Mais de 50 países propuseram aos EUA renegociar tarifas

  • Lusa
  • 6 Abril 2025

Mais de 50 países contactaram a administração dos EUA a solicitar o início de negociações sobre as tarifas anunciadas pelo Presidente Trump, anunciou o conselheiro económico da Casa Branca

Mais de 50 países contactaram a administração norte-americana a solicitar o início de negociações sobre as tarifas alfandegárias anunciadas pelo Presidente Trump, anunciou o conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett. Os países que propuseram abrir negociações “fazem-no porque entendem que vão suportar uma parcela significativa destas tarifas“, disse o diretor do Conselho Económico Nacional e que apoia o Presidente dos EUA em matéria de política económica.

Estas tarifas alfandegárias preveem um aumento universal de 10%, que entrou em vigor no sábado, mas serão aumentadas, a partir de quarta-feira, para várias dezenas de parceiros comerciais dos Estados Unidos, caso da União Europeia (20%) e da China (34%).

Kevin Hassett manifestou-se ainda contrário à tese segundo a qual estas novas taxas alfandegárias penalizarão, sobretudo, a economia americana. “Não creio que vamos assistir a um grande impacto nos consumidores nos Estados Unidos“, insistiu o consultor, entrevistado pelo canal de televisão ABC.

A maioria dos economistas espera que estes novos impostos sobre os produtos importados para os Estados Unidos provoquem uma aceleração da inflação e abrandem o consumo interno. “Pode haver aumentos de preços“, admitiu Kevin Hassett, para quem estas tarifas aduaneiras são uma forma de “tratar os trabalhadores (americanos) de forma justa” e de os proteger da concorrência desleal.

Questionado sobre o motivo pelo qual a Rússia não consta da lista de países taxados, o consultor económico alegou as negociações em curso com Moscovo e Kiev sobre a guerra na Ucrânia. “Penso que o Presidente tomou a decisão de não confundir as duas questões. Isto não significa que a Rússia, durante o maior tempo possível, será tratada de forma muito diferente de todos os outros países”, referiu.

A administração norte-americana explicou na quarta-feira que países como a Bielorrússia, Cuba, Coreia do Norte e Rússia não foram incluídos na lista de tarifas porque estão sujeitos a sanções dos EUA, que já bloqueiam o fluxo de comércio significativo.

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📹 O que é o Plano Europeu do Aço e dos Metais?

  • ECO
  • 6 Abril 2025

O objetivo do Plano Europeu do Aço e dos Metais é fortalecer a indústria da União Europeia, proteger o emprego e impulsionar a transição verde e digital.

A Comissão Europeia tem uma estratégia para reforçar a espinha dorsal industrial da Europa através da inovação verde, da economia circular e do comércio justo. O Plano Europeu do Aço e dos Metais passa pela redução dos custos energéticos para as indústrias até à prevenção de fugas de carbono, passando pelo aumento das capacidades de reciclagem da UE. O objetivo é fortalecer a indústria da União Europeia, proteger o emprego e impulsionar a transição verde e digital.

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PS quer lançar fundo de garantia sobre produtos de seguros

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2025

O programa do Partido Socialista anuncia um novo fundo de garantia de seguros, seguradoras e fundos de pensões a investir em capital de risco e um fundo climático além de sísmico.

O Partido Socialista afirma, no programa eleitoral para as próximas eleições legislativas de 18 de maio, apresentado este sábado, que pretende “reforçar a segurança de diferentes instrumentos financeiros, criando um fundo de garantia de produtos de seguros”, não adiantando mais detalhes.

No documento, o PS insiste que “no sistema de pensões, tornou-se clara a intenção de fomentar a adoção de regimes de capitalização, com a abertura à gestão por privados, comprometendo o sistema de solidariedade intergeracional”, acrescentando “rejeitar quaisquer tentativas de privatização total ou parcial do sistema de pensões, bem como qualquer exercício ou experiência de ‘plafonamento’ de contribuições e pensões, que enfraqueceria o sistema e limitaria a sua capacidade de garantir uma proteção nas próximas décadas”.

Como novidade, pretende “promover o investimento em capital de risco por parte de seguradoras e fundos de pensões e constituir um Fundo de Fundos e um fundo de coinvestimento, para investir em Fundos de Capital de Risco destinados a PME e start-ups corrigindo falhas de mercado no acesso ao capital e como catalisador da transformação do tecido produtivo e inovador nacional”. Esta medida, diz o programa do PS, visa “a participação crescente e institucional do capital privado, designadamente fundos de pensões, seguradoras e outros potenciais investidores financeiros institucionais, no Fundo de Fundos, em condições de mercado”.

Menciona ainda no seu programa “a criação de um Fundo de Garantia dos Riscos Climáticos e Sísmicos”, estendendo ao clima o projeto já existente para sismos, de forma a assegurar, através de seguros, a proteção do território face a fenómenos climáticos extremos.

No capítulo da habitação afirma pretender fomentar a criação de seguros no arrendamento.

