Hoje nas notícias: Ares condicionados, Novobanco e carros elétricos

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O IVA a 6% nos ares condicionados irá acabar no fim de junho. O Governo avisa CaixaBank de que não vai pagar subsídios de desemprego numa fusão entre Novobanco e BPI. E os carros elétricos estão a perder lugares no parque do Estado. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional neste arranque da semana.

IVA a 6% nos ares condicionados acaba no fim do mês

A partir do próximo dia 1 de julho, os equipamentos de ar condicionado, painéis solares térmicos ou fotovoltaicos e os aerogeradores, passam a estar sujeitos a IVA de 23%. A taxa reduzida de 6% aplicava-se desde 2022. Se por um lado, as empresas têm a possibilidade de deduzir o IVA no acerto de contas com o Estado, os consumidores finais arriscam pagar mais por este tipo de produtos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo avisa CaixaBank de que não vai pagar subsídios de desemprego numa fusão entre Novobanco e BPI

O Governo avisou o Caixabank de que, embora não possa travar a eventual compra do Novobanco, recusará atribuir o estatuto de empresa em reestruturação, que permite exceder quotas de rescisões. O Diário de Notícias apurou que a fusão levaria a duas a três mil rescisões no Novobanco e no BPI. Sem este estatuto, a Caixabank poderá ter de pagar mais 200 a 300 milhões de euros em indemnizações por rescisões de contratos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Preços do calçado podem subir mais de 20% até ao final do ano

O inquérito trimestral do World Foortwear mostra que 37% dos inquiridos apontam para um aumento moderado (1,5% a 5%) dos preços do calçado, enquanto 21% esperam um aumento forte (5% a 20%) e 17% acreditam mesmo que o preço cresça acima dos 20%. O custo das matérias-primas, seguido da procura insuficiente e da competição no mercado interno são as principais dificuldades sentidas pelo cluster.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Carros 100% elétricos perdem lugares no parque do Estado

O ano passado, a frota automóvel do Estado era composta por 23.818 veículos, sendo que apenas 268 veículos eram totalmente elétricos, um número que encolheu em 73 face ao ano anterior quando existiam 341, de acordo com o Relatório do Parque de Veículos do Estado (PVE), publicado pela Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo cada vez mais isolado nas suas previsões económicas

O Governo está a ficar cada vez mais isolado nas previsões económicas, sendo o mais otimista de cinco entidades onde se incluem o Banco de Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e a OCDE. Enquanto o Executivo tem como última previsão publicada um crescimento económico de 2,4% este ano, apenas duas das cinco — CFP e FMI — esperam crescimentos iguais ou superiores a 2%.

Leia a notícia completa no Público (acesso livre)

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Tony Gonçalves: “Comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media”

  • ECO
  • 9 Junho 2025

É um executivo de sucesso na área dos media e vive entre os EUA e Portugal. Tony Gonçalves é o 32º convidado do podcast "E Se Corre Bem?", conheça aqui a sua história.

Tony Gonçalves, CEO do The Evrose Group e Produtor Executivo do Festival Tribeca em Lisboa, é o convidado do 32º episódio do podcast “E Se Corre Bem?”. Nesta conversa, o executivo do mundo dos media conta a sua história e partilha os segredos para um menino nascida numa pequena aldeia do Gerês, agora com apenas oito habitantes, passa a viver em Nova Iorque e a ser reconhecido internacionalmente.

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“Cheguei aqui com muita humildade e com uma base de uma família emigrante”, começou por dizer, reconhecendo que a decisão familiar de emigrar para um bairro a 30 quilómetros de Nova Iorque lhe abriu muitas oportunidades. Mas admitiu que, além do apoio em casa, a parceria que sentiu na comunidade portuguesa foi também muito importante: “A nossa comunidade portuguesa ainda se ajuda muito”.

Fruto deste apoio e do exemplo dos pais, Tony Gonçalves sempre sentiu que deveria aproveitar as oportunidades que se apresentavam na sua vida e prova disso foi ter começado a trabalhar aos 12 anos. “O meu primeiro emprego foi a entregar jornais. Gosto de dizer que comecei a entregar jornais, a ganhar 20 dólares por semana, e acabei a gerir 20 mil milhões na área de media, com uma equipa de mais de duas mil pessoas”, revelou.

“Nos EUA, se trabalhares, tens valor e tens oportunidade. É uma cultura que acredita que é melhor cair, falhar, e tentar outra vez para aprender com aquela falha do que não fazer nada“, continuou o executivo, que admitiu ter adotado essa cultura para si mesmo e para gerir todas as empresas em que já esteve: “Eu falhei muito, falhava todos os dias. Geri empresas e equipas em que falhava. Vi os meus colaboradores falharem e, em vez de os criticar, utilizava isso como uma oportunidade para os ensinar“.

O espírito de resiliência foi-se aprofundando, quer em si, quer nos seus colaboradores, o que lhe permitiu gerar uma “rede de colaboradores de muito sucesso por causa disso”. “O trabalho de um líder é criar o sucesso dos seus colaboradores e chegar a um ponto em que já não é preciso“, disse, ao mesmo tempo que relembrou a importância de um plano de sucessão para garantir a estabilidade do negócio: “Nos EUA, um plano de sucessão não é uma opção, é uma necessidade. Sem ter uma equipa pronta para assumir a responsabilidade do líder, a estabilidade não acontece“.

Ter este plano de sucessão bem estruturado foi o que também permitiu Tony Gonçalves assumir novos projetos sempre que eles surgiam e exemplo disso foi a gestão da HBO Max. “Eu cheguei a este projeto a partir de uma estrada um bocado diferente. Estava a gerir uma empresa de capitais de risco e tinha uma relação muito boa com o nosso CEO, que me abriu muitas portas. E houve um fim de semana em que ele me ligou e me disse que precisava de ajuda porque achava que o projeto da HBO Max não estava a correr muito bem. Como eu já tinha estado na área, na aquisição da Warner, ele pediu-me opções e eu dei-lhe várias, mas numa delas estava eu“, revelou.

