PS quer Estado a comprar casas aos bancos para arrendamento acessível

O ataque à crise de habitação foi considerado prioridade por Pedro Nuno Santos. Alojamento Local, programa Revive, compra de habitações hipotecadas e IVA a 6% para construção a custos controlados.

O programa do PS para as eleições legislativas de 18 de maio, apresentado este sábado, propõe, sem detalhes, “fomentar um programa de aquisição por parte do Estado de habitações hipotecadas à banca, com garantia de arrendamento vitalício aos proprietários da mesma habitação ou integração dessas habitações em programas de arrendamento acessível”. Para os socialistas, “não há soluções únicas nem milagrosas para responder à crise da habitação, mas há um caminho claro: assumir a habitação como desígnio coletivo, com contributo do Estado, setor privado e cooperativo”.

Para aumento da oferta de habitação ao mercado, o PS propõe a transferência da forma de utilização de algum do parque atual. O polémico tema do alojamento local volta a ser mencionado pretendendo “repor um conjunto de regras mínimas de regulação do Alojamento Local (AL), e ao mesmo tempo incentivando a transferência de imóveis afetos ao AL para arrendamento de habitação permanente”.

Transformar segundas habitações em primeira, e única, passará por estabelecer um regime de isenção de tributação de mais-valias na venda de segundas habitações em zonas de pressão urbanística, sempre que as habitações sejam adquiridas para habitação própria e permanente.

Em sentido sancionatório prevê agravar as mais-valias em imóveis adquiridos e vendidos sem que estes tenham sido recuperados ou habitados. Também volta ao tema de avaliar o enquadramento fiscal a não residentes ou a residentes fora do espaço da EU, para efeitos de habitação.

O PS defende ainda a transferência progressiva da gestão dos imóveis do IHRU para as autarquias, adequando a gestão do património às realidades locais e otimizando assim a promoção de políticas públicas de habitação pelo IHRU.

Classe média com apoio ao arrendamento

Várias medidas para enquadrar o arrendamento estão previstas. Começa por rever a fórmula de cálculo para atualização de rendas, incluindo a evolução dos salários nos critérios de atualização em anos com inflação superior a 2%.

“Para promover um mercado de arrendamento eficaz e assente no equilíbrio entre as partes”, o PS promete elaborar um “Código do Arrendamento Urbano que unifique todas as regras do arrendamento num só instrumento jurídico equilibrado e simplificado. Quer ainda criar uma entidade fiscalizadora do arrendamento, promover um regime excecional de regularização de contratos informais reforçando garantias de senhorios e arrendatários, criar projetos de mediação, geridos pelas câmaras municipais, entre inquilinos e senhorios e fomentar a criação de seguros no arrendamento.

O PS também quer assegurar que todas as famílias com taxa de esforço elevada, incluindo as da classe média, têm acesso a um apoio ao pagamento da renda.

Ainda no lado da procura, o PS coloca reservas às medidas do Governo AD, pretendendo “assegurar condições de previsibilidade e segurança nos apoios à compra de habitação através de uma monitorização rigorosa do acesso ao mecanismo de Garantia Pública para apoio à compra da 1.ª Casa e avaliar “em diálogo com o Banco de Portugal, a introdução de mecanismos que garantam a proteção dos beneficiários da Garantia Pública em caso de incumprimento do pagamento do crédito à habitação”.

Construir mais habitação pública

No seu programa eleitoral propõe criar instrumentos permanentes de financiamento da construção de habitação pública, “especialmente dirigida à classe média, jovens, trabalhadores deslocados e estudantes do ensino superior, ampliando as soluções já postas em prática pelo Partido Socialista”.

Insiste na criação de uma dotação anual, financiada por parte dos dividendos da CGD, destinada à promoção e manutenção de habitação pelas autarquias.

Volta ainda ao seu programa Mais Habitação propondo executar as linhas de financiamento previstas e ainda não concretizadas, como a garantia mútua e bonificação de juro, para promoção de habitação para arrendamento acessível por parte de privados e cooperativas e quer Lançar o Programa REVIVE Habitação para agilizar a mobilização dos imóveis devolutos do Estado para habitação.

Para conseguir dar “maior celeridade, sustentabilidade, estabilidade e eficácia à promoção de habitação para as famílias carenciadas e a classe média”, pretende garantir regras de contratação pública mais ágeis e eficazes, salvaguardar um quadro fiscal estável e atrativo, nomeadamente com IVA a 6% para projetos de habitação a custos controlados, individuais ou coletivos, e a isenção fiscal para as rendas a preços acessíveis.

Promete ainda revisitar, com vista à sua simplificação, requisitos de construção que não se afigurem necessários e estabelecer condições de maior estabilidade legislativa, reforçando o planeamento estratégico e a previsibilidade dos investimentos.

