Miranda Sarmento defende “marca europeia” para produtos de investimento com benefícios fiscais

Ministro das Finanças quer menos dependência dos depósitos e mais aposta em mercados de capitais, propondo um produto europeu de investimento com vantagens fiscais.

O ministro das Finanças voltou a defender esta sexta-feira a criação de uma conta ou produto de investimento com “marca europeia” que beneficie de regime fiscal favorável.

Esta ideia vem ao encontro da proposta de criação de contas-poupança isenta de impostos, à imagem do que já sucede com as “ISA Accounts” no Reino Unido ou nas contas 401k nos EUA, apresentada tanto no programa eleitoral de 2024 como no programa de 2025 da AD.

Na Conferência anual da CMVM, que decorre esta sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Joaquim Miranda Sarmento alertou para a excessiva dependência dos portugueses nos depósitos bancários e apelou ao reforço dos mercados de capitais nacionais no quadro da nova agenda europeia.

“Os depósitos a prazo são claramente dominantes e menos competitivos na perspetiva de retorno de médio e longo prazo”, referiu o ministro, destacando que isso sucede por “haver uma natural aversão ao risco dos pequenos investidores.”

Na sua intervenção, o ministro elogiou a estratégia da comissária europeia Maria Luís Albuquerque, presente na conferência, afirmando que “o aprofundamento da ‘União da Poupança e do Investimento’ (SIU – ‘Savings and Investment Union’) é fundamental para revitalizar os mercados de capitais a nível europeu, incluindo em Portugal”.

Sarmento destacou que “a competitividade europeia irá beneficiar, e muito, se a Comissão Europeia for bem-sucedida nesta estratégia”, sublinhando que “a melhor forma de reforçar a competitividade europeia nos mercados financeiros é apostar no aprofundamento do mercado interno”.

O governante defendeu que esta união deve permitir “alargar a base de investidores e tornar os investimentos de retalho mais atrativos”, “reduzir o nível de poupanças dos cidadãos europeus que estão a ser canalizados para os EUA, promovendo o investimento nas empresas europeias”, e “reduzir a carga regulamentar e burocrática que pende sobre as empresas europeias”.

O ministro das Finanças revelou que “Portugal também vê com bons olhos iniciativas, que já estão aliás previstas na comunicação sobre a União da Poupança e do Investimento, que permitam criar condições para a introdução de uma conta ou produto de investimento com ‘marca europeia’, sendo que essa conta ou produto poderia beneficiar de um regime fiscal favorável, a ser definido a nível nacional”.

O ministro sublinhou também a elevada concentração das poupanças dos portugueses em depósitos bancários que “são hoje claramente dominantes, (representando mais de 50% dos investimentos de retalho)”, enquanto “a contribuição do retalho para os fundos de investimento que investem em valores mobiliários também é baixa (cerca de 8%)”.

Esta realidade, segundo Sarmento, “limita a capacidade de os portugueses retirarem o melhor rendimento das suas poupanças e coloca excessivo peso no setor bancário para o financiamento da economia”.

Apesar dos desafios, o ministro identificou desenvolvimentos encorajadores, nomeadamente no setor do capital de risco: “os fundos de capital de risco em Portugal estão a registar um crescimento substancial, criando-se assim oportunidades de expansão. Os ativos sob gestão em fundos de capital de risco atingiram 9,25 mil milhões de euros em 2023, um aumento de 29% face ao ano anterior”.

O ministro reconheceu também os desafios regulamentares atuais, afirmando que “temos um quadro regulamentar cada vez mais complexo, com fortes interligações entre as dimensões nacional e europeia, e com um conjunto cada vez mais amplo de matérias”, destacando como exemplo “a regulação e a supervisão dos criptoativos que exige a todos, reguladores e supervisores, uma ação reforçada, mas ainda assim adequada e proporcional”.

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Do Mar à Mesa: quais os desafios que o setor da pesca enfrenta?

  • ECO
  • 30 Maio 2025

A conferência "Do Mar à Mesa", organizada pelo ECO em parceria com a Docapesca, reuniu vários especialistas do setor para falarem sobre a economia da pesca e os seus desafios.

Num contexto marcado por crescentes preocupações ambientais, desafios económicos e a necessidade de garantir a sustentabilidade dos recursos marinhos, a economia da pesca tem vindo a assumir um papel central no debate sobre o futuro do setor.

Foi precisamente com o intuito de refletir sobre os desafios da atividade piscatória que o ECO, em parceria com a Docapesca, realizou conferência “Do Mar à Mesa”, que reuniu diversos especialistas e profissionais ligados ao setor para analisarem as tendências e discutirem sobre os principais obstáculos e oportunidades que marcam a pesca nos dias de hoje.

“Creio que é uma responsabilidade nossa trazer estes temas a debate e talvez ele não esteja a ter a relevância mediática devida”, começou por dizer António Costa, Diretor do ECO, na abertura da sessão, ao mesmo tempo que lançou as seguintes questões para debate: “Que prioridades estão a ser tomadas? Qual o papel das associações neste processo e de que forma podem ser um incentivo à transformação do setor?”.