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Starmer promete que Estado vai “proteger” empresas dos efeitos das tarifas

  • Lusa
  • 6 Abril 2025

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, prometeu "proteger" as empresas britânicas do efeito das tarifas impostas pelos EUA, o que poderá incluir uma intervenção para salvar empregos.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, prometeu “proteger” as empresas britânicas do efeito pernicioso das tarifas impostas pelos Estados Unidos, o que poderá incluir uma intervenção do governo para salvar empregos. Num artigo de opinião publicado no jornal Sunday Telegraph, intitulado “O mundo que conhecíamos mudou. Ninguém ganha com uma guerra comercial“, Starmer sublinhou que fará “tudo o que for preciso” para defender o interesse nacional.

Downing Street prepara-se para anunciar esta semana um pacote de medidas de emergência para apoiar as empresas, em resposta à guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de 10% ao Reino Unido. “Esta semana vamos impulsionar os planos para melhorar a nossa competitividade nacional, para que estejamos menos expostos a este tipo de ‘choques’ globais”, disse Keir Starmer.

“Estamos prontos para usar a política industrial para ajudar a proteger as empresas britânicas da tempestade. Algumas pessoas ficarão incomodadas com isto: a ideia de o Estado intervir diretamente no mercado tem sido frequentemente ridicularizada. No entanto, não podemos simplesmente agarrar-nos a opiniões antigas quando o mundo está a avançar tão rapidamente”, acrescentou.

Apesar de tudo, o primeiro-ministro britânico reitera neste artigo que o Reino Unido “continuará a defender a causa do comércio livre e aberto”, contra o protecionismo defendido pela administração de Trump.

Com as tarifas, a prioridade imediata é manter a calma e lutar pelo melhor acordo. Ninguém sai vencedor de uma guerra comercial. As consequências económicas, aqui e em todo o mundo, podem ser profundas“, escreveu Starmer, ao mesmo tempo que assegura que apenas aceitará um acordo com os Estados Unidos que seja “adequado para as empresas britânicas”.

O também líder do Partido Trabalhista defende ainda o reforço de alianças do Reino Unido e a redução das barreiras comerciais com outras economias mundiais.

Este seu artigo surge depois de o fabricante de automóveis britânico Jaguar Land Rover ter anunciado, no sábado, que vai suspender todas as exportações para os Estados Unidos em abril, enquanto reavalia a sua estratégia comercial, após a imposição de tarifas de 25% sobre os automóveis importados.

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Novo curso da APS é dedicado à concorrência no setor segurador

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2025

O curso aborda o regime da concorrência, as práticas proibidas, formas de atuar no relacionamento com concorrentes e clientes e em caso de investigações de práticas anticoncorrenciais.

O quarto curso do ciclo de formação sobre compliance no setor segurador organizado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) será dedicado à concorrência e está marcado para a próxima sexta-feira, dia 11 de abril, das 9h15 às 12h30 na sede da APS em Lisboa.

O curso pretende familiarizar os participantes com as regras de concorrência e para identificar, evitar e corrigir práticas que podem vir a ser consideradas ilegais e acarretar consequências desde riscos reputacionais, condenação no pagamento de elevadas coimas, à obrigação de indemnizar prejuízos causados a clientes e a fornecedores, podem também levar à punição de gestores, diretores e trabalhadores.

Com uma abordagem prática e dedicada a explorar medidas de compliance para prevenir riscos e garantir a conformidade, o quarto curso do ciclo de formação em compliance no setor de seguros “será uma oportunidade para conhecer o regime da concorrência, as práticas proibidas, ao nível individual e associativo, e saber como atuar no relacionamento com concorrentes e clientes e em caso de investigações de práticas anticoncorrenciais”, refere a associação em comunicado.

A lecionar estarão os formadores Nuno Ruiz, sócio especialista em concorrência e na União Europeia da Vieira de Almeida & Associados e João Borda D´Água, local compliance officer da Zurich Portugal.

Além deste, há ainda mais sete cursos até ao final do ano integrados no ciclo de formação, nomeadamente, regime penal e contraordenação no regime da atividade seguradora, fiscalidade, prevenção do branqueamento de capitais e combate do financiamento do terrorismo, privacidade de dados e cibersegurança, proteção do consumidor e conduta de mercado, sustentabilidade e, por último, digital e utilização de Inteligência Artificial.

Para mais informações, aqui.

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Verlingue sustenta crescimento da faturação do Grupo Adelaïde

  • ECO Seguros
  • 6 Abril 2025

As vendas e a inovação dos sistemas de informação sustentam o aumento do volume de negócios do grupo francês. Enquanto a Verlingue tem um maior peso nas contas, a Génération foi a que mais cresceu.

O Grupo Adelaïde registou um aumento de 12,5% no seu volume de negócios para os 450 milhões de euros em 2024, sustentado principalmente pela performance da Verlingue, a maior entidade do grupo.

A Verlingue registou um aumento de 10% no seu volume de negócios, que ascendeu a 314 milhões de euros, impulsionado pelas vendas e por “investimentos significativos em sistemas de informação”. A empresa reforçou a sua presença na Europa com aquisições em Itália e na Suíça. No ano passado, a atividade internacional representava 37% do negócio da marca francesa.

Audrey Verlingue, deputy CEO do grupo, Benjamin Verlingue, Chairman and CEO of the Adelaïde Group E Gilles Bénéplanc, deputy CEO do Grupo Adelaïde na sessão de apresentação de resultados.