Promover a habitação comunitária

Em complemento a medidas mais tradicionais, o PS propõe outras que considera “de combate à pobreza”. Desde logo promover “o contributo dos empregadores para soluções de habitação dos trabalhadores, assegurando uma regulamentação adequada das condições mínimas de alojamento temporário de trabalhadores deslocados ou migrantes e definindo responsabilidades dos empregadores nestes casos”.

Para libertar fogos para arrendamento, quer lançar projetos-piloto de uma nova resposta social inovadora com base em modelos de habitação colaborativa ou unidades de reforço de autonomia, em articulação com os municípios e com as políticas de habitação. Assim, o PS considera positiva a expansão de iniciativas de economia social como cooperativas direcionadas para habitação colaborativa (“co-housing”) com abordagens inspiradas no modelo “housing first”.

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Montenegro compara Pedro Nuno Santos a Sócrates e acusa PS de “prometer tudo a toda a gente”

  • Lusa
  • 5 Abril 2025

O presidente do PSD, Luís Montenegro, comparou o PS atual, que apresentou o seu programa eleitoral ao do antigo primeiro-ministro José Sócrates por "prometer tudo a toda a gente".

O presidente do PSD, Luís Montenegro, comparou o PS atual, que apresentou o seu programa eleitoral às próximas eleições legislativas, ao do antigo primeiro-ministro José Sócrates por “prometer tudo a toda a gente”. Na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, na apresentação de Fátima Alves como candidata pela Coligação PSD/CDS-PP — Juntos Pela Nossa Terra, às eleições autárquicas deste ano, o líder dos sociais-democratas associou José Sócrates ao programa eleitoral do PS.

Hoje, a nossa candidata disse [na sua intervenção] que não estava aqui para fazer falsas promessas, que não estava aqui para prometer aquilo que não podia fazer. É curioso porque ao mesmo tempo que a Fátima [Alves] estava a falar, alguém mais longe, estava a apresentar o programa eleitoral para as eleições legislativas de 18 de maio, e estava precisamente, à boa maneira de um ex-primeiro ministro, chamado José Sócrates, a prometer tudo a toda a gente“, acusou Montenegro, no seu discurso.

Para o também primeiro-ministro em gestão, a política de “prometer tudo a toda a gente” é o caminho para o empobrecimento e para que as dificuldades aumentem no futuro. Foi a resposta à apresentação do programa eleitoral socialista, que apontou um conjunto de prioridades, entre as quais ressaltam três medidas: Repor o IVA Zero na alimentação, rever o atual Acordo de Concertação de forma a acelerar a subida do salário mínimo nacional para 1.110 euros por mês e reduzir o horário de trabalho semanal para 37,5 horas por semana.

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ECO Quiz. Tarifas de Trump, ‘cheques’ elétricos e ‘rankings’ das escolas

  • Tiago Lopes
  • 5 Abril 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou esta semana?

Na semana que agora termina, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre importações de diversos países, com o objetivo de igualar os direitos aduaneiros que cada nação aplica aos produtos norte-americanos. Esta medida faz parte de uma estratégia mais ampla para “libertar” a economia dos EUA e reduzir o défice comercial. As novas tarifas variam conforme o país, refletindo as taxas que esses países impõem sobre os produtos dos EUA.

A ministra do ambiente, Maria da Graça Carvalho, indica que já estão esgotadas as verbas que estavam destinadas a veículos elétricos e bicicletas no âmbito do concurso para apoio à compra de veículos verdes. O Governo vai avaliar a capacidade para reforçar este programa.

Os alunos dos colégios voltam a ter melhores resultados nos exames do secundário, com a primeira escola pública a surgir apenas em 33.º lugar de uma tabela nacional em que os estabelecimentos públicos localizados no norte ficam melhor na fotografia.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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Pedro Nuno ataca Montenegro. “Falta idoneidade ao líder do Governo”

  • Lusa e ECO
  • 5 Abril 2025

"Os impostos que temos de baixar não é que só alguns pagam, mas os que todos pagam", referiu Pedro Nuno Santos, na apresentação do programa do PS para as eleições legislativas.

O secretário-geral do PS afirma que “falta idoneidade” ao primeiro-ministro e que o projeto do Governo para Portugal não tem credibilidade, apontando a saúde e a habitação como “exemplos da incompetência”. Na apresentação do programa eleitoral com o qual o PS se apresenta às eleições legislativas, hoje em Lisboa, e ainda antes de anunciar as principais medidas, Pedro Nuno Santos começou com uma análise da situação política nacional e reiterou críticas ao Governo de Luís Montenegro.

