Multilem expande presença internacional com aposta na China e prepara nova marca em Portugal

Empresa de Azambuja especializada na criação da experiências de marca, que fatura 65 milhões de euros, está presente em vários mercados com a exportação a representar 80% do negócio.

A empresa portuguesa especializada na criação de experiências de marca Multilem, que no ano passado faturou mais de 65 milhões de euros, continua a reforçar a sua presença global e a apostar na diversificação de áreas de negócio para continuar a crescer. A dar “os primeiros passos no mercado chinês”, a companhia já faz 80% dos seus negócios lá fora e está a preparar o lançamento de uma nova marca em Portugal.

Com sede na Azambuja, a Multilem mais do que triplicou o volume de negócios nos últimos anos. “O volume de vendas consolidado era de 17 milhões de euros em 2019, cresceu para 47 milhões em 2022 e situou-se acima dos 65 milhões de euros em 2024”, adiantou ao ECO Luís Matos Chaves, diretor-geral da Multilem Portugal.

De acordo com o mesmo responsável, a empresa, que é responsável pela construção dos stands para feiras e outros eventos para empresas, tendo como clientes o Turismo de Portugal, ou a TAP, continua a apostar na “abertura de novos países/segmentos/áreas de negócio, que possam complementar o portfolio existente do Grupo”. “Estamos a dar os primeiros passos no mercado chinês, através de uma nova parceria que estamos a desenvolver para reforçar a presença da marca Multilem neste país”, adiantou o diretor-geral da Multilem.

Em 2024 abrimos escritórios no Reino Unido e EUA, com dois business plans distintos, ajustados à estratégia de cada mercado. Ambos vão exigir investimento estrutural nos próximos 3 a 5 anos

Luís Matos Chaves

Diretor-geral da Multilem Portugal

Além desta nova expansão, a companhia continua a desenvolver novos investimentos nos mercados onde já está presente. “Em 2024 abrimos escritórios no Reino Unido e EUA, com dois business plans distintos, ajustados à estratégia de cada mercado. Ambos vão exigir investimento estrutural nos próximos 3 a 5 anos“, realça Luís Matos Chaves.

Por outro lado, a estratégia passa pelo “reforço dos escritórios centrais de maior dimensão, atualmente Portugal e Middle East, que operam como hubs regionais e assumem um papel chave no desenvolvimento dos mercados nas respetivas regiões”. “Paralelamente, estamos a desenvolver um projeto para lançar em Portugal uma nova marca, focada no design e fit out de espaços, como lojas, escritórios, espaços comerciais, etc”, refere o mesmo responsável.

A empresa, que emprega atualmente 109 pessoas em Portugal — 200 a nível global — , tem na exportação a sua principal fonte de receitas. “Cerca de 80% da nossa atividade é desenvolvida com clientes internacionais, o que faz da Multilem uma empresa que contribui de forma positiva para a geração de valor ao nível das exportações”, refere o diretor-geral da Multilem.

Novo recorde em 2024

Corridos já vários meses em 2025, Luís Matos Chaves mostra-se otimista para o ano. “Estamos a viver um primeiro semestre de 2025 bastante dinâmico, com um pipeline que já nos garante o breakeven anual em todas as geografias, o que, numa atividade de serviços, é bastante positivo nesta altura do ano”, explica. “Na Multilem Portugal vamos provavelmente ter um primeiro semestre acima de 2024, que já foi um ano recorde”, antecipa.

Na Multilem Portugal vamos provavelmente ter um primeiro semestre acima de 2024, que já foi um ano recorde.

Luís Matos Chaves

Diretor-Geral da Multilem Portugal

“Este ano temos tido projetos de grande dimensão e relevância“, aponta. E deixa alguns exemplos: “Desde o Kickoff comercial do Novo Banco em Alcobaça, passando por presenças marcantes como a da Embratur na T&AS em Los Angeles – distinguida com o prémio Best in Show – ou a presença da TAP na BTL 2025, com a celebração dos seus 80 anos”.

O responsável destaca ainda o projeto SOS OCEAN em Paris, para a Fundação Oceano Azul, “um evento único, que cruzou sustentabilidade, cultura e responsabilidade”. “A presença do Brasil na Milan Design Week, onde trabalhámos com a Apex Brasil e a Abimóvel em dois espaços que deram a conhecer o melhor do design e identidade brasileiros. Em paralelo, estamos presentes em feiras como a Coverings, nos EUA, com a Centro Rochas, e a Galeria Brasil, um projeto sensorial no coração de Paris que celebra o património do Brasil de forma inovadora”, acrescentou.