António Costa, Diretor do ECOHugo Amaral/ECO

No que diz respeito à Docapesca, o seu papel passa, de acordo com Sérgio Faias, presidente da associação, por “valorizar esta atividade” e mostrar que “é uma atividade viva, com futuro, com uma grande história, que precisa de marcar a sua posição”. Para isso, a Docapesca apoia “cerca de 70 atividades piscatórias para garantir que os profissionais possam desempenhar da melhor forma as suas funções”.

Sérgio Faias, Presidente da DocapescaHugo Amaral/ECO

Quais os desafios na valorização do pescador?

No entanto, e apesar desse apoio, os pescadores continuam a enfrentar vários desafios, a começar pela falta de um salário base, que lhes traria mais estabilidade e, consequentemente, contribuiria para resolver o problema de falta de mão-de-obra no setor. “Como é que não há salário mínimo na pesca? Custa-nos compreender. Assim fica difícil chamar os pescadores”, disse Luís Barbosa Vicente, Secretário-Geral da Associação dos Armadores da Pesca Industrial.

A mesma opinião foi partilhada por Francisco Portela Rosa, Diretor na NAVALETHES/VIANAPESCA, que acrescentou: “Nos finais dos anos 80, como não havia um regime jurídico para a pesca, nós fizemos um e entregamos a todos os grupos parlamentares. A maioria dos artigos que lá estavam foram aproveitados, mas fiquei estupefacto com o facto de o artigo que garantia o salário mínimo aos pescadores não constar. Eu não posso criar atratividade para o setor sem isso“.

Essa atratividade depende também do consumo, mas quanto a isso Carlos Macedo, Administrador-Delegado da ArtesanalPesca, assegurou que este está aumentar. No entanto, considera que isso não é suficiente. “Se queremos um setor dinâmico e atrativo alguma coisa tem de ser feita e acho que existe margem porque o consumo está a aumentar. Tem de haver uma definição e visão estratégica do que se quer para o setor. E as estruturas políticas e o próprio setor devem juntar-se para isso“, disse.

O peso da mulher no setor da pesca

“A pesca não é um mundo só de homens. Há muitas mulheres que vão ao mar”, começou por dizer Dina Baião, Diretora da Associação de Armadores de Pesca Artesanal e do Cerco do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, afirmando até que mesmo “mulheres grávidas vão para o mar”. A diretora acrescentou ainda que, apesar de este setor ser tendencialmente masculino, as mulheres não são discriminadas e não devem sentir vergonha de seguir esta profissão.

Contudo, além do trabalho no mar, há também muitas outras áreas que envolvem a pesca, nomeadamente gestão, ciência, investigação, das ONGs, nas quais Rita Sá, Coordenadora de Oceanos e Pescas na WWF Portugal garante que as mulheres têm um “papel preponderante”. “A pesca não é só a pesca. Tem muitas componentes que são muitas vezes dominadas por mulheres. Por exemplo, a maior parte das associações de pescadores são maioritariamente lideradas por homens, mas quem trata e assegura o desenvolvimento da associação normalmente são mulheres. As mulheres têm este papel de procurar soluções, resolver problemas, agregar pessoas diferentes para encontrar soluções em conjunto”, explicou.

Lídia Tarré, Administadora da GelPeixe, é um dos exemplos de mulheres que estão na liderança da administração de uma empresa ligada ao setor e garantiu que a tendência será haver cada vez mais mulheres nesta área. Para isso, deu até o exemplo da própria GelPeixe: “A nível da gestão de topo, fui a primeira mulher na administração, agora são 25%. No nível seguinte já são mais mulheres do que homens. Há uma tendência para as mulheres subirem nestes cargos”.

A importância da certificação da sardinha

Dentro das várias espécies de pescado portuguesas, a sardinha é, sem dúvida, uma das que mais se distingue e, por essa razão, certificá-la seria muito vantajoso. No entanto, apesar de o pedido estar feito, ainda está em processo, que deverá conhecer em breve um desfecho positivo. “A sardinha ainda não está certificada. Estamos a terminar um processo de consulta pública que termina amanhã. Se tudo correr bem, esperamos que esteja certificada em julho. E estamos otimistas quanto a isso”, revelou Rodrigo Sengo, Senior Program Development na MSC Portugal.

Apesar do otimismo, Humberto Jorge, Presidente da Associação Nacional dos Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO), lembrou que esta certificação já havia sido pedida no passado, mas acabou por ser suspensa: “Na outra certificação, ela foi suspensa porque o recurso [o peixe] caiu imenso. Estivemos 10 anos com recrutamento muito baixo, então instalou-se a ideia de que a sardinha estava em perigo. Depois os os pescadores viram evidências de que o recurso estava a recuperar e começaram a transmitir isso, o IPMA também reportou isso, mas isto não e instantâneo. Por isso, só quando começaram a aparecer documentos oficiais a falar da recuperação é que foi possível fazer uma nova candidatura“.

Mesmo com a certificação e as vantagens associadas que esta traz, há determinadas problemas que ela não impede que aconteçam, tais como as consequências das alterações climáticas. Para esses, é preciso outro tipo de preparação que, segundo Isabel Tato, Secretária-Geral da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe, passa muito por “unir esforços”, nomeadamente com a parte governamental. “A fileira do pescado está formada, mas é preciso a parte governamental. Quando estivermos todos envolvidos numa política de sustentabilidade, acho que uma parte dos nossos consumidores não se vão importar de pagar mais um cêntimos por esses produtos que vão poupar os nossos ecossistemas“, concluiu.