Apesar de ter um peso relativo menor, a Génération contribuiu para o desempenho do grupo, com um crescimento de 18% no volume de negócios, alcançando os 121 milhões de euros. No final de 2024, o portefólio da empresa abrangia 2,6 milhões de pessoas com seguros de saúde e 1,2 milhões com fundos de pensões.

Tal como a Verlingue, o crescimento da filial do grupo dedicada aos seguros de saúde individual, Cocoon, cresceu para um volume de negócios de 13 milhões de euros “graças à otimização dos seus canais digitais”. “Em 2024, a marca reforçou particularmente a sua atividade no segmento das Saídas de Grupo, registando 12 000 novos negócios”, indica o grupo em comunicado.

Conseguimos combinar desempenho e transformação em 2024, com base em investimentos estratégicos nas nossas várias atividades, bem como no digital e na gestão de dados”, afirmou Gilles Bénéplanc, deputy CEO do Grupo Adelaïde. “O ano de 2025 será determinante para acelerar esta dinâmica. Continuaremos a investir para melhorar a nossa eficiência operacional, efetuar aquisições e inovar, para atingirmos os nossos objetivos e reforçarmos a nossa posição na Europa”, acrescenta o responsável.

Entre as novas apostas do grupo, destaca-se a Dune, MGA especializada em seguros de construção que subscreveu prémios no valor de 10 milhões de euros, operando através de uma rede de 650 prestadores.

Além da Dune, o grupo concretizou ainda mais três aquisições: a Proconseils Solutions, na Suíça francófona, e as italianas MBB e Brixia Broker.

Estas aquisições ilustram a nossa estratégia agressiva de crescimento externo. Permitem-nos não só alargar a nossa oferta, como também reforçar a nossa presença na Europa, mantendo a nossa abordagem industrial e de longo prazo”, indica Audrey Verlingue, deputy CEO do grupo.

O Grupo Adelaïde está em Portugal através da Verlingue, um dos maiores corretores de seguros nacionais e, mais recentemente em Leiria com a Génération. Especializado em consultoria, mediação, distribuição e gestão de seguros, o grupo conta com 2.900 trabalhadores, 4,5 mil milhões em prémios emitidos e está presente em cinco países, França, Reino Unido, Suiça, Portugal e Itália. O grupo entra agora numa nova fase de implementação do seu plano estratégico Better Future 28 para se tornar o principal corretor familiar independente de seguros da Europa, e pretende atingir um volume de vendas de 800 milhões de euros até 2028.

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PSD acusa PS de apresentar “receita para o desastre” com “fim das contas certas”

  • Lusa
  • 6 Abril 2025

O PSD acusou o PS de apresentar como programa eleitoral uma "receita para o desastre" com o empobrecimento que terminou na bancarrota". "Portugal voltaria a ter défice e a aumentar a dívida pública".

O PSD acusou o PS de apresentar como programa eleitoral uma “receita para o desastre” com o qual regressaria “o empobrecimento que terminou na bancarrota”, referindo que “Portugal voltaria a ter défice e a aumentar a dívida pública”. Numa reação na sede do PSD ao programa eleitoral do PS apresentado na véspera, Manuel Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão Territorial e cabeça de lista do PSD por Portalegre, afirmou que o “desespero apoderou-se do PS“, acusando os socialistas de “prometer tudo a todos sem fazer contas a nada”.

Se este programa alguma vez fosse aplicado Portugal voltaria ao tempo do empobrecimento que terminou na bancarrota. Pedro Nuno Santos seria o novo José Sócrates. O PS entrou em roda livre, veio ao de cima o seu lado mais imaturo, menos ponderado“, apontou. De acordo com o programa eleitoral do PS, o Estado apresentará um défice público de 0,4% em 2026, regressando a saldos nulos e 0,1% de excedente no final da legislatura.

Considerando que este programa “é o fim das contas certas, é o enterro do equilíbrio orçamental do Estado”, Castro Almeida afirmou que “Portugal voltaria a ter défice e voltaria a aumentar a dívida pública”.

“Deixaria de ter possibilidade de aumentar as pensões e os salários da função pública, não teria qualquer hipótese de baixar o IRS, deixaria de ter um dos maiores crescimentos da União Europa”, disse.

Para o ministro, “o programa do PS é uma receita para o desastre” e “se fosse posto em prática atiraria o país outra vez para 2011”. “Decerto não foi por acaso que Fernando Medina não estava presente nesta apresentação“, referiu.

Segundo o social-democrata, “é o próprio programa do PS que no seu cenário macroeconómico prevê que vai haver défice em 2026”, considerando que isto confirma que os socialistas “desvalorizam as contas certas”.

Para Castro Almeida, o PS “está a abandonar a política de contas certas”, o que, diz, não é de admirar, porque “Pedro Nuno Santos valoriza pouco as contas certas”, considerando que isso é o contrário de socialistas como Mário Centeno, Fernando Medina ou António Costa, que sempre as valorizaram.

Tudo depende da mistura de políticas. O que é necessário é que, no fim de tudo, considerando todas as despesas e todas as receitas, haja equilíbrio orçamental. E a AD o que defende é equilíbrio orçamental e é isso que estamos a praticar”, disse, considerando que “o PS quebra este consenso que em Portugal se gerou em torno das contas certas”.