Com a empresa a trabalhar em vários projetos, Luís Matos Chaves nota que “o mercado está a evoluir de forma muito rápida, com clientes cada vez mais exigentes e atentos ao retorno dos investimentos que fazem. Não basta criar algo bonito, é preciso que a experiência seja relevante, impactante e que gere resultados”. “A personalização tornou-se essencial e a tecnologia é hoje uma aliada indispensável, tanto na criação de experiências memoráveis como na medição do seu impacto”, adianta.

“Trabalhar em diferentes geografias exige também uma enorme capacidade de planeamento e adaptação. Desde a sede na Azambuja, conseguimos montar projetos em qualquer parte do mundo, com um nível de controlo e eficiência que só é possível com uma operação bem integrada. O mercado não para e nós também não”, conclui.

É inegável que a atual política comercial dos EUA está a gerar alguma incerteza económica, e pode também dificultar o acesso de certos clientes ao mercado americano (…) Ainda assim, essa conjuntura não altera a nossa aposta: os EUA continuam a ser um mercado estratégico para o Grupo Multilem e mantemos o nosso compromisso de investir de forma sustentada nesta geografia.

Luís Matos Chaves

Diretor-Geral da Multilem Portugal

Quanto aos EUA, o responsável adianta que a empresa “a Multilem tem vindo a desenvolver projetos nos EUA há vários anos, sobretudo para clientes dos diferentes escritórios internacionais do Grupo”. “Em 2024, demos um passo estratégico importante ao abrir formalmente uma empresa local, com capacidade de implementação própria“, uma decisão que se revelou certeira na conjuntura atual. Isto porque, “sem essa autonomia, o contexto atual poderia de facto comprometer a nossa capacidade de resposta junto dos clientes internacionais que operam neste mercado”, sublinha.

Mesmo assim, Luís Matos Chaves assume que “é inegável que a atual política comercial dos EUA está a gerar alguma incerteza económica, e pode também dificultar o acesso de certos clientes ao mercado americano”. “Por isso, estamos atentos e preparados para avaliar os impactos que possam surgir a médio prazo. Ainda assim, essa conjuntura não altera a nossa aposta: os EUA continuam a ser um mercado estratégico para o Grupo Multilem e mantemos o nosso compromisso de investir de forma sustentada nesta geografia“, argumenta.

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Gestores oferecem 8,5 milhões para ficar com SLM e salvar 363 empregos em Oliveira de Azeméis

Plano desenhado pela equipa de gestão, que diz ter o apoio da Volkswagen, propõe MBO aos credores da Schmidt Light Metal, ligada ao pai de André Villas-Boas e insolvente com dívidas de 68,5 milhões.

Há uma ‘luz ao fundo do túnel’ para a recuperação da Schmidt Light Metal (SLM), histórica fabricante de componentes para a indústria automóvel sediada em Oliveira de Azeméis e que tem o grupo Volkswagen como principal cliente, que acumula dívidas de 68,5 milhões de euros e em março deste ano foi declarada insolvente pelo Tribunal de Aveiro.

O plano de insolvência apresentado pela equipa de gestão propõe aos credores a compra por 8,5 milhões de euros – livre de “quaisquer passivos”, além dos que decorrem da transmissão dos trabalhadores –, com o negócio a passar para uma nova sociedade detida pelo gerente Marc Schmidt, pela diretora financeira Daniela Alegria e pelo consultor Carlos Pais.

De acordo com o requerimento enviado ao tribunal, a que o ECO teve acesso, esta solução, que abrange igualmente as outras duas empresas do grupo (DMM – Desenvolvimento, Maquinagem e Montagem; e ATC – Autoconceptus), prevê a manutenção dos atuais 363 trabalhadores. A maioria dos empregos (224) está afeta à SLM, que detém também uma fábrica mais pequena na Áustria.

Com este Management Buy Out (MBO) acena com a “recuperação integral” nos créditos privilegiados e garantidos, obtendo os credores comuns uma taxa estimada de 6% dos seus créditos. Já no cenário de liquidação, advertem que “o produto da venda dos ativos da DMM e da ATC não será suficiente para fazer face aos respetivos créditos laborais” e também na SLM “não será suficiente para pagamento da integralidade dos créditos garantidos, pelo que a taxa de recuperação de todos os credores comuns das entidades do grupo será de 0%”.

Stand da SLM na edição de 2022 da Hannover Messe (Alemanha), a maior feira industrial do mundo, em que Portugal foi “país parceiro”

Fundada em 1989 e com instalações fabris situadas na zona industrial de Santiago de Riba-Ul, em Oliveira de Azeméis, tem como acionistas os herdeiros do fundador Ralf Schmidt, Marc Schmidt e Filipe Villas-Boas (pai do atual presidente do FC Porto, André Villas-Boas, que ali trabalhou nas férias, entre os 13 e os 15 anos, como “castigo” pelas más notas). Além da própria SLM, que detém quotas próprias e que em 2022 faturou 42,4 milhões de euros. Sem dívidas vencidas à Autoridade Tributária nem à Segurança Social, o passivo totaliza 68,5 milhões, com o Novobanco, o BCP e o BPI a encabeçarem a lista de credores.