Acabou por ser a opção escolhida, principalmente pela sua capacidade de resolver problemas. “Ou eu criava negócios ou eu resolvia problemas. Viam-me sempre com essa capacidade“, admitiu, explicando que para chegar a este ponto é importante, logo que se chega a uma equipa, conhecê-la, “posicionar os que têm capacidade de nos levar onde a nova estratégia diz, conhecer o negócio e começar a unir. Tudo isto em 90 dias. É a base“.

Qualquer negócio grande é muito exigente. Mas num setor onde tens criativos de um lado e do outro lado tens os operadores, há sempre abordagens diferentes e fazer essa ponte não é fácil, mas é muito giro. É um namoro. São completamente distintos porque há um pensamento diferente. A coisa mais gira é quando há uma fusão entre um criativo e um business person. É um momento de abertura”, continuou.

Quando olha para o setor dos media, Tony Gonçalves considera que está a ser transformado pelo consumidor, mas alerta que “indústrias e consumidores poucas vezes estão alinhadas na época de inovação e transformação” e quem ganha são sempre os consumidores. Por isso, o segredo está em alinhar o negócio ao interesse dos consumidores. Esta visão permite-lhe abrir horizontes no mercado português, onde acha que as plataformas de media se deveriam unir. “Nos media portugueses, cada um tem a sua plataforma de streaming. E estão a lutar contra uma fatia que está a encolher. Na minha ideia, o ideal seria fazer uma plataforma de conteúdo português que alimenta todos. Unirem-se para criar uma coisa maior em vez de concorrerem“.

Com Portugal sempre no coração, o executivo procura sempre ajudar o país e prova disso foi a vontade de trazer o festival Tribeca para Portugal, que surgiu depois de perceber o interesse americano no país. Um ano depois, Tony Gonçalves conseguiu trazer o Tribeca a Lisboa e não ficará por aqui. Mesmo assim, foi questionado sobre a possibilidade de conseguir ajudar mais Portugal se não vivesse fora do país, mas não hesitou em responder: “Acho que assim ainda ajudo mais porque sinto a tal saudade”.

Para Tony Gonçalves, o segredo está em “unir a profissão à paixão e ao propósito”. E ainda afirmou que, mesmo que se tivesse mantido em Portugal, acredita que atingiria o mesmo sucesso. “Somos quem somos independentemente de onde estivermos e se as oportunidades não se apresentarem, temos que as ir procurar. Não vamos falando, vamos fazendo”, concluiu.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Peritos médicos alertam para a desigualdade no acesso às TTFields no tratamento do glioblastoma em Espanha

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

A terapia por campos eléctricos está disponível em mais de 15 hospitais públicos em Espanha, mas não no País Basco, na Andaluzia ou em Valência.

No âmbito do workshop organizado pela ASTUCE Espanha sob o título «Para além do diagnóstico: o que não sabemos (nem falamos) sobre o cancro cerebral», médicos de referência em neuro-oncologia alertaram para a desigualdade que existe em Espanha no acesso a terapias inovadoras, como os campos elétricos TTFields, uma tecnologia com eficácia comprovada no tratamento do glioblastoma.

O evento, realizado em Madrid, reuniu especialistas de hospitais como o Ramón y Cajal, o Reina Sofía de Córdoba e o 12 de Octubre, que concordaram em apontar que o acesso ao TTFields é hoje uma questão de equidade e justiça na saúde. «Estamos a falar do único avanço em 20 anos que melhora a sobrevivência no glioblastoma, e não está disponível em todo o país», denunciou a Dra. María Ángeles Vaz, presidente do Grupo Espanhol de Investigação em Neurooncologia (GEINO).

«As terapias direcionadas existem, conhecemos melhor os tumores, mas se não houver acesso a estudos moleculares em todos os centros, não podemos tratá-los corretamente», salientou. «Precisamos de apoio institucional para coordenar melhor, partilhar dados e criar circuitos entre hospitais».

Os especialistas lembraram que os tumores cerebrais exigem uma abordagem multidisciplinar e equipas altamente especializadas. No entanto, muitos centros carecem dos recursos necessários para oferecer um diagnóstico preciso e acesso a ensaios clínicos.

O Dr. Juan Manuel Sepúlveda, especialista em Oncologia Médica e Neurologia no Hospital Universitário 12 de Outubro e HM Sanchinarro, lembrou a complexidade do panorama. «Existem mais de 350 tipos de tumores cerebrais, se contarmos adultos e crianças. Temos de nos organizar melhor, tanto na assistência como na investigação», disse ele, acrescentando que «em Espanha, tem-se confiado demasiado que a saúde pública resolva tudo. É necessária uma mudança cultural, a sociedade civil também deve envolver-se e investir na investigação médica».

Sepúlveda destacou o caso do Reino Unido como exemplo a seguir e afirmou que «o maior ensaio clínico atual sobre glioblastoma não está a ser financiado pelo sistema público, mas por uma associação de doentes no Reino Unido. Esse é o paradigma a que devemos aspirar também em Espanha».

Por sua vez, o Dr. Raúl Luque, investigador do IMIBIC/UCO, insistiu que «nem todos os hospitais podem investigar nem têm capacidade para implementar tratamentos inovadores».

O Dr. Juan Solivera Vela, chefe de Neurocirurgia do Hospital Reina Sofía, sublinhou a necessidade de um esforço conjunto e indicou que «ou remamos todos na mesma direção, ou o sistema continuará a deixar pacientes para trás».

O evento, promovido pela ASTUCE Espanha por ocasião do Dia Mundial dos Tumores Cerebrais, evidenciou a complexidade do tratamento destes tumores e a urgência de reforçar tanto a assistência como a investigação.

Os profissionais concordaram com a necessidade de melhorar a coordenação entre os centros, ampliar o acesso a estudos moleculares e ensaios clínicos e garantir uma assistência verdadeiramente multidisciplinar. O encontro deixou claro que os avanços só serão alcançados se houver vontade institucional sustentada e um compromisso real por parte de todos os atores envolvidos.

