Exportações da UE para os EUA sobem 5,6% e importações caem 10,8% em dezembro

Excedente comercial da União Europeia com os Estados Unidos subiu em dezembro. Exportações extra-UE de bens em dezembro subiu 3,7% face a dezembro de 2023, para 209 mil milhões de euros.

As exportações de bens da União Europeia (UE) para os Estados Unidos cresceram 5,6% em dezembro face a igual período do ano anterior, para 41,6 mil milhões de euros, e as importações diminuíram 10,8%, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat.

Os dados do organismo de estatística europeu, não ajustados à sazonalidade, revelam um aumento do excedente da balança comercial dos países da UE face aos Estados Unidos, passando de 10,1 mil milhões de euros em dezembro de 2023 para 15,4 mil milhões de euros em dezembro do ano passado.

As terras de ‘Uncle Sam’ foram o principal destino das exportações de bens produzidos na União Europeia (UE) em dezembro.

Fonte: Eurostat

Na fotografia geral, a União Europeia registou um excedente comercial (não ajustado) de 16,3 mil milhões de euros no comércio de bens com o resto do mundo em dezembro de 2024, o que compara com os 16,1 mil milhões de euros em dezembro de 2023.

As exportações extra-UE de bens em dezembro de 2024 foram de 209 mil milhões de euros, um aumento de 3,7% em comparação com dezembro de 2023. Já as importações do resto do mundo ficaram em 192,7 mil milhões de euros, um aumento de 3,9% em comparação com dezembro de 2023.

As exportações de bens manufaturados cresceram 3,7% para 170 mil milhões de euros, enquanto a de bens primários caíram 0,1% para cerca de 33 mil milhões de euros.

Na globalidade do ano, as exportações para países fora da União Europeia cresceram 1,1%, para 2.584 mil milhões de euros, enquanto as importações caíram 3,5% para 2.434 mil milhões de euros.

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Associação da construção defende pacto suprapartidário para grandes infraestruturas

O presidente da AICCOPN propõe um acordo entre vários partidos para projetos como o novo aeroporto ou a Alta Velocidade para permitir "o crescimento sustentável" do setor e, consequentemente, do país.

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) defendeu esta segunda-feira o estabelecimento de um pacto suprapartidário de longo prazo para as grandes infraestruturas nacionais.

Manuel Reis Campos considera que este acordo permitiria o crescimento sustentável e alinhado com os desafios de modernização e descarbonização da Europa. “Juntos, com ação coordenada e visão estratégica, podemos transformar desafios em oportunidades e consolidar a construção como um motor essencial do crescimento e desenvolvimento sustentável da economia, bem das pessoas, empresas e do país”, afirmou, na abertura da conferência “Portugal 2030: Futuro estratégico para o setor da construção”.

A Linha de Alta Velocidade, o novo aeroporto de Lisboa e a expansão das redes de metropolitano foram os principais exemplos de projetos de grande dimensão em Portugal, considerados “determinantes” para a competitividade e conectividade do país. Contudo, a associação alerta que estes projetos exigem medidas que os acelerem, sobretudo ao nível da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A concretização destes projetos exige um planeamento estratégico robusto, simplificação de processos administrativos e um compromisso firme com a qualidade e a responsabilidade ambiental. No entanto, e apesar de reconhecermos os esforços desenvolvidos nos últimos tempos, a execução do PRR mantém-se em níveis inferiores ao desejado para concretizar atempadamente os objetivos estabelecidos”, afirmou o presidente da AICCOPN, no encontro que decorre no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Manuel Reis Campos diz que “é urgente” acelerar os processos de contratação pública em todas as suas fases para garantir que os investimentos chegam ao terreno e são concluídos nos prazos definidos, sem comprometer a sua qualidade. Já as empresas, mais do que acesso a financiamento, têm de capacitadas em termos organizacionais e operacionais, e investir na tecnologia, para tirar proveito destes recursos.

Segundo o líder da AICCOPN, os maiores obstáculos do setor são a escassez de oferta de habitação, o cumprimento das normas da Diretiva Europeia do Desempenho Energético dos Edifícios até 2030 e a integração de tecnologias inovadoras, pelo que urge agilizar os processos administrativos, incentivar o investimento privado, garantir maior disponibilização da mão de obra e promover a industrialização e digitalização da construção para os superar.

A AICCOPN voltou a defender a aplicação da taxa reduzida de IVA a um conjunto mais alargado de obras de reabilitação e construção de habitação a custos moderados e a criação de vias rápidas para a emissão de vistos de trabalho, um trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito de um protocolo com o Governo. A descida do imposto de 23% para 6% estava na proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas foi chumbada no Parlamento.

Manuel Reis Campos deixou ainda um alerta sobre o problema térmico das casas em Portugal e a necessidade de continuar a investir na renovação dos imóveis. “Os Censos de 2021 confirmam a urgência de uma maior aposta na reabilitação urbana: um terço dos edifícios em Portugal carecem de obras de conservação, um expressivo aumento de 25,8% em relação a 2011. Deste universo, cerca de 498 mil edifícios requerem intervenções significativas para garantir condições mínimas de habitabilidade. E cerca de 163 mil necessitam de reparações profundas”, argumentou.

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IA deverá impulsionar economia chinesa a partir de 2026, prevê Goldman Sachs

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Apesar do impulso económico, o banco de investimento Goldman Sachs advertiu para o impacto da indústria no mercado de trabalho chinês.

O banco de investimento norte-americano Goldman Sachs acredita que a inteligência artificial (IA) vai dar um ligeiro impulso à economia da China nos próximos anos, mas adverte para o impacto da indústria no mercado de trabalho.

