Do Clube dos Criativos ao Clube da Criatividade

O Clube Criativos Portugal faz 25 anos em 2023. Tudo começou em 1997, quando um grupo de publicitários e designers se juntaram para organizar o primeiro festival criativo do país. Em 1998, o grande prémio foi o “Sem Pressas” da Nova Publicidade para os vinhos do Alentejo. Lembram-se? Era um filme onde um rapaz atravessava uma aldeia alentejana de bicicleta e gritava “Boa tarde, ti Manel!” E só passados uns segundos de silêncio ouvíamos a resposta: “Boa tarde, Chiquinho!”

Em 2022, o Clube já não é só um Festival. Nestes 25 anos, ele tem procurado aumentar a sua relevância, identificando e respondendo às necessidades de um mercado em mudança. De igual forma, ele já não é apenas o “clube dos criativos”. O CCP é acima de tudo o clube da criatividade, reconhecendo a importância de todos os que contribuem para que o processo criativo traga valor às marcas.

O Clube atua agora sobre 6 áreas estratégicas.

1. Na formação: organizando workshops durante o Festival dirigidos a diferentes públicos e uma academia que, ao longo do ano, oferece formações curtas com profissionais de todo o mundo.

2. Na preparação de uma nova geração: lançando Briefs Abertos que aproximam jovens criativos aos desafios das marcas. São os vencedores destes Briefs que representam Portugal internacionalmente nas iniciativas do Art Directors Club of Europe (ADCE): no Creative Express, Young Creatives, High Potentials e Greatness Challenge. Organizamos também a Portfolio Night com o One Club, a maior revisão global de portfólios que oferece ao vencedor uma experiência de trabalho em Nova Iorque.

3. Na internacionalização da criatividade portuguesa: temos programas desenvolvidos com o ADCE, como o intercambio de agências na Europa, e parcerias com os principais festivais de criatividade do mundo, oferecendo descontos na inscrição e ajudando a escolher os jurados portugueses no One Show, D&AD, LIA, El Ojo, entre outros.

4. Na dignificação da criatividade: organizamos o maior e mais respeitado Festival de criatividade portuguesa e a Semana Criativa de Lisboa com a Câmara Municipal. Oferecemos ainda um diretório online onde os sócios podem mostrar o seu trabalho: sócios individuais, agências e estúdios, produtoras e freelancers. E organizamos os rankings anuais da criatividade, com base nos pontos conquistados no festival, para mostrar os profissionais que assinam os trabalhos mais premiados do ano.

5. Na procura de novos públicos: dos marketeers ao produto digital, da estratégia de marca à inovação e à gestão do negócio, temos alargado o âmbito das iniciativas do CCP com a ajuda de diferentes parceiros, como a APAP, a APAN e o Centro de Inovação da Mouraria.
6. Na inclusão e na diversidade: através do Zona II, um projeto para trazer mais diversidade às empresas criativas, e agora também com o Clube das Criativas, um podcast criado para dar visibilidade às mulheres na criatividade.

7. Na criação de uma memória coletiva: o site do CCP já tem o histórico dos 24 festivais, e vamos em breve digitalizar todos os anuários desde 1998, oferecendo assim o maior arquivo da publicidade e do design em Portugal dos últimos 25 anos. Finalmente, publicamos o Folha em Branco, um caderno portfólio que é uma homenagem a alguns dos nossos melhores, com 3 edições já na estante: Ricardo Mealha, Pedro Bidarra e Marco Martins.

E porque é que explico tudo isto, perguntará o leitor? Em novembro, a direção do CCP volta a ir a votos. A lista à qual presido candidata-se para mais um biénio, com uma proposta que acreditamos merecer a reflexão de todos: mudar o nome do Clube dos Criativos para o Clube da Criatividade. Se formos eleitos, levaremos a votos esta mudança de nome. Sem certezas absolutas mas com uma convicção: vale a pena pensar e discutir esta mudança, vale a pena continuar a agregar gente que se interessa pela criatividade. O Clube pode mudar de nome ou não, serão os sócios a decidir. Mas, se esta direção for reeleita, o nosso objetivo continuará a ser o mesmo: juntar no CCP todos os que acreditam no valor da criatividade e trabalham para produzir criatividade que traz valor.