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Portugália chega aos 100 anos a vender mais de dois milhões de bifes por ano

  • Lusa
  • 9 Junho 2025

A Portugália faz 100 anos a 10 de junho, centenário que cumpre a vender mais de dois milhões de bifes por ano. Espera faturar 50 milhões em 2026 e recrutar 500 pessoas até 2030.

A cervejaria Portugália é um ícone da cidade de LisboaLusa

A Cervejaria Portugália faz 100 anos em 10 de junho, centenário que cumpre a vender mais de dois milhões de bifes por ano, depois de ter resistido à crise das ‘vacas loucas’ e da pandemia, agora com uma imagem renovada. “Tivemos aqui muitos momentos”, afirma o diretor-geral do Grupo Portugália Restauração, José Carvalho Martins, quando questionado pela Lusa sobre os períodos mais desafiantes da conhecida cervejaria que começou na Almirante Reis, em Lisboa.

“Tivemos momentos em que crescemos de uma loja em Almirante Reis para começar a nossa expansão à volta de 1999”, depois “tivemos a crise das ‘vacas loucas’, tivemos a crise em 2008, 2009, 2012” e mais recentemente a Covid-19, “que foi uma altura muito difícil em que tivemos que interromper a atividade e isso, obviamente, é tudo o que não queremos, é tudo o que os nossos clientes não querem”, prossegue o gestor.

Apesar de ter sido uma “altura muito complicada”, a verdade “é que temos sempre olhado para todos estes desafios com resiliência e com coragem e é isso que nos tem definido e é isso que também tem feito que nos aguentemos e que tenhamos feito 100 anos e que estejamos para mais 100″, assevera José Carvalho Martins.

Questionado sobre a fórmula para que o negócio de uma cervejaria perdure, atendendo a muitas alterações dos hábitos de consumo, o diretor-geral remata: “Tentamos ser fiéis a isso e tentamos não complicar. A verdade é que há muitas tendências e, recentemente, tem havido um surto de tendências e de mudanças no setor”, prossegue.

“Cada vez mais turistas” entre os clientes

Quanto ao perfil do cliente, a empresa sente que este mudou, que “não tem ficado só o português que conheceu a Portugália há décadas”. Começa a ter “cada vez mais turistas que procuram uma experiência autêntica e verdadeira portuguesa”, relata.

No dia em que a Lusa esteve na cervejaria Portugália da Almirante Reis foi possível constatar que, antes de as portas abrirem, já havia algumas pessoas a fazerem fila para entrarem e que havia uma variedade de clientes, de várias faixas etárias e nacionalidades.

“Sim, [temos clientes] mais jovens, um dos objetivos do rebrand [renovação da imagem] foi também voltar-nos a aproximar a camadas mais jovens e temos visto cada vez caras mais jovens sem ver necessariamente menos caras das mais familiares que já conhecemos”, afirma o gestor.

A cervejaria Portugália da Almirante Reis é um ícone quer para o grupo, quer para a própria história de Lisboa. O espaço serviu de palco para a “Canção de Lisboa”, com Vasco Santana, um clássico do cinema português.

Embora “tenhamos mudado algumas coisas aqui na arquitetura da loja [da Almirante Reis], mantivemos aqui muitos elementos mais históricos que nos deram essa homologação”, explicou.

Com o rebranding, a loja da Almirante Reis surge também com novos azulejos, mantendo a tradição da ligação à Viúva Lamego. “Os novos também são Viúva Lamego”, aponta José Carvalho Martins, referindo que estes são da autoria “de um artista contemporâneo que é o Aka Corleone” que compõe uma festa com várias personagens.

Dois milhões de bifes (e ovos) por ano

Atualmente, a Portugália está a vender dois milhões de bifes por ano, diz. A que se soma “mais ou menos dois milhões de ovos, porque um bife sem ovo não é bem um bife”, comenta.

No que respeita aos croquetes, que também são uma imagem de marca da cadeia, o grupo vende anualmente “à volta de um milhão”, um número equivalentes ao número de imperiais.

Ao fim de 100 anos, a ambição é ter as cervejarias cheias e atrair “cada vez mais” clientes e que estes saiam “satisfeitos, divertidos, e que voltem muitas vezes”, disse.

Aliás, “a verdade é que temos visto que com várias etapas da vida da empresa e da marca, temos tido clientes diferentes, clientes em zonas diferentes do país, mas a vontade é que com este rebranding – algumas mudanças que fizemos sem desvirtuar o conceito – cada vez mais pessoas venham cá e cada vez mais pessoas conheçam esta experiência e que gostem dela, que é o mais importante”, remata.

A Portugália vende mais ou menos dois milhões de ovos, porque um bife sem ovo não é bem um bife.

José Carvalho Martins

Diretor-geral do Grupo Portugália Restauração

Atualmente, a Portugália tem em gestão própria 15 lojas, entre as de rua e as de centro comercial. “Depois em franchising temos neste momento 24 lojas espalhadas pelo país”, detalha o gestor.

No grupo “temos também depois outras marcas, temos a Brasserie, com seis lojas, temos a Ribadouro com uma loja, a Trindade com outra e o Segundo Muelle com outra”. A meta do grupo é abrir 25 lojas Portugália até 2030.

O rebranding teve um ano e meio de planeamento e começou a ser executado há exatamente um ano, quando a Portugália cumpria 99 anos, na loja da Almirante Reis. Contempla um novo logótipo, produtos novos, fardas novas e metodologias novas de trabalho, relata o responsável.

Doze das lojas sob gestão do grupo já estão remodeladas, faltam três até ao final do ano. Quanto aos ‘franchisados’, estes estão a meio da remodelação.

