz Cano explana ainda que este sistema foi concebido para resolver um dos principais problemas da energia solar atual: a descoordenação entre a produção solar e a procura energética.

A instalação estimada entre 20 e 40 kW permitirá comparar o desempenho do Vecthor com sistemas solares convencionais. “Enquanto os sistemas convencionais geram energia em excesso ao meio-dia — quando a eletricidade tem menor valor — o Vecthor maximiza a geração nas primeiras e últimas horas do dia, em dias nublados e no inverno, quando a procura e o preço da eletricidade são mais elevados. Isso traduz-se em mais energia útil e mais receita por kWh gerado”, detalha Beatriz.

Além da instalação técnica, este projeto — que será implementado durante quatro fases ao longo de 14 meses — contempla ainda a realização de formações e workshops sobre energias renováveis dirigidos a alunos, professores e comunidade. Acresce a monitorização educativa do sistema, com dados em tempo real acessíveis a estudantes.

FutureVoltaics, projeto vencedor da segunda edição do programa Colmeia28 maio, 2025

Atividades de consciencialização sobre transição energética e sustentabilidade e a criação de emprego verde através da colaboração com instaladores e técnicos locais são mais algumas das ações previstas pela spin-off espanhola, que foi premiada com 50.000 euros nesta segunda edição do programa Colmeia.

“Este projeto pretende transformar escolas em motores de mudança, tornando Matosinhos uma cidade-aprendizagem de referência na transição energética”, podendo depois ser replicado noutras regiões do país, nota Beatriz.

Ao todo, no programa Colmeia, 95 startups de 20 países da Europa, Estados Unidos, América Latina, Ásia e África, disputaram prémios de 50.000 euros (1.º lugar), 15.000 euros (2.º lugar) e 10.000 euros (3.º lugar).

Vencedores do programa Colmeia28 maio, 2025

Em segundo lugar no pódio ficou a espanhola InergyBCN que levou a concurso uma solução para gestão de comunidades de energia e sistemas solares coletivos, com recurso a Inteligência Artificial (IA) e tratamento de dados, destinada a autoridades locais, cidadãos e empresas. A empresa recebeu um prémio de 30 mil euros.

Já a startup Nilg.AI alcançou o terceiro lugar, premiado com 20 mil euros. Kelwin Fernandes, desta empresa, descreve ao ECO/Local Online que está a desenvolver uma ferramenta baseada em Inteligência IA que permite otimizar ações corretivas no território.

“No âmbito do programa Colmeia, o projeto será aplicado no município de Matosinhos, onde iremos analisar padrões de mobilidade urbana para identificar problemas recorrentes nos transportes públicos”, explana o responsável do projeto. Na prática, detalha, a IA vai sugerir melhorias na localização e frequência dos serviços, assim como ao nível do conforto e segurança oferecidos aos utilizadores.

Segundo a organização do programa Colmeia, a Nilg.AI “analisa imagens ao nível da rua e dados de fonte aberta”, de modo a otimizar a gestão de infraestruturas urbanas.

“Este projeto é uma adaptação da framework [da empresa], já validada anteriormente em iniciativas como o projeto Re-Source com a Algar, no qual conseguimos reduzir em 83% o tempo necessário para a colocação de ecopontos”, nota Kelwin Fernandes.

Citada num comunicado, Marta Pontes, vereadora de Economia, Turismo e Internacionalização do município de Matosinhos, considera que “o sucesso do programa Colmeia é uma evidência clara da relevância das parcerias estratégicas entre o setor público e o privado”. A autarca do Executivo liderado por Luísa Salgueiro acredita que iniciativas, como o programa Colmeia, são essenciais para posicionar a cidade como uma referência internacional em inovação e descarbonização.

O Colmeia dispõe de uma dotação total de meio milhão de euros para apoiar projetos que posicionem Matosinhos como referência internacional na inovação e descarbonização, “e deem resposta aos desafios locais identificados pelo município”, adianta a organização.

Segundo Sandra Aparício, diretora executiva da Fundação Galp, este é “um programa de ambição global, mas de implementação local, que colocou Matosinhos no radar dos empreendedores e que materializa o compromisso da Fundação Galp com o desenvolvimento sustentável do território”.

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Cuga lança este mês primeira marca de cogumelos em nome próprio

  • Lusa
  • 28 Maio 2025

A marca que vai estar nas prateleiras da grande distribuição vai contribuir para elevar a faturação da empresa dos cerca de 21 milhões de euros de 2024 para os 24 milhões em 2026.

A empresa Cuga, responsável por 80% dos cogumelos comercializados com marcas brancas nos supermercados, lança este mês o primeiro rótulo português deste produto, criado no concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, disse esta quarta-feira à Lusa a empresa. Numa nota escrita, a empresa explicou que a gama da marca Cuga apresenta quatro segmentos – “Clássicos”, “Fusão”, Únicos” e “Sazonais”.

“Depois de muitos anos a fornecer cogumelos frescos às principais cadeias da grande distribuição para as suas marcas próprias, a Cuga (antiga Varandas do Sousa) detém cerca de 80% da produção de cogumelos frescos em Portugal”, detalhou a empresa na informação enviada.

“O lançamento da marca no mercado português é um movimento ambicioso que visa desenvolver a categoria de cogumelos frescos em Portugal”, afirmou citado na nota de imprensa o Nuno Pereira, diretor executivo da Cuga. Para o diretor, é ainda uma oportunidade para “aproximar da média europeia o consumo per capita português de cogumelos frescos, que ronda um quilo por ano”.

Segundo a informação veiculada pela Cuga, em Espanha e nos Países Baixos o consumo é de três quilos por ano por pessoa e na Irlanda chega quase aos sete quilos. Na Itália e em França é de 2,5 quilos anuais.

Citada também nesse comunicado, Cláudia Ferra, a diretora comercial da Cuga, disse acreditar que a marca que vai estar nas prateleiras da grande distribuição vai contribuir para elevar a faturação da empresa dos cerca de 21 milhões de euros de 2024 para os 24 milhões em 2026.

A empresa tem vindo a desenvolver parcerias no meio académico, com a Universidade de Aveiro, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

O IPB está a aperfeiçoar com a Cuga “os cogumelos produzidos pela empresa em Trás-os-Montes, colaborando, quer na investigação e na produção de conhecimento sobre este alimento, quer na formação profissional de estudantes e ex-alunos da instituição”, explicou a empresa.

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