Acesso ao ensino superior: 49.963 estudantes colocados. Veja os resultados

O número representa uma taxa de colocação de 85,7%, mais dois pontos percentuais do que no último ano. 56,1% dos alunos entraram na primeira opção.

São 49.963 os estudantes colocados no ensino superior público para o próximo ano letivo. Este número representa uma taxa de colocação de 85,7%, mais dois pontos percentuais do que no ano letivo anterior. Para a segunda fase do concurso sobram 4.966 vagas, o menor número dos últimos 25 anos.

Os dados são da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso para o ano letivo 2024-2025, divulgados ao primeiro minuto de domingo Ministério da Educação, Ciência e Inovação. Destes quase 50 mil alunos, 56,1% foram colocados na sua primeira opção e 87,8% numa das três primeiras, “os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico”, indica o ministério liderado por Fernando Alexandre.

O número de estudantes colocados em licenciaturas em Educação Básica aumenta 8% face último ano, com 997 estudantes, e ocupando 100% das vagas disponibilizadas, destaca a tutela, que realça ainda terem sido colocados 1.661 estudantes em cursos de Medicina, o que representa “o maior número de sempre”. Nestes há mais 66 colocados face ao ano passado, em resultado do acréscimo de vagas que sobram dos concursos especiais de ingresso em Medicina para licenciados, justifica.

Em nota enviada à comunicação social, a tutela adianta também que foram colocados 1.655 estudantes beneficiários de escalão A de ação social escolar, dos quais 1.178 através deste contingente prioritário, 214 estudantes no contingente prioritário para candidatos com deficiência (mais 19,6%) e 402 no contingente prioritário para emigrantes, seus familiares e lusodescendentes (mais 10,4%).

Por outro lado, o número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica diminui 2% (12.868 estudantes) e foram colocados 4.112 estudantes nos ciclos de estudo mais competitivos (com maior número de candidatos em primeira opção no ano anterior com nota igual ou superior a 17 valores), uma diminuição de 19% face ao ano anterior.

O ministério dá também nota de que foram colocados 8.040 estudantes nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), orientados para reforçar a formação superior inicial e o aumento do número de graduados em área STEAM (STEAM- Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics) (mais 5,5%), número que traduz 90,2% das vagas disponibilizadas. Para cursos nas áreas de competências digitais entraram 7.735 estudantes.

As matrículas dos estudantes agora colocados decorrem entre 26 e 29 de agosto.

 

 

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ECO Quiz. Isenção de IMI, pensionistas e AIMA

  • Tiago Lopes
  • 24 Agosto 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

A semana que agora termina ficou marcada por vários temas. De acordo com dados enviados ao ECO, ficou-se a saber que apenas 6,5% das autarquias optaram por alargar a isenção temporária do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) de três para cinco anos. Outra notícia que marcou a atualidade foi o anúncio por parte do Governo da data em que os pensionistas com rendimentos mais baixos vão receber o “cheque” extra. A fechar a semana, soube-se que a AIMA contratou uma firma de advogados para para se defender em tribunal.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

 

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Pedidos de Registo Criminal já podem ser pagos através do MB WAY

  • Lusa
  • 24 Agosto 2024

O Registo Criminal, documento habitualmente necessário para situações como candidaturas a emprego, obtenção de licença, vistos e residência, tem um custo de cinco euros.

Os pedidos de Registo Criminal online podem, a partir deste sábado, ser pagos através de MB WAY, tendo as primeiras transações ocorrido com sucesso, anunciou o Ministério da Justiça.

Em comunicado, a tutela indica que durante a tarde já foram registadas transações de requerentes que utilizaram o MB WAY como meio de pagamento do pedido de registo criminal online.

Esta nova funcionalidade visa facilitar o processo de obtenção de um certificado de registo criminal pedido pela internet, permitindo o pagamento de forma rápida, segura e feita diretamente pelo telemóvel“, acrescenta.

O pedido do Registo Criminal online foi lançado em 2016 e já permitiu que mais de 1,8 milhões de pessoas singulares e coletivas pedissem o registo sem se deslocarem aos tribunais.

Citada no comunicado, a secretária de Estado Adjunta da Justiça, Maria Clara Figueiredo, sustenta que “a tecnologia é um forte aliado da poupança de tempo e recursos, aumentando a comodidade dos utilizadores de serviços públicos”.

Sem abdicar da segurança, financeira e jurídica, a administração da justiça pode e deve ajudar o cidadão e as empresas a cumprir as obrigações legais com a maior comodidade possível. Este é mais um passo nesse sentido“, acrescenta.

