Mário Ramos e a Seguramos têm sido um dos mais dinâmicos corretores de seguros no mercado. Aquisições e crescimento orgânico elevaram a carteira a mais de 50 milhões de euros e vai entrar no top 10.
A corretora Seguramos ultrapassou 50 milhões de carteira de seguros em 2022 e os 7 milhões de receitas que alcançou já a deve colocar no top 10 dos mediadores de seguros no mercado português. Liderada por Mário Ramos, o engenheiro mecânico que, no ano 1997, montou um escritório de mediação, tem no grupo de engenharia Proef o seu parceiro de sempre. Em 2022, comprou as mediadoras Progresso de Vialonga, Giant e Multigaia, e vai continuar em aquisições no futuro, integrando todas na Seguramos. Foi entrevistado por ECOseguros.
Qual o volume de negócios e resultados esperados em 2022?
O ano de 2022 foi bastante positivo para nós, na Seguramos, pois para além do crescimento orgânico que continuou a ser relevante e na casa dos 2 dígitos anuais, efetuámos adicionalmente a aquisição de 3 empresas consolidando a nossa posição no mercado. Estamos com uma carteira acima dos 50 milhões de euros e com um volume de negócios de mais de 7 milhões de euros.
O crescimento por aquisições foi decisivo?
Não, houve um significativo crescimento orgânico porque aumentámos a nossa rede de parceiros em todo o País e posso dizer, sem grande margem de erro, que somos hoje uma das maiores redes nacionais no nosso setor de atividade. Reforçámos ainda a nossa posição no mercado com a aquisição de 3 empresas ao longo do ano de 2022.
Está quase no TOP 10 das corretoras em Portugal, é o objetivo?
O objetivo é continuar a crescer com rentabilidade e de forma sustentada. Não vamos alterar a nossa estratégia e pensamos que 2023 será outro ano bastante positivo para a Seguramos. Estar no TOP 10 é interessante mas não é só isso que nos move! O que nos motiva é continuarmos a apoiar os nossos clientes e sermos reconhecidos no mercado como um player com impacto positivo nos clientes.
Porquê comprar a Progresso de Vialonga, a Giant e a Multigaia?
Foram aquisições de empresas com um posicionamento e cultura interna com a qual nos revemos e que por isso se integraram na estratégia desenhada para o desenvolvimento da Seguramos. Em 2023, vamos continuar a juntar o crescimento orgânico ao crescimento inorgânico. O nosso plano de médio prazo prevê a continuação desta combinação que nos tem trazido resultados positivos, ou seja, crescer ganhando quota de mercado.
Quanto foi investido nas aquisições? As empresas compradas são para incorporar?
As empresas adquiridas são detidas a 100% pela Seguramos e os valores estão de acordo com as boas práticas do mercado para as operações de M&A. Adotámos já uma nova imagem corporativa e temos um plano de integração que deverá estar terminado até meados deste ano. As aquisições foram feitas com auto-financiamento, o que demonstra que a postura dos acionistas passa por re-investir na empresa e dotá-la da estrutura financeira suficientemente sólida para fazer face ao plano de desenvolvimento que registamos até ao momento.
O caminho será o mesmo, crescimento por aquisições de mediadoras ou carteiras?
Sim. O caminho será o de crescermos organicamente e via aquisições sempre que tal seja possível. Queremos ser um dos players consolidadores no mercado que necessita de ter operadores cada vez maiores e mais preparados para apoiarem o desenvolvimento do nosso tecido económico.
Qual é hoje o perfil dos clientes? E o que se pretende no futuro?
A nossa carteira é constituída por um grande número de clientes particulares e pequenos negócios, mas o negócio empresarial representa a maioria das nossas receitas como é normal neste setor de atividade. Estamos presentes em todo o País e queremos continuar a ser um corretor de âmbito Nacional.
Quais as seguradoras com que mais trabalha? Está a procurar estrangeiras?