A equipa liderada por Marc Schmidt garante que este plano tem o apoio dos trabalhadores e dos principais clientes, incluindo a Volkswagen, que têm “interesse em manter a sua colaboração” e “já manifestaram a sua confiança na nova gestão” – está em funções desde junho de 2023 e, com a ajuda da consultora PwC, tentou “sem sucesso” encontrar um investidor disponível para capitalizar o grupo. Diz ainda que esta proposta tem também a “concordância” da OBIDIL, proprietária e senhoria de dois dos pavilhões onde exerce atividade.

“Num cenário de liquidação, com o subsequente encerramento da atividade, [a Volkswagen] já informou a devedora de que deixará de efetuar novas encomendas e cessará relações comerciais, o que reduz substancialmente a possibilidade de venda do estabelecimento, sendo que, sem um acordo com o seu principal cliente, a SLM não será viável”, avisam. Notam ainda que a satisfação dos créditos dos credores que teriam algum montante a receber (privilegiados e garantidos) “seria bastante mais morosa, estimando-se cerca de 18 a 24 meses só para a conclusão do processo de venda dos ativos”.

Num cenário de liquidação, com o subsequente encerramento da atividade, [a Volkswagen] já informou a devedora de que deixará de efetuar novas encomendas e cessará relações comerciais, o que reduz substancialmente a possibilidade de venda do estabelecimento.

Plano de insolvência da SLM

Contactado pelo ECO, o administrador judicial Jorge Calvete recusou a prestar esclarecimentos. No final de março, quando a empresa foi declarada insolvente, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústria Transformadoras, de Energia e de Atividades de Ambiente do Centro-Norte (SITE-CN) falou em dificuldades de “tesouraria corrente”, já que antigas dívidas a fornecedores “vão-se arrastando e acumulando juros”. Justino Pereira alegou à Lusa que o problema “não é falta de encomendas” e que “os trabalhadores nunca estiveram parados e até fizeram horas extras” nestes últimos dois anos.

Na proposta enviada ao tribunal, com data de 28 de maio, a gestão explica que o preço global de 8,5 milhões de euros e a respetiva divisão (6,5 milhões pela SLM, incluindo a filial austríaca; 1,2 milhões pela DMM; e 800 mil euros pela ATC) teve por base uma análise da situação patrimonial de cada uma das empresas e “corresponde ao montante máximo que a nova sociedade é capaz de pagar – estando em processo de obter financiamento para o efeito – e que, por conseguinte, é a contrapartida mais alta que poderá propor para a aquisição dos estabelecimentos comerciais” do grupo.

Neste mesmo documento, os gestores da SLM, que abandonou a agenda mobilizadora Hi-rEV – Recuperação do Setor de Componentes Automóveis, liderada pela Palbit no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deixam também detalhes sobre a ordem e condições do plano de pagamentos:

  1. Dívidas da massa insolvente: serão integralmente pagas até ao montante de 250 mil euros, incluindo, nomeadamente, a remuneração do administrador de insolvência;
  2. Créditos privilegiados dos trabalhadores sob condição: assumindo a homologação deste plano, não será necessário realizar qualquer pagamento;
  3. Crédito do IAPMEI com privilégio mobiliário geral: será pago com prioridade relativamente aos créditos comuns, até ao montante de 391,5 mil euros;
  4. Crédito garantido da LC Asset 2 (cedido pelo BPI): será pago com prioridade sobre os créditos comuns, até ao montante de 2,5 milhões de euros, respeitando-se as hipotecas sobre os prédios urbanos que fazem do estabelecimento comercial;
  5. Créditos comuns: o montante remanescente disponível, no valor global de 3,35 milhões de euros, será distribuído proporcionalmente entre os credores comuns, em função do valor dos respetivos créditos reconhecidos.

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Força Aérea compra satélite de radar financiado pelo PRR

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O acordo foi assinado entre o Centro de Tecnologia e Inovação Aeroespacial – que consiste numa parceria entre a Força Aérea, o centro de engenharia CEiiA e a GEOSAT – e a empresa ICEYE.

A Força Aérea adquiriu esta quinta-feira um satélite que capta imagens de alta resolução que podem ser utilizadas para prever fenómenos meteorológicos e catástrofes naturais ou auxiliar em missões de busca e salvamento, além de outros fins militares.