Também citada no comunicado, a diretora-geral da Administração da Justiça, Ana Cláudia Cáceres, indica que entre julho de 2023 e julho de 2024 “o número de pedidos de registos criminais online teve um crescimento, face ao período homólogo, de 21%”.

“Oferecer um meio de pagamento fácil, rápido e seguro a quem precisa de utilizar este serviço beneficia cada vez mais cidadãos e empresas”, afirma.

O Registo Criminal, documento habitualmente necessário para situações como candidaturas a emprego, obtenção de licença, vistos e residência, tem um custo de cinco euros. O pagamento da taxa podia já ser feito por referência multibanco, cartão de crédito e PayPal. Depois de emitido, o certificado fica disponível digitalmente.

Segundo a Direção-Geral da Administração da Justiça, em breve será ainda disponibilizado um processo de autenticação “mais fácil” para os cidadãos da União Europeia, recorrendo ao sistema europeu de reconhecimento de identidades eletrónicas (eIDAS).

Posteriormente será alargada a possibilidade de utilização do serviço digital do Registo Criminal online a todos os cidadãos estrangeiros titulares de Chave Móvel Digital, associada ao seu passaporte ou título de residência, acrescenta a tutela.

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📹 O caminho de preparação até ao Orçamento do Estado

Proposta do Orçamento do Estado começa a ser preparada com o Quadro Plurianual de Despesas. Durante o verão ocorrem os trabalhos preparatórios do documento, que será entregue a 10 de outubro na AR.

O Orçamento do Estado é entregue até 10 de outubro no Parlamento, mas antes decorre um longo processo de elaboração. O arranque orçamental fica marcado pela preparação pelo Governo do Quadro Plurianual de Despesas, que integra o Programa de Estabilidade, entregue em abril. Durante o verão ocorrem os trabalhos preparatórios, começando-se a desenhar o esqueleto do Orçamento, com setembro a ser um mês de análise e tradicionalmente decisões. Em outubro, tem lugar a fase final de preparação do documento, antes da entrega da proposta final. Conheça aqui o calendário do Orçamento do Estado, compilado pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

http://videos.sapo.pt/vPg2CvNwq0rkprKbpDNV

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o vídeo.

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#19 As férias de Fernando Pires Gonçalves. Passeios na praia antes de rentrée com “importantes projetos”

  • ECO
  • 24 Agosto 2024

CEO da Siemens Logistics Portugal leva três livros na bagagem e admite contacto "seletivo" com o trabalho durante as férias. Passeios na praia são momento de reflexão.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Fernando Pires Gonçalves, CEO da Siemens Logistics Portugal e head of business line da Siemens Logistics Europe, fornecedora de logística aeroportuária, acredita que desligar totalmente nas férias “seria tão antinatural que talvez tivesse até um efeito contraproducente”, pelo que mantém um contacto “seletivo”.

Longos passeios na praia são um hábito, durante os quais aproveita para relaxar, até porque antevê uma rentrée “marcada por desenvolvimentos em importantes projetos atualmente em curso em alguns dos principais aeroportos europeus”.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Vou ler “Almas Mortas”, de Nikolai Gogol, “O Mundo de Ontem”, de Stefan Zweig, e “Determined”, de Robert Sapolsky. Nos dois primeiros livros procuro, pela mão de escritores excecionais, ser interpelado a considerar outras realidades e a apreciar novas perspetivas da dimensão humana.

No livro “Determined” pretendo ser desafiado a pensar sobre se de facto existe livre-arbítrio ou se, como defende o autor, as nossas ações são predeterminadas. Tendo uma formação de engenharia, fascina-me a possibilidade de explicar o mundo com leis da Física e outras ciências. Porém, intriga a possibilidade de não existir vontade própria.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Mantenho algum contacto seletivo, que faço com gosto. Alias, “desligar totalmente” seria tão antinatural que talvez tivesse até um efeito contraproducente.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Certamente. Há muitos anos que longos passeios na praia se tornaram para mim momentos de reflexão pessoal e também de partilha com pessoas queridas cujas perspetivas me enriquecem e motivam.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

O setor aeroportuário depende da estabilidade económica, fator que potencia o investimento em infraestruturas aeroportuárias. Atendendo às minhas responsabilidades na Siemens Logistics Europa, a rentrée vai ser marcada por desenvolvimentos em importantes projetos atualmente em curso em alguns dos principais aeroportos europeus.