Os tempos que correm exigem prudência, muita prudência. O que o PS propõe é irresponsabilidade. É mesmo grau zero da responsabilidade política e financeira.

Castro Almeida

Os tempos que correm exigem prudência, muita prudência. O que o PS propõe é irresponsabilidade. É mesmo grau zero da responsabilidade política e financeira”, criticou, questionando quanto custa cada medida e “onde vai o PS inventar o dinheiro”.

Quanto ao IVA zero de forma permanente para um conjunto de bens alimentares – uma medida aplicada temporariamente pelo Governo de António Costa para combater a inflação – o social-democrata usou declarações do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que dizia, em 2023, que esta era uma medida com um “grande risco” de poder “não ser sentida” pelos consumidores finais e tinha um custo orçamental “relativamente elevado”.

Questionado quando será conhecido o programa eleitoral do PSD/CDS-PP, Castro Almeida disse que “será apresentado brevemente”. “As pessoas já sabem o que é que Luís Montenegro pensa, mas o programa será apresentado muito breve”, disse.

No programa eleitoral do PS, pode ler-se que “após medidas, o exercício apresenta saldos orçamentais equilibrados, uma redução sustentada da dívida pública e um crescimento médio da despesa corrente primária de 4%, em linha com o crescimento do PIB nominal”.

Segundo o cenário do PS, haveria um excedente de 0,1% em 2025, em 2026 o país voltaria a ter défice, previsto nos 0,4%, em 2027 e 2028 o saldo orçamental ficaria nos 0,0% e só em 2029, o último ano da legislatura, se voltaria a um excedente de 0,1%.

No mesmo quadro, os socialistas preveem uma redução da dívida pública ao longo de toda a legislatura, sendo que em 2025 seria de 90,4% e em 2029 terminaria em 76,6%.

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Latitude, a nova bússola dos viajantes que procuram histórias

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 6 Abril 2025

Latitude é o novo projeto dos Octant Hotels que revela tradições e tesouros locais. Em outubro, o Douro recebe um fim de semana imersivo com gastronomia, arte e experiências únicas.

Há lugares que não se descobrem, reconhecem-se. Como se já lá tivéssemos estado noutra vida, ou como se o silêncio das pedras e o aroma do pão no forno nos sussurrassem memórias antigas. É para esses lugares que aponta o Latitude, o novo projeto dos Octant Hotels que não é apenas uma plataforma — é uma bússola sensível ao tempo, à terra e às pessoas, feita para quem viaja com os sentidos e com propósito.

Apresentado como uma extensão natural da filosofia da marca, o Latitude convida os viajantes a redescobrir Portugal pelas suas raízes, tradições e personagens — longe dos roteiros turísticos convencionais. Nasce da vontade de revelar o que não se encontra nos guias e de dar palco ao que verdadeiramente define um lugar: as pessoas, os gestos e os sabores que contam uma história maior. Latitude é, nas palavras de Filipe Bonina, Diretor de Marketing da Discovery Hotel Management, “um manifesto para viajar com propósito, mergulhando na essência de cada lugar”.

Disponível online, o projeto reúne mais de 200 sugestões curadas pela equipa dos Octant Hotels, que durante meses percorreu o território à volta das suas oito unidades, do Alentejo aos Açores, passando pelo Algarve e pelo Douro, à procura dos tais “pequenos grandes mundos” que fazem a diferença.

O resultado é um verdadeiro mapa afetivo. Entre os destaques estão as festas do Espírito Santo nos Açores, com a tradição do “picar da carne”, o trabalho minucioso do artesão Joaquim Boavida na construção de cadeiras alentejanas ou o entusiasmo do algarvio António Manuel Marques, apaixonado por aves e por preservar a fauna local. Histórias reais, contadas por quem vive e sente o território.

As sugestões estão organizadas por temáticas como Gastronomia, Heróis Locais, Arts & Crafts e Fauna & Flora, criando uma teia de experiências que vai além do hotel e que transforma a estadia num ato de descoberta.

E se o Latitude nasceu digital, em outubro (24 a 26) será possível vivê-lo ao vivo. O Octant Douro será o epicentro de um fim de semana imersivo onde se celebra a autenticidade local com um programa feito de encontros improváveis, sabores puros e arte com identidade. Durante dois dias, chefs, artesãos, produtores e artistas da região vão ocupar os espaços do hotel com uma programação que inclui jantares de degustação, concertos, talks intimistas, ioga à beira-rio e passeios pelo prado. Um convite a sentir o Douro por dentro — com a sofisticação descontraída que define o luxo informal da marca Octant. A experiência será ainda personalizável, com possibilidade de acrescentar momentos especiais, como jantares privados ou provas de vinhos premium.

Este primeiro evento Latitude propõe um novo olhar sobre o turismo de luxo, ancorado na identidade e na emoção. Porque o que realmente marca uma viagem não são os quilómetros percorridos, mas os laços que se criam com o lugar.

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BMW X6: A “Besta” bávara ficou mais agressiva e sedutora<span class='tag--premium'>premium</span>

Ousado e sedutor na estrada, mas também polémico, controverso e particularmente pesado na carteira, é assim feita a matéria do BMW X6 após um renovado facelift.