O acordo foi formalizado em Monsanto, Lisboa, e assinado entre o Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) Aeroespacial – que consiste numa parceria entre a Força Aérea, o centro de engenharia CEiiA e a GEOSAT – e a empresa ICEYE.

Em causa está a aquisição, através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de um satélite de radar de abertura sintética (SAR), que permite a captação de imagens de alta e muito alta resolução sob quaisquer condições meteorológicas, um segmento terrestre e uma antena.

Foi também assinado um memorando de entendimento para a troca de conhecimento entre entidades que permita no futuro a Portugal, através da Força Aérea, tecido empresarial e académico, construir os seus próprios satélites. Este investimento insere-se no âmbito do lançamento da chamada “Constelação do Atlântico”, um projeto conjunto de Portugal e Espanha para desenvolver e lançar uma constelação de satélites de observação da Terra.

O objetivo é atingir os 26 satélites, 12 do tipo SAR e 14 óticos, de acordo com informações adiantadas à Lusa pela Força Aérea. Este satélite pode ser utilizado pela Força Aérea para imagens de apoio em ações de vigilância e informações, na busca e salvamento, ou na recolha de dados sobre poluição marítima.

Pode ainda ser utilizado para prever fenómenos meteorológicos e catástrofes naturais e apoiar áreas civis como a agricultura, além dos fins militares mais habituais (a guerra da Ucrânia tem recorrido a várias imagens de satélite, por exemplo). Fonte oficial do ramo realçou ainda à Lusa que este tipo de investimento permite também “reter talento” no país, evitando a “fuga de cérebros para outros países”.

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Trump recua e promete manter imigrantes na agricultura e na hotelaria

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

"Os nossos agricultores estão a ser afetados", disse o Presidente dos EUA, antes de sinalizar que algo tem de ser feito "rapidamente" para manter os imigrantes que trabalham na agricultura e lazer.

O Presidente norte-americano, que lançou uma política de deportação maciça de imigrantes ilegais, declarou esta quinta-feira que, afinal, quer manter os trabalhadores imigrantes da agricultura e da hotelaria e impedir um impacto negativo nessas atividades.

Os nossos agricultores estão a ser afetados, eles têm trabalhadores muito bons. Trabalham para eles há 20 anos. Não são norte-americanos, mas mostraram que são muito bons. E vamos ter de fazer alguma coisa”, disse Donald Trump à imprensa na Casa Branca. “Vamos tomar uma decisão sobre isso rapidamente. Não podemos fazer isso aos nossos agricultores e também ao setor do lazer, aos hotéis”, acrescentou.

As expulsões forçadas de imigrantes em situação ilegal estão na origem dos protestos que ocorreram nos últimos dias em Los Angeles (Califórnia), e que foram, por vezes, acompanhados de confrontos com guarda nacional, convocada por Trump para manter a ordem pública.

O movimento de protesto foi desencadeado, em particular, pelas detenções efetuadas pela polícia da imigração no parque de estacionamento de uma loja de bricolagem, que funcionava como ‘bolsa de trabalho’ para trabalhadores indocumentados. Operações semelhantes foram relatadas pelo sindicato dos trabalhadores agrícolas UFW em zonas agrícolas do sul da Califórnia.

De acordo com os dados mais recentes do Departamento da Agricultura norte-americano, cerca de 40% das pessoas empregadas nas colheitas nos Estados Unidos não têm visto de trabalho válido.

Segundo a imprensa norte-americana, a Casa Branca tinha dado ordens para o aumento substancial do número de deportações, para atingir 3.000 pessoas por dia, realizando detenções em locais como lojas de bricolagem ou minimercados.

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Regime de devolução de propinas vai ser limitado

Governo prefere o modelo do IRS Jovem, porque dá "um desconto muito grande e tem mais eficácia". E, por isso, vai revisitar o modelo e estudar um "sistema de transição" nas propinas.

O Governo vai limitar o regime de devolução das propinas aos estudantes que concluam o ensino superior, porque entende que a medida do IRS Jovem tem maior eficácia e dá um desconto muito maior. “Essa matéria tem de ser revisitada” e que irá ser estudado um “sistema de transição”, revelou esta quinta-feira o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final do Conselho de Ministros que aprovou o programa do Governo.

Em fevereiro, o mesmo governante já tinha questionado se fazia sentido “a acumulação [da devolução das propinas] com um IRS Jovem que é agora muito, mas muito mais longo na duração e expressivo no ganho para os jovens”.

De lembrar que, no ano passado, as inscrições estiveram fechadas e, até ao momento, o respetivo portal indica que “não estão a ser aceites novos pedidos para o prémio salarial de valorização das qualificações”. Em fevereiro, o PS apresentou um requerimento no Parlamento para ouvir a então ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes, sobre o alegado fim da devolução de propinas para quem beneficia do IRS Jovem, acusando o Governo de estar a gorar as expectativas de vários jovens.