O setor dos aeroportos está em grande expansão e em todos os países em que atuamos sentimos a responsabilidade de usar a profunda experiência das nossas equipas para, através de soluções tecnológicas distintivas, criar impacto positivo nos clientes. Ajudando os aeroportos a gerir mais eficientemente as suas infraestruturas de tratamento de bagagens, colaboramos também com as linhas aéreas, com os operadores de handling e contribuímos para proporcionar uma melhor experiência a quem viaja.

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Governo dos Açores adjudica construção de variante em São Miguel por 45,7 milhões de euros

  • Lusa
  • 24 Agosto 2024

A obra foi adjudicada, após concurso público, ao Consórcio Marques, SA. e Tecnovia - Açores, Sociedade de Empreiteiros SA.

O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) assinou o auto de consignação da variante a Capelas, na ilha de São Miguel, um investimento de 45,7 milhões de euros (ME), apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi sábado revelado.

A obra foi adjudicada, após concurso público, ao Consórcio Marques, SA. e Tecnovia – Açores, Sociedade de Empreiteiros SA., segundo um comunicado do executivo açoriano.

A secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, salienta na nota que a obra é de “grandes dimensões” e tem “extrema importância” para a ilha de São Miguel, “uma vez que procurará mitigar inundações como as que atingiram várias freguesias do concelho de Ponta Delgada no último ano”.

A construção da variante a Capelas vai permitir a ligação “entre as vertentes norte e sul da ilha de São Miguel, através da conexão dos principais aglomerados populacionais localizados entre a cidade de Ponta Delgada, onde se encontram as mais importantes infraestruturas de transporte como o porto e aeroporto, e a parte noroeste do concelho”, lê-se.

“Com esta ligação, confere-se maior mobilidade e facilidade de acesso a serviços especializados que apenas se encontram disponíveis nos grandes centros urbanos da ilha“, assume o executivo açoriano de coligação liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.

A variante terá uma extensão de 8,3 quilómetros, a que acresce uma ligação a Capelas, com a extensão de 1,4 quilómetros, com início no nó de Capelas e fim na zona central da vila.

A nova via terá início na Estrada Regional 1-1.ª, na freguesia de Santo António, e terminará na zona do Cerrado da Cova, onde está prevista a criação de uma rotunda na ligação às estradas existentes (Estrada 4-1.ª e EM 510).

Em dezembro de 2023, o Conselho do Governo Regional dos Açores aprovou a resolução que permitia contratar, mediante concurso público, a empreitada de construção da variante a Capelas, com um prazo de execução de 730 dias.

O executivo de coligação reconheceu, também em dezembro do ano passado, como de relevante interesse público regional a construção da mesma variante, que passa por áreas de reserva agrícola e ecológica da ilha de São Miguel.

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De portas abertas ou nem por isso? Mercado de trabalho desafia jovens<span class='tag--premium'>premium</span>

Os jovens que começam a trabalhar têm à sua espera desafios, como os salários baixos, mas também oportunidades, como o trabalho remoto. Vagas são mais frequentes em Lisboa e nos serviços.

Este artigo integra a 8.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.Mesmo para aquela que é, provavelmente, a geração portuguesa mais qualificada de sempre, entrar no mercado de trabalho é desafiante. Os salários são a principal preocupação, e nem a anunciada baixa do IRS dará o reforço desejado à carteira desses portugueses, apontam especialistas e universitários. Mas há também oportunidades à espreita, como o boomdo teletrabalho e a maior valorização do equilíbrio entre a vida pessoal, profissional e familiar. Comecemos pelas vagas disponíveis para os jovens que, finalizados os seus estudos, estão agora a chegar ao mundo do trabalho. De acordo com os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, foram a s atividades de informação e comunicação a

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Especialistas alertam para risco de enxurradas na Madeira

Especialistas alertam para risco de enxurradas na Madeira se o Governo Regional não avançar o quanto antes, e após o rescaldo dos fogos, com medidas de sustentação nos solos afetados.

Os incêndios que lavram na Madeira não causaram vítimas nem destruíram casas até à data. Mas podem resultar numa catástrofe com grandes enxurradas – como as de 20 fevereiro de 2010, que causaram meia centena de mortos e centenas de desalojados –, caso o Governo Regional não avance, o quanto antes, com medidas de sustentação nos solos afetados. O alerta é deixado pelos especialistas consultados pelo ECO/Local Online.