Assista aqui à conferência:

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Transição sustentável traz competitividade às empresas

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  • 30 Maio 2025

A conferência "Leading the Sustainable Transition", organizada pelo Santander, reuniu vários especialistas e empresários para discutirem a importância da sustentabilidade para a vida das empresas.

A sustentabilidade das empresas pode ser um fator decisivo para a sua sobrevivência no atual mercado, cada vez mais exigente com os critérios ESG. Mas como fazer a transição? O que está em risco se ela não acontecer? E quais as principais vantagens? Estas questões foram respondidas por vários especialistas e empresários que se reuniram na conferência “Leading the Sustainable Transition”, organizada pelo Santander, que decorreu na Exponor, na feira EMAF, este ano com o tema “Create a Sustainable Future”.

Na abertura da sessão, Rui Constantino, Economista Chefe do Santander Portugal, fez um enquadramento dos desafios económicos e geopolíticos do país nos últimos anos e o impacto que isso teve no comportamento das empresas, bem como nas exigências dos clientes. “Olhando para a economia portuguesa, desde 2008 já tivemos grandes crises. Em 2020 tivemos o choque da pandemia e quando estávamos a entrar para uma política monetária menos restritiva, começamos a ter guerras“, começou por dizer.

As crises pré-Covid trouxeram às empresas uma necessidade de se transformarem e inovarem, o que “permitiu à economia beneficiar de um período de crescimento sólido até à pandemia”. E, fruto dessa transformação, mesmo com o impacto trazido pela Covid-19, estas empresas conseguiram recuperar muito mais rápido do que o esperado: “Em 2021, os analistas perspetivavam que o setor do turismo e das viagens aéreas só voltasse ao que era em 2026/27, mas foi muito mais rápido. Isto porque, durante a pandemia, as empresas mantiveram níveis de investimento sólidos e isso ajudou na rápida recuperação“.

Rui Constantino, Economista Chefe do Santander Portugal

O que significa ser sustentável no âmbito empresarial?

Mas onde entra a transição sustentável nesta transformação? A verdade é que a sustentabilidade de uma empresa não está apenas no fator “E” dos critérios ESG, mas sim “em todas as funções, desde a definição organizacional e logística a montante e a jusante, na forma como os processos de trabalho são organizados, como a tecnologia é introduzida, e como a informação é distribuída nos seus processos“. “Uma empresa inovadora é aberta ao exterior, tem de ter uma enorme proximidade aos seus clientes. A inovação é olhar para as necessidades do cliente e resolver os seus problemas”, afirmou Jorge Portugal, Diretor-Geral COTEC Portugal.

Neste âmbito, António Ricardo Oliveira, Administrador da OLI – Sistemas Sanitários S.A., deu o exemplo da própria empresa, que também se abriu ao exterior e, de forma gradual, começou um processo de internacionalização: “Começamos com exportações esporádicas que se tornaram constantes a ponto de justificar ter uma equipa no terreno. A inovação é relevante no processo de internacionalização porque nos permite chegar lá fora com algo diferente e melhor do que aquilo que já existe“.

Contudo, muitas vezes, para conseguirem inovar e diferenciar-se no mercado, as empresas recorrem a empréstimos que vão decidir a sua capacidade de crescimento e, por vezes, até de sobrevivência. E ser sustentável, aqui, também tem um peso considerável.

A transição para a sustentabilidade é essencial para aumentar a resiliência das empresas, a sua diferenciação, e será uma vantagem competitiva no acesso ao financiamento. Se uma empresa não fizer este caminho, terá o risco de ser preterida na cadeia de valor e, consequentemente, ver afetada a sua capacidade de pagar o crédito. Os bancos vão ter de fazer a análise dos dados não financeiros na avaliação de risco de crédito das empresas”, explicou Cristina Melo Antunes, Responsável de Sustentabilidade do Santander Portugal.

Mesmo sendo um caminho que já não é opcional, ainda existe muita relutância por parte de várias empresas, especialmente PME, em fazerem o seu reporte ESG. No entanto, Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da Associação BRP, garante que este é um processo extremamente necessário, até para organizações de pequena dimensão, na qual a governance passa apenas por uma pessoa: “Todas as empresas têm governance, ainda que seja básico. Mas nós acreditamos que a profissionalização do governance define o crescimento da empresa, isto porque se tivermos um modelo de negócio simples, no qual tudo passa pelo dono, a empresa só vai crescer até aos limites desse dono. E é aí que a profissionalização do governance é fundamental, caso contrário estamos a limitar o crescimento da empresa”.

Painel de debate com Jorge Portugal, Diretor-Geral COTEC Portugal; António Ricardo Oliveira, Administrador da OLI – Sistemas Sanitários S.A.; Cristina Melo Antunes, Responsável de Sustentabilidade do Santander Portugal; e Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da Associação BRP.

Como fazer a transição?

