Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) são, como o próprio nome indica, obrigações ou títulos de dívida emitidos pela República Portuguesa, que é o emitente responsável pelo reembolso e pagamentos dos juros.

As OTRV são especificamente destinadas ao pequeno investidor, famílias que procurem uma alternativa de poupança aos depósitos ou certificados (que também são emitidos pelo Tesouro). Mas há diferenças entre cada um destes produtos, incluindo ao nível da remuneração.

Outra diferença: as OTRV são negociadas em mercado secundário, ou seja, poderá vendê-las a qualquer momento antes do fim da maturidade a outro investidor interessado. Tem é de ver o preço para não ficar a perder dinheiro.

A última emissão de OTRV teve lugar em 2018, com maturidade em julho de… 2025.

Ou seja, o Estado avança com esta operação com um duplo objetivo: não só vai alargar as fontes de financiamento como também vai refinanciar a emissão realizada há sete anos.

Segundo o IGCP, a entidade que conduz esta operação juntamente com a ajuda dos bancos, a emissão tem o valor de mil milhões de euros, podendo aumentar o montante previsivelmente até um máximo de 1,5 mil milhões – que é o que estava inscrito no Orçamento do Estado para este ano.

O rendimento das OTRV 2031 (prazo de seis anos) está associado à evolução da Euribor a 6 meses, acrescido de um prémio de 0,25%.

Atualmente, a Euribor a 6 meses ronda os 2%, pelo que a taxa final bruta das obrigações andaria à volta dos 2,25% ao ano – caso a Euribor se mantivesse naquele valor. Por outro lado, as OTRV apresentam uma remuneração mínima de 0,25%. Os juros são pagos a cada semestre.

É importante ter em conta as comissões cobradas pelo banco e os impostos, que influenciam a rentabilidade líquida que se pode extrair destes títulos.

Além disso, se decidir vender antes da maturidade, isso também irá influenciar a rendibilidade do seu investimento.

Assumindo a Euribor a 6 meses desta segunda-feira, as OTRV 2031 apresentam uma taxa de juro bruta de 2,299%.

Pagam mais, por exemplo, do que os Certificados de Aforro, cujas subscrições realizadas em julho apresentam uma taxa base de 2,011%.

Também se pode comparar com a remuneração Obrigações do Tesouro a seis anos: a yield destes títulos negociava esta segunda-feira acima dos 2,55%.

Em relação aos depósitos, as OTRV apresentam uma taxa superior: aplicar o dinheiro a prazo no banco rendia em média 1,64% em abril.

O preço de subscrição é de mil euros por cada OTRV, podendo cada investidor subscrever um máximo de mil obrigações – correspondendo a um investimento máximo de um milhão de euros.

Além da oferta de subscrição, também está em curso uma oferta de troca de OTRV na qual o IGCP propõe trocar OTRV emitidas em 2018 por novas OTRV.

O Tesouro adianta que paga os juros corridos desde o último pagamento de juros até ao momento de liquidação, num montante de 17,63 euros por cada título.