Numa nota enviada aos investidores, o banco de investimento, que tem sede em Nova Iorque, estimou que a IA vai começar a ter um impacto no crescimento da segunda maior economia do mundo a partir do próximo ano, e que, em 2030, terá estimulado a expansão entre 0,2% e 0,3% — maior do que as estimativas anteriores.

“O recente aparecimento da DeepSeek como concorrente global credível dos líderes de IA sediados nos Estados Unidos sugere um desenvolvimento e uma adoção mais rápidos da IA na China do que prevíamos anteriormente”, lê-se na mesma nota.

“Desenvolvimentos recentes demonstraram a capacidade das empresas chinesas de melhorar continuamente o desempenho enquanto reduzem os requisitos de potência de computação, abrindo caminho para uma adoção mais rápida da IA na China”, frisou.

A DeepSeek, sediada em Hangzhou, no leste da China, lançou dois modelos avançados de IA de código aberto por uma fração do custo e da capacidade de computação que as principais empresas de tecnologia normalmente exigem para projetos semelhantes.

Espera-se que a adoção da IA na China estimule o crescimento económico através da automatização de tarefas, que poupa custos com mão-de-obra e aumenta a produtividade, afirmou o banco de investimento.

Em causa está a utilização da IA na robótica humanoide, uma prioridade para Pequim. A utilização destes robôs, com cabeça, tronco, braços e pernas, em fábricas e armazéns, visa compensar o rápido envelhecimento da população da China.

O Goldman Sachs advertiu que, embora a IA e a robótica possam “dar uma resposta ao envelhecimento da sociedade”, a utilização da tecnologia poderá perturbar o mercado de trabalho da China, numa altura sensível.

O país enfrenta já uma “grave recessão no setor imobiliário” e uma taxa de desemprego jovem superior a 15%, combinada com relatos de perdas de postos de trabalho na construção, finanças e função pública.

“Por conseguinte, o ritmo de substituição da mão-de-obra pela tecnologia tem de ser gerido cuidadosamente”, afirmou.

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Jack Ma reaparece cinco anos depois num evento público com o Presidente da China

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais.

Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu esta segunda-feira, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020, na sequência de atritos com as autoridades.

Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do setor privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek.

A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”.

Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária fintech (tecnológica financeira) da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay.

O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares (quase 33 mil milhões de euros).

Até então, Ma era o homem mais rico da China — é agora o oitavo com uma fortuna de 27,2 mil milhões de dólares (quase 26 mil milhões de euros), menos 44% do que em 2021. O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do setor privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável.

Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido.

A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas antimonopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa”.

Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma”.

Em março do mesmo ano, o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do Governo para recuperar a confiança do setor privado.

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Cidade FM apresenta nova grelha e locutores. Quer reforçar posição como “rádio de referência das gerações mais novas”

  • + M
  • 17 Fevereiro 2025

Combinando novos profissionais com outras vozes já conhecidas da estação, a Cidade FM apresenta uma nova programação "num momento de renovação e crescimento da marca".

A Cidade FM estreia esta semana uma nova grelha de programação, com um “lineup renovado de locutores” visando “reforçar a sua posição como a rádio de referência das gerações mais novas“.

“Esta nova fase da Cidade FM traduz a nossa identidade: irreverente, inovadora e próxima do nosso público. Acreditamos que esta equipa tem o talento e a energia certos para continuar a fazer da Cidade FM a rádio de referência das novas gerações. Estamos confiantes de que os ouvintes vão adorar esta nova grelha, a dinâmica que ela traz e, claro, a melhor música”, diz o diretor da Cidade FM, Manuel Cabral, citado em comunicado.

Leonor Carvalho e João Pedro Pereira a constituírem a nova dupla das manhãs da Cidade FM. A Leonor Carvalho, que já conduzia a emissão da estação entre as as 7h e as 10h, junta-se agora João Pedro Pereira, humorista que se estreia assim na rádio.

Catarina Silva, na Cidade FM desde 2021, vai continua, “com o seu estilo autêntico e criativo”, a animar o final das manhãs, entre as 10h e as 13h, abrindo caminho para Asize Topal que, vinda da Bulgária para a Cidade FM em 2023, passa a conduzir a emissão no horário das 13h às 16h.

Já o “Toque de Saída”, o programa de regresso a casa transmitido entre as 16h e as 20h, reforça a sua dinâmica com Artur Simões, “uma das vozes mais conhecidas da estação”, que se mantém em dupla com a humorista e apresentadora Joana Miranda, “prometendo continuar a dar ritmo às viagens de regresso a casa”.

Beatriz Pinto, até agora produtora da Cidade FM, passa a assumir os microfones da estação para conduzir as noites dos ouvintes, entre as 20h e as 22h.

Esta nova grelha “representa um passo importante na evolução da Cidade FM, num momento de renovação e crescimento da marca“, refere a estação em nota de imprensa.

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Ensino superior com mais 1.647 vagas, sobretudo para futuros professores

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

As universidades e institutos politécnicos oferecem este ano mais vagas nos concursos de acesso, disponibilizando 101.798 lugares em licenciaturas e mestrados integrados.

As universidades e institutos politécnicos oferecem este ano mais vagas nos concursos de acesso, disponibilizando 101.798 lugares em licenciaturas e mestrados integrados, segundo as listas divulgadas esta segunda-feira, que revelam um aumento de 20% em Educação Básica.

Entre instituições privadas e públicas, os alunos terão este ano mais 1.647 lugares, segundo os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

Três em cada quatro vagas são abertas em instituições públicas, que este ano disponibilizam 76.818 lugares (mais 691 do que no ano passado), enquanto as instituições privadas decidiram abrir 24.980 lugares (mais 956 do que em 2024).

Este ano, as vagas são divulgadas dois meses mais cedo, permitindo aos alunos conhecer a oferta de cada instituição antes de se inscreverem para os exames nacionais do secundário.