Por outro lado, mesmo quando as empresas são conscientes da importância de fazer a transição para a sustentabilidade, muitas vezes deparam-se com a dificuldade de não saber como a fazer. O que é preciso? Quais os dados que têm de reportar? Como o fazer? Jorge Portugal referiu o VSME (Voluntary Reporting Standard Explained) como um dos melhores mecanismos para responder a estas questões. “Apostamos no VSME, que pode ser um ponto de partida para uma empresa que não monitoriza pontos ESG, mas não só. Ele tem 46 indicadores mínimos para as empresas identificarem. Mesmo as empresas que não são obrigadas a reportar usam este mecanismo para fazerem reporting aos seus clientes e criarem possibilidades de transformar o seu negócio“.

“Temos de saber transmitir os nossos pontos fortes e fracos. E aqui é muito importante a transparência. Há, por isso, a necessidade de os bancos recolherem dados financeiros, mas também dados não financeiros e, com esse objetivo, os bancos juntaram-se todos em volta da SIBS para que as empresas que têm mais do que um banco pudessem responder a apenas um questionário sobre os seus dados não financeiros. Preenchem o questionário apenas uma vez e serve para todos os bancos a que quiserem dar acesso. Isto facilita o financiamento“, acrescentou Cristina Melo Antunes.

A OLI foi uma das empresas que preencheu esse questionário e António Ricardo Oliveira parabenizou a iniciativa: “Nós participamos no questionário da SIBS e foi uma experiência positiva. Tínhamos receio de publicar esses dados e começar a receber questionários de todos os bancos, mas não. Por isso, acho que foi bom se juntarem porque é mais fácil para as empresas“. Este reporte, apesar de ter começado por pressão de clientes internacionais, é agora algo que “flui de forma natural” dentro da empresa, que já tem como objetivo atingir a NET Zero em 2030.

Com o objetivo de ajudar todas as empresas a chegarem a este processo “natural” de reporting, Pedro Ginjeira do Nascimento apresentou o programa que a BRP criou “para as PME profissionalizarem o seu governance”: Criamos um pequeno manual que explica de forma simples o que é o governance, uma app que permite fazer uma autoavaliação de onde a empresa está, como se compara, e, depois, uma bolsa de conselheiros de quadros de topo das nossas empresas, que estão disponíveis para apoiar pro bono as empresas“. O objetivo é perceber que a sustentabilidade significa garantir que a empresa vai continuar no mercado. “Significa perceber como gerimos o risco, como gerimos pessoas“, concluiu.

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E-Redes aponta riscos na fragmentação da concessão de eletricidade

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Presidente da E-Redes diz ainda que apagão foi alerta claro para a importância de reforçar os investimentos nas infraestruturas elétricas, mesmo que isso implique custos adicionais na fatura da luz.

O presidente da E-Redes defende que a hipótese de dividir a concessão da baixa tensão entre vários operadores pode acarretar riscos operacionais e complexidades que colocam em causa a eficiência do serviço prestado.

Em entrevista à Lusa, José Ferrari Careto explicou que a atual estrutura dos contratos, que inclui a distribuição de eletricidade em baixa tensão e a gestão da iluminação pública a um único concedente, tem apresentado um desempenho “eficiente”.

O responsável – que falou à Lusa no âmbito do Dia Mundial da Energia, que se assinalou na quinta-feira -, garante que os 278 contratos vigentes, assegurados pela E-Redes, do grupo EDP, mantêm-se em vigor até que um novo concurso público seja lançado, conforme previsto no Decreto-Lei 15/2022, afastando dúvidas sobre eventuais caducidades ou falta de investimento.

Em fevereiro deste ano, o Governo anunciou que ia prorrogar o prazo para a apresentação do relatório final com as propostas para o modelo do concurso para as concessões elétricas de baixa tensão por mais um ano.

O prolongamento desse passo essencial, necessário para o arranque das novas concessões que fornecem energia aos consumidores domésticos, foi solicitado pela Comissão de Coordenação para a Baixa Tensão, liderada por Nuno Ribeiro da Silva, devido à complexidade do processo cuja discussão é anterior a 2019.

Destacando a “qualidade do serviço atual”, a E-Redes alerta para os perigos de se avançar para um modelo de múltiplos concessionários, apontando que “introduz complexidade na operação” e “dificulta a integração técnica”, sobretudo porque a separação entre baixa e média tensão não é comum nem prática na Europa. Como exemplo, apontou o recente apagão de energia na Península Ibérica a 28 de abril.

“O facto de nós termos visibilidade da alta, média e baixa tensão, acabou por contribuir para que tivéssemos uma atuação mais célebre na recuperação de energia”, sustentou.

Além disso, considera que a transição entre concessionários implica riscos acrescidos, dado que envolve milhares de trabalhadores e um elevado volume de investimentos e sistemas tecnológicos em funcionamento. O presidente comparou esta mudança a “trocar os motores de um avião em pleno voo”, uma operação que exige monitorização cuidadosa para evitar impactos na segurança e estabilidade do sistema.

Por fim, questionado se vão concorrer quando o concurso for lançado, sublinhou que a E-Redes está preparada para avançar, desde que as condições e regras do concurso estejam definidas claramente. “Como em qualquer situação, só temos de tomar decisões perante situações concretas”, concluiu.