A Portugália está a vender mais de dois milhões de bifes e ovos por anoANTÓNIO COTRIM/LUSA

Grupo espera ultrapassar 50 milhões em faturação em 2026

O diretor-geral do Grupo Portugália Restauração diz ainda, em entrevista à Lusa, que espera ultrapassar os 50 milhões de euros de faturação em 2026, adiantando que as cervejarias remodeladas estão a crescer “acima dos 15%”.

Questionado sobre a faturação, o gestor começa por dizer que na “velocidade cruzeiro” gostaria de chegar “perto dos 50 [milhões de euros]”. Fasquia essa que está próxima, porque no ano passado, diz, “com todas as remodelações” atingiram “à volta dos 45” milhões de euros.

“Este ano já contamos chegar muito perto dos 50 [milhões], ainda temos obviamente muitas interrupções este ano [devido à remodelação das lojas], mas contamos também chegar muito perto dos 50 e o ano que vem já com as lojas todas abertas (…) passarmos essa fasquia”, admite o diretor-geral.

O negócio em 2024 correu bem, acrescenta, apesar do encerramento de muitos restaurantes Portugália para obras de remodelação. “O que estamos a ver é que desde que abrimos as lojas a recetividade dos clientes tem sido espetacular”, prossegue, adiantando que, este ano, “estão a crescer acima de 15%”.

Portugália quer contratar 500 pessoas até 2030

“A ideia é continuar a apostar na marca Portugália, apostar também na marca Brasserie e, portanto, para isso contamos contratar 500 pessoas” até 2030, adianta, admitindo a dificuldade em contratar pessoal para a restauração.

José Carvalho Martins assume a dificuldade em contratar pessoal. “Não gosto de ser o derrotado e o derrotista que canta a mesma canção que toda a gente canta”, mas “é obviamente difícil, cada vez menos pessoas querem trabalhar na restauração, é uma profissão que é desafiante, é exigente, mas a verdade é que da mesma forma que olhamos para todos os desafios com uma mentalidade de resolver problemas, temos que olhar para esta”.

Para o gestor, é preciso “criar condições para que as pessoas se sintam mais à vontade”, melhorando processos para que o trabalho seja mais focado no cliente do que nos temas administrativos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de junho

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Ao longo desta segunda-feira, 9 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Indra e Rheinmetall lideram as subidas bolsistas do setor de defesa na Europa

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

A subida na bolsa destas empresas foi acompanhada por um aumento das despesas com a defesa dos países europeus.

Após o aumento da tensão geopolítica a nível global nos últimos anos, as perspetivas futuras das empresas de defesa europeias melhoraram substancialmente. Um contexto que foi bem recebido pelo mercado, que recompensou com fortes valorizações as empresas do setor, com a Rheinmetall e a Indra a liderarem as subidas.

No caso da alemã, regista-se um aumento de cerca de 185% no que vai do ano. A empresa obteve resultados sólidos nos primeiros três meses de 2025, com um aumento de 46% nas receitas e de 75% nos lucros. Além disso, na apresentação das contas, a empresa indicou que está a expandir significativamente as suas capacidades com a construção de novas fábricas e aquisições estratégicas. «A Rheinmetall é necessária; hoje em dia, os nossos clientes compram-nos fábricas inteiras. A Europa deve preparar-se para uma nova era em que devemos opor-nos com todas as nossas forças à ameaça que paira sobre os nossos valores liberais», declarou recentemente Armin Papperger, presidente do conselho de administração da empresa, após apresentar os resultados do primeiro trimestre.

Por sua vez, a empresa presidida por Ángel Escribano registou um aumento de cerca de 102% no que vai do ano, situando-se em níveis históricos. Esta subida torna-a líder indiscutível do Ibex e a segunda empresa de defesa europeia com maior valorização em 2025.

As receitas da divisão de defesa da empresa espanhola cresceram 18% nos primeiros três meses do ano e, de facto, espera-se que os contratos na área da defesa dupliquem em 2025 em relação a 2024.

Recentemente, no Fórum CREO 2025, Ángel Escribano, presidente da Indra, evidenciou a «necessidade de investir e reforçar a nossa segurança. Precisamos equipar-nos com tudo, tanto em capacidades terrestres como navais e cibersegurança. Acredito que na Indra estamos capacitados e estamos a trabalhar para isso».

A subida na bolsa destas empresas foi acompanhada por um aumento das despesas com a defesa dos países europeus. No início de março, Ursula von der Leyen apresentou o plano ReARm, que prevê mobilizar 800 mil milhões de euros em defesa para os próximos anos. Entretanto, a Espanha prevê atingir este ano 2% do PIB em gastos com defesa e o governo planeia injetar 10,471 mil milhões de euros nos orçamentos de defesa para atingir este objetivo.

Este comportamento no mercado fez com que a indústria da defesa também começasse a ganhar destaque nos principais índices europeus. Assim, o fornecedor de índices Stoxx anunciou recentemente a incorporação da Rheinmetall ao Euro Stoxx 50 a partir de 20 de junho e da Indra ao Stoxx 600 a partir de 23 do mesmo mês.

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Ciclones do Porto ‘atingem’ sueca Sunds com partículas industriais

Pedro Araújo e Romualdo Salcedo vendem Advanced Cyclone Systems à Sunds Fibertech. Com projetos em 43 países e vendas de 7 milhões, serve gigantes como a ArcelorMittal, Sonae Arauco, Merck ou Nestlé.

A sueca Sunds Fibertech é a nova dona da Advanced Cyclone Systems (ACS), empresa do Porto que desenvolve soluções de separação gás/sólido baseadas em ciclones industriais de alta eficiência, que permitem o controlo de emissões de partículas e a recuperação de produto em diversos processos industriais, e que conta com clientes nos setores da madeira, energia, alimentar, química ou farmacêutica.

Pedro Araújo, que vai continuar à frente da empresa, conta ao ECO que, embora a empresa portuguesa já estivesse “no radar” do grupo sueco, o interesse despertou com o fornecimento de um sistema da ACS para um cliente comum na Malásia. A aquisição é encarada como uma oportunidade para acelerar o crescimento em áreas estratégicas, com destaque para os painéis de madeira, onde enfrentava até agora “importantes barreiras à entrada”.