Este artigo integra a 13.ª edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Desde 2008 que o BMW X6 tem sido o elefante na sala do mundo automóvel -- impossível de ignorar e difícil de categorizar. Atualmente na sua quarta geração, esta “besta” recebeu recentemente um faceliftque o torna ainda mais agressivo, mas surpreendentemente mais romântico. É como se o Hulk tivesse ido a um spade luxo e voltasse de smoking. Ao volante do xDrive40d M Sport testado pelo ECO, rapidamente se percebe que esta não é uma simples maquilhagem. O motor de 3.0 litros de 6 cilindros em linha, com 352 cavalos de potência e 720 Nm de binário, é como ter um rinoceronte sob o capô -- poderoso, mas surpreendentemente ágil. A aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,5 segundos faz-nos sentir como se estivéssemos numa

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Movimento de Seguro lança campanha contra ‘fake news’

  • ECO
  • 6 Abril 2025

O Movimento UPortugal, presidido pelo antigo líder do PS António José Seguro, lança este domingo uma campanha de sensibilização contra as 'fake news'.

O Movimento UPortugal, presidido pelo antigo líder do PS António José Seguro, lança este domingo uma campanha de sensibilização contra as ‘fake news’, pretendendo contribuir “para a defesa da democracia dos seus inimigos” e proteção dos cidadãos da manipulação.

António José Seguro, que está a refletir sobre uma eventual candidatura presidencial, lançou este movimento em janeiro para contribuir para a participação cívica dos portugueses, recusando então que tivesse qualquer relação com apoio a uma eventual corrida eleitoral.

Segundo informação adiantada à agência Lusa, esta campanha de alerta e sensibilização contra as ‘fake news’ (notícias falsas), que é hoje lançada nas redes sociais, é a primeira ação pública deste movimento.

“Este projeto pretende contribuir para a defesa da democracia dos seus inimigos e proteger os cidadãos da manipulação, das mais diversas naturezas”, explica-se na mesma nota.

A justificação para esta campanha é o “crescente número de notícias falsas” e o “sensível contexto nacional”.

“O combate à desinformação exige um compromisso contínuo e a participação ativa de todos. Cada pessoa tem um papel fundamental de verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las, contribuindo para um ambiente digital mais seguro e confiável”, defende.

No total são nove publicações sob o lema “Falso ou verdadeiro? Aprenda a identificar” e através das quais se aconselha, por exemplo, que se verifique uma notícia em vários locais, que se veja a data ou a ler antes de partilhar.

O alerta de que as imagens difundidas podem ser falsas e que isso não significa que aconteceu de verdade ou o conselho de pensar caso uma notícia cause medo, raiva ou ódio, são outras das mensagens passadas nesta campanha.

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A psicologia e o Sporting. Este é João Massano, o novo bastonário da Ordem dos Advogados

"Este foi um dos dias mais felizes da minha vida, profissional e pessoalmente falando", disse, na noite de 31 de março, em que conseguiu derrotar a bastonária incumbente, Fernanda de Almeida Pinheiro.

Filho único, nascido e criado em Odivelas por um funcionário da rodoviária e de uma mãe que começou a trabalhar nas limpezas para ajudar a pagar os custos da faculdade do filho, João Massano, advogado, 54 anos, até aqui líder do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, é o novo bastonário da classe de quase 37 mil advogados.

“Este foi um dos dias mais felizes da minha vida, profissional e pessoalmente falando”, disse, na noite de 31 de março em que conseguiu derrotar a bastonária incumbente, Fernanda de Almeida Pinheiro, com mais 1.500 votos (acabou com cerca de 54% do total dos votos). Logo nessa noite, prometeu acabar com a divisão da classe porque “não podemos alimentar o ódio entre advogados ricos e pobres.” João Massano foi eleito Bastonário da Ordem dos Advogados com uma missão, segundo o próprio: “reconstruir pontes, unir a classe e defender os interesses de todos os colegas — sem exceções. Não me afastarei da realidade da advocacia. Continuarei a exercer, lado a lado com os colegas nas salas de audiência, porque acredito que é aí que um Bastonário deve estar: próximo, presente e ativo”.

Obcecado pelo Sporting desde jovem – “não por influência paterna mas por causa de um amigo meu que me começou a levar aos jogos em Alvalade” – admite que a maior loucura que fez pelo seu clube foi no dia em que fez uma viagem de Viana do Castelo a Lisboa – só para conseguir festejar o título no último jogo do campeonato em Alvalade – tendo voltado na mesma noite. Fez parte da Juve Leo, “numa fase em que as claques eram bem mais civilizadas” e sublinha a “traição” que sentiu quando Ruben Amorim saiu do seu clube.

Pai de uma filha e de um filho filhos já adultos – que optaram por não seguir direito – o advogado admite que o momento mais traumático da sua vida foi a morte de ambos os pais com apenas meses de diferença, em 2020, no ano em que acabara de ser eleito para o primeiro mandato frente ao Conselho Regional de Lisboa. Na noite que vence as eleições a bastonário, pensou de imediato nos seus pais e na pena de não estarem a assistir a “este momento tão importante para mim”.