Apagão evidenciou urgência de investir na rede mesmo se tiver impacto na fatura

O presidente da E-Redes considerou ainda que o apagão de 28 de abril foi um alerta claro para a importância de reforçar os investimentos nas infraestruturas elétricas, mesmo que isso implique custos adicionais na fatura da luz.

“A sociedade em geral ficou mais alerta para a necessidade de haver investimento nas redes”, afirmou José Ferrari Careto em entrevista à agência Lusa, sublinhando que é “arriscado deixar cair as redes e não fazer investimento”.

Para garantir a modernização e robustez da rede de distribuição elétrica nacional, a E-Redes propôs um plano de investimento de 1,6 mil milhões de euros, entre 2026 e 2030, em infraestruturas de alta e média tensão, já aprovado pelo regulador (ERSE) estando a aguardar a decisão final do Governo.

Só para 2025, o investimento previsto é de 430 milhões de euros, e aqui também estão incluídas as infraestruturas de baixa tensão que servem os clientes domésticos. Mas, reforça o presidente, este é um processo que exige tempo e planeamento: “Não são coisas que compramos no supermercado ou que podemos estalar os dedos e temos estes investimentos feitos. É preciso definir planos, fazer análise de rede, contratar mão-de-obra, executar e comissionar o investimento.”

Sobre o impacto na fatura da eletricidade, o presidente da E-Redes – que falou à Lusa no âmbito do Dia Mundial da Energia, que se assinalou na quinta-feira – garante que os efeitos serão residuais.

“A avaliação que fizemos foi que o impacto nas tarifas era perto de zero. A própria ERSE aponta para um impacto de 0,7% nas tarifas finais, e em termos reais, com o aumento do consumo, esse valor será ultrapassado”, assegurou.

Além disso, lembrou que o custo da distribuição representa apenas 10% da fatura elétrica dos consumidores, sendo o grosso destinado a produção, impostos e outros encargos.

Na ótica da empresa, é também essencial garantir uma remuneração atrativa para os investimentos. “Todos estes investimentos são financiados pela empresa e depois pagos, aos bocadinhos, pela tarifa [de acesso]. Mas para isso é preciso garantir uma remuneração adequada do capital”, explicou, acrescentando que a rentabilidade líquida em Portugal é atualmente inferior à verificada em Espanha.

O presidente da E-Redes destacou ainda o esforço feito pela empresa nos últimos anos para aumentar a eficiência e reduzir custos, nomeadamente com a digitalização da rede e a conclusão do ‘roll-out’ dos contadores inteligentes.

Entre 2020 e 2024, o investimento da E-Redes aumentou 50%, refletindo o impacto da transição energética, da mobilidade elétrica e da ligação de geração renovável à rede. “Hoje, cerca de 75% da geração distribuída está ligada à nossa rede”, sublinhou.

José Ferrari Careto sublinhou que a primeira lição do apagão é que “não se pode tomar nada por garantido”, apesar do elevado desempenho habitual das redes, que funcionam com níveis próximos dos “99,9999%, há sempre uns 0,00001 em que as coisas podem falhar”.

O episódio demonstrou que falhas externas podem sempre ocorrer e que é essencial manter processos disciplinados, rotinados e pré-definidos para uma resposta rápida e eficaz. “Tivemos uma atuação muito disciplinada e rápida”, comentou.

“A empresa seguiu à risca o guião e comportou-se como esperado, tendo conseguido repor a eletricidade num espaço de tempo que, se olharmos para o ‘benchmarking’ [comparação] internacional, acaba por ser bastante bom”, acrescentou.

Outra lição considerada importante pelo responsável é o reconhecimento do envelhecimento natural das infraestruturas em contraste com o aumento contínuo das necessidades da sociedade e da economia, criando um “gap” entre a juventude da rede e suas exigências.

Para resolver essa lacuna, defende ser fundamental aumentar a resiliência, a digitalização e substituir equipamentos obsoletos, assegurando uma rede mais moderna, flexível e robusta.

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Os rumores não eram só rumores. Maria Grazia Chiuri deixa a Dior

  • ECO
  • 30 Maio 2025

Dois dias depois de mostrar a nova coleção, a Dior, detida pelo grupo LVMH, anunciou a saída da sua diretora criativa, pondo fim aos rumores. Jonathan Anderson deve ser o senhor que se segue.

Agradeço calorosamente a Maria Grazia Chiuri, que, desde a sua chegada à Dior, realizou um trabalho extraordinário com uma perspetiva feminista inspiradora e uma criatividade excecional, tudo isto inspirado no espírito de Monsieur Dior, o que lhe permitiu desenvolver coleções altamente apreciadas. Escreveu um capítulo fundamental na história da Christian Dior, contribuindo grandemente para o seu notável crescimento e sendo a primeira mulher a liderar a criação de coleções femininas“, disse Delphine Arnault, presidente e diretora-executiva da Christian Dior Couture, em comunicado.

Maria Grazia Chiuri, italiana, 61 anos, esteve quase uma década à frente da Dior e foi a primeira mulher a exercer este cargo na maison fundada em 1946 por Christian Dior. “Após nove anos, deixo a Dior, feliz por me ter sido dada esta extraordinária oportunidade.