Assegurando que os socialistas não vão fugir ao debate sobre primeiro-ministro, o líder do PS apontou “falta de seriedade do Governo que governa Portugal”. “Falta idoneidade ao líder do Governo e falta credibilidade ao projeto que o Governo dizia ter para Portugal”, acusou.

Para Pedro Nuno Santos, a avaliação da seriedade de um líder político é importante porque “ela é reflexo da forma como um Governo se comporta”, dando vários exemplos deste último ano durante o qual considerou que faltou esta seriedade.

O líder do PS não esqueceu o recente Conselho de Ministros no Mercado do Bolhão, no Porto, e acusou o executivo de usar “o dinheiro público e o Estado para fazer propaganda política”. A saúde, para o líder do PS, “é o expoente máximo da incompetência do Governo”.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS apresentou o programa do partido para as próximas eleições legislativas salientando que “os impostos que temos de baixar não é que só alguns pagam, mas os que todos pagam”.

Destacou o retorno do IVA zero a um pacote de produtos alimentares, a extensão do IVA de 6% na eletricidade de 2 milhões para 5 milhões de famílias e a redução do IUC, justificando que a ausência de transportes públicos em algumas zonas do país obriga a as pessoas a deslocarem-se de automóvel para o trabalho, concluindo “”Não é possível fazer uma transição energética contra as pessoas”.

Afirmou depois que mais de 2 milhões de famílias dependeram do apoio do Estado para comprar bilha de gás por apoio direto de 15 euros. Uma botija de 36 euros o dobro do que custa em Espanha. O PS regulou os preços e quer voltar a regular: “Quando o mercado não funciona, o Estado tem de intervir, mas subsidiar não resolve se as empresas não colaborarem, por isso tem de se fixar preços”, disse.

Após explicar a aposta na “redução sobre os impostos, a energia e a mobilidade, focou a Habitação estado precisa de construir casas. “Se o esforço de construir um parque público tivesse começado há 20 ou 30 anos as pessoas não viviam como vivem hoje”. Defendendo um fluxo estável de financiamento destinada à manutenção do parque habitacional, utilizando os dividendos da Caixa geral de Depósitos para resposta à crise de habitação, financiando as autarquias na construção de um parque público para “venda arrendamento ao povo português”, disse.

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PS quer repor IVA zero na alimentação, aumentar salário mínimo para 1.110 euros e reduzir horário de trabalho

Pedro Nuno Santos apresentou um programa eleitoral para as legislativas com "10 respostas para cinco prioridades". PS prevê ligeiro excedente em 2025, mas antecipa défice de 0,4% em 2026.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, à chegada para partticipar na apresentação do programa eleitoral “Um novo impulso para Portugal” no Parque das nações, em Lisboa, 05 de abril de 2025. TIAGO PETINGA/LUSA

Repor o IVA Zero na alimentação, defende a revisão do atual Acordo de Concertação de forma a acelerar a subida do salário mínimo nacional e quer reduzir o horário de trabalho semanal para 37,5 horas, são medidas de destaque do Partido Socialista ao apresentar este sábado a síntese do seu programa eleitoral para as eleições legislativas.

Intitulado “Um Novo impulso para Portugal – 10 respostas para 5 prioridades, o PS resumiu as medidas na “Redução Do Custo De Vida, Habitação Como Maior Desafio Nacional e Um SNS Universal, Forte E Resiliente, Menos Tempo De Trabalho, Mais Salários e Apoiar As Jovens Famílias”.

A medida com maior impacto é “assegurar às famílias o regresso – agora de forma permanente – do IVA Zero na alimentação”, retomando o PS um regime temporário criado no governo de António Costa como resposta à subida da inflação, selecionando 46 produtos alimentares de maior consumo para a adoção de 0% de IVA.

Avançar com a redução faseada da semana de trabalho de 40 horas para 37,5 horas para todos os trabalhadores, “no quadro de um acordo de Concertação Social”, é outra das pretensões do PS para a nova legislatura. Um novo acordo de Concertação Social deve ainda estabelecer uma valorização dos salários, “com metas mais ambiciosas na trajetória do SMN e do salário médio, com o objetivo de atingir pelo menos 1.110 euros e 2.000 euros em 2029, respetivamente”. O atual Acordo prevê uma subida anual de 50 euros no salário mínimo, culminando em 2029 nos 1.020 euros.

Ainda no combate ao custo de vida, o programa prevê a aplicação da taxa de 6% do IVA à totalidade do consumo de energia elétrica para as famílias com potência contratada até 6,9 kVa. Desde de 1 de janeiro de 2025 esse benefício está restrito a consumos de 200 kWh e, no caso das famílias numerosas, de 300 kWh. Todo o restante consumo, mantém-se sujeito à taxa de IVA de 23%.