“Se não houver medidas de mitigação de emergência para estabilizar as vertentes [encostas] – e há muitos estudos sobre esta temática – garantidamente a Madeira vai ter no outono algumas catástrofes, alguns dramas muito graves e com perdas de vidas humanas“, avisa o professor António Bento Gonçalves, do departamento de Geografia da Universidade do Minho.

Para este especialista em geografia dos incêndios florestais, é “muito elevada a probabilidade [de ocorrer uma catástrofe como a de fevereiro de 2010], porque normalmente a ilha da Madeira recebe as chuvas muito concentradas no outono e no inverno, e com as encostas assim tão desprotegidas devido aos fogos, há um risco grande”.

Se não houver medidas de mitigação de emergência para estabilizar as vertentes [encostas] — e há muitos estudos sobre esta temática — garantidamente a Madeira vai ter o outono algumas catástrofes, alguns dramas muito graves e com perdas de vidas humanas.

António Bento Gonçalves

Professor do departamento de Geografia da Universidade do Minho e especialista em geografia dos incêndios florestais

Até à data já arderam cerca de 5.000 hectares de floresta e os terrenos estão mais suscetíveis à ocorrência de deslizamentos e enxurradas.

Com a época das chuvas à porta, num cenário de encostas desprotegidas da vegetação, que foi consumida pelo fogo, é todo um cocktail que pode culminar num aluvião como o que aconteceu em 2010. E que matou meia centena de pessoas e causou prejuízos na ordem de mil milhões de euros. Ou a catástrofe de 1803 em que as “enxurradas desceram a encosta e mataram 1.000 pessoas em Machico, Funchal e Ribeira Brava. Foi uma coisa terrível”, lembra o especialista da Universidade do Minho.

O risco de um desastre natural destes acontecer é real, assegura António Bento Gonçalves, “atendendo a esta grande propensão que a Madeira tem, de forma natural, para no outono e no inverno ter uma grande quantidade de precipitação num curto espaço de tempo”. A somar a isto, “este incêndio está a desproteger completamente as vertentes muito declivosas, com ribeiras, com declives muito acentuados“.

Como o solo está desprotegido de vegetação devido às chamas, a água acaba por deslizar com tamanha velocidade, encostas abaixo, juntamente com a terra, levando tudo o que encontra pela frente, resultando em grandes inundações até atingir as povoações.

O grave problema é a consequência das incêndios: a desproteção do solo, o descoberto vegetal que depois faz com que os picos de cheia sejam maiores e que o impacto da chuva seja potencialmente maior, precisamente por não haver essa proteção.

Joaquim Sande Silva

Professor da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e antigo membro da Comissão Técnica Independente (constituída para analisar os incêndios de Pedrógão Grande)

Entre as medidas preventivas a diligenciar, o quanto antes, constam, elenca o professor da Universidade do Minho, a limpeza dos canais, assim como a “colocação, por exemplo, de pequenas barreiras de troncos, de palhas, de galhos dispostos em molhos”. Além de “espalhar palha pelas vertentes para, quando a chuva cair, tudo isso impedir que as gotas comecem a escorrer muito rapidamente à superfície, permitindo a sua infiltração”.

O mesmo alerta é deixado pelo professor Joaquim Sande Silva, da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC). “O grave problema é a consequência das incêndios: a desproteção do solo, o descoberto vegetal que depois faz com que os picos de cheia sejam maiores e que o impacto da chuva seja potencialmente maior, precisamente por não haver essa proteção”, sustenta.

O especialista chama a atenção para o facto de uma boa parte da área, fustigada pelo fogo, já ter ardido em 2010 e em 2016, o que condiciona a regeneração dos solos. “A capacidade de recuperação da vegetação vai sendo cada vez mais baixa, mais difícil, sobretudo em zonas de altitude, onde as condições de crescimento das plantas são mais difíceis”, detalha.

As características geográficas da Madeira, com os declives, também não ajudam. “É certo que depois de 2010 foram feitas obras de correção, mas nada garante que não aconteçam novamente problemas noutras zonas da ilha como consequência muito grave destes destes incêndios”, constata Joaquim Sande Silva.

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#18 As férias de Andrés Ortolá. Pensar de forma criativa e inovadora

Para o diretor-geral da Microsoft Portugal as férias permitem ter uma "perspetiva mais clara e objetiva sobre as decisões estratégicas que impactam tanto a nossa carreira como a organização".