Com sede e escritório no Porto, onde trabalham 17 pessoas, a empresa fundada em 2008 tem uma subsidiária no Brasil com seis funcionários distribuídos entre Vitória (Espírito Santo) e Campinas (São Paulo). No portefólio soma projetos em 43 países, com mais de 450 sistemas instalados, e este ano prevê faturar 7 milhões de euros em termos consolidados. Mais de 90% fora de Portugal, sobretudo no Brasil, França, Espanha, EUA e Canadá.

É uma oportunidade de aceleração do crescimento em áreas estratégicas, com destaque para o setor dos painéis de madeira, onde já tínhamos projetos de sucesso, mas enfrentávamos importantes barreiras à entrada.

Pedro Araújo

CEO da Advanced Cyclone Systems

“A visão da Sunds passa por criar um portefólio robusto e sinérgico de soluções tecnológicas para a indústria dos painéis de madeira e outros setores industriais. Com a ACS reforça o seu bundle tecnológico, juntando à sua oferta uma solução diferenciada de controlo de partículas, resolvendo problemas complicados de forma mais eficaz, simples e com menos consumo energético”, descreve o CEO.

Além disso, perspetiva o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias em áreas adjacentes ou melhorados com a separação de partículas, como sistemas de recuperação de energia, painéis reciclados ou a captura de carbono, em que os ciclones portuenses têm “aplicabilidade comprovada”. Por outro lado, abrem-se para a ACS um “canal de vendas muito mais alargado” e “portas” em novos mercados onde já está presente a empresa de Timrå, liderada por Lars Eklund.

Da faculdade às maiores fábricas do mundo

Tudo começou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), onde o professor Romualdo Salcedo começou a estudar a tecnologia de ciclones há cerca de 30 anos. Foi no campus, como aluno de Engenharia e Gestão Industrial, que Pedro Araújo a conheceu. A ACS surgiu em maio de 2008 com estes dois sócios e o apoio do CoHitec, um programa da Cotec Portugal, e quando o atual CEO estava a fazer um MBA na Universidade Nova de Lisboa.

A empresa contou com o investimento da Espírito Santo Ventures na fase de arranque e depois com um “transformacional” da Armilar Venture Partners. À data da venda, efetivada a 27 de maio e que contou com a assessoria jurídica da Morais Leitão, Romualdo Salcedo e Pedro Araújo eram os únicos acionistas, esclarece o CEO, sem revelar o valor da transação alegando cláusulas de confidencialidade.

Pedro Araújo e Romualdo Salcedo, cofundadores da Advanced Cyclone Systems

Apesar de terem vendido 100% do capital da ACS, os antigos acionistas e alguns colaboradores tornaram-se investidores na Sunds Fibertech, o que “[reforça] o compromisso com a nova etapa” da empresa. “O objetivo é claro: continuar a crescer e a desenvolver tecnologia de ponta, com mais recursos financeiros, comerciais e humanos, mantendo a nossa identidade, marca e autonomia nas restantes áreas de negócio”, frisa Pedro Araújo.

No setor dos painéis de madeira, em que a equipa terá “algum reforço” com a aquisição por parte do grupo nórdico, um dos principais clientes é a Sonae Arauco. Na lista de projetos estão igualmente outros grupos conhecidos à escala internacional, como a Valmet (papel), ArcelorMittal (aço), HeidelbergCement (cimento), BASF (recuperação química), Hovione, Merck e Teva (farmacêutico) ou Nestlé e Mondelez (alimentar).

Se na madeira e biomassa o foco está no controlo de emissões em caldeiras e secadores, no caso das indústrias farmacêutica, alimentar e química atua na recuperação de pós em processos de secagem e atomização, para aumentar a eficiência produtiva e evitar perdas de produto. Já na área da energia e nas indústrias intensivas (aço e cimento) aplica soluções de alta temperatura para captura de carbono em contextos de transição energética, como faz na Methane Pyrolysis, participada por Bill Gates, onde captura carbono sólido proveniente da gaseificação de metano.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 9 Junho 2025

Arranca a conferência em que as Nações Unidas vão discutir questões relacionadas com o oceano. Trabalhadores da Nobre Alimentação voltam a entrar em greve e o INE divulga um conjunto de dados.

No mesmo dia em que arranca a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, o INE divulga um conjunto de dados, incluindo sobre os custos de construção de habitação nova. Tem início o processo em que os EUA acusam a Amazon de ter levado milhões de utilizadores a subscreverem o seu serviço Prime de forma enganosa e de posteriormente dificultar o processo de cancelamento. Os trabalhadores da Nobre Alimentação voltam a entrar em greve e os combustíveis ficam meio cêntimo mais baratos.

Arranca a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano

Começa esta segunda-feira, em França, a terceira Conferência das Nações Unidas. O Tratado do Alto Mar, o Pacto para os Oceanos e o Plano de Ação de Nice para os Oceanos são três dos acordos-chave que vão estar em cima da mesa no encontro. A terceira Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3) vai decorrer em Nice até sexta-feira, reunindo representantes dos governos, setor privado, comunidade científica, comunidades costeiras e povos indígenas, para serem discutidos compromissos em torno do oceano.

Como evoluíram os custos de construção de habitação? E qual o panorama da indústria?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o índice de custos de construção de habitação nova referentes a abril. Em março, os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,3% face ao mês homólogo. O INE divulga ainda o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas na indústria, bem como estatísticas do comércio internacional, ambos referentes ao mês de abril.

Início do processo dos EUA contra a Amazon por subscrição do serviço Prime

Tem início o processo na justiça em que a Comissão Federal do Comércio dos EUA acusa a Amazon de ter levado milhões de utilizadores a subscreverem o seu serviço Prime – assinatura mensal ou anual com diversos benefícios – de forma enganosa e de posteriormente dificultar o processo de cancelamento dessa mesma subscrição. O processo alega que a gigante norte-americana sabia que estava a angariar subscritores sem o devido consentimento, tendo usado “interfaces de utilizador que são manipuladoras, coercivas ou enganosas para levar os consumidores a automaticamente renovarem as subscrições do serviço Prime”.