Gostaria de agradecer a Monsieur Arnault por ter confiado em mim e a Delphine pelo seu apoio”, afirmou, no mesmo comunicado que chegou às redações (e foi partilhado nas redes sociais oficiais da marca francesa). “Estou particularmente grata pelo trabalho realizado pelas minhas equipas e pelos ateliers. O seu talento e experiência permitiram-me concretizar a minha visão de uma moda feminina empenhada, num diálogo estreito com várias gerações de mulheres artistas. Juntos, escrevemos um capítulo impactante do qual estou imensamente orgulhosa”.

A saída de Maria Grazia Chiuri pode abrir caminho para o designer irlandês Jonathan Anderson, 40 anos, cuja saída da Loewe foi conhecida em março e a sua entrada na Dior Men foi anunciada em abril.

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Descarbonizar com estratégia implica novo mix energético, apontam peritos

  • ECO
  • 30 Maio 2025

Na Semana da Energia, debateu-se como descarbonizar sem perder competitividade, mantendo o foco no consumidor e na colaboração entre energias.

Falar de energia hoje é falar de descarbonização. A constatação marcou o arranque de uma conversa no âmbito da Semana da Energia — uma iniciativa do ECO com o apoio da Repsol — moderada por Tiago Freire, subdiretor do ECO. Armando Oliveira (Repsol Portuguesa), Ana Luís de Sousa (Associação Portuguesa de Energia – APE) e Filipa Pantaleão (BCSD Portugal) analisaram o que está a mudar, o que falta mudar e como.

Ana Luís de Sousa, diretora-executiva da Associação Portuguesa de Energia – APE, Armando Oliveira, administrador-delegado da Repsol Portugal, e Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal, estiveram no Estúdio ECO para falarem de soluções para uma descarbonização imediata. A moderação foi do Tiago Freire, subdiretor do ECOHugo Amaral/ECO

“Quando falamos de energia, falamos de sustentabilidade, acessibilidade e segurança”, começou por destacar Ana Luís de Sousa, lembrando que o setor energético tem vindo a descarbonizar, mas que o processo deve assegurar produtos competitivos e acessíveis. “Todas as empresas estão a fazer o seu caminho para emitir menos CO2”, reforçou a diretora-executiva da APE.

Ana Luís de Sousa, diretora-executiva da Associação Portuguesa de Energia – APE: “Nos centros urbanos, a mobilidade elétrica é uma solução. Mas no transporte de longo curso, ainda não temos alternativa viável ao diesel”Hugo Amaral/ECO

Do lado das empresas, Armando Oliveira, Administrador-delegado da Repsol Portugal, falou de uma “reinvenção” em curso. “O que fazíamos há 100 anos não pode continuar a ser feito”, reconheceu. Em 2015, a Repsol assumiu o compromisso de ser neutra em carbono até 2050, e para isso está a apostar em novas soluções como os combustíveis 100% renováveis. “Hoje, entra na nossa refinaria de Cartagena um comboio com resíduos agrícolas e sai um combustível — HVO — que permite abastecer um carro diesel sem mudar nada”, exemplificou.

Armando Oliveira, Administrador-delegado da Repsol Portugal: “Hoje, entra na nossa refinaria de Cartagena um comboio com resíduos agrícolas e sai um combustível — HVO — que permite abastecer um carro diesel sem mudar nada”Hugo Amaral/ECO

O responsável considerou que a transição tem de ser feita com “senso comum” e sublinhou que o objetivo é compor um “puzzle energético” com várias peças: elétrico, hidrogénio, combustíveis tradicionais e novos combustíveis.

Mas esta transição encontra entraves pelo caminho. Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD, notou que “há uma aceleração” por parte das empresas, mas também “uma reação contra a sustentabilidade”, vinda de alguns setores e geografias. “A Europa percebeu que não pode recuar”, referiu, comentando a revisão do pacote legislativo europeu em matéria de reporte de sustentabilidade. “Não é perder ambição, é otimizá-la. A sustentabilidade é um fator de inovação e de competitividade”, reiterou.

Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal: “A Europa percebeu que não pode recuar. A sustentabilidade é um fator de inovação e de competitividade”Hugo Amaral/ECO

A questão regulatória foi, aliás, amplamente debatida durante a mesa-redonda. Ana Luís de Sousa apontou que “as transposições de diretivas são processos complexos, que exigem articulação entre várias entidades” e que os ciclos políticos podem atrasar esta articulação. Já Filipa Pantaleão alertou que muitas leis estão “desatualizadas” e que “as instituições públicas precisam de se formar, agilizar e acompanhar a velocidade da sociedade e das empresas”.

“É normal irmos a correr fechar uma torneira que ficou aberta. Mas ninguém corre a apagar uma luz que ficou acesa”, apontou Armando Oliveira, referindo-se ao papel do consumidor. Para o gestor, todos temos um papel na descarbonização, e essa intervenção começa nas pequenas decisões diárias.

