Retenção na ciência: o desenho de carreiras no mundo da pesquisa

  • Vanessa Miranda
  • 14:00

Em vez de se restringir a limites e barreiras, a retenção de talentos na ciência deve fomentar uma cultura de criação de valor mútua e de constante aprendizagem.

O desenho de carreiras e a progressão dos colaboradores dentro das organizações representam dos maiores desafios na gestão de pessoas. No contexto da ciência, esses desafios assumem características específicas, pois a mobilidade e a colaboração internacional são componentes essenciais à qualidade na investigação.

Um ambiente científico ideal deve promover a interação e a exposição a diferentes perspetivas, fortalecendo assim a capacidade de inovação. Em vez de se restringir a limites e barreiras, a retenção de talentos na ciência deve fomentar uma cultura de criação de valor mútua e de constante aprendizagem. A geração de conhecimento científico e a viabilização de descobertas dependem da capacidade de formar e lançar ao mundo mentes inquietas, dispostas a desafiar o status quo.

A identidade do percurso deve deixar marcas entre os cientistas, na sua trajetória com cada instituto. É essencial criar ecossistemas vibrantes que se tornem pontos de contato com significado para o desenvolvimento de carreiras científicas, onde as trocas de conhecimento e experiências sejam enriquecedoras.

Entretanto, o caminho para essa realização não é isento de dificuldades. Os cientistas, embora focalizados na descoberta, também prezam por relações, estabilidade e segurança, pois são, antes de tudo, humanos. Assim, a criação de carreiras que atendam a essas diversas necessidades e que incorporem flexibilidade é uma tarefa complexa, mas essencial. O equilíbrio entre as particularidades individuais e as aprendizagens provenientes de outras áreas pode resultar em carreiras mais atraentes, capazes de seduzir os melhores talentos.

Os modelos de carreira desenvolvidos nesse contexto podem ser únicos, refletindo a diversidade que impulsiona a inovação. Assim como a ciência avança através de descobertas, a gestão de carreiras deve constantemente reinventar-se, levando em conta a diversidade das pessoas e, em simultâneo, a sua singularidade.

  • Vanessa Miranda
  • Head of people & culture na Fundação GIMM

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