2021 – O ano do mercado voluntário de carbono?

Torna-se cada vez mais evidente que a neutralidade carbónica não se consegue apenas com o mercado regulado europeu de licenças de emissões.

O ex-Governador do Banco Central Inglês, Mark Carney, lançou no início de setembro uma task force para acelerar a dinâmica dos mercados voluntários de carbono junto do setor privado, uma vez que se antecipa uma procura elevada a curto/médio prazo por créditos de carbono que permitam as empresas compensar as emissões que não conseguem mitigar.

Esta task force chamada “Scaling Voluntary Carbon Markets”, é composta por mais de 40 individualidades representativas de todas as regiões do mundo, e dos vários setores de atividade incluindo o setor financeiro.

De acordo com Mark Carney, não é possível atingir-se a neutralidade carbónica sem a existência de mercados voluntários de carbono robustos. É por isso que esta task force irá fazer um levantamento dos mercados voluntários que existam a funcionar pelo mundo, irá identificar os principais desafios e bloqueios ao desenvolvimento destes mercados, e tentará criar um consenso sobre as regras mínimas que deverão existir de forma a garantir a fiabilidade dos créditos e a sua não duplicação na contagem.

Torna-se assim cada vez mais evidente que a neutralidade carbónica não se consegue apenas com o mercado regulado europeu de licenças de emissões. É necessário que as empresas queiram, também elas, atingir a neutralidade, sendo para tal necessário recorrerem à compensação das emissões.

Esta compensação pode ser realizada de várias formas, fazendo sentido começar-se a desenhar um enquadramento suficientemente flexível para dar espaço à criatividade e à inovação das possíveis soluções, mas que garanta a não dupla contagem bem como veracidade do crédito de carbono.

Tudo indica que o ano de 2021 poderá ser o ano do relançamento dos mercados voluntários de carbono.

  • Economista especializada em sustainable and climate finance

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