Airbus GBS instala hub em Coimbra. “Vamos manter o mesmo ritmo de recrutamento em 2023”

A companhia aeronáutica, que já no seu escritório em Lisboa tem 350 pessoas, antecipa manter o mesmo ritmo de contratação no próximo ano e atualizou os seus objetivos: até 2025 quer dar emprego a 900.

Depois de Lisboa, a Airbus Global Business Services (GBS) prepara-se para abrir no primeiro trimestre do próximo ano um hub satélite em Coimbra. O recrutamento para o novo escritório arranca “nas próximas semanas” e as primeiras contratações devem estar fechadas no início de 2023. A companhia aeronáutica, que já no seu escritório em Lisboa tem 350 pessoas, antecipa manter o mesmo ritmo de contratação no próximo ano e atualizou os seus objetivos: até 2025 quer dar emprego a 900. Em março apontava para 850. Em meados de outubro, começam as mudanças para o novo escritório no Parque das Nações.

“Coimbra foi escolhida pela sua localização estratégica, com a proximidade de Lisboa e Porto, mas também pelo seu ecossistema dinâmico de inovação e empreendedorismo”, adianta Charles Huguet, managing director da Airbus Global Business Services (GBS).

“O projeto deverá iniciar com uma primeira campanha de recrutamento de até 50 pessoas. A médio prazo, pretendemos chegar aos 100 colaboradores no nosso escritório de Coimbra, num modelo de trabalho híbrido. O processo de recrutamento irá iniciar nas próximas semanas e esperamos ter as primeiras contratações no início de 2023″, refere ainda o responsável.

A abertura, prevista para o arranque de 2023, concretiza os planos anunciados em março pela companhia de ter um segundo escritório para o seu hub de Global Business Services, instalado em Lisboa e em crescimento. “A fase de lançamento em Lisboa está a funcionar extremamente bem, com já mais de 300 colaboradores, 200 dos quais recrutados nos últimos seis meses. Esperamos contratar até cerca de 100 colaboradores até ao final do ano, cumprindo com o nosso objetivo inicial. Vamos manter o mesmo ritmo de recrutamento em 2023“, assegura.

Em meados de outubro, colaboradores de Lisboa começam a mudar-se para o novo escritório no Parque das Nações.

Charles Huguet não revela o montante desta aposta. “Não comunicamos valores de investimento. A abertura do novo escritório satélite em Coimbra irá exigir um espaço de escritório para receber os 100 colaboradores, e o nosso foco estará em entregar a melhor solução de espaço de trabalho para as melhores pessoas que farão parte da Airbus GBS”, diz. “Confirmamos as notícias recentes sobre o investimento feito pela Airbus em Portugal, onde estes projetos estão incluídos.”

“Estamos a considerar abrir alguns escritórios satélite noutras cidades portuguesas de média dimensão”, disse-nos em março. Preparam-se para abrir um segundo hub. O que pesou na decisão da localização?

Coimbra destacou-se como a cidade mais relevante para a implementação deste novo projeto devido à sua localização estratégica, opções de transporte e infraestruturas disponíveis, bem como pela presença das instituições de ensino superior politécnico e universidades escolhidas por milhares de estudantes para desenvolverem a sua formação em várias áreas.

O que motivou esta expansão? Os serviços ou mercados que este novo hub vai servir distinguem-se dos de Lisboa?

A Airbus GBS decidiu abrir um escritório satélite para estar mais perto de um novo e diversificado conjunto de potenciais talentos a serem contratados. A fase de lançamento em Lisboa tem corrido extremamente bem e decidimos procurar novos talentos numa cidade de tamanho médio no país. Os milhares de estudantes residentes em Coimbra têm um grande potencial e acesso à qualidade de ensino através das instituições de ensino superior politécnico e universidades, e a Airbus GBS está à procura de pessoas com a ambição de trabalhar numa empresa líder na indústria aeronáutica e crescer com a empresa.

