Liderar na era da IA: O papel dos gestores
Os líderes de hoje devem ter a capacidade de abraçar a transformação digital, investir em conhecimento técnico e promover uma colaboração equilibrada entre IA e pessoas.
Liderar equipas sempre foi uma tarefa complexa, mas também desafiante e num mundo em constante transformação, os líderes enfrentam cada vez mais desafios. A Inteligência Artificial (IA) não é apenas mais uma tecnologia em expansão, mas sim uma revolução de oportunidades que exige uma reconfiguração das competências de liderança.
Durante muito tempo, liderar era sinónimo de direcionar equipas, tomar decisões fundamentadas e garantir resultados. Embora essas capacidades continuem a ser essenciais, já não são suficientes, pois nos dias de hoje existe um conjunto de ferramentas que são essenciais e permitem uma maior abrangência do ponto de vista de gestão.
A AI e a evolução do algoritmo permitem a personalização em larga escala e adaptam experiências aos interesses individuais e coletivos dos utilizadores – o que alterou o cenário empresarial, já que permite automatizar processos, analisar grandes volumes de dados em tempo real e oferecer previsões precisas sobre o comportamento do mercado, além da otimização inerentes a este processo.
Este avanço exige uma adaptação por parte dos líderes, e também das organizações, que devem não só compreender o potencial da IA, como também incorporá-la nas suas estratégias, desenvolvê-las e proporcionar formação para manter a competitividade exigida.
Segundo um estudo da McKinsey & Company, a automação e a IA generativa podem aumentar a produtividade em quase três pontos percentuais, contrastando com os 0,4% da última década, o que pode alterar significativamente a economia portuguesa. Este potencial também existe em outros países da UE e nos EUA, tornando-se crucial que Portugal acompanhe essa transformação de modo a evitar um fosso face a seus pares.
Apenas 14% dos colaboradores em Portugal receberam formação sobre a aplicação da IA no trabalho, um número que está abaixo da média global de 25%. O país encontra-se em desvantagem em relação a líderes como a China, a Suíça e a Bélgica, onde 41% dos colaboradores já foram formados nesta área. Esta é a principal conclusão do estudo mais recente da Adecco, intitulado Workforce of the Future 2024, que evidencia que Portugal enfrenta desafios significativos na adaptação ao futuro do trabalho e à Inteligência Artificial (IA).
Se antes se podia adiar a transformação digital (erradamente), hoje já não há essa possibilidade. Empresas de diversos setores dependem da IA para operações, desde a produção ao atendimento ao cliente, ou seja, em toda a sua cadeia de valor. Para os líderes, isto significa um desafio para evitar a resistência à mudança, normal nestes processos, mas que pode ser prejudicial para as organizações.
Mas… o que é que a IA pode trazer concretamente para a liderança?
A sua capacidade de análise em tempo real permite aos gestores obter insights sobre o comportamento dos consumidores, identificar tendências e explorar novas oportunidades de mercado. Este nível de informação permite decisões mais rápidas e assertivas, garantindo uma posição privilegiada no mercado.
Além disso, a IA liberta as equipas de tarefas repetitivas, o que lhes permite focar-se em atividades que requerem criatividade e pensamento crítico.
Os líderes devem saber tirar proveito desta redistribuição de funções, o que promoverá uma cultura que valorize tanto a tecnologia quanto as habilidades humanas, sempre necessárias para acompanhar a evolução.
Os líderes de hoje devem ter a capacidade de abraçar a transformação digital, investir em conhecimento técnico e promover uma colaboração equilibrada entre IA e pessoas. No mundo dos negócios, a IA além de uma vantagem competitiva é, acima de tudo, um imperativo para o sucesso organizacional
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