O partido pretende ainda a fixação do preço do gás engarrafado com base numa proposta da ERSE, que reavaliará periodicamente o limite de preço. Propõe ainda reduzir em pelo menos 20% o IUC dos veículos até média cilindrada, matriculados após 1 de julho de 2007.

Em relação à habitação, o PS quer estabelecer uma dotação anual, financiada por parte dos dividendos da CGD, destinada à construção ou promoção e requalificação de habitação pública pelas autarquias. Quer ainda assegurar que “todas as famílias com taxa de esforço elevada, incluindo as da classe média”, têm acesso a um apoio ao pagamento da renda.

Na área da saúde, o PS pretende “colocar mais médicos de família nos centros de saúde que mais precisam de médicos através da criação de um apoio ao alojamento para médicos que aceitem deslocar-se”. Junta novos serviços ao SNS, pretendendo integrar a medicina dentária e a saúde mental no pacote de cuidados básicos do SNS, e generalizar os rastreios visuais e auditivos na infância.

Para apoio das jovens famílias, o PS propõe aumentar em 50% o valor do abono de família para as crianças dos 3 aos 6 anos, em todos os escalões de rendimento e Criar o Programa “Pé-de-Meia”, em que o Estado atribui 500 euros em certificados de aforro a cada criança nascida, com efeito retroativo a nascimentos desde 1 de janeiro de 2025, valor que pode ser reforçado e resgatado aos 18 anos de idade. Miguel Costa Matos, deputado socialista responsável pela coordenação do Manifesto Legislativas 2025, referiu à Lusa que “se olharmos para aquela que é a taxa de juro neste momento aplicada nos certificados de aforro, irá crescer dos 500 euros para os 768 euros, que poderão ainda ser reforçados pelas famílias“, concluiu.

Os socialistas estimam que, com 85 mil crianças nascidas por ano, no final da legislatura haverá certificados emitidos no valor de 215 milhões de euros e uma despesa anual com juros de 5,1 milhões de euros, que não terá impacto imediato, e que concluem ser “perfeitamente justificados”.

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Produtores portugueses indisponíveis para exportar ovos para os EUA

Embaixada americana já procurou ovos em Portugal, mas os produtores não têm disponibilidade. Gripe das aves nos EUA é principal "culpada" pela escalada de preços.

Os EUA estão a braços com a gripe das aves e a embaixada americana já entrou em contacto com os produtores portugueses de ovos na esperança de algum aprovisionamento. No entanto, Portugal não tem disponibilidade para abastecer o mercado norte-americano, apesar de também já ter visto os preços dispararem.

Tanto a Companhia Avícola do Centro como a Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos (Anapo) confirmam ao ECO que já receberam pedidos para enviar ovos para os EUA, apesar de Portugal “não ter disponibilidade para exportar“. “Há compromissos assumidos com a distribuição nacional”, explica Paulo Mota, líder desta associação que representa o setor no país.

“Já recebemos contactos diretos de uma empresa americana e indiretos através da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), por via da embaixada americana”, assume o administrador da Companhia Avícola do Centro, Manuel Sobreiro. O responsável acrescenta também que os produtores portugueses “não têm disponibilidade”, tendo em conta “os compromissos que têm para abastecer o mercado interno e o espanhol”.

Já recebemos contactos diretos de uma empresa americana e indiretos através da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, por via da embaixada americana.

Manuel Sobreiro

Administrador da Companhia Avícola do Centro

O administrador da Companhia Avícola do Centro detalha que em 2015 exportou 6.500.000 dúzias de ovos para os EUA, altura em que se verificou um grande surto de gripe aviária, mas, depois desse ano, tal não voltou a acontecer. “Nunca mais nos foi solicitado, até porque, em condições normais, é um dos mercados ao nível dos ovos com mais protecionismo“, afiança Manuel Sobreiro.

Localizada na Bidoeira de Cima, em Leiria, a Companhia Avícola do Centro tem um efetivo de 3,4 milhões de galinhas poedeiras, distribuídas por 65 explorações em todo o território nacional. O grupo classifica e embala anualmente mais de 900 milhões de ovos, emprega 680 pessoas (590 em Portugal e 90 em Espanha) e fechou 2024 com um volume de negócios consolidado de 240 milhões de euros.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse que a capacidade produtiva do país é de 104%, o que significa que Portugal tem uma pequena margem para exportação além de abastecer a totalidade do consumo interno.

Alfredo Martins, diretor geral da Zêzerovo, recorda ao ECO que os “graves problemas de gripe aviária não são um problema exclusivo dos EUA” e que “a Europa também teve casos de gripe das aves“. Apesar de se dedicar apenas ao mercado nacional, a produtora, que tem dois milhões de galinhas poedeiras, que dão 550 milhões de ovos por ano, explica que a “subida de preços” que se tem verificado “é o mercado a funcionar com base na oferta e procura”. O porta-voz recorda que “existem anos em sentido contrário “, em que “os preços descem muito e abaixo do custo de produção”.

