Manuel Lopes, líder da mediadora de seguros Uniway, confirma que a realidade está a afetar os clientes e nota que as empresas querem mais seguros de saúde e Vida para seduzir colaboradores.
A Uniway está na segunda metade do top 100 das mediadoras em Portugal e está a interpretar os problemas dos seus clientes face à nova realidade da economia portuguesa. Com base em Lisboa, junto ao Estádio Alvalade ou não tivesse sido o seu fundador e diretor geral, Manuel Lopes, jogador, treinador e dirigente de futebol, a mediadora nasceu em 2009 e iniciou a atividade com a carteira individual de Manuel Lopes que acrescentou a carteira que tinha colocada através de um corretor com o qual trabalhou até então. A Uniway faturou 540 mil euros em 2021 com resultados líquidos de 74 mil euros, tem uma equipa de cerca de 10 pessoas e sente o mercado segurador sem a facilidade das grandes operadoras, mas com estrutura sólida. Manuel Lopes foi entrevistado por ECOseguros
Como correu o ano de 2022?
A atividade seguradora foi afetada por alguns fatores que influenciaram negativamente a economia mundial, que recuperava da pandemia: a Inflação a subir e a atingir valores que há décadas não se via; a guerra e as suas consequências humanitárias e económicas e a crise energética; o fim das taxas de juros negativas e o início da subida das mesmas que se vai refletir no corrente ano e nas datas de renovação dos créditos; as famílias e as empresas vão pagar mais caro os créditos. Ainda assim, o ano foi positivo e dinâmico para a atividade seguradora. Registou-se uma crescente procura dos particulares por soluções de saúde que permitem um melhor acesso aos cuidados de saúde. Registou-se a retoma de algumas atividades económicas, nomeadamente o turismo e uma forte dinâmica nas atividades de TI.
Quais as novidades positivas?
As empresas, para além dos seguros obrigatórios, procuram soluções de saúde e vida para oferecer aos seus colaboradores como uma parte importante do pacote remuneratório e que muito valorizam.
E negativas?
No verão passado, voltámos a assistir à devastação provocada pelos incêndios que causaram enormes perdas. Já para o final do ano foram as fortes e abundantes chuvas que provocaram inundações que causaram avultados prejuízos patrimoniais e que afetaram os negócios e as famílias e o desespero de quem tudo perdeu. O lado positivo neste negativo foram as seguradoras tiveram um papel muito ativo, tendo colocado equipas nos locais e procurando simplificar as participações de sinistro de forma poderem agilizar a regularização destes sinistros de forma a minimizar o impacto na vida das pessoas e a retoma dos negócios.
E o que espera para 2023?
Será um ano mais exigente, em termos económicos, para as famílias e para as empresas que começam a sentir o real efeito dos aumentos das taxas de juros e o impacto que isso traduz nos seus orçamentos.
Como estão os clientes a reagir ao aumento de tarifas?
Os clientes estão a rever os seus contratos, a avaliar as suas necessidades e a renegociar os seus seguros, sabem que podem economizar sem estar a correr riscos, basta recorrer a ajuda de profissionais – agentes de seguros – que conhecem as diversas ofertas disponíveis no mercado e prestam essa assessoria sem custo adicional.
Que conselhos está a dar aos clientes?
Que um mediador pode ajudar a fazer o levantamento de todos os seguros que tem, incluídos os que tem no banco. Que está habilitado a apresentar a solução mais adequada do mercado, peça o cliente pedir pelo menos duas ou três opções de seguradoras diferentes. Que o mediador ajuda analisar as garantias, capitais e coberturas necessárias para a sua proteção e evitar duplicações. Que o pagamento por débito direto normalmente também significa poupança. Que se conseguir pagar anual também poupa nos encargos. Que receber a documentação por via digital também dá desconto e que nos seguros de vida e saúde, ter hábitos de vida saudável também dá desconto. No entanto, aumentar as franquias, pode não ser a melhor solução e deve-se analisar casuisticamente, mas também reduz o valor a pagar. Os clientes pretendem também que o profissional que lhe explique as medidas a tomar em caso de sinistro, e dá muito valor ao apoio que lhe é dado no momento do sinistro e no acompanhamento na resolução do mesmo.
Quais os segmentos de mercado que mais aposta?
Trabalhamos tanto o segmento de empresas, como o segmento de particulares e trabalhamos ambos os ramos Vida e Não Vida. Nas empresas para além dos seguros obrigatórios, trabalhamos também os seguros de Saúde, Vida, Multirriscos e a cada vez mais a Responsabilidade Civil.
Quais as seguradoras com que mais trabalha?
Cada cliente tem uma necessidade específica e nós procuramos em todas as seguradoras melhor opção para cada cliente. As principais seguradoras com que trabalhamos são a Tranquilidade, Caravela, Victoria, Fidelidade, Zurich e Allianz.
Também trabalha ou pensa trabalhar com corretores?
Já o fizemos, mas por agora não sentimos essa necessidade, pois temos tido capacidade de resposta. Mas se for necessário faremos parcerias com corretores desde que tenham a mesma preocupação em servir e proteger o cliente.
Quantas pessoas estão agora ao serviço?
A Uniway tem uma excelente equipa composta por nove elementos que estão distribuídos pelas seguintes áreas: Comercial, Gestão de Sinistros, Cobranças e recentemente o Marketing que está a desenvolver toda a comunicação e a área digital.
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“Empresas e famílias estão a sentir o real efeito dos juros nos seus orçamentos”
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