Trabalhadores da Nobre Alimentação fazem greve

Os trabalhadores da Nobre Alimentação voltam a entrar em greve esta segunda-feira. A paralisação, que dura todo o dia e inclui uma concentração na unidade fabril, em Rio Maior, visa a intensificação e continuidade da luta pelo direito à negociação do caderno reivindicativo dos trabalhadores.

Combustíveis ficam mais caros

Esta semana o preço dos combustíveis fica mais caro. Tanto o preço do gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, como o da gasolina ficam meio cêntimo mais caros. Quando for abastecer, deverá assim pagar 1,519 euros por litro de gasóleo simples e 1,681 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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Taxa de juro natural em mínimos históricos corta asas ao BCE

As projeções para a taxa de juro natural entre -0,5% e 1% retiram margem de manobra ao Banco Central Europeu para cortar muito mais as taxas de juro e com poucas “armas” para combater a próxima crise.

O Banco Central Europeu encontra-se numa encruzilhada complexa. As estimativas mais recentes apontam para uma taxa de juro natural na área do euro entre -0,5% e 1%, segundo dados publicados esta sexta-feira no Boletim Económico de junho do Banco de Portugal.

Os valores historicamente baixos para a taxa de juro natural provocam uma limitação da capacidade de resposta da política monetária a futuras crises por parte do Banco Central Europeu (BCE). Esta realidade coloca em evidência um dos maiores desafios que Christine Lagarde e o Conselho do BCE enfrentarão nos próximos anos.

A questão não é meramente técnica. Quando a taxa de juro que equilibra a economia no longo prazo se situa em território próximo de zero – ou mesmo negativo –, a margem para cortar juros numa eventual recessão torna-se perigosamente estreita.

Como explica o documento do Banco de Portugal, “uma taxa de juro natural baixa significa que, com expectativas de inflação ancoradas no objetivo do banco central, a taxa de juro nominal também se situa em valores baixos no longo prazo”. O resultado? “Há uma menor margem de descida até ao limiar inferior, abaixo do qual uma fração significativa dos agentes económicos estariam dispostos a substituir depósitos por moeda.”

A taxa de juro natural — também conhecida como taxa de juro real de equilíbrio no longo prazo — é um conceito fundamental, mas invisível nos mercados financeiros. Definida como “a taxa de juro real de curto prazo que é consistente com o produto potencial e a inflação estável no valor do objetivo do banco central”, esta variável determina, em última análise, onde devem situar-se as taxas oficiais do BCE.

O problema é que “a taxa de juro natural não é observável”, o que obriga os bancos centrais a navegar com instrumentos imperfeitos. As estimativas disponíveis mostram diferenças relevantes, “apresentando diferenças significativas quanto ao valor da taxa natural”, como ilustrado o Banco de Portugal no Boletim Económico de junho, colocando a taxa entre -0,5% e 1%.

Esta incerteza torna ainda mais complexa a tarefa do BCE. Como reconhece o Banco de Portugal, “quando a taxa de juro se situa no intervalo de valores estimados para a taxa de juro nominal de equilíbrio, como é o caso atualmente na área do euro, a avaliação é mais difícil”.

Implicações para a política monetária

A trajetória da taxa de juro natural na área do euro tem sido consistentemente descendente. “Desde o início da área do euro até à pandemia de Covid-19, as estimativas da taxa de juro natural apresentaram uma clara trajetória descendente”, refere o documento.

Este declínio não é casual. Resulta de forças estruturais que moldaram as economias europeias nas últimas décadas. Entre os principais fatores identificados pelo Banco de Portugal estão “o envelhecimento da população (provocado por uma menor taxa de fertilidade e um aumento da esperança de vida), que incentiva um aumento da poupança ao longo da vida ativa, e o menor crescimento da população, que condiciona o dinamismo do produto potencial”, mas também “o fraco dinamismo da produtividade; e a maior procura por ativos seguros associada a uma maior aversão ao risco na sequência da crise financeira global”.

Contudo, o cenário pode estar a mudar. “No período após a pandemia alguns fatores poderão estar a pressionar em alta a taxa de juro natural”, observa o Banco de Portugal. Estes incluem necessidades acrescidas de investimento nas transições digital e verde, o aumento da dívida pública e mudanças no mercado de trabalho.

As “maiores necessidades de investimento, em particular para apoiar as transições digital e verde” podem estar a criar uma procura estruturalmente mais elevada por capital, pressionando as taxas em alta. Simultaneamente, “o aumento da dívida pública após a pandemia” e “a menor procura por ativos seguros associada à finalização dos programas de compra de ativos pelos bancos centrais” contribuem para o mesmo efeito.

Os mercados esperam novas descidas das taxas de juro oficiais em 2025, para valores que se situam dentro do intervalo de estimativas para a taxa de juro nominal no longo prazo.

Banco de Portugal

Boletim Económico de junho de 2025

As consequências práticas para o BCE são evidentes. Como sublinha o documento, “uma reduzida taxa de juro natural apresenta desafios para a política monetária”. Com menos espaço para cortes, o banco central fica “mais restringido no uso do seu principal instrumento”.

Esta realidade já se refletiu nas decisões recentes do Conselho do BCE. “Os mercados esperam novas descidas das taxas de juro oficiais em 2025, para valores que se situam dentro do intervalo de estimativas para a taxa de juro nominal no longo prazo”, como refere o Boletim do Banco de Portugal.

Apesar das limitações, a taxa de juro natural mantém-se central na estratégia do BCE. “No longo prazo, as taxas de juro nominais têm de evoluir em linha com a inflação e com a taxa de juro natural”, explica o documento. Por isso, “a ancoragem das expectativas de inflação em torno do objetivo do banco central depende de uma condução da política monetária consistente com esta relação”.