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Andrés Ortolá, diretor-geral da Microsoft Portugal, apenas intervém em “situações realmente críticas” durante as férias. Período que é aproveitado para “pensar de forma mais criativa e inovadora” e “ter uma visão mais concreta de novas possibilidades e abordagens para os desafios que se avizinham”. Um desses desafios é o “desenvolvimento contínuo da Inteligência Artificial”. E deixa um alerta: “Em Portugal, ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de digitalização empresarial e competências digitais”.

Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?

Estas férias vou mergulhar na trilogia “Alexandros” de Valerio Massimo Manfredi. Uma série de livros fascinante, pois narra a vida de Alexandre, o Grande, com uma riqueza de detalhes históricos e uma narrativa envolvente que nos transporta para a antiguidade.

Vou também aproveitar para acabar de assistir à série “Six Nations”. Esta série documental oferece uma visão profunda e emocionante do torneio de rugby mais prestigiado da Europa, capturando a paixão, a rivalidade e as histórias humanas por trás dos jogos.

No meio disto tudo, vou continuar a ouvir o podcast “Tools and Weapons” com Brad Smith. Cada episódio traz discussões perspicazes sobre tecnologia, sociedade e o futuro, com convidados de renome que partilham as suas experiências e visões.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

É fundamental encontrarmos um equilíbrio durante este período que nos permita desligar totalmente para recarregarmos energias e regressarmos com uma perspetiva renovada.

No entanto, na era digital em que vivemos, é inevitável mantermo-nos a par do que se passa quer localmente, como a nível global. Por isso, estabeleço limites claros: confio nas minhas equipas para gerir as operações diárias e apenas intervenho em situações realmente críticas. Este equilíbrio entre desconexão e disponibilidade seletiva é fundamental para garantir a saúde mental e a continuidade dos negócios.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

As férias são, sem dúvida, uma oportunidade para refletir e recarregar energias. É durante este período que temos a possibilidade de nos afastar do ritmo acelerado do dia a dia, permitindo-nos uma perspetiva mais clara e objetiva sobre as decisões estratégicas que impactam tanto a nossa carreira como a organização que lideramos. Este tempo longe das pressões diárias permite-nos pensar de forma mais criativa e inovadora, e permite uma visão mais concreta de novas possibilidades e abordagens para os desafios que se avizinham.

Além disso, as férias proporcionam um momento crucial para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Longe do escritório, podemos refletir sobre o nosso crescimento pessoal e identificar oportunidades de melhoria, seja como líderes ou colegas.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Sem dúvida que um dos temas mais proeminentes que continua a marcar o setor tecnológico, especialmente no contexto da Microsoft, será o desenvolvimento contínuo da Inteligência Artificial (IA). A evolução da IA tem vindo a transformar radicalmente a forma como trabalhamos e vivemos, e espera-se que continue a ser um motor de inovação e eficiência para diversas indústrias.

Isto leva-nos à necessidade da transformação digital das empresas, especialmente das PMEs. Em Portugal, ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de digitalização empresarial e competências digitais, como evidenciado pelos indicadores do relatório sobre o Estado da Década Digital. É urgente criar condições e oportunidades para a adoção de competências digitais capazes de dar resposta às necessidades de um mercado de trabalho que está a evoluir a olhos vistos, nesta direção.

Nesse sentido acreditamos que nos próximos meses as empresas vão ter um papel importante no upskilling e reskilling da sua força de trabalho e garantir as ferramentas necessárias à requalificação daqueles que procuram acompanhar esta inovação.

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Agricultura tem falta crónica de trabalhadores e contratação de estrangeiros é imprescindível

  • Lusa
  • 24 Agosto 2024

A agricultura tem perto de 50.000 trabalhadores por conta de outrem, sendo que a população estrangeira representa cerca de 40% do total.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu que o setor agrícola tem uma “falta crónica de trabalhadores”, sendo que a contratação de estrangeiros, que representam 40% da mão-de-obra no setor, é “imprescindível”.

O setor agrícola enfrenta uma falta crónica de trabalhadores, pelo que a contratação de trabalhadores estrangeiros é imprescindível para o normal funcionamento da agricultura portuguesa“, afirmou o secretário-geral da CAP, Luís Mira, em resposta à Lusa.

A agricultura tem perto de 50.000 trabalhadores por conta de outrem, sendo que a população estrangeira representa cerca de 40% do total, segundo as estimativas da confederação, em consonância com os dados do Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP).

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao segundo trimestre, no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, a remuneração base média foi de 810 euros, ou seja, abaixo do salário mínimo nacional.

Questionado sobre este valor, Luís Mira sublinhou que a remuneração em causa considera o trabalho a tempo integral como parcial, incluindo assim “a remuneração de postos de trabalho que podem durar menos de um mês”.