“Nos centros urbanos, a mobilidade elétrica é uma solução. Mas no transporte de longo curso, ainda não temos alternativa viável ao diesel”, notou ainda Ana Luís de Sousa. Por isso mesmo, a aposta em combustíveis renováveis como o HVO ganha tração, sobretudo nas grandes frotas. “Desde julho do ano passado que temos este produto à venda em Portugal, embora a regulamentação ainda não permita a sua plena comercialização ao público em geral”, revelou Armando Oliveira.

A circularidade, que em Portugal apresenta uma taxa muito baixa, também entrou no debate, com Filipa Pantaleão a defender que a energia devia ser reconhecida como parte de uma economia circular mais abrangente. “Nada se perde, tudo se transforma — inclusive a energia”, afirmou. A ausência de um índice de circularidade que integre energia e água “dificulta o acesso das empresas às novas soluções”, acrescentou.

A talk encerrou com uma certeza e uma dúvida. A certeza: a transição é inevitável e colaborativa. A dúvida: qual será o mix energético ideal no futuro? “Se alguém disser que sabe, está enganado”, brincou Armando Oliveira. “Quem quiser saber, que vá ao museu da ciência no Dubai perguntar à senhora-robô qual é a energia do futuro”, rematou.

Veja outros conteúdos da Semana de Energia aqui.

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Tribunal Constitucional já recebeu recursos para avaliar prescrição do ‘cartel da banca’

  • ECO
  • 30 Maio 2025

Recursos apresentados pela Autoridade da Concorrência e o Ministério Público colocam em causa os prazos de prescrição, que no entender do Tribunal da Relação de Lisboa já se verificaram.

Já deram entrada no Tribunal Constitucional os recursos apresentados pela Autoridade da Concorrência e pelo Ministério Público para impedir a prescrição das coimas de 225 milhões de euros, impostas à Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao BCP e ao Santander, no âmbito do caso conhecido como ‘cartel da banca’, noticia o Público (acesso pago). O juiz relator responsável por este processo é Afonso Patrão, nome saído do sorteio realizado em 27 de maio.

Agora, o Palácio Ratton terá de se decidir sobre a admissibilidade dos recursos e, se sim, sobre os argumentos de cada entidade, estando em causa a contagem dos prazos de prescrição — que, para o Tribunal da Relação de Lisboa, já se verificaram, ao contrário do defendido pela Autoridade da Concorrência e pelo Ministério Público.

De momento, seja qual for o entendimento do Tribunal Constitucional, os prazos de prescrição estão a aproximar-se. Mesmo o único dos três juízes da Relação que considerou não haver prescrição tem o entendimento de que as infrações apontadas pela Autoridade da Concorrência aos bancos começam a prescrever a partir do fim do ano, com as últimas entidades com prescrição agendada para maio de 2026.

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Hoje nas notícias: Novobanco, cartel da banca e alívio fiscal

  • ECO
  • 30 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Novobanco está a tentar atrair os potenciais novos acionistas com ativos de mais de mil milhões de euros que permitem ter um desconto nos impostos nos próximos anos. Os recursos da Autoridade da Concorrência e do Ministério Público a contestar a prescrição das infrações do caso do ‘cartel da banca’ já deram entrada no Tribunal Constitucional. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Novobanco acena com desconto futuro nos impostos para atrair investidores

Entre a venda direta e a entrada em bolsa, o Novobanco está a tentar aliciar os potenciais novos acionistas com os quase 1,3 mil milhões de euros que tem num conjunto de ativos que o ajudarão a ter um desconto nos impostos nos próximos anos. São ativos que, segundo indica na apresentação aos investidores datada de maio deste ano, “protegem o rendimento tributável e dinamizam a geração de capital”. Ou seja, que vão beneficiar as contas e trazer solidez adicional. Uma parte específica destes ativos permite descontar diretamente nos impostos futuros, com base em melhores perspetivas de resultados.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Constitucional já tem prescrição das coimas de 225 milhões à banca para avaliar

Já deram entrada no Tribunal Constitucional os recursos apresentados pela Autoridade da Concorrência e pelo Ministério Público para impedirem a prescrição das coimas de 225 milhões de euros, impostas à Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao BCP e ao Santander, no âmbito do processo do ‘cartel da banca’. Afonso Patrão é o juiz relator responsável por este processo, nome saído do sorteio realizado em 27 de maio. Agora, o Palácio Ratton terá de se decidir sobre a admissibilidade dos recursos e, se sim, sobre os argumentos de cada entidade, estando em causa a contagem dos prazos de prescrição.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Alívios fiscais custam mais 216 milhões do que o previsto

Os alívios fiscais estão a ter um custo adicional de 216 milhões de euros face ao valor previsto pelo Governo, segundo estima a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Esta diferença pressiona as contas públicas. Segundo a UTAO, a valorização salarial de várias carreiras da Função Pública, aceleração da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o investimento em despesa e tarifas dos EUA são “pressões adicionais” do lado da despesa que podem colocar em risco o equilíbrio das contas públicas deste ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

“Até 2030, a CUF vai investir 500 milhões de euros”, diz o CEO Rui Diniz

O presidente executivo da CUF revela que, até 2030, pretende investir 500 milhões de euros em quatro novos hospitais, designadamente em Leiria, Covilhã, Braga e Barreiro, e no reforço da rede de cuidados de saúde da empresa do grupo Mello, o que inclui “expandir em Cascais”, “investir em várias clínicas” e “integrar o HPA [Algarve]”. Em entrevista ao Expresso, Rui Diniz diz que não conta que as receitas deste ano “sejam da mesma magnitude” que em 2024, em que aumentou as receitas em 18%, para 890 milhões de euros. “Estamos mais centrados num crescimento de cerca de 10%”, afirma. Não obstante, considera que “é natural” que o custo da saúde privada continue a crescer.