O conceito serve também como bússola para avaliar a orientação da política monetária: “acomodatícia se a taxa de política estiver abaixo da taxa de equilíbrio, restritiva se estiver acima”, esclarece o Banco de Portugal.

Para o BCE, este enquadramento teórico traduz-se numa realidade prática incontornável. Num mundo de taxa de juro natural baixa, cada movimento dos juros oficiais ganha maior importância, e a margem de erro estreita-se consideravelmente. A capacidade de resposta a futuras crises dependerá, mais do que nunca, da criatividade e da coordenação de políticas não convencionais.

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La Fageda apresenta os seus novos gelados com a primeira edição da «La Fiesta del Helado»

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

Sara Roy e La Gastronòmica combinaram os novos gelados ao ritmo da música, num evento para visitantes, criadores de conteúdo e público interno.

A festa recebeu no sábado cerca de duzentas pessoas e contou com um concerto acústico da cantora e compositora de Manresa Sara Roy, que cativou o panorama musical catalão com as suas melodias emocionantes. Vencedora dos prémios Enderrock 2022 de Melhor Artista Revelação e Melhor Canção de Autor por votação popular, Sara Roy conta com mais de 47 000 seguidores nas suas redes sociais. O evento contou também com a harmonização de La Gastronòmica, projeto de Clara Antúñez e Jaume Montanyà, da região de Empordà, que organiza experiências em torno do vinho e da gastronomia.

A primeira edição da «La Fiesta del Helado» enquadra-se na celebração dos 15 anos de produção da La Fageda e serviu para apresentar a transformação integral desta gama, que inclui tanto uma reformulação do produto como um novo posicionamento da marca com o objetivo de dar visibilidade ao projeto social e transmitir a extraordinária história por trás deste produto. Os eixos do projeto baseiam-se na reformulação do produto, acompanhada de uma nova embalagem que incorpora o novo posicionamento da marca «Diferença extraordinária».

A reformulação dos gelados da La Fageda incorpora quatro referências elaboradas com matérias-primas de alta qualidade e uma notável melhoria na cremosidade: Caramelo salgado com amêndoas caramelizadas, Bolachas de chocolate, Iogurte com lascas de chocolate e Iogurte com manga.

A La Fageda iniciou a produção e venda de gelados em 2010, numa nave em Badalona. A vontade de preservar os postos de trabalho de um Centro Especial de Emprego situado neste município, dedicado à elaboração de gelados e que tinha falido, foi o motivo que impulsionou a empresa da Garrotxa a iniciar a sua atividade no setor dos gelados. Poucos anos depois, a produção foi transferida para Santa Pau.

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IE University, a Universidade Alfonso X el Sabio e a Pontifícia Universidade de Comillas são as universidades privadas mais valorizadas pelas empresas, segundo a Forbes

  • Servimedia
  • 9 Junho 2025

Segundo a Forbes foram avaliados os acordos com empresas, o impulso de novas metodologias que envolvem as empresas na formação dos estudantes, bem como projetos conjuntos, entre outros fatores.

A IE University, a Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) e a Universidade Pontifícia de Comillas estão no pódio das universidades privadas espanholas mais valorizadas pelas empresas, de acordo com o último ranking da Forbes. A publicação reconhece o trabalho das universidades para impulsionar vias de cooperação com empresas e instituições que promovam a inovação e o desenvolvimento social.

Atualmente, a colaboração entre universidades e empresas consolidou-se como um pilar essencial para a inovação e o desenvolvimento económico sustentável. O modelo tradicional da Tríplice Hélice, que promovia a interação entre universidade, indústria e governo, deu lugar a abordagens mais integradas, nas quais as universidades se tornaram verdadeiros centros de inovação, incubando spin-offs e facilitando a transferência de conhecimento para o mercado.

Por isso, entre os elementos avaliados destacam-se a conceção de novas metodologias e propostas educativas, que envolvem as empresas na formação dos estudantes; os projetos desenvolvidos em conjunto com empresas e a adaptação dos cursos e recursos educativos às exigências do mercado.

Entre as três universidades privadas mais valorizadas pelas empresas, segundo a Forbes, está a IE University. Destacada como uma das universidades mais inovadoras de Espanha, a IE University promove a empregabilidade, o espírito empreendedor e a inovação entre os seus estudantes com atividades como o programa IE Impact, que termina com o IE Challenge, no qual os estudantes trabalham como consultores de inovação e colaboram com as entidades participantes. A estas iniciativas acrescenta-se um ambiente de última geração nos seus campus, concebidos para incentivar a criatividade. É o caso do Campus Creativo em Segóvia, que promoverá a colaboração entre estudantes e empresas em projetos de arquitetura, design e empreendedorismo.

Em relação à Universidade Alfonso X el Sabio (UAX), reconhecida como a Universidade da Empresa, a UAX desenvolveu um ecossistema de colaboração com empresas de todos os setores ao longo dos últimos 30 anos. Cerca de 9.600 acordos tornam possível esta estreita relação que se materializa na metodologia UAXmakers, com a qual promove a colaboração de estudantes com empresas para a resolução de desafios reais; a presença de empresas nos campus, onde estudantes e profissionais colaboram em projetos de inovação sustentáveis; programas de mentoria ou workshops de empreendedorismo.

Em relação à Universidade Pontifícia de Comillas, reconhecida pelas escolas ICAI (Escola Técnica Superior de Engenharia ICAI) e ICADE (com foco em Administração e Gestão de Empresas), a universidade destaca-se pela sua estreita colaboração com empresas e pela promoção da inovação conjunta através de 3.000 acordos. A instituição também se concentra em facilitar a inserção profissional dos seus alunos, promovendo ambientes e oportunidades onde possam aplicar os seus conhecimentos em ambientes profissionais, adquirir habilidades práticas, estabelecer contactos valiosos na indústria e preparar-se para se destacar no cenário profissional.