No geral, volta a haver um ligeiro aumento de vagas, destacando-se os cursos que dão acesso à profissão de professor: As vagas nos ciclos de estudo de Educação Básica aumentaram 20%, passando agora a haver 1.197 vagas (mais 204 que no ano passado).

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) alterou o diploma que define as orientações e limites na fixação de vagas para acesso e ingresso na Educação Superior em 2025, dando carta aberta às instituições para aumentar as vagas dos ciclos de estudo de Educação Básica sem qualquer limite além do limite máximo de admissões.

Com a fixação das vagas divulgadas esta segunda-feira, as Instituições de Educação Superior (IES) podem também agora aumentar as vagas dos mestrados de formação de professores.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já tinha revelado que haveria um aumento de lugares para os cursos que permitem aos alunos virem a ser professores, mas sem nunca avançar o número concreto, optando por dizer que também iria haver mais lugares para formar futuros médicos.

Os números hoje divulgados mostram que no próximo ano letivo haverá mais 130 vagas em Medicina do que no ano passado através dos concursos e regimes especiais de acesso, mas a maioria (86) será para estudantes internacionais que entrem através do concurso especial, uma possibilidade introduzida este ano pelo Governo “em resposta às solicitações das instituições”, sublinha a tutela.

“Para a disponibilização destes lugares adicionais, as instituições pediram aumentos do limite máximo de admissões, subindo o número total de vagas que podem ser oferecidas nos cursos de Medicina”, explica o MECI, garantindo que este aumento não prejudicou o número de vagas em Medicina através do Regime Geral de Acesso, que se mantém em 1.594.

No universo das cerca de 75 mil vagas das instituições públicas, 55.956 são fixadas através do Regime Geral de Acesso e as restantes 20.862 vagas são fixadas no conjunto dos concursos e regimes especiais de acesso.

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L’AND Vineyards e Quinta do Monte d’Oiro em expedição eno-gastronómica 

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 17 Fevereiro 2025

No sábado, 22 de fevereiro, o L’AND Vineyards, hotel vínico em Montemor-o-Novo, recebe uma expedição eno-gastronómica única, em colaboração com a Quinta do Monte d’Oiro.

Estamos a contar os dias para esta verdadeira imersão no mundo do vinho e da gastronomia, onde a criatividade e os sabores serão os protagonistas. Esta expedição divide-se em dois momentos distintos, ambos desenhados para proporcionar uma viagem de sabores. O primeiro momento, limitado a 10 lugares, será uma masterclass exclusiva, que ocorrerá às 12h00. Durante a sessão, os participantes terão a oportunidade de descobrir os vinhos da Quinta do Monte d’Oiro, com uma seleção de colheitas de 2011 – o ano da inauguração do L’AND Vineyards. A prova, guiada por Francisco Bento dos Santos – filho de José Bento dos Santos, o vitivinicultor e gastrónomo qu colocou a Quinta do Monte D’Oiro no mapa – apresentará uma série de rótulos exclusivos e especiais, não disponíveis no mercado, que exemplificam a diversidade do terroir da quinta e as diferentes castas cultivadas na região.

Logo após a masterclass, os participantes serão convidados a viver um segundo momento de descoberta: um almoço eno-gastronómico no restaurante MAPA, às 13h30, onde o chef David Jesus, conhecido pela sua abordagem criativa à gastronomia, assina um menu de degustação. O almoço será harmonizado com vinhos da Quinta do Monte d’Oiro, permitindo uma fusão perfeita entre os sabores do menu e as notas dos vinhos de excelência da casa.

O almoço começa com um elegante atum dos Açores, acompanhado por uma marinada asiática, pickles de algas e tempura, harmonizado com o Quinta do Monte d’Oiro Arinto 2021 (Single Vineyard, Limited Edition). Segue-se o carabineiro do Algarve, com feijão branco, pezinhos e cantarelos, que se combina de forma sublime com o Quinta do Monte d’Oiro Reserva Branco 2022. O prato de carne chega com um leitão crocante, tempero de espeto, beringela fumada e alface grelhada, acompanhado pelo Quinta do Monte d’Oiro Touriga Nacional 2021. Para o prato seguinte, o novilho alentejano é servido com trompetas, cebolinhas e trufa preta, harmonizado com o Quinta do Monte d’Oiro Reserva Tinto 2021. O momento doce fica por conta da Bebinca, café, rum, e da encharcada, amêndoa e citrinos, prometendo uma finalização deliciosa.

A experiência completa
Para quem prefira viver a experiência em pleno, o evento oferece três planos de viagem distintos. O primeiro, a Expedição Salteadores, inclui a masterclass exclusiva e o almoço eno-gastronómico, por 255€ por pessoa. Para aqueles que preferem apenas o almoço, existe a Expedição Almoço Eno-Gastronómico, ao preço de 185€ por pessoa. Já os mais exigentes podem optar pela Expedição com Alojamento, que oferece uma noite ou duas no L’AND Vineyards, com descontos especiais, além da participação no evento eno-gastronómico. Esta última opção permite não só explorar a experiência vínica e gastronómica, mas também usufruir de uma estadia em uma das luxuosas suites ou villas do hotel.

O L’AND Vineyards é um refúgio no coração do Alentejo. Desde 2023 que o resort, membro da Relais & Châteaux, se tem sedestacado pela fusão do luxo contemporâneo com a autenticidade. Com 37 suites e 6 villas, o hotel proporciona aos hóspedes uma atmosfera de tranquilidade e exclusividade, onde o vinho, a gastronomia e a natureza se encontram em harmonia. Além disso, o L’AND oferece uma vasta oferta de experiências de enoturismo, como o restaurante MAPA, liderado pelo chef David Jesus, e o Café da Viagem, que refletem a identidade cultural e gastronómica do Alentejo.

