Reinventar a roda: uma abordagem mais sustentável para as seguradoras

  • Luís Cardoso
  • 27 Janeiro 2025

Luís Cardoso, responsável da B-Parts, defende a utilização de peças automóvel usadas, inspecionadas e certificadas, como boa solução para baixar custos das seguradoras e proteger o ambiente.

Os automóveis são uma das principais fontes de poluição. Até aqui, nada de novo. Mesmo os elétricos, com todas as suas promessas de emissões zero, trazem impactos ambientais – desde a extração de minerais raros até à produção de baterias. Também é verdade, porém, que a maioria de nós (seja por circunstâncias da vida ou pela carência de outros serviços), ainda depende do veículo particular para as deslocações diárias. Quer isto dizer que estamos perante um quebra-cabeças ao qual é urgente dar resposta.

E, sim: o setor automóvel é, indubitavelmente, poluente, mas há formas de mitigar alguns danos — especialmente com as seguradoras como aliadas neste processo. Afinal, a promoção de mudanças significativas em prol do ambiente cabe a todos e é cada vez mais exigido (e bem!) que as empresas sejam transparentes na sua contribuição para um futuro mais verde.

Olhar para as peças de automóvel usadas — que representam uma redução de cerca de 70% nas emissões de CO2 face às peças novas — como uma solução prática, mais sustentável e acessível é uma boa maneira de começar. De facto, para as seguradoras, apostar na reutilização de peças é o verdadeiro jackpot: custos de reparação reduzidos e, ao mesmo tempo, uma estratégia que não só diminui o impacto ambiental da indústria automóvel, como melhora a imagem da sua marca.

Confuso? Eu explico. Recorrer a peças usadas contribui para prolongar a vida útil dos materiais, reduzindo a quantidade de resíduos que é enviada para aterros e diminuindo a necessidade de produção de novas peças. E mais: apostar na economia circular pode melhorar a imagem das seguradoras junto de quem as procura. Hoje, os clientes valorizam marcas que demonstram compromisso com práticas sustentáveis e responsáveis.

E, como todos sabemos, os custos das peças associadas às reparações automóveis representam uma fatia considerável das despesas das seguradoras. Ao optarem por peças usadas, estas empresas conseguem reduzir significativamente os custos de reparação, mantendo a mesma qualidade e segurança para o cliente final.

É certo que ainda há um certo preconceito em relação às peças em segunda mão, muitas vezes associadas a uma menor qualidade ou desempenho, e como resultado da forma como estas peças eram comercializadas no passado. Esta perceção está, hoje em dia, longe da verdade – muitas destas peças passam por processos rigorosos de inspeção e certificação antes de voltarem ao mercado. Na maioria dos casos, uma peça usada, depois de um processo de inspeção, pode ser útil noutro veículo até ao fim da sua vida.

Em suma, o futuro da reparação automóvel pode (e deve) ser mais verde, mais eficiente e inclusivo com as seguradoras a desempenharem um papel central nesta transformação. A aposta em peças usadas é uma solução prática e sustentável que responde às necessidades do presente, sem comprometer a segurança ou a qualidade. E, não. Não é a cura para todos os males. Mas é um passo na direção certa.

  • Luís Cardoso
  • Head of B2B na B-Parts

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