Smart Working: uma mudança de paradigma que potencia a produtividade laboral

  • Ricardo Freitas
  • 24 Julho 2023

As empresas que consideram implementar este modelo de trabalho, devem ter em mente os pilares em que se baseia este conceito, para que não percam o seu equilíbrio e agilidade.

Durante muito tempo, o teletrabalho foi um tema dominante sobre o qual as organizações se apoiaram para melhorar a experiência dos seus colaboradores. No entanto, o período de confinamento revolucionou completamente a forma de compreender o trabalho e, o que até então era apenas um benefício que proporcionava conforto aos colaboradores, deu origem ao que, posteriormente, se designou por Smart Working. Este conceito reflete nada mais do que as novas tendências que emergiram com a pandemia, graças às novas tecnologias: a adaptabilidade, flexibilidade, autonomia e mobilidade.

O Smart Working, ou trabalho inteligente em português, também conhecido como trabalho à distância, trabalho flexível ou teletrabalho, consiste num modelo de trabalho que utiliza a tecnologia e a conetividade digital para permitir que os colaboradores desempenhem as suas tarefas e responsabilidades fora do local de trabalho tradicional. Este conceito surge graças à evolução da tecnologia, que fornece ferramentas de comunicação e colaboração –- tais como as soluções de gestão cloud — que permitem aos colaboradores uma maior adaptabilidade, conciliação entre a vida profissional e pessoal, autonomia e mobilidade. É um modelo de trabalho transversal que visa otimizar a produtividade e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, proporcionando aos colaboradores uma maior flexibilidade, que promove tanto uma maior agilidade organizacional como também incentiva à inovação.

Em teoria, este modelo de trabalho é muito atrativo e tem sido adotado por muitas empresas, especialmente em áreas como as TI, que não requerem uma presença física dos colaboradores no local de trabalho. Embora ofereça inúmeras vantagens, esta flexibilidade laboral também apresenta alguns desafios para as empresas, na medida é em que pode colocar em causa a união das equipas. No entanto, com a implementação de medidas e políticas adequadas, o Smart Working pode ser um modelo de trabalho transformador e sustentável.

Espaço, tempo e tecnologia: Os três pilares do Smart Working

As empresas que consideram implementar este modelo de trabalho, devem ter em mente os pilares em que se baseia este conceito, para que não percam o seu equilíbrio e agilidade.

Em primeiro lugar, reinventar o espaço está no cerne das políticas de Smart Working. Embora os trabalhadores tenham a possibilidade de trabalhar à distância, o escritório deve ser um espaço flexível e atrativo, que favoreça a agilidade e a comunicação entre as equipas quando os colaboradores optam por ir trabalhar para o escritório. De facto, para promover um ambiente de trabalho agradável e produtivo, é fundamental que a presença dos colaboradores no escritório não seja apenas uma formalidade, mas sim uma ação impregnada de significado, que seja vista como uma oportunidade para conviver e colaborar pessoalmente com os colegas. Não se trata apenas de transferir o teletrabalho para o ambiente de escritório, mas sim de encontrar um equilíbrio que aumente a produtividade em ambos os contextos.

Da mesma forma, a poupança de tempo é outro ponto crucial. Vivemos numa era em que as pessoas valorizam cada vez mais os horários flexíveis e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, dois fatores-chave para atrair e reter talentos. O Smart Working tem como base a execução das tarefas definidas de forma ágil e eficiente, sem a necessidade de existir um horário fixo imposto pela empresa. Este pilar está estreitamente relacionado com as pessoas, na medida em que deposite uma maior confiança nos colaboradores, acabando assim com uma era caracterizada pela rigidez organizacional.

Atualmente, o foco agora está nos resultados e não nos meios. É, por isso, que qualquer enquadramento rígido – por vezes disfarçado de cultura empresarial – está longe da filosofia do Smart Working. Se for dada a liberdade aos colaboradores de gerirem os seus próprios horários com responsabilidade, as empresas conseguem potenciar o compromisso dos colaboradores com a empresa e criar um ambiente organizacional agradável, que promove tanto o desenvolvimento profissional como pessoal.

O último pilar, e intrínseco à nossa era, é a tecnologia. Vivemos o apogeu das videoconferências e do trabalho colaborativo graças à cloud, que permitem uma comunicação em tempo real entre as equipas. É evidente que, sem um processo de digitalização, a implementação de um modelo de Smart Working não é viável para nenhuma organização. Por isso, contar com o apoio de ferramentas de gestão empresarial como um software de gestão de RH pode ajudar as organizações a implementar este conceito de trabalho inteligente de forma fácil e eficiente. Estas soluções permitem gerir as equipas à distância; facilitam a comunicação bidirecional, o envio de documentos e processamento salarial; e, ainda, promovem o desenvolvimento profissional de cada colaborador, através da definição de objetivos e de um plano de crescimento claro, tudo a partir de uma única plataforma.

E o que motivou todas estas alterações?

Há já algum tempo que a guerra pelo talento está a instalar-se no mercado de trabalho. Além disso, as empresas já não têm apenas concorrentes a nível nacional, mas também além-fronteiras. Acresce a isto o facto de salário ter deixado de ser um incentivo suficiente para atrair ou reter talento. Tendo como garantido um salário digno e competitivo, os profissionais mais jovens, por exemplo, querem, acima de tudo, oportunidades de crescimento e progressão profissional.

As empresas que adotam o Smart Working como modelo de trabalho transmitem uma imagem de empresa flexível, moderna e inovadora, que proporciona um ambiente de trabalho agradável aos seus colaboradores. Valores que, como todos sabemos, inspiram e são importantes para as novas gerações. Neste sentido, podemos afirmar com toda a convicção, que implementar esta nova forma inteligente de trabalho é, de facto, uma arma poderosa para as organizações captarem e reterem talento.

Um projeto de transformação empresarial implica que se repense a forma como os diferentes departamentos operam entre si para melhorar a eficácia coletiva. Mais concretamente, a metodologia de trabalho inteligente deve abordar todos os aspetos do trabalho, contar com o apoio dos gestores e da administração e incluir todos os colaboradores.

O Smart Working é, portanto, muito mais do que um novo anglicismo: é a evolução natural da forma como trabalhamos, que até agora parecia estar reduzida ao teletrabalho, mas que, graças à tecnologia, pode promover tanto o bem-estar dos trabalhadores como o crescimento dos próprios negócios.

  • Ricardo Freitas
  • Sales Manager HCM Portugal na Cegid

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