“Essa matéria tem de ser revisitada pelo país e pelo Parlamento, na medida em que é anterior a uma decisão de reafetação dos mecanismos e da despesa de apoio aos jovens”, começou por responder Leitão Amaro.

De facto, o prémio foi criado pelo anterior Governo do PS, liderado por António Costa, e consistia numa devolução do valor das propinas para os jovens que tinham terminado a licenciatura ou o mestrado e que decidiam ficar a trabalhar em Portugal.

Para o atual Executivo, “o IRS Jovem é o sistema de eleição” que tem “mais eficácia na atração dos jovens”. Por isso, “é preciso lidar com a transição e o ministério da Educação dará, em breve, detalhes sobre esses sistema de transição”, completou, sem acrescentar muito mais.

Em fevereiro, Leitão Amaro tinha dito, após um outro Conselho de Ministros, que estava “a ponderar se faz sentido e em que termos a manutenção da acumulação [da devolução das propinas] com um IRS Jovem que é agora muito, mas muito mais longo na duração e expressivo no ganho para os jovens”.

No início do ano, o Diário Notícias dava conta que o Governo pretendia que o Prémio de Valorização da Qualificação se passe a aplicar apenas a quem optasse por não beneficiar do IRS Jovem e apenas a quem obtivesse o grau académico a partir de 1 de janeiro de 2025.

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Programa Floresta Ativa financia limpeza e gestão de terrenos

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

A candidatura ao programa, com financiamento de seis milhões de euros, estende-se até 1 de agosto, prevendo um apoio entre 650 euros e 800 euros por hectare.

Os proprietários e organizações de produtores podem candidatar-se, até 1 de agosto, a um programa de apoio à limpeza e gestão de terrenos florestais, com uma dotação de seis milhões de euros para financiamento não reembolsável, foi hoje anunciado.

Em comunicado, os ministérios do Ambiente e Energia e da Agricultura e Mar informaram que o programa Floresta Ativa destina-se “à limpeza, gestão e valorização de terrenos florestais” no continente, financiado pelo Fundo Ambiental e operacionalizado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O programa, com financiamento de seis milhões de euros, será dividido em duas fases, surge na sequência da “avaliação do projeto-piloto Vales Floresta” e foi desenvolvido no contexto do plano de intervenção para a floresta 2025-2050.

O processo de candidaturas do primeiro aviso arrancou em 2 de junho e estende-se até 1 de agosto, através da plataforma digital do ICNF (https://fau.icnf.pt), prevendo “um apoio de 650 euros por hectare para candidaturas individuais e de 800 euros por hectare para candidaturas coletivas”.

“As intervenções elegíveis visam a limpeza, beneficiação ou regeneração natural dos povoamentos florestais, de forma a garantir a descontinuidade horizontal e vertical da carga combustível, devendo estas áreas ser mantidas, por um período de três anos, em bom estado vegetativo e sanitário”, lê-se na nota.

A medida enquadra-se na estratégia nacional para a prevenção de incêndios rurais e na valorização da bioeconomia florestal. Para a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, citada na nota, o Governo “está a valorizar quem cuida da floresta e a criar soluções para todo o território continental assente no investimento público, resiliência e futuro”.

“O Floresta Ativa é um exemplo de como colocamos os recursos do Fundo Ambiental ao serviço da proteção da paisagem, da segurança contra incêndios e da rentabilidade florestal”, acrescentou.

O ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, também citado no comunicado, sublinhou que “Portugal possui mais de 3 milhões de hectares de floresta, um recurso vital que exige uma gestão integrada, assente no conhecimento técnico, na inovação e na consciência pública”.

“As florestas não são apenas um património ambiental, são pilares fundamentais para a economia, a coesão territorial e a sustentabilidade do país”, concluiu.

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Grupo Bel recebe ok para comprar ativos da Palmelalimentar

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Em 22 de maio, o grupo Bel tinha notificado a Autoridade da Concorrência do "controlo exclusivo sobre o conjunto de ativos que compõem o negócio Central Cash”.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu “luz verde” à compra de um conjunto de ativos detidos pela Palmelalimentar, que compõem o negócio ‘central cash’, pelo grupo Bel, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira.

Numa nota no site, o regulador liderado por Nuno Cunha Rodrigues indica que o seu Conselho de Administração deliberou “adotar uma decisão de não oposição à operação de concentração”, referindo que “a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”.

Em 22 de maio, o grupo Bel tinha notificado a AdC de uma operação de concentração de empresas, que consistia “na aquisição, pelo Grupo Bel, S.A. através da Vales e Cordilheiras, Unipessoal, Lda, do controlo exclusivo sobre o conjunto de ativos que compõem o negócio Central Cash”.