O ranking é completado pela Universidade Europeia e pela Universidade CUNEF, em quarto e quinto lugar, respetivamente. A Universidade San Pablo CEU, Deusto, Ramón Llull, Universidade de Navarra e Camilo José Cela fecham o ranking.

 

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Inflação abrandou. Mas ainda se lembra dos preços há quatro anos?

Inflação está no valor mais baixo em três anos. Os preços abrandam, mas não vão descer. Será que ainda se lembra de quanto pagava pelo arroz, pelo azeite e pelos ovos no início de 2022? Recorde aqui.

Depois de anos marcados por agravamentos nos preços, a inflação na Zona Euro tem vindo a desacelerar desde o ano passado, alcançando agora mínimos de três anos. Significa que os preços estão a abrandar, não que voltaram aos níveis em que estavam no início de 2022, antes da guerra na Ucrânia. Será que ainda se lembra de quanto pagava por um quilo de arroz? E meia dúzia de ovos, ou uma garrafa de azeite?

A inflação homóloga da Zona Euro baixou para 1,9% em maio, ficando abaixo do objetivo de 2% do Banco Central Europeu, mostrou uma estimativa rápida divulgada na semana passada pelo Eurostat. Em Portugal, a evolução do Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC) situou-se em 1,7%, abaixo da taxa de 3,8% do mês homólogo e dos 2,1% registados em abril.

Este processo de desinflação já era antecipado, mas tem vindo a ganhar expressão, dando margem ao BCE para continuar a cortar juros. Só que a fatura do supermercado não está a descer. Bem pelo contrário. A maioria dos alimentos está hoje mais cara do que no início de 2022, antes do início do conflito na Ucrânia.

Olhando para os preços de um cabaz com 63 produtos alimentares essenciais compilados pela Deco desde o dia 5 de janeiro de 2022, (quase) todos os produtos custam atualmente mais do que há três anos. E as diferenças não são pequenas.

Preço da carne de novilho quase duplicou desde o início de 2022, antes do início da guerra na Ucrânia.Freepik

A carne de novilho para cozer é o produto cujo preço mais subiu. Em pouco mais de um ano, o custo quase duplicou, com o preço do quilo a passar de 5,82 euros para 11,49 euros. Trata-se de uma subida de 97,45%.

Os ovos, que têm sido tão falados nos últimos tempos, por estarem a faltar nalgumas prateleiras dos supermercados devido às quebras no fornecimento por causa da gripe das aves, são outro dos produtos que mais pesam na carteira das famílias. Enquanto no início de 2022, meia dúzia de ovos custava 1,14 euros, hoje precisa pagar 2,03 euros para comprar o mesmo produto. É quase mais 78%.

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Produtos básicos para preparar uma refeição, como arroz, batata, carne, peixe, ou enlatados registam subidas que variam entre os 40% e os 65%. No caso do arroz agulha, o preço do quilo subiu 47 cêntimos, para 1,62 euros.

Tomar o pequeno-almoço também ficou (muito mais) caro nos últimos anos. Os cereais de pequeno-almoço (integrais, ou flocos de cereais) viram os preços disparar mais de 55% e um litro de leite meio gordo custa hoje em média 97 cêntimos, mais 29 cêntimos, ou 43%, do que no início de 2022. Para quem gosta de beber o seu café, o preço também amargou. Segundo o levantamento da Deco, o café torrado moído está agora 58% mais caro, tendo subido de 2,99 euros para 4,73 euros.

O bacalhau é um dos produtos que mais aumentou, em termos absolutosANDRÉ KOSTERS / LUSA

Em termos absolutos, a maior subida, a seguir ao novilho, foi protagonizada pelo bacalhau graúdo. Este peixe tão apreciado pelos portugueses, sobretudo no Natal, viu o custo disparar mais de cinco euros, para 15,61 euros. É um aumento de 47%. Nos últimos três anos, a garrafa de azeite passou de custar 4,46 euros para 6,57 euros, o que representa um agravamento de 47%.

Do cabaz de 63 produtos essenciais seguidos pela Deco, apenas dois – curgete e óleo alimentar – ficaram mais baratos. No caso da curgete, o preço baixou 30% para 1,72 euros por um quilo, enquanto a garrafa de óleo de um litro custa menos 9%: 2,09 euros.

Em termos globais, o preço do cabaz subiu de 187,70 euros, no início de 2022, para 239,27 euros, no final de maio. Ou seja, as pessoas têm hoje que pagar mais 51,57 euros (27,5%) pelos mesmos produtos que compravam há três anos.

Apesar da descida da inflação não se refletir nos preços praticados nos supermercados, o índice de preços deverá continuar a baixar nos próximos meses.

BCE vê ajustamento mais rápido

Christine Lagarde, presidente do BCE, reviu em baixa as estimativas para a inflação.BCE

O Banco Central Europeu, que voltou a cortar as taxas de juro na região em 25 pontos base na semana passada, reviu em baixa as suas estimativas para a inflação. O banco central, liderado por Christine Lagarde, projeta agora uma inflação de 2% para este ano face à projeção anterior de 2,3%. Para 2026 e 2027 projeta aumentos de preços em termos homólogos de 1,6% e 2% respetivamente (quando em março previa 1,9% e 2%).

O banco central justificou que “as revisões em baixa em relação às projeções de março, de 0,3 pontos percentuais tanto para 2025 como para 2026, refletem principalmente pressupostos mais baixos para os preços da energia e um euro mais forte“.

Apesar das perspetivas mais otimistas em relação ao ajustamento da inflação, a presidente do BCE alertou que “as perspetivas para a inflação na zona euro são mais incertas do que o habitual”, apontando para a guerra comercial. “De momento enfrentamos uma incerteza significativa — poderá ler na declaração sobre a política monetária, penso que mencionamos a incerteza nove ou dez vezes”.

A União Europeia e os EUA acordaram prolongar as negociações, numa tentativa de chegar a um entendimento sobre as tarifas. Contudo, continua tudo em aberto em relação a um acordo comercial entre as duas regiões.

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