Fundada em Alenquer, na região vitivinícola de Lisboa, a Quinta do Monte d’Oiro, por sua vez, é sinónimo de qualidade e tradição. Desde a sua fundação nos anos 80, que a quinta se tem afirmado como uma das mais prestigiadas da região, com vinhos que são referência no mercado nacional e internacional. Sob a direção de Francisco Bento dos Santos, a Quinta do Monte d’Oiro iniciou a conversão para a produção biológica em 2006, um passo decisivo para garantir a qualidade e a autenticidade de seus vinhos. Com 42 hectares de vinha, continua a ser uma referência, com uma produção focada na diversidade das castas e na preservação do terroir único da região.

As vagas para esta expedição são limitadas. Para mais informações, contacte o L’AND Vineyards.

L’AND Vineyards – Relais & Châteaux
Herdade das Valadas, Estrada Nacional 4, Apartado 122
7050-031 Montemor-O-Novo
Tel.: (+351) 266 242 400

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Os desafios e oportunidades da implementação da IA no jornalismo, segundo o OberCom

Perda de controlo editorial e produção de conteúdos de forma enviesada são os principais riscos apontados pelo Obercom, que vê na IA uma oportunidade de processar e análise um grande volume de dados.

Com a rápida evolução da inteligência artificial (IA) e com a sua integração nos mais diversos setores, também o panorama dos media e do jornalismo está a ser desafiado por esta tecnologia, que apresenta diversos riscos mas também oportunidades.

Desde a produção de conteúdos até à distribuição e ao consumo de notícias, multiplicam-se as possibilidades de utilização de tecnologias baseadas em IA que se estão a tornar cada vez mais sofisticadas, com a IA a apresentar-se como uma ferramenta poderosa (e potencialmente perigosa) para o jornalismo.

Perante este cenário, o Observatório de Comunicação (OberCom) lançou um relatório sobre a inteligência artificial e o seu uso e implementação no jornalismo, numa análise que “apresenta diversos estudos sobre oportunidades e riscos da aplicação desta nova tecnologia nas redações de notícias” e que tem por objetivo “fornecer uma análise crítica e abrangente da influência e implicações da IA generativa no campo do jornalismo“.

Esta análise aponta desde logo para a perda de controlo editorial sobre as notícias e o risco de os conteúdos serem produzidos de forma enviesada e imprecisa — fomentando maior desconfiança junto dos leitores –, como um dos riscos da implementação da IA generativa no jornalismo.

Nesse sentido, é destacada a necessidade de construção de regras para utilização da IA, tendo em conta as referências feitas às “alucinações” dos modelos de IA, ou seja, a prestação de informações inventadas e enviesadas, que reforçam estereótipos sociais.

Mas também a apropriação de conteúdos protegidos por direitos de autor por parte de modelos de inteligência artificial generativa suscita “consideráveis preocupações legais e éticas”, refere o OberCom. Estes modelos “são treinados para processar grandes volumes de dados (textos, fotografias, vídeos, áudios entre outros), alguns dos quais protegidos por direitos de autor, sem a permissão explícita dos detentores desses direitos”, lê-se em nota de divulgação.

Além disso, o problema do uso de dados protegidos por direitos de autor vai além de questões legais, entrando também no domínio da ética, uma vez que “os benefícios da IA são desproporcionalmente colhidos por grandes plataformas tecnológicas em detrimento dos indivíduos e das instituições que contribuem para o corpo de conhecimento global”.

Também os altos custos económicos da implementação de sistemas de IA são uma força de resistência à integração desta tecnologia no jornalismo, embora a diminuição de gastos financeiros ao substituir processos manuais por automação seja uma força de pressão para que ocorra essa implementação.

O OberCom assinala que a questão da transparência é também “fundamental”, sendo que 90% dos jornalistas considera que o uso da inteligência artificial no jornalismo deve ser tornado público.

Por outro lado, no que toca a vantagens do uso de inteligência artificial no jornalismo, aponta-se desde logo a sua capacidade de análise de grande volume de dados.

No entanto as utilizações da inteligência artificial no jornalista são diversas. Segundo o OberCom, citando um estudo de 2023 realizado pela Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA), esta tecnologia era sobretudo usada para a criação de textos (54%) e fazer pesquisas simplificadas (44%). No entanto, outro estudo do Reuters Institute for the Study of Journalism, que inquiriu profissionais com cargos de chefia sobre os usos mais relevantes da IA em 2024, concluiu que o uso da IA se destacava na transcrição e a revisão de texto (58%), seguindo-se a distribuição de conteúdo e recomendações personalizadas.

Entre outras aplicações desta tecnologia no jornalismo, o OberCom refere que a agência Reuters lançou em 2023 uma nova ferramenta de IA, com o objetivo de melhorar a produção e a descoberta de conteúdos em vídeo. Esta ferramenta “analisa vídeos brutos em tempo real, gerando transcrições automáticas, listas de cenas e traduções multilíngues”.

Por outro lado, a Google “está a preparar uma ferramenta que pretende auxiliar no processo de escrita de notícias, ajudando, por exemplo, os jornalistas com opções de títulos ou a adotar diferentes estilos de escrita”, refere a OberCom.

Os investigadores consideram inclusive que haverá uma procura por jornalistas especializados em interpretar e validar informações geradas por IA, o que aponta para que a IA, embora possa eliminar empregos, crie também outras oportunidades.

A procura por jornalistas “altamente qualificados em verificação de factos” (fact checking) também deverá aumentar, vaticina a OberCom, tendo em conta o aumento da produção de conteúdo online gerado artificialmente, o que potencia os riscos associados à desinformação.