A subida de preços é o mercado a funcionar com base na oferta e procura.

Alfredo Martins

Diretor geral da Zêzerovo

O diretor geral da Zêzerovo justifica a subida dos preços pelo “aumento da procura, já que o ovo é o segundo alimento mais rico nutricionalmente, e ainda assim a preço mais acessível”. O líder da Anapo, a associação nacional do setor, estima que cada português consuma, em média, cerca de 200 ovos por ano. Paulo Mota faz uma analogia e diz que, pelo “preço de um café, conseguimos fazer uma refeição de ovos, por exemplo uma omelete”.

Ainda assim, o responsável da Zêzerovo está convicto que “o preço deve estabilizar” e que “não são esperadas novas subidas”.

Gripe das aves nos EUA é a principal culpada da subida do preço dos ovos em Portugal

Mesmo assim, o presidente da Anapo, Paulo Mota, confirma ao ECO que a crise aviária nos EUA é um dos principais culpados pela subida do preço dos ovos em Portugal, aliada ao “aumento dos custos de produção nos últimos anos” e ao “aumento do consumo”. “Estes fatores todos juntos acabam por refletir-se no bolso dos consumidores” por via do custo dos ovos, afirma Paulo Mota.

Dados da Deco Proteste mostram que o preço da dúzia de ovos em Portugal registou um aumento de 27% desde o início deste ano, sendo o produto com maior variação de preço. Feitas as contas, se a 1 de janeiro custava 1,61 euros, no início de abril o preço era de 2,05 euros, e nos 12 meses até abril de 2025, o aumento foi de 32%.

Igualmente, desde o final de 2022, o preço dos ovos nos EUA tem vindo a aumentar de forma constante, impulsionado pelo surto de gripe aviária que já levou ao abate de mais de 100 milhões de galinhas poedeiras, sendo que só este ano mais de 30 milhões de galinhas foram mortas.

Devido à escassez de ovos no mercado norte-americano, os EUA têm pedido mais exportações a países como o Brasil, mas também à Europa, numa altura em Trump anunciou tarifas recíprocas para “países em todo o mundo” e os produtos da UE vão pagar 20%.

Este surto fez com que os ovos atingissem preços recorde. Dados do Departamento de Agricultura dos EUA mostram que o custo da dúzia de ovos aumentou 63% no último ano. E, no início do ano, uma dúzia de ovos custava cinco dólares, um preço recorde, sendo que em alguma das grandes cidades o preço chegou a tocar nos dez dólares por dúzia, avança a Reuters.

No início de março, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou Joe Biden, de deixar o país numa “catástrofe económica e um pesadelo de inflação”, incluindo com falta de ovos em muitos supermercados ou com preços muito elevados. “Joe Biden deixou descontrolar o preço dos ovos e estamos a trabalhar arduamente para reduzi-lo novamente”, disse Trump.

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Credores aprovam venda da Inapa Packaging a empresa de Carlos Martins

  • Lusa
  • 5 Abril 2025

Por 600 mil euros os credores da Inapa Portugal aprovaram a venda da Inapa Packaging à Black and Blue passando o empresário Carlos Martins a controlar todos os ativos propostos.

Os credores da Inapa Portugal aprovaram a venda da Inapa Packaging à Black and Blue Investimentos, passando o empresário Carlos Martins a controlar todos os ativos por si propostos num pacote de 600 mil euros.

À Lusa, o administrador de insolvência, Bruno da Costa Pereira, disse que na reunião da comissão de credores, que decorreu esta sexta-feira, foi aprovada a operação de venda Inapa Packaging, por 130 mil euros.

Após esta reunião da comissão de credores, os ativos da distribuidora de papel, que entrou em insolvência em julho de 2024, vão passar a ser controlados pela empresa de Carlos Martins, fundador e presidente do conselho de administração da Martifer.

A venda da Inapa Packaging insere-se num pacote de 600 mil euros proposto pelo empresário, que contempla também a Inapa Portugal, por 390 mil euros, e a Inapa Comunicação Visual, por 80 mil euros. A venda destas duas últimas já tinha sido aprovada esta semana pelos credores.

Após a aprovação pelos credores, do ponto de vista técnico, dos três processos, na próxima semana irá avançar a formalização da transação que deverá ficar concluída até ao final deste mês, segundo referiu Bruno da Costa Pereira.

Em julho do ano passado, a ‘holding’ Inapa IPG anunciou a insolvência devido a uma “carência de tesouraria de curto prazo” da sua subsidiária Inapa Deutschland GmbH no montante de 12 milhões de euros, para a qual não foi encontrada solução.

