• Entrevista por:
  • Diana Rodrigues

MetLife promete manter preços em Portugal. “É preciso estar atento ao mercado”

Os prémios de acidentes pessoais da MetLife não vão aumentar em Portugal. Oscar Herencia, diretor geral da MetLife na Ibéria e vice-presidente para o sul da Europa explica o contexto.

Com o objetivo de apoiar os seus clientes num panorama de incerteza, em que a inflação e as taxas de juro continuam a subir, a MetLife assume o compromisso de manter os prémios da maioria dos seus seguros de acidentes pessoais durante, pelo menos, os primeiros cinco anos após a contratação.

A decisão da seguradora contrasta com a visão geral do setor segurador, onde se prevê, durante este ano, uma revisão em alta dos prémios de seguros, que reflete o impacto da aceleração da inflação.

Mas este não é o único grande desafio em 2023. De acordo com o estudo da MetLife ‘2022 Pension Risk Transfer Poll’, existem outros fatores que podem, potencialmente, afetar a decisão de avançar com um seguro. Entre as preocupações, contam-se o ambiente geopolítico (96%), a volatilidade do mercado (94%), o aumento das taxas de juro (91%), a fase de transição da pandemia (91%) e a inflação (86%).

A estratégia de manter os preços das apólices tanto para os novos clientes como para os clientes da carteira da MetLife, pretende dar resposta às preocupações diretas destes clientes, também face às previsões do Banco de Portugal, de um abrandamento do crescimento da economia portuguesa em 2023 (+1,5%), num contexto de incerteza global, erosão do poder de compra, aperto das condições financeiras e enfraquecimento da procura externa.

Oscar Herencia, diretor geral da MetLife na Ibéria e vice-presidente para o sul da Europa partilhou com ECOseguros as inquietações da MetLife e os fatores que deram origem à decisão.

Como analisa o comportamento e as respostas do setor segurador às presentes crises macroeconómicas?

Mais do que “crises”, acreditamos que estamos perante um contexto muito incerto e desafiante, e que exige alguma precaução. Mais do que isso, exige uma postura responsável e de compromisso com o cliente por parte dos grandes protagonistas do setor segurador. É isso que estamos a fazer na MetLife. Pela proteção que proporcionam e os investimentos que fazem, as seguradoras são motores fundamentais para um funcionamento eficiente das economias e da sociedade.

Qual é a perspetiva que aguarda para o setor português durante 2023 e no próximo ano?

É possível que exista um abrandamento decorrente da situação económica. O seguro de vida, por exemplo, pode ser afetado pela redução do número de novos contratos de crédito à habitação. Apesar disso, e de mantermos uma visão cautelosa, acreditamos que existem oportunidades de crescimento e contamos também com a nossa rede de agentes, que tem vindo a crescer nos últimos anos.

A MetLife promete manter os preços em Portugal. Daqui a cinco anos, quais serão os principais desafios que esperam enfrentar?

Há dois grandes desafios no horizonte: personalização e digitalização. A tecnologia de análise de grandes volumes de dados (Big Data) permite-nos conhecer cada vez melhor cada cliente. Isso vai permitir-nos, cada vez mais, desenvolver seguros personalizados por utilização (aquilo a que chamamos microseguro, ou seguro a pedido) que pode ser, ou não, ativado para proteger um determinado cliente quando estiver a desenvolver atividades em que assume um risco superior ao normal.

Antecipa que as presentes crises também tragam oportunidades para o setor?

Normalmente, nestes contextos, verifica-se um aumento dos sinistros e uma maior volatilidade na carteira. Por outro lado, há o impacto positivo de as pessoas procurarem mais proteção. Portanto, é preciso estar atento ao mercado, escutar os clientes e atuar de forma rápida. Nestes momentos, os clientes querem flexibilidade, facilidade de contratação, e que o produto corresponda realmente às suas necessidades, mas querem sobretudo que tenha um preço competitivo e previsível.

Estes fatores aplicam-se também às empresas. Os trabalhadores valorizam muito este tipo de benefícios sociais que as empresas proporcionam, sobretudo desde a pandemia. O mercado português – e o espanhol -, em geral, não são muito sensíveis à compra de seguros não obrigatórios, porque sempre vivemos num Estado muito protetor, que garantia a saúde, as pensões… A pandemia trouxe a necessidade de sentirmos que temos de ser mais ativos e exigentes na procura de proteção.

 

  • Diana Rodrigues

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