O direito e a certeza de ser advogado surge no 9º ano quando decide que iria para a área de Humanidades – mas “mas não para fugir à matemática” mas sim para fazer alguma diferença, “mexendo e tocando na vida das pessoas. E tínhamos, na altura, aquela ideia de justiça que nos foi passada pelas séries americanas, que também ajudou…”, diz a rir.

FOTOS: HENRIQUE CASINHAS

Quando fala da infância diz apenas que foi “normal” mas conta que guarda ainda muito boas memórias dos tempos passados na ‘terra’ dos pais, em Estremoz, Alentejo. “Era a altura que eu gostava mais do ano. Recordo, por exemplo que, à data, o meu pai não tinha carro e eu nunca tive carro até aos 22, mais ou menos. Então, eu ia à terra e andava no carro do meu tio. E isso para mim era um festival porque eu gostava das luzes do tablier, daquilo tudo”, diz o advogado que assume gostar muito de conduzir o seu Mercedes elétrico que “parece uma nave espacial”.

Apesar de não ter tido uma infância privilegiada, frequentou um colégio privado até à primária, o que, admite, que foi sempre um “ambiente protegido”. O choque da realidade e do mundo real viria quando chega ao 7º ano, a um liceu com muitos alunos e em que viu as notas baixar a pique. Mas, chegado ao 10ª ano, melhorou a atitude e aplicou-se. E com isso conseguiu a entrada numa das melhores faculdades do país: a faculdade de direito da Universidade de Lisboa. Da faculdade não guarda recordações memoráveis e admite que o primeiro ano de direito foi um “pesadelo”. “Estávamos na fase da PGA, das manifestações estudantis, fizemos o primeiro ano num só semestre e eu, para passar o tempo, decidi ir tirar um curso de eletricidade na Lisnave”. Aí, conheceu pessoas diferentes, “muito diferentes do que estava habituado. Apesar de ser humilde, nunca tinha estado num ambiente fabril”.

Na faculdade, foi desde logo confrontado pela diferença de classes: “notava-se a diferença entre os que tinham pouco e os que tinham muito e que chegavam de carro descapotável à faculdade. E as pessoas ou colegas meus que em casa discutiam política ou direito à hora do jantar, obviamente tinham uma vantagem sobre mim”. Foi colega de João Tiago Silveira e Rui Patrício, sócios da Morais Leitão, de Sérgio Sousa Pinto ou de Marcos Perestrelo, mas assume que o seu núcleo duro de amigos – que ainda hoje se mantém – não foi o dos colegas de direito, mas sim o os que o acompanhavam desde os tempos de criança de Odivelas. Pelo meio – apenas com 21 anos e em pleno 3º ano de direito – nascia a sua filha, mas isso não impediu o advogado de ainda fazer um mestrado de ciências jurídico-empresariais. E talvez por isso essa fase estudantil não tenha sido uma época de farras e copos. “Saí mais à noite depois, com 30 ou 40 anos, do que nesta altura”. Ou também porque já na altura tinha a paixão pelo atletismo, tendo chegado a ser desportista federado. “Ainda hoje, correr é das coisas que faço no pouco tempo livre que tenho”. Mais ainda quando foi sempre dominado pela sensação de que não queria desiludir os pais. “Depois dos sacrifícios todos que fizeram eu tinha que acabar o curso”.

Um período que também admite ter sido muito duro, com alguns professores que não esquece. Recorda “a Prof. Magalhães Colaço e ela era dura mas tinha razão. Acabou por ser uma das professoras que mais me marcou”, diz João Massano referindo-se à primeira mulher, em Portugal, a obter o doutoramento em Direito. A esta lista junta ainda o constitucionalista Jorge Miranda e Marques dos Santos, que lecionava a cadeira de Direito Internacional Privado.

O estágio veio a seguir. Aliás, os dois estágios. “Fiz dois estágios mas não correram muito bem porque os meus patronos mal tinham tempo para me acompanhar”. Seguiu-se a sua primeira contratação na sociedade de advogados de Alcides Martins, na Av. Duque de Loulé, em Lisboa. Em 2004 tornou-me sócio fundador da ATMJ com o amigo António Jaime Martins mas acabaria por sair em rutura com o advogado que, agora, foi eleito presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados. Manteve uma carreira académica durante cerca de 17 anos, como docente universitário na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona e na Universidade Moderna. Agora trabalha no seu escritório de prática individual e admite que, gosta da liberdade que pode ter com isso”. Apesar de nada ter contra o sistema de acesso ao direito, não está inscrito no SADT e não faz defesas oficiosas porque não tem tempo. Recusa a ideia de ter sido eleito pela elite da advocacia e dos grandes escritórios de advogados e reforça o mote da sua candidatura e programa eleitoral de “unir a advocacia”.

Atualmente é assíduo das redes sociais: “Estou em todas e acho importante” mas admite que o que gosta mesmo é do contacto com as pessoas, olhos nos olhos. Sublinha que a campanha eleitoral – em que teve apenas dois meses para percorrer o país de lés a lés – sempre teve esse objetivo: conhecer as pessoas, explicar-lhes o programa eleitoral. Campanha essa que só interrompia quando o ‘seu’ Sporting jogava em Alvalade. É ainda assíduo como comentador televisivo há uns anos, primeiro na TVI e agora na RTP.