Fundado em 1965 e líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens, o grupo Inapa tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social.

Em agosto, as Finanças demitiram a administração da Parpública, liderada por José Realinho de Matos, e escolheram Joaquim Cadete para lhe suceder.

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Chocolate mais sofisticado de Paris está na boutique Dior (e já pisca o olho à Páscoa)

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 5 Abril 2025

De passagem por Paris? Não deixe de passar na Pâtisserie Dior no número 30 da Avenue Montaigne para conhecer (e levar para casa) o Bobby, um chocolate-escultura que nem apetece devorar.

Paris sempre foi o epicentro da alta-costura, do luxo e da gastronomia refinada. Para a Páscoa, a maison Dior eleva a tradição do chocolate a um novo patamar com uma criação exclusiva: uma escultura de chocolate inspirada em Bobby, o fiel companheiro de Christian Dior.

Esta obra-prima gastronómica nasce da colaboração entre o chef Jean Imbert e o mestre chocolatier Romuald Bizart, combinando a intensidade do chocolate negro com a delicadeza de uma base recheada de praliné. Como detalhe final, um elegante laço de chocolate de leite coroa esta peça requintada.

O simbolismo de Bobby não é mero acaso. Christian Dior, um verdadeiro amante da arte de viver, batizou vários modelos icónicos com o nome do seu adorável cão, tornando-o como um ícone da Dior. Agora, essa história ganha forma na La Pâtisserie Dior du 30 Montaigne, onde esta escultura de chocolate estará disponível para encomenda numa edição limitada a partir de 7 de abril.

Se passar por Paris nesta primavera, esta experiência doce e exclusiva merece um lugar na sua lista de indulgências. Afinal, poucas coisas combinam melhor do que luxo e chocolate.

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Portugal é 8.º país da UE com preços mais caros de alojamento turístico

  • Lusa
  • 5 Abril 2025

Portugal subiu de 10.º para 8.º lugar entre os países da União Europeia com preços das dormidas mais elevados, em 2024, mas em fevereiro deste ano inverteu a trajetória.

Portugal subiu de 10.º para 8.º lugar entre os países da União Europeia com preços das dormidas mais elevados, em 2024, mas em fevereiro deste ano inverteu a trajetória, de acordo com um estudo da CoStar.

Em 2024, os alojamentos turísticos portugueses registam, em média, receitas por quarto ocupado (ADR)- uma das métricas mais importantes no setor que mede a evolução dos preços – de 160,46 euros, de acordo com os dados cedidos à Lusa pela consultora CoStar, especializada em hotelaria, com base nas publicações do Eurostat.

Este valor corresponde a um acréscimo de 6,8%, acima da inflação, e coloca Portugal no TOP10 dos mercados com os preços mais caros das pernoitas em hotéis e alojamentos turísticos (AL).

Os primeiros lugares são ocupados pelo Chipre (288,62 euros), Grécia (230,11 euros), Itália (222,44 euros), França (183,96 euros), Croácia (175,85 euros), Malta (171,96 euros) e Irlanda (169,32 euros). Espanha (158,06 euros) e Luxemburgo (149,85 euros) encerram os dez primeiros lugares.

Porém, as maiores subidas foram protagonizadas pela Rússia (+15,2% para 97,27 euros), Sérvia (+12,9% para 126,27 euros) e Grécia (+12,4%). Pelo contrário, Israel liderou as quedas ao registar uma descida da receita por quarto ocupado de 9,5% para 226,98 euros.

Analisando a lista completa de 43 países europeus do estudo da CoStar, onde estão incluídos Reino Unido, Suíça e Rússia, por exemplo, Portugal situou-se em 13.º, uma subida de dois lugares face a 2023.

Neste caso, o Mónaco lidera (572,74 euros), seguindo-se a Islândia (292,33 euros), Chipre, Suíça (262,08 euros) e Grécia.

No entanto, analisando os dados mais recentes referentes a fevereiro deste ano, época baixa do turismo, o trajeto de Portugal é no sentido inverso, tendo caído nove lugares para a 22.ª posição, com 108,88 euros. Porém, mesmo assim, este valor representa um aumento de 1,6% das receitas obtidas por quarto ocupado em comparação com o período homólogo.

Estes dados seguem em linha com a tendência destacada recentemente pela vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, sobre o setor estar a crescer mais em valor do que em taxa de ocupação.

“Estamos a crescer mais em valor do que em taxa de ocupação. Não são os crescimentos que tivemos até 2022, depois da pandemia, em 2023 houve um abrandamento do crescimento e em 2024 também”, afirmou na semana passada a responsável durante a apresentação de um inquérito da AHP aos seus associados.