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Canais Dazn passam a ser auditados pela MediaMonitor

"Esta auditoria independente irá reforçar a confiança dos anunciantes e parceiros na Dazn como um destino premium para publicidade no segmento desportivo", aponta Sara Pastor, SVP ibérica.

Os três canais lineares da Dazn vão passar a ser auditados pela MediaMonitor. A análise, descreve ao +M Sara Pastor, senior vice president de Ad Media Sales da Dazn Iberia, “inclui o visionamento de programas e blocos publicitários, garantindo dados fiáveis e auditados que estarão acessíveis ao mercado”.

O objetivo é então “reforçar a transparência na medição de audiências e no impacto da publicidade nos canais, permitindo que os anunciantes tomem decisões informadas”, prossegue. O canal 5 é um dos três a ser auditados, por ser onde são transmitidas as provas relacionadas com a Dazn Motores. A este, juntam-se o Dazn 1 e 2.

A parceria com a MediaMonitor, explica a responsável, “representa um passo natural na estratégia para oferecer dados auditados e acessíveis ao mercado publicitário português”. “Os anunciantes e parceiros procuram cada vez mais dados fiáveis e precisos, que transmitam credibilidade e confiança. Atualmente, não existia no mercado português um canal premium desportivo que disponibilizasse de forma independente dados reais de audiências e publicidade”, aponta Sara Pastor.

Com esta auditoria, “a Dazn torna-se a primeira plataforma a fazê-lo, garantindo um modelo mais transparente e confiável para marcas e agências. O nosso compromisso é que este seja um passo para elevar a confiança e a credibilidade do setor. Idealmente, acreditamos que esta transparência deveria ser uma prática comum na indústria, pois beneficia todos os players e contribui para um mercado publicitário mais sólido e sustentável, acrescenta a responsável ibérica.

Sem avançar objetivos concretos em termos do impacto que a medida possa ter nas receitas, a senior vice president de Ad Media Sales diz que “esta auditoria independente irá reforçar a confiança dos anunciantes e parceiros na Dazn como um destino premium para publicidade no segmento desportivo“.

“Embora não possamos divulgar valores específicos, podemos afirmar que a publicidade é uma área estratégica e em crescimento para a Dazn. A criação do cargo de SVP de Ad Media Sales para a Ibéria, em julho, reforça essa aposta da marca, que pretende consolidar-se como a principal plataforma de entretenimento desportivo do mundo. O crescimento da receita publicitária é também um passo vital neste percurso” conclui.

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Na Helexia a “dar palco” aos clientes com uma comunicação B2B, João Guerra, na primeira pessoa

Na Helexia há cinco anos, João Guerra tem como missão mostrar às empresas como a marca as pode ajudar a descarbonizar. É lisboeta mas optou por viver na Chamusca. Adora ciclismo e fazer mergulho.

Depois de cerca de 20 anos no setor das telecomunicações, João Guerra sentiu uma necessidade de mudança, aventurando-se no setor da energia e sustentabilidade e juntando-se à Helexia, empresa que trabalha no desenvolvimento de soluções integradas de energia e descarbonização para um desenvolvimento sustentável das empresas. Há cerca de cinco anos marketing & communication director da Helexia em Portugal, João Guerra explica que a sua comunicação, que é B2B2 (business-to-business), passa por “dar palco” a estas empresas que compõem o seu portefólio de clientes.

“Quem está a fazer a transformação são as empresas. Nós somos um enabler, ajudamos as empresas a descarbonizar, mas são elas que estão a fazer essa transformação. E toda a nossa comunicação vai muito nesse sentido, ou seja, de dar o palco às empresas que são nossas clientes, mostrando porque é que estão a fazer essa transformação e quais são os benefícios“, explica em conversa ao +M.

Ao mesmo tempo a marca quer “ajudar as empresas a perceber porque é que este caminho é importante e o motivo pelo qual esta transformação, até do ponto de vista competitivo, as torna mais capazes de enfrentar o mercado“, desde logo pela redução de custos que advém de uma autossuficiência do ponto vista energético através do autoconsumo solar, por exemplo.

A comunicação da Helexia e encarada por João Guerra como um desafio “muito grande” mas também “fascinante”.

“No B2C eu estou a comunicar diretamente com o consumidor final e, na maior parte das vezes, a decisão deste consumidor é muito emocional e muitas vezes rápida. Já no B2B é completamente diferente, porque não existe apenas um decisor, mas sim vários que fazem parte da cadeia de decisão, a qual é muito racional. Ou seja, não é uma decisão emocional”, refere.

“Ninguém acorda de manhã a dizer que quer autoconsumo solar na sua fábrica e que isso tem de acontecer logo nesse dia. Estas são tomadas de decisão conjuntas e que demoram tempo. O papel do marketing aqui passa muitas vezes por esclarecer quais são os benefícios desta transformação, porque é que é importante e como é que pode ser feita, recorrendo também a muitos casos de estudo e mostrando quem é que já está a fazer este caminho e o que está a beneficiar. No fundo, o marketing acaba por construir um ecossistema para que depois a venda possa acontecer“, acrescenta.

Quanto ao risco de greenwashing no que toca à comunicação das marcas sobre temas relacionados com a sustentabilidade, João Guerra defende que as empresas “têm de ser sempre responsáveis na forma como comunicam“, reconhecendo que “às vezes existe uma tendência para se exagerar o que se está a comunicar“.

Este é sempre um jogo em que, obviamente temos que arriscar um bocadinho, temos que criar tensão no mercado para que exista a necessidade, mas ao mesmo tempo temos que ser responsáveis e nunca passar dados que não sejam reais ou exagerar benefícios que depois no fundo não são reais“, afirma.

Concedendo que “houve um bocadinho de exagero” por parte das marcas, o marketing & communication director, de 51 anos, considera que o mercado está agora a “corrigir” esse exagero. Para evitar greenwashing, é importante que as marcam tenham dados e factos: “não há nada como ter factos que sustentem a comunicação que se faz“.