A AdC lembrou que o Grupo Bel, liderado por Marco Galinha, conta com “atividade sobretudo nas áreas da logística, investigação, desenvolvimento e tecnologia, automação, indústria aeronáutica e aeroespacial, indústria metalomecânica, comunicação e media, soluções de energia e mobilidade sustentáveis, e imobiliário”.

Já a Central Cash é um “conjunto de ativos detidos pela Palmelalimentar – Armazenistas de Produtos Alimentares, S.A.” que são “utilizados para desenvolver a sua atividade de distribuição e comércio por grosso (‘cash and carry’) de produtos alimentares, de higiene e de limpeza, no território nacional”.

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Concorrência dá “luz verde” à compra da Via Verde pela Brisa

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

A Autoridade da Concorrência considera que a operação não deverá criar entraves à concorrência no mercado.

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu não se opor à compra do controlo exclusivo da Via Verde pela Brisa. “[…] O Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência […] delibera adotar uma decisão de não oposição à operação de concentração”, lê-se numa nota divulgada esta quinta-feira pela AdC no seu site.

O regulador disse ainda que esta operação não deverá criar entraves à concorrência no mercado. Em 20 de março, a Brisa notificou a AdC da compra dos 25% que o grupo Ascendi detém na Via Verde, tendo em vista deter a totalidade do capital da empresa.

A Brisa já tinha comprado a participação da SIBS na sociedade, em 2021, ficando-lhe apenas a faltar a posição da Ascendi para controlar a Via Verde na totalidade.

O capital da Ascendi é controlado pela Ardian, uma sociedade independente de investimento privado sediada em França e que gere ativos na Europa, América do Norte e Ásia.

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Governo afasta despedimentos e cortes salariais com reforma do Estado

O ministro da Presidência garantiu que a reforma da Administração Pública passa pela redução de "estruturas, observatórios e de papelada", mas nega cortes no pessoal e nos ordenados.

O Governo afasta despedimentos e cortes salariais com a reforma do Estado, garantiu esta quinta-feira o ministro da Presidência, António Letão Amaro, no final do Conselho de Ministros que aprovou o programa do segundo Executivo de Luís Montenegro. O documento será debatido no Parlamento nos dias 17 e 18.

“Se a sua pergunta é se isso implica despedimentos de trabalhadores públicos ou corte nos vencimentos dos trabalhadores públicos, a resposta é não”, assegurou o governante em resposta aos jornalistas. “Não é despedimento de trabalhadores públicos, não é corte nos vencimentos dos trabalhadores públicos. Esta, felizmente, é uma reforma que é feita num momento que não é de emergência financeira”, reforçou.

Leitão Amaro explicou que a reestruturação em curso, que deverá gerar poupanças de 23 milhões de euros por ano, apenas irá cortar em “serviços, estruturas e papelada”.

“Se é corte de papelada que tem que ser entregue e pode ser circulada através de meios digitais? Se é corte nos prazos de decisão? Se é corte, em alguns casos, do número de estruturas de observatórios, de grupos de trabalho, de entidades da administração pública? Sim”, clarificou.

O ministro da Presidência lembrou que o Executivo está, desde o ano passado a conduzir uma reforma, através da qual já reduziu “oito secretarias-gerais” numa só, a secretaria-geral do Governo. E, no Ministério das Finanças, o Governo fundiu várias entidades e criou duas autoridades: a Entidade Orçamental, que junta a Direção-Geral do Orçamento (DGO) e a Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental (UniLeo); e a Entidade do Tesouro e das Finanças, que agrega a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM), a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) e a a Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Pelo caminho ficou o Centro de Pessoas da Administração Pública, que acabou por ser vetado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo facto de fundir o Instituto Nacional de Administração (INA) nessa nova estrutura.

Leitão Amaro voltou a assegurar que em causa não estão os vencimentos dos funcionários públicos nem cortes nos recursos humanos, bem pelo contrário: “A lógica desta reforma é, como o Governo anterior e este primeiro-ministro já demonstraram, de valorização dos trabalhadores públicos”.

A este respeito, sublinhou que o programa do Governo “inclui uma lógica de valorização da Função Pública não só pela revisão de carreiras, mas também por ímpeto adicional pela valorização do mérito, dos resultados e das funções mais qualificadas”.

“Existe um acordo plurianual assinado entre o Governo e as estruturas que representam os trabalhadores da Função Pública, excluindo uma das entidades que nunca assina nada”, referindo-se à Frente Comum, afeta à CGTP, “que prevê uma lógica de aumentos salariais transversais”, que são para cumprir, frisou.