Segundo o mesmo estudo, para este ano, 56% dos inquiridos antecipam receitas melhores e 33% esperam que sejam idênticas às de 2024.

Entre os pontos que levam o setor a estar mais cauteloso para 2025, Cristina Siza Vieira destacou a incerteza quanto à política comercial dos Estados Unidos, que terá impactos em todo o mundo, como o provável abrandamento da procura turística pelos EUA, mas que poderá ser compensada pela procura interna na Europa e outros destinos como o mercado asiático.

Turistas norte-americanos têm contribuído para o crescimento

No ano passado, 5,1 milhões das dormidas de não residentes em Portugal foram de turistas oriundos dos EUA, o que representa um crescimento de 12% face a 2023 e cerca de 9% do total, que ultrapassou os 56 milhões (+4,7%), segundo os dados do INE.

O Reino Unido, com mais de 10 milhões de dormidas, a Alemanha, com 6,3 milhões, e a Espanha, com 5,4 milhões, ocuparam o TOP3.

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Menzies diz que injeção da TAP financiou programa de rescisões

Empresa de 'handling' aponta em comunicado perdas de 8,1 milhões de euros em 2024, menos de metade dos 19 milhões referidos nos resultados da TAP.

A Menzies Aviation, maior acionista da ex-Groundforce, afirma que os 5,5 milhões de euros injetados pela TAP serviram para financiar o programa de rescisões por mútuo acordo e não estão relacionados com dificuldades de tesouraria de curto prazo. Aponta ainda um resultado negativo muito inferior ao contabilizado pela companhia aérea.

A TAP colocou 5,5 milhões de euros em suprimentos na Menzies Portugal entre a segunda metade de 2024 e janeiro de 2025, como avançou o ECO, através da conversão de créditos em capital. A empresa de handling diz em comunicado que “o empréstimo dos acionistas é alocado exclusivamente ao programa de redução de pessoal acordado no plano de recuperação aprovado judicialmente e não está relacionado com necessidades de fluxo de caixa a curto prazo“.

Além da TAP, a britânica Menzies Aviation, que desde junho de 2024 tem 50,1% da antiga Groundforece (a companhia aérea portuguesa tem os restantes 49,9%), também injetou uma soma semelhante. O programa de redução de pessoal não teve, no entanto, o alcance previsto. Das 300 rescisões só 160 tinham sido acordadas até ao primeiro trimestre. Esta via foi entretanto suspensa, segundo os sindicatos, e avançou um despedimento coletivo de 10 trabalhadores.

A Menzies afirma ainda que “os resultados líquidos previstos para 2024 indicam uma perda estimada de cerca de 8,1 milhões de euros” na operação da SPdH, a designação societária da empresa. Uma soma que é menos de metade dos 19,13 milhões de prejuízos contabilizados no Relatório e Contas de 2024 da TAP.

A empresa justifica o resultado com a ocorrência de “vários eventos extraordinários e não recorrentes, no valor superior a 9 milhões de euros, relacionados com o cumprimento dos compromissos estipulados no plano de recuperação aprovado judicialmente, no memorando de entendimento e na implementação de acordos comerciais”. Diz também que, sem aqueles eventos extraordinários, os resultados “teriam sido positivos”.

A Menzies aponta também que “o plano de recuperação sofreu atrasos consideráveis devido a circunstâncias externas à SPdH, nomeadamente processos judiciais e outras restrições, o que exigiu ajustes”. Uma explicação semelhante à apontada pela TAP, quando questionada pelo ECO sobre o adiantamento de um pagamento superior a 1 milhões de euros feito à Menzies Portugal em janeiro.

No âmbito do plano de recuperação, a Menzies assinou um novo Acordo de Empresa e atualizações salariais no montante de cinco milhões de euros, com impacto nos custos com pessoal. O novo contrato com a TAP incorpora, a partir deste ano, um desconto comercial que pressiona as receitas, tendo em conta que a companhia aérea representa cerca de 70% do volume de negócios.

A empresa de serviços de assistência em escala termina o comunicado afirmando que “os acionistas da SPdH reiteram a sua total confiança na capacidade da equipa de gestão em executar o plano acordado e assegurar a recuperação definitiva da SPdH”.

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Sondagem: Saúde, habitação e educação devem ser os temas da campanha

  • ECO
  • 5 Abril 2025

Sondagem da CESOP indica que os portugueses indicam Saúde, habitação e Educação como os temas mais importantes da próxima campanha eleitoral. Poucos mencionaram segurança.

Uma sondagem da CESOP – Universidade Católica, divulgada este sábado, indica Saúde (apontado por 63% dos inquiridos), habitação (40%) e Educação (26%)como os temas prioritários na campanha eleitoral preparatória das próximas eleições legislativas a realizar a 18 de maio.