Teremos os mesmos serviços providenciados à Airbus em todo o mundo, seja em Lisboa ou em Coimbra.

Pretendemos chegar aos 100 colaboradores no nosso escritório de Coimbra, num modelo de trabalho híbrido. O processo de recrutamento irá iniciar nas próximas semanas e esperamos ter as primeiras contratações no início de 2023.

Que número de pessoas e perfis vão necessitar?

O projeto deverá iniciar com uma primeira campanha de recrutamento de até 50 pessoas. A médio prazo, pretendemos chegar aos 100 colaboradores no nosso escritório de Coimbra, num modelo de trabalho híbrido. O processo de recrutamento irá iniciar nas próximas semanas e esperamos ter as primeiras contratações no início de 2023. Estamos à procura de talentos nas áreas de Contabilidade, Procurement, IT Systems, Recursos Humanos e Travel & Expenses.

Estar fora de Lisboa é, até que ponto, uma mais-valia na hora de contratar?

Coimbra foi escolhida pela sua localização estratégica, com a proximidade de Lisboa e Porto, mas também pelo seu ecossistema dinâmico de inovação e empreendedorismo. Estar fora de uma destas áreas permite-nos estar perto de novos potenciais talentos a serem contratados. Com cerca de oito mil jovens recém-formados vindos das instituições de ensino superior politécnico e universidades, esperamos ter a possibilidade de contratar novos talentos que serão uma importante equipa para as nossas operações em Portugal.

O foco ainda se mantém no talento local residente ou há planos de abrir o leque a outras regiões do mundo?

Na nossa “casa” em Lisboa, a Airbus GBS tem orgulho em ser uma das empresas com maior diversidade em Portugal. Dos mais de 300 colaboradores, contamos com 30 nacionalidades na nossa equipa em Lisboa. Cerca de 70% das nossas pessoas são de nacionalidade portuguesa, mas o nosso foco é em trabalhar com pessoas talentosas, independentemente da sua nacionalidade, idade, género, etnia, religião ou orientação sexual. Acreditamos profundamente que a diversidade gera inovação, e por isso não perdemos a oportunidade de tornar isto uma realidade.

Planeiam algum tipo de apoio de deslocalização para tornar o hub mais atrativo junto do talento?

As condições de contratação no novo centro estão ainda sob avaliação, mas o princípio é não realocar pessoas, mas sim admitir os talentos locais, dando-lhes a oportunidade de integrar uma empresa líder mundial na sua cidade de origem, perto das suas famílias e amigos.

A nossa forma de trabalhar deverá manter-se, seja em Lisboa ou Coimbra, com uma média de 50% de teletrabalho. O modelo de trabalho híbrido tem vários aspetos positivos. Permite às pessoas a flexibilidade de escolher quando preferem trabalhar em casa. Por outro lado, gera a sensação de pertença por estarem perto das suas equipas quando estão no escritório. Na minha opinião, é um equilíbrio perfeito entre altos níveis de produtividade e excelentes relações humanas.

Os futuros vistos para nómadas digitais podem vir dar uma ajuda na angariação do talento que necessitam?

Muitos talentos digitais estão disponíveis em Portugal mas, qualquer que seja o suporte que nos ajude a atrair perfis muito específicos e escassos, é obviamente muito bem-vindo.

Em Lisboa, o modelo de trabalho é híbrido e mantém-se esse modelo no novo hub. Que balanço faz da adoção deste modelo de trabalho? Impactou a produtividade de algum modo? Há planos para mudar para outros moldes?

A nossa forma de trabalhar deverá manter-se, seja em Lisboa ou Coimbra, com uma média de 50% de teletrabalho. O modelo de trabalho híbrido tem vários aspetos positivos. Permite às pessoas a flexibilidade de escolher quando preferem trabalhar em casa. Por outro lado, gera a sensação de pertença por estarem perto das suas equipas quando estão no escritório. Na minha opinião, é um equilíbrio perfeito entre altos níveis de produtividade e excelentes relações humanas, que suportam um fator-chave de sucesso: uma grande cultura de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Pretendemos manter esta forma de trabalhar no futuro.