Frequentador de festivais de música, sendo o NOS Alive o favorito, considera que a música tem de ser um bálsamo diário. “Eu ouço tudo, ouço tudo. Por exemplo, agora, de vez em quando ouço e gosto bastante do Kendrick Lamar, Imagine Dragons, Coldplay, entre outros”.

Atualmente, confessa que está numa fase de ouvir e ler sobre questões que mexam com a parte da psicologia e da mente. “É o que me fascina mais agora, perceber como a nossa mente funciona e como nós funcionamos sociologicamente”, assumindo que outra das vocações que poderia ter seguido como licenciatura foi a psicologia. Confessa ainda, sem medos ou vergonha, que na altura da morte dos pais, “porque coincidiu com muitos eventos que não foram fáceis de lidar, apesar de ter conseguido resistir em termos de trabalho, não passei por momentos muito fáceis e aí tive que recorrer a algum apoio profissional”.

A política e João Massano

Politicamente, não consegue definir-se como um homem de esquerda ou de direita – “tanto voto no PS como no PSD” – mas em novo conta que chegou a ter uma aproximação ao PS, na fase em que Mário Soares se candidatava a Chefe de Estado. “Eram os tempos do MASP, do ‘Soares é fixe’ mas nunca fui filiado na Juventude Socialista”. Agora, considera que o país não precisava de ir a eleições antecipadas, não consegue dizer se a culpa do atual cenário é de Pedro Nuno Santos ou de Luís Montenegro e a verdade é que faz parte da percentagem de indecisos relativamente à intenção de voto nas eleições de 18 de maio. Critica o poder político pela falta de ideias de fundo e de ideologias marcadas e admite que muitas vezes nem percebe se uma medida de Montenegro é de esquerda ou de direita. Politicamente, tem uma certeza: não gosta de extremos porque, ele próprio, é um homem “tranquilo, moderado e pouco impulsivo”. Qualidades que aprendeu desde que começou a ter um papel ativo na estrutura da OA e em que conta que foi alvo de muitos ataques de caráter. “Chamaram-me de tudo. E esta vitória, assim, tem ainda mais importância para mim”. Aprendeu, com isso, que “o melhor mesmo é não responder nem dar importância”.

Do 25 de abril pouco se lembra porque tinha apenas 4 anos mas recorda-se do 11 de março de 1975 – a tentativa de golpe de estado dirigida por António de Spínola, precedida pela manifestação da “maioria silenciosa” – em que “havia o terror que houvesse uma guerra civil e os meus pais queriam levar-me para as beiras para ficar lá escondido e protegido dos ataques dos malucos da extrema-esquerda na altura, porque havia o temor que de repente houvesse uma guerra civil”.

Ligado ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados desde 2011, primeiro, como vogal Tesoureiro depois, nos dois mandatos seguintes, como Vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação e, finalmente (desde 2019), como Presidente do CR Lisboa, foi Vasco Marques Correia (ex-líder do mesmo órgão) que o levou para os corredores do Largo de Santa Bárbara de onde nunca mais saiu.

FOTOS: HENRIQUE CASINHAS

Sob o mote “Juntos Podemos Mais”, na noite eleitoral, o bastonário eleito para o próximo triénio – e que deverá tomar posse nos primeiros dias de maio – promete uma mudança “baseada em medidas concretas, trazendo uma liderança forte e moderna e que trabalha com todos e cada um dos advogados”.

E ainda o que chama de “liderança transparente”, que “não se feche em Lisboa na sua torre de marfim”, com uma nova energia e novas ideias para a profissão. E que “dialoga com o poder político”.

Pretendo ainda devolver à OA o seu posicionamento original, de instituição que tem “competências fundamentais”, tais como, “defender o Estado de Direito e colaborar na administração da Justiça, representar a profissão de Advogado e reforçar a solidariedade entre os Advogados, promover o acesso ao conhecimento e aplicação do direito e contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica e ser ouvida na construção legislativa relevante para o exercício da Advocacia e colaborar na sua alteração para melhor”.

O mesmo acredita que, nos últimos anos, “estas competências têm sido descuradas, com efeitos perniciosos para a credibilidade da Ordem e para a reputação da Advocacia e de todos os Advogados”. Massano defende ainda que esse posicionamento, que considera errado, tem tido consequências nefastas para a profissão, tais como, “um clima de desunião e mal-estar na classe, que tem afastado os Advogados da vida da Ordem (…)”, bem como “uma erosão da reputação e da notoriedade da Ordem e da Advocacia, levando mesmo a que algumas portas se venham fechando ao seu contributo para construir uma Justiça melhor”.

Na Ordem, o novo ciclo começa no final da primeira semana de maio.

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PS quer Estado a comprar casas aos bancos para arrendamento acessível

O ataque à crise de habitação foi considerado prioridade por Pedro Nuno Santos. Alojamento Local, programa Revive, compra de habitações hipotecadas e IVA a 6% para construção a custos controlados.