Para a CAP, esta situação é também reflexo da falta de mão-de-obra no setor, bem como da sazonalidade.

Já sobre a possibilidade de se verificar um aumento da remuneração, a CAP referiu participar no diálogo social, em conjunto com os sindicatos, para promover a valorização salarial de todos os trabalhadores do setor agrícola português.

O Governo de Luís Montenegro apresentou, recentemente, o plano de ação para as migrações e algumas medidas destinadas à promoção do emprego dos migrantes, como a criação de uma rede de parceiros, coordenada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), para reforçar a integração de imigrantes que não encontram trabalho ou perderam o vínculo laboral.

Por outro lado, foi anunciado o reforço do número de adidos nas embaixadas “com o objetivo de promover a contratação e colocar em contacto empresas que queiram recrutar trabalhadores estrangeiros, bem como direcionar trabalhadores estrangeiros que queiram vir para o nosso país trabalhar” de forma regulada.

A confederação dos agricultores tem vindo a defender o reforço de recursos humanos nos postos consolares e a criação de um plano de atração de imigrantes, como “condições indispensáveis” para a sustentabilidade económica.

Apesar de notar que o Plano de Ação para as Migrações anuncia alguns desses desígnios, a CAP ressalvou que o mesmo está numa “fase embrionária”, não se registando, até ao momento, “qualquer impacto” no setor agrícola.

Com várias medidas ainda por implementar, a CAP espera que estas políticas garantam uma mais célere, regulada e eficaz resposta à emissão de vistos de estada temporária para o setor agrícola“, concluiu Luís Mira.

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Acesso ao AforroNet suspenso

  • ECO
  • 24 Agosto 2024

Os assuntos relativos a contas aforro podem continuar a ser tratados junto da rede dos CTT, que mantém em funcionamento os seus canais. 

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP suspendeu o AforroNet, serviço que permite a subscrição e consulta dos certificados da aforro.

O serviço está suspenso para melhoria das condições de segurança, adianta o IGCP num comunicado publicado esta sexta-feira no seu site, no qual se compromete a ser breve na conclusão dos trabalhos em curso, embora sem avançar datas.

Qualquer assunto relativo a contas aforro e a produtos aforro pode no entanto continuar a ser tratado junto da rede dos CTT, que mantém em funcionamento os seus canais.

Os canais dos CTT estão a funcionar com normalidade e preparados para um aumento de procura. O próprio IGCP recomenda o acesso aos canais dos CTT. Além dos nossos canais físicos, a APP dos CTT é a melhor forma de servir os aforradores com necessidades digitais”, diz fonte oficial dos CTT ao ECO.

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IL faz ‘rentrée’ política com Rui Rocha a discursar na Festa “A’gosto da Liberdade”

  • Lusa
  • 24 Agosto 2024

O evento contará com "música ao vivo, animação, jantar ao ar livre" e vai ter como "momento alto a intervenção de Rui Rocha", o presidente do partido.

A Iniciativa Liberal assinala hoje a sua ‘rentrée’ política com a quarta edição da festa “A’gosto da Liberdade”, que começa ao final da tarde em Quarteira e terá como ponto alto o discurso do presidente do partido, Rui Rocha.

De acordo com a Iniciativa Liberal, a quarta edição do tradicional evento da ‘rentrée’ liberal vai começar às 19:00 deste na Praça do Mar, em Quarteira, distrito de Faro.

O evento vai para a sua quarta edição e, de acordo com o partido, contará com “música ao vivo, animação, jantar ao ar livre” e vai ter como “momento alto a intervenção de Rui Rocha”, o presidente do partido.

Este vai ser o quarto ano seguido em que a IL vai fazer a sua ‘rentrée’ política no Algarve, com a tradicional festa “A’gosto da Liberdade”. No ano passado, o evento realizou-se em Armação de Pêra, depois de já ter passado por Albufeira e Portimão.

O partido junta-se ao lote de forças políticas que escolheram a região algarvia para marcar o regresso aos trabalhos – também o PSD, na habitual Festa do Pontal, e o Chega, com um jantar em Olhão, fizeram a sua ‘rentrée’ no sul do país.

A Iniciativa Liberal tem utilizado esta ‘rentrée’ política para definir objetivos para o ano político. No ano passado, em Armação de Pêra, Rui Rocha tinha apresentado 10 compromissos para a próxima década, que incluíam setores como a água e agricultura, ambiente e energia, educação ou saúde.

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