(Notícia atualizada às 19h07)

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Programa do Governo será entregue no sábado à Assembleia da República

Conselho de Ministros aprovou o programa do Governo, que será entregue no sábado ao Parlamento. Executivo tem "uma agenda transformadora” com 10 prioridades.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira à tarde o programa de Governo que é debatido na próxima semana, nos dias 17 e 18, no Parlamento. O PCP avançou com uma moção de rejeição, condenada logo à partida, uma vez que será chumbada com o apoio dos votos do Chega e do PS, que já garantiram a viabilização do segundo Executivo de Luís Montenegro.

O executivo “aprovou o programa de Governo que irá apresentar no sábado à Assembleia da República”, disse o ministro António Leitão Amaro, no final do Conselho de Ministros, considerando tratar-se de “uma agenda transformadora” que contempla “dez prioridades de transformação, 10 dimensões de reforma, que mudarão o país”.

Leitão Amaro fala em “10 transformações prioritárias que o Governo assume para o país”, sublinhando que “este Programa de Governo tem uma dimensão inovadora que expressa bem a ambição de transformação que o Governo tem para o país, no seu formato e no seu conteúdo”. Classificou mesmo como “ambicioso” este “programa para transformar o país”.

“Este Governo sabe que a responsabilidade que sobre nós impende é transformar o nosso país para melhor, colocá-lo entre os melhores da Europa, resolver os problemas das pessoas, e é isso que nós propomos”, salientou.

Conheça as 10 áreas prioritárias do programa do Governo:

  1. Política de rendimentos que valoriza o trabalho e a poupança, o mérito e a justiça social”. Com medidas sobre o salário, a redução do IRS e “a revisão do regime de apoios sociais para, como o primeiro-ministro tem dito várias vezes, garantir que trabalhar vale mais a pena do que não trabalhar”, notou Leitão Amaro.
  2. A reforma do Estado e a guerra à burocracia “que descomplique a vida dos cidadãos e das empresas”: simplificação de procedimentos, digitalização do Estado, revisão orgânica e das estruturas da Administração Pública, e uma nova política de recursos humanos dirigida para valorizar o mérito, as qualificações e desempenho dos trabalhadores da Administração Pública.
  3. “Criar riqueza, acelerar a economia e aumentar o valor acrescentado da atividade económica” do país com redução do IRC e simplificação fiscal, entre outras medidas para viabilizar o reforço de escala nas empresas, rever o regime dos instrumentos de capitalização de aceleração dos fundos, regime de insolvência e uma revisão para legislação laboral. Mas, advertiu o ministro, “sempre na ótica de valorizar o trabalho, o mérito, o valor acrescentado e a modernização das condições de trabalho para uma economia em transformação”.
  4. Política de “imigração regulada e humanista”. Reforço do controlo de entradas, de revisão dos regimes das portas de entrada, da lei da nacionalidade, da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP”, dos mecanismos de retorno. Acresce a “conclusão do processo de resolução de pendências”.
  5. Colocar os serviços essenciais — Educação, Saúde e mobilidade — a funcionar para todos, “com qualidade assente na complementaridade entre oferta pública, privada e oferta social”.
  6. Reforçar a segurança, com mais proximidade, presença nas ruas, e atividade das forças e serviços. Justiça mais rápida, em particular nos crimes mais graves, e combate à corrupção, dando continuidade à agenda anticorrupção lançada pelo anterior executivo PSD/CDS-PP, sob liderança do atual primeiro-ministro Luís Montenegro.
  7. Construir Portugal. Mobilizar todos os setores para a ultrapassar a crise de habitação, com maior oferta e mais apoios ao rendimento. “Libertar a capacidade de construção e reabilitação de oferta privada e cooperativa; é muito por aqui que vai passar a resposta” para que “os preços não continuem a aumentar”, referiu Leitão Amaro. O governante reafirmou o compromisso de construir 59.000 casas e financiar os planos municipais, além de rever o regime de arrendamento.
  8. Construção de infraestruturas que projetam o país, como o novo aeroporto Luís de Camões, “prosseguir com a privatização da TAP”, avançar nas “linhas de alta velocidade projetadas e anunciadas pelo governo anterior” e garantir o reforço das linhas de transporte de energia elétrica.
  9. Estratégia “Água que Une” com vista a combater a falta de abastecimento em determinadas zonas do país. “Dotará o país das infraestruturas, da capacidade de armazenamento, consumo eficiente, transporte para os vários usos, num país que tem sido em vários anos muito afetado por alterações climáticas e por escassez hídrica em várias regiões do país”, detalhou Letão Amaro.
  10. Plano de reforço estratégico do investimento em defesa. “Não é apenas o reforço da despesa em defesa, a antecipação da meta de despesa em defesa, [mas sim] um plano de reforço estratégico do investimento e do aproveitamento do conhecimento da economia e a nossa capacidade industrial para produzir e gerar aqui oportunidades de atividade económica e criação de emprego e de riqueza para o país”, explanou.