Segundo João Guerra, as empresas já estão habituadas a reportar dados financeiros, mas a exigência que é feita agora passa também por reportar outro tipo de dados, nomeadamente aqueles relacionados com a forma “de como o ambiente pode afetar a empresa, mas também como a empresa afeta o ambiente”.

“É o conceito de dupla materialidade. E isto requer olhar para dados e envolver uma série de equipas, que se calhar não eram envolvidas. Mas acima de tudo, temos que basear a nossa comunicação em factos muito concretos. Acho que isso é a melhor forma de as empresas terem uma comunicação responsável“, acrescenta.

 

“Eu acho que as empresas e marcas que acreditam que é importante descarbonizar têm agora o momento de se mostrarem e defenderem o que realmente acreditam. Acho que há aqui uma boa oportunidade para que isso aconteça sem que seja greenwashing. Quem acredita que a descarbonização e a sustentabilidade são um tema importante, é agora que tem palco para o fazer. Acho que agora vamos começar a separar o trigo do joio“, entende João Guerra, dando até como exemplo o recuo de algumas nações — nomeadamente os EUA, que no final de janeiro anunciaram a saída do acordo climático de Paris — no caminho da sustentabilidade.

No desenvolvimento do seu trabalho, o marketing & communication director da Helexia conta com outras três pessoas, duas designers e uma pessoa de gestão de marca. No entanto, a empresa trabalha também com dois freelancers (em termos de vídeo e fotografia), bem como com duas agências, que são uma “extensão da equipa”, a The Square (comunicação) e a Bardo (marketing).

Nascido em Lisboa, João Guerra morou durante os seus primeiros cinco anos de vida em Troia, uma vez que o pai trabalhava no complexo petroquímico de Sines, onde brincou muito na rua e no campo. Com seis anos mudou-se com a família para Lisboa, com o profissional a considerar ter tido a “sorte” de ir morar para o bairro de Alvalade.

“Na altura que eu morei lá, havia muitas crianças e como aquilo eram ruas sem saída e com pouco trânsito, acabei por conviver muito também com crianças da minha idade, a brincar na rua. Esta parte social sempre me influenciou muito e acho que isso depois teve muita influência na minha forma de ser“, refere.

E tal veio a verificar-se com a sua opção de ir viver para a vila ribatejana da Chamusca, no distrito de Santarém, terra natal da mulher e onde mora há 25 anos, numa mudança que considera que lhe trouxe uma qualidade de vida “muito, muito grande”.

“Eu tenho dois filhos, a Maria de 23 anos e o Vasco de 15 anos. E na Chamusca eles puderam crescer num ambiente que é seguro e que lhes proporcionou um contacto social muito grande. Cresceram a brincar e a conviver na rua, e isso é possível nestes sítios onde ainda sentimos segurança e onde as pessoas se conhecem. Foi uma opção de vida de que não estou nada arrependido e estou super contente“, refere.

De início, no entanto, a mudança foi difícil, uma vez que continuou sempre a trabalhar em Lisboa o que implicou muitas vezes passar algumas semanas ou grande parte da semana em Lisboa. No entanto, atualmente, com a tecnologia, “mas acima de tudo com a mudança de mentalidade”, já reparte os seus dias de trabalho entre casa e Lisboa.

Mas eu gosto deste modelo híbrido porque gosto de sentir a calma do campo, mas também preciso da adrenalina da cidade. Não consigo cortar com a adrenalina da cidade, também sabe bem“, refere.

Além de gostar muito de andar de bicicleta, tanto de estrada como BTT, faz trekking, principalmente de montanha, e mergulho. “Vou alternando essencialmente aqui entre estes desportos, mas gosto muito de tudo o que são desportos de natureza”, diz.

“Entretanto a minha mulher deixou de mergulhar, mas eu continuei e adoro. Adoro mergulhar e agora é engraçado porque até o meu filho também já mergulha comigo. É a sensação mais perto que temos de estar no espaço, mas também é fantástico ver o que existe no oceano e isso também acaba por ser uma motivação muito grande para preservar o planeta e fazer a ligação ao setor onde estou”, afirma sobre uma paixão que o leva inclusive a dizer que, se não fosse o marketing e comunicação, seria biólogo marinho.

Mas, verdade seja dita, que o seu percurso não começou nem pela comunicação e marketing nem pela biologia, sendo a sua formação de base tecnológica. Depois de se formar em informática de gestão e de trabalhar na área, acabou por ser desafiado para ir para marketing. “Isto porque estava a tomar conta de uma equipa que fazia suporte ao cliente e passava a vida a fazer sugestões às equipas de marketing que tomavam conta dos produtos a um ponto tal que me disseram para ir trabalhar para essa área. E foi aí que mudei a minha carreira e descobri uma paixão“, recorda.

Quando acabou os estudos, em 1996, as empresas de telecomunicações estavam em revolução, com a possibilidade de mobilidade das comunicações, tendo João Guerra iniciado a sua carreira na Telecel (hoje em dia Vodafone), permanecendo no setor das comunicações móveis durante cerca de 20 anos. “Acompanhei desde o início até o mercado ficar bastante maduro“, refere.

Na Telecel ainda trabalhou em Espanha durante dois anos, regressando em 2000 a Portugal “quando estava a haver toda aquela liberalização das comunicações móveis”, tendo trabalhado na Oni Comunicações e depois na Optimus, onde esteve durante 15 anos, acompanhando também o processo de fusão que deu origem à Nos.

Passados 20 anos nas telecomunicações, e estando já “um bocadinho cansado do setor” quis mudar. “E tive sorte porque apanhei um setor, que estava também em transformação, que é este setor da energia. Na minha carreira tive essa sorte de acompanhar dois setores numa fase inicial e de grande transformação e de impacto no mundo“, refere.