Orgulhamo-nos de trabalhar com dezenas de seguradoras nacionais e estrangeiras e de termos a confiança de todas elas. Obviamente que o envolvimento é diferenciado mas o que nos apraz registar é a confiança que as companhias de seguros depositam de forma crescente em nós.
Como está a divisão particulares/empresas e Vida/Não Vida? É estratégia ser assim?
A nossa base de clientes é maioritariamente constituída por particulares, com um volume de negócios de 35%, mas são os clientes empresariais que representam 65% da nossa receita. A carteira de Não Vida é maioritária, como é normal no mercado da corretagem dos seguros. É estratégia ser assim, queremos ser um player generalista.
Com o aumento esperado das taxas de juro e com a confiança que o mercado segurador tem dentro do setor financeiro, espero um crescimento da venda dos produtos de Vida de poupança e investimento
Quais os ramos que mais se vão desenvolver no mercado?
Apesar de importantes e necessários para as empresas, existem ramos que ao longo dos anos não têm tido grandes incrementos nas vendas, como a Responsabilidade Civil Ambiental, Produtos e D&O. Com o crescimento económico, a exigência do mercado e com a nova geração de empresários, poder-se-á assistir a um aumento na venda destes produtos. Do lado dos particulares, a melhoria das condições financeiras das famílias, numa evolução que será lenta, será determinante para aumentar a procura de diversos ramos que têm um fraco desempenho nas vendas. O número de produtos por cliente particular é significativamente baixo, quando comparado com a média nos países europeus, mais desenvolvidos que Portugal.
Acredita que os seguros Vida financeiros vão ter novo fôlego com juros mais altos?
Sim acredito, as taxas de juro eram demasiado baixas e não motivavam o investimento. Com o aumento esperado das taxas de juro e com a confiança que o mercado segurador tem dentro do setor financeiro, espero um crescimento da venda destes produtos.
O negócio de Vida Risco crédito/churn dos contratos originais do crédito à habitação, está a evoluir bem?
O negócio está a evoluir de uma forma saudável e esperamos um bom ano de 2023. Não quer dizer que os riscos não existam ou que os desafios sejam fáceis de ultrapassar, mas temos uma equipa preparada e motivada.
Quais as alterações que se deram no capital da Seguramos? Como está agora a composição de capital?
Não existiu qualquer alteração no capital da Seguramos nem temos no nosso plano que tal venha o ocorrer. Tenho 55% da empresa em conjunto com o Grupo Proef que detém os restantes 45%. Estamos assim há cerca de 18 anos e pretendemos continuar desta forma.
A mudança de imagem corporativa significa um avanço para alcance nacional?
A mudança tem a ver com este momento de dinâmica que temos vindo a registar. Aproveitamos para rejuvenescer a marca e para numa fase de incorporação das empresas adquiridas todas as equipas se identificarem com a nova imagem corporativa.
Quais os objetivos de médio prazo?
Os objetivos passam por continuar a crescer e fazê-lo sempre com rentabilidade e de forma sustentada. Temos uma forma de estar no mercado, de diálogo e que tem provado estar correta. Não olhamos muito para os outros. O que nos move é como podemos servir melhor os nossos clientes e parceiros de negócio. Como podemos inovar e ser mais eficientes. Estes são os objetivos. Se fizermos isto de forma correta, metódica, disciplinada, vamos continuar a crescer acima do mercado e a ser reconhecidos cada vez mais como um player de referência.
Este ano onde vão estar as dificuldades?
O grande desafio são os recursos humanos. Estamos a falar de um negócio que depende muito de pessoas e termos as pessoas certas nos locais adequados é o principal desafio numa conjuntura em que se nota que o know-how e a especialização são cada vez mais valorizados, facto que nos motivou a ponderarmos a criação de uma Academia para trabalharmos e desenvolvermos competências de hard e soft skills.
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“Os recursos humanos são o grande desafio dos seguros este ano”
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