Eu oiço verdadeiramente os meus colaboradores?

  • Mariana Blanc
  • 7 Fevereiro 2023

A experiência diz-nos que a comunicação é valorizada por colaboradores, lideranças e comissões executivas, mas também nos diz que, na hora de investir, a comunicação interna é um filho órfão.

Se faz esta pergunta frequentemente, parabéns! Está no bom caminho para contribuir individualmente para as métricas de sucesso da sua empresa, mas só por si não chega para garantir uma boa comunicação interna.

Comunicar é como ter ideias. Democrático e sem exigir licença, todos comunicam da melhor forma que sabem, mas, será que, desta forma, contribuímos efetivamente para melhorar a comunicação na nossa empresa? Se assim fosse, não haveria fórum de discussão, reunião com cliente, survey de clima ou plano de ação onde o tema da Comunicação não fosse mencionado.

A experiência diz-nos que a comunicação é valorizada por colaboradores, lideranças e comissões executivas, mas a experiência também nos diz que, na hora de investir – seja tempo, treino, planeamento ou na análise – a comunicação interna continua a ser um filho órfão.

Quem é o responsável pela comunicação interna é uma discussão que se arrasta. E, enquanto não se decide (e investe), vemos colaboradores e lideranças desgastados, cansados, desmotivados, ao mesmo tempo que comissões executivas, impacientes e perplexas, perguntam pelos resultados.

Num mundo cada vez mais híbrido e com modelos de trabalho flexíveis, com talento cada vez mais seleto e num contexto hipersónico, reconhecer a importância da comunicação interna é um discurso obsoleto, gasto e insuficiente. É preciso mais.

Senão vejamos:

Aumento da permanência e fidelização de colaboradores

  • Os colaboradores divulgam a proposta de valor da sua empresa junto dos seus pares?
  • Permanecem na Organização durante mais tempo?
  • É um top employer e uma referência no mercado de talento?

Aumento do engagement dos colaboradores

  • Os colaboradores e lideranças envolvem-se mais nas iniciativas do dia-a-dia?
  • Os colaboradores reconhecem e revêem-se no propósito da Organização?
  • Sabem o que é esperado de si e de que forma criam valor?

Aumento do índice de inovação

  • Os colaboradores partilham informação e colaboram mais entre si?
  • Têm à sua disposição ferramentas e plataformas que promovem sinergias e otimizam o conhecimento adquirido?

Redução de custos operacionais

  • Os colaboradores conhecem os processos?
  • A informação flui e há menor risco de ocorrência de erros?

Se respondeu “Não” a algumas destas perguntas, então a sua estratégia de comunicação interna está claramente com um baixo desempenho e está a perder as pessoas e negócio. A boa notícia é que pode reverter este ciclo.

Para que a comunicação interna seja eficaz é essencial definir a quem nos dirigimos – targets; o que dizemos – mensagens; e de que forma – canais de comunicação. A este exercício de organizar o fluxo de informação e alinhar os objetivos estratégicos da organização com as ações de comunicação chama-se definir a estratégia de comunicação interna.

Claro que, de uma forma ou de outra, todos somos comunicadores. Mas o que está em causa é fortalecer a relação da empresa com o público-alvo interno. E se as empresas apostam tanto na comunicação externa, o que estão realmente a fazer para envolver os colaboradores nas decisões do dia-a-dia? Como criam relações de confiança e como reforçam a proposta de valor que atraia, ative e fidelize o melhor talento? O negócio exige que se comunique melhor. Por isso de novo: ouve os seus colaboradores? E eles ouvem-no a si?

  • Mariana Blanc
  • Senior Associate Communication Strategy & Business Transformation da Mercer Portugal

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