Conseguirá o Low-Code equilibrar a oferta e a procura nos seguros digitais?

  • Joaquim Pimenta
  • 10 Abril 2022

Joaquim Pimenta, Partner and Head of Insurance Core Modernization at NTT DATA Europe & LATAM, explica como o low-code está a transformar a capacidade de resposta da indústria seguradora.

O facto de estarmos a vivenciar uma grande mudança cultural no setor dos seguros, não será uma surpresa para ninguém. As empresas estão a ser disruptivas nos seus modelos de negócios e as organizações que são nativas digitais estão a posicionar-se como um novo key player do mercado, concentrando-se numa abordagem digital renovada. A tecnologia é atualmente, uma parte vital da nossa vida e está cada vez mais presente em tudo o que nos rodeia. As experiências dos utilizadores criadas pelas empresas, para os clientes ou colaboradores, são mais digitais do que nunca, e isto está a acontecer em todos os setores.

A jornada para a modernização dos sistemas Legacy é algo em que o setor dos seguros tem vindo a trabalhar desde há muito tempo. Mas, devido às necessidades digitais que floresceram nos últimos dois anos, o setor dos seguros está, atualmente, a colocar um maior nível de urgência na sua própria jornada digital para se tornar mais eficiente.

Além disso, é importante reconhecer que existe uma escassez de talento digital a nível mundial. A tecnologia está a desenvolver-se e a avançar a um ritmo muito mais rápido do que o que os mercados são capazes de acompanhar. Mesmo assim, as consultoras digitais e os prestadores de serviços estão a fazer o seu melhor para oferecer as melhores soluções possíveis, sabendo que as grandes empresas e instituições estão a exigir profissionais mais preparados em termos digitais para impulsionar as capacidades digitais e acelerar a sua jornada para a modernização dos seus sistemas Legacy.

Low-Code lidera

Entre a variedade de soluções que os prestadores de serviços digitais utilizam, o Low-Code surgiu como uma das tecnologias mais úteis para adotar, uma vez que é mais rápida e menos dependente do talento digital. Isto é particularmente importante, pois os últimos números do Eurostat mostram que, só na Europa, serão necessários 350.000 profissionais de TIC nos próximos 5 anos, e 55% das empresas da UE têm, ou tiveram, dificuldades em contratar especialistas em TIC.

A procura de Low-Code também já está a crescer de forma acelerada em diferentes países: as ofertas de emprego que especificam competências Low-Code aumentaram 73% nos principais mercados europeus, tais como o Reino Unido, Alemanha, França e Espanha. O setor dos seguros não é indiferente a esta tendência. Esta tecnologia não deve ser entendida apenas como uma ferramenta de última geração (tecnologias emergentes), mas mais numa abordagem em que as empresas podem utilizar as melhores soluções no momento certo. Estes processos devem começar a ser liderados pelas áreas de negócio por estarem mais próximas das exigências dos seus clientes. Trata-se de conseguir maior agilidade e melhorar o time-to-market.

De acordo com o Global Forecast do Markets and Markets, até 2025, espera-se que a adoção do Low-Code cresça 28%, pelo que a implementação desta tecnologia como parte do processo de modernização e jornada digital é uma vantagem competitiva para as empresas que já o procuram. Além disso, os primeiros utilizadores não são apenas pioneiros, mas também líderes quando se trata de melhores práticas. Por exemplo, fornecedores como a OutSystems desenvolveram plataformas baseadas em Low-Code numa grande variedade de mercados. A colaboração com estas empresas permitiu aos fornecedores de serviços de TI entregar projetos em várias geografias e indústrias, incluindo seguros, banca, retalho, entre muitos outros. Assim, as empresas que já estão a utilizar plataformas Low-Code para resolver os desafios da sua indústria vão estar melhor posicionadas para garantir uma melhoria integral na obtenção de melhores e mais rápidos resultados.

Low-Code para seguros

Dentro da indústria de seguros, um forte exemplo da adoção e implementação da Low-Code remete para como esta está a ajudar a expandir o mercado de seguros de Vida & Saúde, devido à pandemia COVID-19. Estas soluções estão a ganhar progressivamente terreno num mercado que enfrenta uma forte concorrência para atrair e desenvolver profissionais qualificados em termos técnicos. Como resultado, a revolução no setor da Vida & Saúde está a forçar as empresas a acelerar o ritmo da sua transformação digital e as empresas de consultoria tecnológica têm agora um papel fundamental no mercado.

Em geral, as companhias de seguros estão a passar pelo caminho da digitalização com o objetivo de racionalizar os seus processos, melhorar o time-to-market e melhor gerir as expectativas dos clientes. As abordagens típicas baseiam-se em trabalhar de uma forma ágil, combinada com a adoção de Low-Code, potenciando capacidades de entrega interfuncional e aplicando métodos de Inteligência Artificial e Automação de última geração.

Neste ecossistema, as companhias de seguros que conseguirem reagir rapidamente a esta revolução Low-Code estarão melhor preparadas para os desafios futuros.

  • Joaquim Pimenta
  • Partner and Head of Insurance Core Modernization at NTT DATA Europe & LATAM

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Conseguirá o Low-Code equilibrar a oferta e a procura nos seguros digitais?

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião