Hard vs soft skills: o que é mais importante?

  • Sara Gorjão
  • 6 Abril 2020

Quanto à questão da contratação de novos talentos para a tb.lx by Daimler Trucks & Buses, somos apologistas, em última análise, da seguinte máxima “Hire Character, Train Skill”.

Muito se tem escrito na literatura de recursos humanos sobre a dicotomia hard skills vs soft skills. Quando estamos a contratar: o que é mais importante? Devemos valorizar as hard skills do candidato quando comparadas às suas soft skills? A minha opinião é bastante particular e tem por base, obviamente, a minha experiência.

Na minha visão, a resposta será: depende.

Quando estamos a falar de uma competência de domínio obrigatório para o exercício de uma função em determinada empresa, então diria que as hard skills não podem ignorar-se e devem ser consideradas como primordiais. Tomamos como exemplo a proficiência da língua inglesa, ou o domínio de uma linguagem de programação computacional – Java, tratando-se de um cargo de Engenharia de Software. Se, para o exercício da minha função de programador na empresa X, preciso de dominar estas duas hard skills – chamemos-lhes competências técnicas – então de nada me adianta ser um excelente comunicador, ser ótimo a planear o meu tempo e ser bastante organizado, pois estas competências – soft skills – não me irão tornar, de hoje para amanhã – nem proficiente em Java, nem em inglês. Agora, se estivermos a contratar para uma posição cujas soft skills são a base para o desenvolvimento de hard skills – como é o caso de competências como persistência, atenção ao detalhe, capacidade de auto-observação, saber fazer as perguntas certas, saber lidar com incerteza e variedade – diria que podemos arriscar e contratar com base em traços que sabemos à partida serem facilitadores do desenvolvimento de competências técnicas.

Quanto à questão da contratação de novos talentos para a tb.lx by Daimler Trucks & Buses, empresa na qual trabalho – somos apologistas, em última análise, da seguinte máxima “Hire Character, Train Skill” (Peter Shutz).

Por isso, também na área do desenvolvimento pessoal e profissional – no desenho de planos de carreira e crescimento – se contemplam hard skills e soft skills, estando sempre atentos às competências sociais e pessoais (mais orientadas a soft skills) que as pessoas já possuem, como um blank canvas para desenhar o plano de desenvolvimento pessoal.

Em suma, é sempre importante ter em atenção as duas competências, não como dicotómicas mas como complementares, e perceber qual a função/role que estamos a contratar ou desenvolver, valorizando mais uma vertente ou a outra consoante a nossa escolha.

*Sara Gorjão é HR & Talent Manager na tb.lx by Daimler trucks and buses

  • Sara Gorjão

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