Presidente da Aicep destaca que Portugal é o terceiro país da Europa com maior rácio de diplomados em engenharia, atrás da Alemanha e Áustria e que tem capacidade para desenvolver tecnologia.
O Portugal Advanced Technology Center da Accenture, que emprega cerca de mil colaboradores, é o terceiro maior centro de tecnologia do grupo na Europa. Para o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), Luís Castro Henriques, a aposta da Accenture na criação de um centro tecnológico em Braga é “a demonstração e reconhecimento de disponibilidade de talento em Portugal, mas também da capacidade de desenvolver tecnologia a partir de Portugal e disponibilizá-la à escala global”.
Luís Castro Henriques destaca também o talento dos portugueses e refere que a “qualidade dos estudantes/diplomados nacionais é reconhecida por todas as empresas multinacionais instaladas em Portugal” e que com a “aceleração da transição digital é uma mais valia poder contar com um ecossistema forte”, conta o presidente do conselho de administração da Aicep em entrevista por escrito ao ECO.
O líder da Aicep lembra ainda que, nos últimos anos, “Portugal tem acolhido vários projetos na área dos centros de competências tecnológicos” e que esta tendência é a prova da “dinâmica do setor e da capacidade de Portugal em dar resposta aos desafios destas empresas internacionais”.
Que importância tem o centro tecnológico da Accenture em Braga?
A Accenture é uma empresa internacional de referência, com forte domínio da integração da tecnologia e transformação digital nos processos. A abertura de um centro tecnológico em Braga é a demonstração e reconhecimento de disponibilidade de talento em Portugal, mas também da capacidade de desenvolver tecnologia a partir de Portugal e disponibilizá-la à escala global. Por isso a Aicep dá os parabéns à Accenture por este 4º aniversário e pela expansão constante que tem feito deste centro.
Quais são as vantagens competitivas de Portugal para captar outros centros de desenvolvimento e inovação?
Os centros de competências valorizam a disponibilidade e qualidade de talento. Portugal tem uma vasta rede de universidades, com elevado número de estudantes e diplomados nas áreas STEMA. À escala europeia, Portugal é o 3º país com maior rácio de diplomados em engenharia, atrás da Alemanha e Áustria. A qualidade dos estudantes/diplomados nacionais é reconhecida por todas as empresas multinacionais instaladas em Portugal. O talento nacional também é reconhecido como tendo um “mindset internacional” e excelente domínio de línguas estrangeiras.
Para o sucesso da instalação e desenvolvimento de um centro de competência é importante a dimensão e qualidade de todo o ecossistema de inovação: universidades, centros de investigação, startups, empresas tecnológicas. Um ecossistema dinâmico e diversificado em termos de domínios tecnológicos (IoT, IA, Blockchain, Cibersegurança, fintech, E-health, Cloud) facilita o acesso rápido às novas tecnologias e à inovação. Com a aceleração da transição digital é uma mais valia poder contar com um ecossistema forte.
Outros fatores valorizados são a qualidade das infraestruturas de telecomunicações para assegurar um excelente nível de conectividade — com importância acrescida no contexto da pandemia –, bem como a proximidade às principais capitais europeias através de ligações aéreas, as quais colocam Lisboa, Porto mas também Braga (proximidade ao aeroporto do Porto) a duas horas de distância. A atratividade de Portugal para instalação de talento internacional (qualidade de vida, custo de vida) é cada vez mais um fator valorizado.
Portugal tem mão-de-obra especializada para corresponder às necessidades das empresas como a Accenture?
Todas as empresas que se instalaram em Portugal conseguiram desenvolver a sua atividade tal como previsto. Tem havido várias medidas e mecanismos para facilitar o acesso ao talento internacional altamente qualificado (TechVisa) e formação em áreas com elevada procura (Incode 2030, Upskill).
As empresas devem abordar o mercado antecipando as suas necessidades, criando sinergias com as entidades do ensino superior e formação profissional para desenvolver, em conjunto, as competências chaves para o seu desenvolvimento. A Accenture é um excelente exemplo de empresa com forte aposta na formação e desenvolvimento de competências.
Há outros investimentos deste perfil?
Nos últimos anos, Portugal tem acolhido vários projetos na área dos centros de competências tecnológicos, com origem em diferentes geografias: Alemanha (Siemens, NFON, Springer Nature, Mercedes I.O, Volkswagen IT, Critical Tech Works), EUA (Cloudflare, Microsoft, Cisco, Google, Infinera), França (Natixis, Euronext, Cap Gemini Engineering, Altice, BNP Paribas), Reino Unido (Vodafone, Vakt, Colt, Claranet). Empresas instaladas há menos de 5 anos têm vindo a anunciar novos projetos de expansão: Mercedes I.O. Volkswagen IT, Microsoft, Natixis, Cap Gemini Engineering, Critical Techworks, uma clara demonstração da dinâmica deste setor e da capacidade de Portugal em dar resposta aos desafios destas empresas internacionais.
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“Qualidade dos diplomados nacionais é reconhecida por todas as multinacionais em Portugal”, diz presidente da Aicep
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