O agregado dos temas Salários/pensões/rendimento/pobreza/emprego foi destacado por 14%, enquanto Emigração, Corrupção, Segurança e Justiça mereceram menções a menos de 10% dos inquiridos.Economia (7%) e Guerra/Defesa/Internacional/Europa com (4%) não foram particularmente mencionadas.

Realizado entre os dias 17 e 26 de Março de 2025, o inquérito da CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público contactou 4.177 pessoas, tendo 1.206 aceitado participar na sondagem e respondendo até ao fim do questionário.

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Prazo para venda da TikTok nos EUA adiado por 75 dias

  • Lusa
  • 5 Abril 2025

Donald Trump afirmou sexta-feira que vai manter por mais 75 dias a TikTok operacional no país, na véspera de expirar o prazo para abertura a investidores dos EUA.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou sexta-feira que vai manter por mais 75 dias a TikTok operacional no país, na véspera de expirar o prazo para abertura a investidores dos EUA da plataforma controlada pela chinesa ByteDance.

“O meu governo tem trabalhado muito num acordo para SALVAR O TIKTOK, e fizemos um progresso tremendo”, publicou nas redes sociais Trump, que na quinta-feira afirmou que o negócio estava iminente.

“O acordo exige mais trabalho para garantir que são assinadas todas as aprovações necessárias, e é por isso que estou a assinar uma ordem executiva para manter o TikTok a funcionar por mais 75 dias”, adiantou.

“Estamos ansiosos por trabalhar com o TikTok e a China para fechar o acordo”, disse ainda o Presidente norte-americano.

Na quinta-feira, Trump reiterou estar disposto a conceder alívio tarifário à China se Pequim aprovar a abertura do capital da TikTok no país, opção anteriormente rejeitada por Pequim.

Trump fez estas declarações em resposta a perguntas sobre se está disposto a chegar a um acordo com vários países para mitigar o impacto das tarifas que anunciou contra países de todo o mundo, incluindo a China, que está agora sujeita a uma tarifa total de 54%.

“Desde que nos ofereçam algo positivo [há disponibilidade para reduzir tarifas]. Por exemplo, com o TikTok. Temos uma situação em que a China provavelmente dirá: ‘Aprovámos o acordo, mas o que vão fazer em relação às tarifas?'”, explicou.

“As tarifas dão-nos um tremendo poder de negociação. Sempre deram. Usei-as muito bem na primeira administração. Agora estamos a levá-lo a um nível totalmente novo”, disse.

Trump esclareceu que nesta fase não está a ter conversas concretas com Pequim sobre o assunto.

Na quarta-feira, num dia que apelidou de “dia da libertação”, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre 184 países e territórios, incluindo a União Europeia (UE).

No caso da China, o país anunciou uma tarifa de 34%, somando-se aos 20% já em vigor, elevando o total para 54%.

Trump afirmou ainda na quinta-feira que está “muito perto” de chegar a um acordo para garantir o futuro do TikTok no país, sendo sábado o prazo limite dado por Washington para a aplicação se desvincular da ByteDance.

Trump explicou que o TikTok tem “múltiplos” investidores interessados, mas não os nomeou.

A corrida para adquirir a popular aplicação está a ser liderada pela Amazon, Oracle e pelo fundador da OnlyFans, de acordo com os meios de comunicação social dos EUA.

A China recusou em março a oferta de Trump de conceder um alívio das taxas alfandegárias em troca de um acordo sobre a venda da TikTok.

O Presidente admitiu na altura uma “pequena redução de tarifas” sobre importações chinesas, em troca da colaboração de Pequim na venda da rede social TikTok nos Estados Unidos.

A justiça norte-americana está a obrigar a rede social TikTok a dissociar-se da empresa-mãe, com sede na China, como condição para operar no país, devido a suspeitas de que os dados recolhidos pela mesma são disponibilizados às autoridades chinesas.

Em 21 de janeiro, um dia depois de regressar à Casa Branca, Trump assinou uma extensão de 75 dias sobre a implementação de uma lei aprovada pelo ex-Presidente Joe Biden proibindo o TikTok de operar nos EUA por razões de segurança nacional, a menos que se separe da empresa-mãe ByteDance.

No início de fevereiro, Trump assinou uma ordem executiva a dar instruções aos Departamentos do Tesouro e do Comércio para criarem um “fundo soberano” que poderia adquirir o TikTok.

A ByteDance lançou o Douyin, a aplicação chinesa original do TikTok, em 2016, e depois do êxito na China, criou, em 2017, uma versão global, o TikTok, que se tornou um fenómeno sem precedentes para uma aplicação chinesa, ultrapassando gigantes como as redes sociais Facebook e Instagram em velocidade de crescimento.

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