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Guns N’ Roses agitaram Coimbra com mais 35% de gastos dos turistas estrangeiros

O concerto da histórica banda norte-americana Guns N’ Roses, em Coimbra, agitou a economia local. Gasto de estrangeiros aumentou face a 2024. Portugueses foram menos efusivos.

A banda de Axl Rose, Slash e Duff McKagan, que a 6 de junho levou ao palco de Coimbra míticas músicas como Knockin’ on Heaven’s Door ou Paradise City, teve um significativo impacto económico positivo nos negócios locais da cidade, que faturaram mais 12,4% do que no dia equivalente de 2024.

Este aumento, constante no relatório Reduniq Insights, foi principalmente impulsionado pelo consumo dos turistas estrangeiros, que cresceu 35,3% face a 2024, enquanto o consumo nacional apenas subiu 10%.

O relatório, realizado pela UNICRE e que avalia a evolução do desempenho do comércio através das transações por cartão, focou-se na faturação dos negócios em Coimbra no dia da atuação da histórica banda norte-americana e comparou-a com a verificada na sexta-feira equivalente no calendário de 2024, ocorrida a 7 de junho.

Contudo, quando analisado o ticket médio — que corresponde ao valor médio gasto por compra — constata-se uma ligeira quebra de 8,9% deste valor, que passa dos 29,19 euros do ano passado para os 26,59 euros em 2025. Segundo Tiago Oom, Head of Merchant Acquiring da UNICRE, esta descida “pode justificar-se por uma maior contração do consumo por parte dos portugueses, espelhado na descida de 10,4% do ticket médio nacional para 25,93 euros”.

Instagram Guns N’ Roses12 junho, 2025

Esta quebra foi, contudo, compensada pelo impulso de 4%, para 33,14 euros, do ticket médio estrangeiro. Mesmo assim, apesar do impacto positivo do consumo estrangeiro na região, são os portugueses quem mais contribuiu para a economia local no dia do concerto: uma faturação de 88,6% do total registado, segundo adianta a Reduniq Insights, num comunicado.

Espanha foi a nacionalidade com maior peso de faturação estrangeira na região neste dia de atuação da banda formada há quatro décadas na Califórnia, com 17,5% dos gastos totais, a que se seguiu o Brasil (13,7%), Estados Unidos (9,8%), Irlanda (8%) e França (7,9%).

Se analisarmos por setor, o consumo nacional aumentou nas gasolineiras (82,5%), restauração (39,7%) e supermercados (4,4%) enquanto o consumo estrangeiro registou uma subida na hotelaria e atividades turísticas (127%), restauração (29,9%) e supermercados (19,9%).

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Cinco dos seis barcos elétricos do Tejo estão com avarias, diz autarca do Seixal

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

No trajeto entre o Seixal e Lisboa "são necessários quatro barcos, três em circulação e um de reserva. Atualmente, está apenas um elétrico a funcionar neste percurso e dois a gasóleo”, diz o autarca.

Cinco dos seis barcos elétricos que podem fazer a travessia entre a margem sul e Lisboa estão com avarias, sendo necessária a intervenção de elementos do estaleiro construtor, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Paulo Silva falava à agência Lusa na sequência de uma reunião com a administração da Transtejo Soflusa, face aos sucessivos constrangimentos no serviço fluvial entre o Seixal e Lisboa, com supressões e incumprimentos de horários. O autarca adiantou que a empresa lhe indicou que na próxima semana o problema estaria resolvido, sendo necessária a intervenção de técnicos do estaleiro construtor dos barcos elétricos que operam no Tejo.

Para que o serviço prestado entre o Seixal e Lisboa decorra sem problemas são necessários quatro barcos, três em circulação e um de reserva. Atualmente, está apenas um elétrico a funcionar neste percurso e dois a gasóleo”, disse. O presidente da Câmara Municipal do Seixal adiantou que os sucessivos constrangimentos na ligação fluvial entre o seu concelho e Lisboa têm provocado descontentamento entre a população que deixou de confiar no transporte fluvial.

Mesmo em hora de ponta, a taxa de ocupação dos barcos anda à volta dos 50 por cento”, disse. Paulo Silva adiantou que vai continuar atento à situação e que vai pedir uma reunião com o Governo agora empossado para exigir a resolução de um problema crónico que afeta particularmente a população do Seixal.

A Transtejo Soflusa (TTSL) é a empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa. Em 2024, a TTSL transportou na ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa um total de 1.040.043 passageiros.

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