O programa do PS para as eleições legislativas de 18 de maio, apresentado este sábado, propõe, sem detalhes, “fomentar um programa de aquisição por parte do Estado de habitações hipotecadas à banca, com garantia de arrendamento vitalício aos proprietários da mesma habitação ou integração dessas habitações em programas de arrendamento acessível”. Para os socialistas, “não há soluções únicas nem milagrosas para responder à crise da habitação, mas há um caminho claro: assumir a habitação como desígnio coletivo, com contributo do Estado, setor privado e cooperativo”.

Para aumento da oferta de habitação ao mercado, o PS propõe a transferência da forma de utilização de algum do parque atual. O polémico tema do alojamento local volta a ser mencionado pretendendo “repor um conjunto de regras mínimas de regulação do Alojamento Local (AL), e ao mesmo tempo incentivando a transferência de imóveis afetos ao AL para arrendamento de habitação permanente”.

Transformar segundas habitações em primeira, e única, passará por estabelecer um regime de isenção de tributação de mais-valias na venda de segundas habitações em zonas de pressão urbanística, sempre que as habitações sejam adquiridas para habitação própria e permanente.

Em sentido sancionatório prevê agravar as mais-valias em imóveis adquiridos e vendidos sem que estes tenham sido recuperados ou habitados. Também volta ao tema de avaliar o enquadramento fiscal a não residentes ou a residentes fora do espaço da EU, para efeitos de habitação.

O PS defende ainda a transferência progressiva da gestão dos imóveis do IHRU para as autarquias, adequando a gestão do património às realidades locais e otimizando assim a promoção de políticas públicas de habitação pelo IHRU.

Classe média com apoio ao arrendamento

Várias medidas para enquadrar o arrendamento estão previstas. Começa por rever a fórmula de cálculo para atualização de rendas, incluindo a evolução dos salários nos critérios de atualização em anos com inflação superior a 2%.

“Para promover um mercado de arrendamento eficaz e assente no equilíbrio entre as partes”, o PS promete elaborar um “Código do Arrendamento Urbano que unifique todas as regras do arrendamento num só instrumento jurídico equilibrado e simplificado. Quer ainda criar uma entidade fiscalizadora do arrendamento, promover um regime excecional de regularização de contratos informais reforçando garantias de senhorios e arrendatários, criar projetos de mediação, geridos pelas câmaras municipais, entre inquilinos e senhorios e fomentar a criação de seguros no arrendamento.

O PS também quer assegurar que todas as famílias com taxa de esforço elevada, incluindo as da classe média, têm acesso a um apoio ao pagamento da renda.

Ainda no lado da procura, o PS coloca reservas às medidas do Governo AD, pretendendo “assegurar condições de previsibilidade e segurança nos apoios à compra de habitação através de uma monitorização rigorosa do acesso ao mecanismo de Garantia Pública para apoio à compra da 1.ª Casa e avaliar “em diálogo com o Banco de Portugal, a introdução de mecanismos que garantam a proteção dos beneficiários da Garantia Pública em caso de incumprimento do pagamento do crédito à habitação”.

Construir mais habitação pública

No seu programa eleitoral propõe criar instrumentos permanentes de financiamento da construção de habitação pública, “especialmente dirigida à classe média, jovens, trabalhadores deslocados e estudantes do ensino superior, ampliando as soluções já postas em prática pelo Partido Socialista”.

Insiste na criação de uma dotação anual, financiada por parte dos dividendos da CGD, destinada à promoção e manutenção de habitação pelas autarquias.

Volta ainda ao seu programa Mais Habitação propondo executar as linhas de financiamento previstas e ainda não concretizadas, como a garantia mútua e bonificação de juro, para promoção de habitação para arrendamento acessível por parte de privados e cooperativas e quer Lançar o Programa REVIVE Habitação para agilizar a mobilização dos imóveis devolutos do Estado para habitação.

Para conseguir dar “maior celeridade, sustentabilidade, estabilidade e eficácia à promoção de habitação para as famílias carenciadas e a classe média”, pretende garantir regras de contratação pública mais ágeis e eficazes, salvaguardar um quadro fiscal estável e atrativo, nomeadamente com IVA a 6% para projetos de habitação a custos controlados, individuais ou coletivos, e a isenção fiscal para as rendas a preços acessíveis.

Promete ainda revisitar, com vista à sua simplificação, requisitos de construção que não se afigurem necessários e estabelecer condições de maior estabilidade legislativa, reforçando o planeamento estratégico e a previsibilidade dos investimentos.

Promover a habitação comunitária

Em complemento a medidas mais tradicionais, o PS propõe outras que considera “de combate à pobreza”. Desde logo promover “o contributo dos empregadores para soluções de habitação dos trabalhadores, assegurando uma regulamentação adequada das condições mínimas de alojamento temporário de trabalhadores deslocados ou migrantes e definindo responsabilidades dos empregadores nestes casos”.

Para libertar fogos para arrendamento, quer lançar projetos-piloto de uma nova resposta social inovadora com base em modelos de habitação colaborativa ou unidades de reforço de autonomia, em articulação com os municípios e com as políticas de habitação. Assim, o PS considera positiva a expansão de iniciativas de economia social como cooperativas direcionadas para habitação colaborativa (“co-housing”) com abordagens inspiradas no modelo “housing first”.

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