A importância de fazer-se notar

  • Pedro Moreira
  • 7 Maio 2025

As empresas devem encarar o 'employer branding' numa lógica do agricultor: semear hoje para colher amanhã.

Afirmar que o paradigma empresarial tem vindo a ser alterado nos últimos cem anos é tão evidente que chega a assumir contornos de uma “verdade de La Palice”.

Atualmente, motivadas por uma busca incessante pela excelência, as empresas fazem de tudo para reforçar os seus quadros com os melhores profissionais. Perante este cenário, a remuneração está longe de ser o único fator diferenciador, desde logo porque as gerações que estão a entrar no mercado de trabalho valorizam muitos outros aspetos, entre eles a própria notoriedade do empregador.

Há alguns meses, assisti a um evento onde se debatiam as melhores soluções e estratégias para o recrutamento de talentos. Ao longo da sessão, estiveram em destaque diversas questões relacionadas com a visibilidade pública das empresas, o papel da comunicação enquanto “montra” para os públicos externo e interno das organizações e até mesmo as próprias ações de ativação da marca.

Um dos oradores destacou que, na empresa onde trabalha se esforça para tentar acompanhar as novas tendências do mercado de trabalho, mas, segundo ele, foi com grande surpresa que percebeu que a empresa não era sequer considerada no momento do recrutamento por parte dos recém-licenciados.

Diz a sabedoria popular: “Quem não aparece, esquece!”. Eu diria que, neste caso concreto, quem não chega a aparecer corre o risco de nem sequer ser opção.

Nos últimos anos, o termo employer branding tem ganho destaque não apenas no léxico empresarial, mas sobretudo no real impacto que a promoção da “marca empregadora” pode ter junto de quem acaba de se formar ou pretende mudar de organização.

A notoriedade é o resultado de meses de trabalho constante, com estratégias bem delineadas e não numa lógica de ações avulsas. Além dos benefícios e condições laborais que cada organização pode oferecer, há um trabalho de visibilidade que assenta na área do marketing, das relações-públicas e da comunicação, e que, conjugados, são capazes de cativar potenciais candidatos. Estar presente pontualmente em feiras, com merchandising e algumas propostas de estágios ou emprego, pode não ser suficiente para conseguir cativar futuros colaboradores.

As empresas devem encarar o employer branding numa lógica de agricultor: semear hoje para colher amanhã.

Não existem estratégias infalíveis, mas este pode ser um primeiro passo para tornar a organização mais presente e contribuir para que o orador daquela sessão possa dizer, orgulhosamente, que a sua empresa já figura nos rankings das mais procuradas para trabalhar.

  • Pedro Moreira
  • Communication adviser

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