No setor da sustentabilidade trabalhou primeiro na ZEEV, que “foi pioneira na mobilidade elétrica”, passando depois pela Magnum Capque produzia carregadores para a mobilidade e que foi depois comprada pela italiana Scame Parre — até chegar à Helexia, onde está há já cinco anos.

A fazer um mestrado em Gestão de Impacto e Sustentabilidade na Católica, João Guerra defende a aprendizagem em contínuo a importância de se ser curioso, “principalmente para quem trabalha em marketing”. “Temos que ser curiosos, temos que continuar a aprender, temos que ser humildes“, refere.

Numa fase mais avançada na sua carreira gostava inclusive de transmitir, de alguma forma, um pouco da experiência e conhecimentos que foi adquirindo. “Vejo-me a terminar a minha carreira a dar formação ou eventualmente a colaborar com universidades. Fascina-me muito o ensinar, porque o ensinar é também enriquecermo-nos muito, uma vez que estamos a transmitir conhecimento mas, ao mesmo tempo, também estamos a absorver conhecimento”, diz.

Esse é um desafio que eu tenho. Não para agora, acho que ainda tenho uma vida ativa pela frente , mas mais tarde, quando tiver perto da reforma, gostava de ligar-me ao ensino de alguma forma“, acrescenta.

João Guerra em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Em termos nacionais, uma das primeiras campanhas da Telecel, o famoso “Tou xim;” com o pastor a atender o telemóvel (na altura, uma novidade). Foi a junção perfeita entre tecnologia e ruralidade, numa clara mensagem de que a inovação é para todos, independentemente do contexto. Já a nível internacional, a campanha “Think Different” da Apple, por colocar o propósito das marcas em primeiro plano. Não se tratava apenas de vender produtos, mas de desafiar o status quo e celebrar aqueles que mudam o mundo com a sua visão. Uma campanha intemporal, que reforçou a identidade da Apple e inspirou gerações.

2 – No (seu) top of mind está sempre?

A competitividade. Para sermos competitivos, temos de compreender as necessidades do mercado e antecipar soluções, sempre com excelência. Significa identificar os fatores críticos de sucesso e responder com inovação, qualidade e agilidade.

3 – O briefing ideal deve…

Ter informação sobre o contexto, sobre o que se pretende atingir mas que deixe muita liberdade à criatividade. Deve inspirar, orientar e desafiar, garantindo que há espaço para inovação e soluções inesperadas.

4 – E as agências ideais são aquelas que…

São aquelas que caminham connosco, atuando como uma extensão da equipa. Desafiam-nos a ver além do óbvio, trazem novas perspetivas e, quando necessário, têm coragem para colocar o dedo na ferida. Mais do que prestar um serviço, são parceiros essenciais para a evolução e melhoria contínua.

5 – Em comunicação é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

O equilíbrio é essencial, mas arriscar tem de fazer parte do jogo. A comunicação que realmente marca é aquela que desafia convenções, gera conversa e cria impacto. Jogar pelo seguro pode evitar erros, mas também impede grandes conquistas.

6 – Como um profissional de comunicação deve lidar e gerir crises?

Vou cair num chavão mas tenho que mencionar, encara-las sempre como uma oportunidade. Depois da “tempestade” passar, existem sempre lições que nos ajudam a crescer e melhorar.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Não era para mim. Eu gosto de orçamentos limitados, obriga-me a utilizar a “massa cinzenta” e a decidir prioridades.

8 – A comunicação/publicidade em Portugal, numa frase?

Forte na narrativa e na emoção.

9 – Construção de marca é?

É um privilégio. A marca é um ativo da empresa e ajudar na construção do seu propósito, é um desafio continuo que exige coerência, visão e capacidade de criar conexões autenticas, tanto internamente, como no mercado.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em comunicação/marketing?

Eu adoro mergulhar, é entrar em outra dimensão, é o mais parecido a estar no espaço. Talvez fosse biólogo marinho.

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“Queremos entrar no capital de uma empresa por ano”, diz CEO da Matoaka

Consultora de Paulo Lima, Sara do Ó e Miguel Marecos, que criou site para compra e venda de micro e PME, vai integrar a área de M&A de uma auditora nacional e lançar-se no ‘equity’ este ano.

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A empresa portuguesa Matoaka, que faz consultoria a micro e pequenas e médias empresas (PME) e criou um site para compra e venda de negócios, está prestes a iniciar uma parceria com uma auditora para a área de fusões e aquisições (M&A) e a tornar-se investidora.

Com uma ‘tribo’ de oito pessoas, a Matoaka criou uma plataforma digital de M&A (Transfer) e um departamento de consultoria moderna (Energize) no final de 2023 e fechou o primeiro ano completo de atividade com quatro negócios assinados – três operações de compra/venda realizadas diretamente no site e outra offline – e seis clientes de assessoria. Agora, a empresa cofundada por Sara do Ó, presidente do conselho de administração da Ó Capital, está pronta para dar o salto e tornar-se também acionista das empresas que vai assessorando.

“Queremos participar numa das empresas que vamos apoiar. Queremos fazer parte da estrutura de equity de uma empresa que vamos apoiar, sem ter success fees, portanto apenas trocar equity pelo nosso serviço e entrar no capital de, pelo menos, uma empresa por ano. Mostra a nossa lógica de tribo. Estamos na fase a negociar com uma empresa. Já fizemos a nossa proposta, mas ainda não está fechado”, avançou ao ECO o sócio e co-CEO da Matoaka, Paulo Lima.