Em Lisboa, havia planos para mudar “para um novo escritório no Parque das Nações no 4.º trimestre de 2022”. Em que fase está este projeto? Para quando a mudança?

Estamos muito perto de ter o primeiro grupo de pessoas neste novo espaço. Os trabalhos estão a ser terminados enquanto falamos, o que significa que na segunda metade de outubro, cerca de 100 colaboradores já devem lá estar. Esperamos ter todas as pessoas a operar no novo escritório até ao final do ano. Planeamos inaugurar oficialmente o espaço no primeiro trimestre de 2023.

“Temos um plano de crescimento de até 800 pessoas em 2025”, disse em março do ano passado. Mantém-se o plano?

Não só se mantém o objetivo, como já estendemos o nosso objetivo para quase 900 pessoas. Neste momento empregamos cerca de 350 pessoas. No entanto, estamos a crescer tão rápido que na próxima semana este número já estará desatualizado. Estamos muito felizes por estar à velocidade de crescimento que procurávamos, e está a correr ainda melhor do que tínhamos antecipado.

A competitividade pelos perfis tecnológicos ainda se mantém e não sentimos ou não estamos à espera de grandes mudanças nos próximos meses

Muitas tecnológicas, unicórnios, startups têm vindo a realizar lay-offs, congelaram contratações numa atitude de brace for impact. No vosso caso, o ritmo das contratações vai manter-se, abrandar ou travar em 2023 face à incerteza gerada pela situação económica, inflação e guerra na Ucrânia?

A fase de lançamento em Lisboa está a funcionar extremamente bem, com já mais de 300 colaboradores, 200 dos quais recrutados nos últimos seis meses. Esperamos contratar até cerca de 100 colaboradores até ao final do ano, cumprindo com o nosso objetivo inicial. Vamos manter o mesmo ritmo de recrutamento em 2023.

Este “inverno tech” tem, de algum modo, baixado a pressão salarial, a escassez de pessoas no setor ou o ecossistema desse ponto de vista mantém-se “hot, hot“?

A competitividade pelos perfis tecnológicos ainda se mantém e não sentimos ou não estamos à espera de grandes mudanças nos próximos meses. Apesar da escassez mencionada, temos a capacidade de contratar muitos desses profissionais diretamente no mercado, ou através da proximidade de colaboração com autoridades que formam candidatos motivados em competências de IT através do programa UPSKILL.

Reter as pessoas é outra das dificuldades manifestadas pelas empresas. Mais de metade, diz a Mercer, tem esse desafio. Que benefícios estão a propor aos vossos colaboradores para contrariar esse movimento de saída?

Estamos conscientes da competitividade do mercado, e a retenção está nas nossas prioridades principais para ter uma cultura de trabalho forte e saudável. A Airbus GBS oferece um pacote salarial atraente e uma gama completa de benefícios para o bem-estar profissional e pessoal dos seus colaboradores, incluindo seguro de saúde, práticas de success sharing e equipamentos para home office. Para facilitar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, a Airbus oferece uma política de trabalho flexível. A Airbus é uma empresa internacional e um dos nossos grandes benefícios é a possibilidade de ingressar numa carreira internacional numa das empresas líderes mundiais da aeronáutica.

Novo espaço em Lisboa e com segundo hub, sobe para que montante o investimento já realizado no mercado nacional desde a vossa entrada?

Confirmamos as notícias recentes sobre o investimento feito pela Airbus em Portugal, onde estes projetos estão incluídos. Na Airbus GBS, o nosso principal investimento são as 350 pessoas que já se juntaram até agora e as centenas ainda para chegar, nas quais investimos muito para as ajudar a desenvolver e crescer.

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