O plano passa também por iniciar em breve uma colaboração com uma auditora para que a empresa fique corresponsável pela área de M&A das micro e PME, a maior franja do tecido empresarial português. O acordo, que surgiu por convite, implica agilizar operações entre empresas de valor mais elevado do que trabalhavam até então. O nome da auditora ainda está sob anonimato.

“A partir do final do primeiro semestre [2024], começámos a ter mais reconhecimento, a atrair micro e PME e a acreditar que podíamos avançar para empresas com uma dimensão um pouco maior. Sem entrar nas grandes, mas ir além do intervalo de avaliações que temos na plataforma (150 mil euros a 1,5 milhões de euros) para as que valem entre 1,5 milhões de euros e 10 milhões de euros. São empresas que não têm um espaço concreto no mercado de M&A, porque as Big Four não se focam nestes volumes”, detalha o co-CEO da empresa que foi batizada com o nome de nascença da Pocahontas.

"Vamos trabalhar com empresas que valem entre 1,5 e 10 milhões de euros, que não têm um espaço concreto no mercado de M&A, porque as Big Four não se focam nestes volumes.”

Paulo Barata Lima

Sócio e co-CEO da Matoaka

Paulo Lima começou a carreira profissional na Deloitte e participou na fundação de uma startup que se dedicava a ajudar marcas a expandir e através da qual trabalhou com a Fitness Hut ou a Prego Gourmet. Mais tarde, em 2015, lançou-se no ramo da restauração enquanto managing partner do grupo NovaCasta, que explora em Portugal insígnias como 100 Montaditos, Pomodoro e Red – We like it raw. Neste projeto, conta com a coliderança de Miguel Marecos.

É um fervoroso defensor do empreendedorismo por aquisição, o que quase faz reviver da história da Pocahontas (Matoaka) quando a indígena salva o colono inglês John Smith da morte em 1607. Tudo porque acredita que é “muito difícil começar do zero”, que existe “imenso espaço de consolidação” e o país beneficiaria “imenso” desses processos por uma questão de escala ou salvação.

“Ganha-se dimensão. Há exemplos de empresas que se tivessem feito fusões com concorrentes não teriam tido resultados tão prejudiciais e até evitariam o encerramento. Basta vermos que estão a diminuir o número de criações de novas empresas e a aumentar as insolvências. Muitas vezes, adquirir para mudar para crescer é um caminho mais fácil do que o do empreendedorismo tradicional”, garante.

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“Eu gosto de ganhar dinheiro, mas às vezes parece que é crime”

  • ECO
  • 17 Fevereiro 2025

Celso Lascasas, fundador da Laskasas, é o 17.º convidado do podcast E Se Corre Bem? Descubra a sua trajetória, de aprendiz de marceneiro a empresário de sucesso.

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Celso Lascasas, o fundador da marca portuguesa de mobiliário Laskasas, começou a trabalhar como aprendiz de marceneiro aos 14 anos com um tio, depois de ter deixado de estudar. Desde cedo, tinha um objetivo claro: “Eu quando era puto, nos meus 14, 15 anos, dizia aos meus colegas de trabalho que queria ser rico”. Por volta dessa altura, decidiu deixar a escola e afirmou para si mesmo: “Não quero depender de ninguém, nem estar sempre a pedir dinheiro”.

Este espírito independente e ambicioso levou-o a construir uma marca que hoje emprega 500 pessoas e fechará 2024 com um volume de negócios de cerca de 40 milhões de euros.

Celso Lascasas encontrou na marcenaria uma paixão e, ao mesmo tempo, um desafio. “Eu dou-me muito bem com o meu tio, que foi um professor para mim. Foi ele que me ensinou a arte. Mas ia muitas vezes para a casa de banho chorar, porque havia situações que passavam a linha do razoável”. Ainda assim, nunca perdeu o foco. “Sempre quis ter algo meu”. E, aos 29 anos, fundou a Laskasas, começando com uma pequena loja em Ermesinde. Durante um ano e meio, não obteve qualquer salário, reinvestindo tudo na empresa.

"Conheço muitos que só pegam no Mercedes ao domingo para ir almoçar, porque os trabalhadores não podem saber. Eu acho que isso é um pensamento de pobre. Mas porque é que não pode? Só se não cumprir”

Celso Lascasas, o fundador da marca portuguesa de mobiliário Laskasas

O crescimento foi constante. Primeiro, expandiu-se no norte do país e, depois, para Lisboa. Quando tomou esta decisão disse que ia “exportar para Lisboa”, por achar que a capital tinha um potencial diferente do resto do país.

A abertura da loja em Alfragide foi um risco calculado. “Foi um passo maior do que a perna. A renda desta loja era superior às quatro que eu tinha”, explica. Mas a estratégia revelou-se acertada. “Posso dizer que se essa loja não tivesse funcionado, eu teria caído”. Hoje, das 12 lojas que a marca tem em Portugal, as três na Grande Lisboa – Estoril, Rua Castilho e Alfragide – chegam a faturar mais do que todas as outras juntas.

A cultura empresarial em Portugal também não lhe passa despercebida. “Eu gosto de ganhar dinheiro, mas às vezes parece que é crime”, diz. Sobre o facto de não esconder o seu sucesso, o empresário é claro: “Não tenho nada a esconder. Eu fiz acontecer e tenho moral”. Acredita que muitos empresários receiam exibir conquistas por medo do julgamento. “Conheço muitos que só pegam no Mercedes ao domingo para ir almoçar, porque os trabalhadores não podem saber. Eu acho que isso é um pensamento de pobre. Mas porque é que não pode? Só se não cumprir”, explica.

Olhando para o futuro, tem uma meta clara que passa por reformar-se aos 55 anos. Mas não acredita no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. “Se tu quiseres ter sucesso tem que haver desequilíbrio”. Afinal, foi esse desequilíbrio que, de certa forma, o trouxe até aqui.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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