Leia a entrevista completa no Expresso (acesso pago)

Empresa do cartel dos fogos tinha “toupeira” na Autoridade da Aviação Civil

A principal empresa visada na “Operação Torre de Controlo” teria uma “toupeira” na Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC). Segundo fontes judiciais, trata-se de um tenente-coronel piloto-aviador, na reforma desde 2000 e que é avençado da ANAC desde 2011 até ao momento. Seria a este tenente-coronel que os gestores da Helibravo e da sua ‘empresa-mãe’, a Sodarca Group –duas das cinco empresas visadas na investigação –, recorreriam para facilitar a certificação de aeronaves que subcontratavam, fornecendo informações internas sobre o estado dos processos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Portugal com 81 praias Zero Poluição, mais 22 do que no ano passado

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Este ano foram reconhecidas 81 praias Zero Poluição no total do país, em 39 concelhos, o que representa 12% do total das 673 águas balneares existentes. Ano balnear abre no domingo.

A associação ambientalista Zero reconheceu 81 praias Zero Poluição em 39 concelhos do continente e ilhas da Madeira e Açores, mais 22 que em 2024.

Em comunicado, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável revela que o objetivo alcançado este ano “é verdadeiramente aquilo que à escala europeia se deseja no quadro do Pacto Ecológico Europeu, em particular no âmbito do Plano de Ação para a Poluição Zero”.

Este ano foram reconhecidas 81 praias Zero Poluição no total do país, em 39 concelhos, o que representa 12% do total das 673 águas balneares existentes.

Das 81 praias identificadas, 55 localizam-se no continente, 20 nos Açores e seis na Madeira.

Comparativamente a 2024, ano em que tinham sido reconhecidas 59 praias, existiu um aumento de representação de 3%.

Em termos de balanço, em relação ao ano passado saíram da lista 19 praias e entraram 41 novas.

Os municípios que apresentam o maior número de Praias Zero são Torres Vedras (11 praias), no distrito de Lisboa, Grândola (sete praias), no distrito de Setúbal, e Alcobaça (quatro praias), no distrito de Leiria.

Das 81 praias identificadas, 55 localizam-se no continente, 20 nos Açores e seis na Madeira.Lusa

A Zero destaca a classificação de duas praias interiores, Alqueidão e Montes, ambas localizadas no concelho de Tomar, distrito de Santarém.

“De salientar que é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica. À exceção de duas praias interiores, todas as restantes praias são costeiras”, refere a associação.

A Zero salienta também o facto de os municípios de Angra do Heroísmo (Açores), Grândola (Setúbal), Ílhavo (Aveiro), Lajes das Flores (Açores), Lourinhã (Leiria), Olhão (Faro), Peniche (Leiria), Santa Cruz (Madeira), Santiago do Cacém (Setúbal), Sines (Setúbal), Tomar (Santarém) e Torres Vedras (Lisboa) terem entrado para a lista de concelhos com pelo menos uma Praia Zero Poluição.

Já os concelhos de Leiria, Machico (Madeira), Pombal (distrito de Leiria) e Santa Cruz das Flores (Açores) deixaram de estar representados.

A dois dias da abertura do ano balnear, no domingo, a Zero deixa alguns alertas para as entidades e banhistas.

“Por razões ambientais e de segurança, só devem ser frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde se conhece a qualidade da água e onde haja vigilância, não devem ser deixados quaisquer resíduos na praia e, sempre que possível, devemos encaminhá-los através da recolha seletiva e deve-se preservar a paisagem e os ecossistemas envolventes das zonas balneares, evitando o pisoteio de dunas e outras áreas sensíveis”, aconselha.

Uma praia Zero Poluição é assim denominada a partir de dados da Agência Portuguesa do Ambiente, em que são identificadas as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (no caso, 2021, 2022 e 2023), não só tiveram sempre classificação “excelente” como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e Enterococos intestinais).

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A indústria apela à ação urgente e à cooperação dos dois lados do Atlântico no VII Congresso Ibero-Americano CIBITEC25

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

Mais de 90 especialistas e representantes da indústria, engenharia e tecnologia participaram no VII Congresso Ibero-Americano de Engenharia e Tecnologia realizado em Madrid e Santo Domingo.

Durante o evento, sublinharam a necessidade urgente de promover ações coordenadas para reforçar a indústria europeia e latino-americana e enfrentar em conjunto os desafios globais que ameaçam a competitividade e a sustentabilidade.

O congresso, que coincidiu com o 175.º aniversário da engenharia industrial em Espanha e o 75.º aniversário do Colégio Oficial de Engenheiros Industriais de Madrid, centrou-se em questões estratégicas como a transição energética, a autonomia estratégica, a digitalização e a inteligência artificial. Empresários, investigadores e líderes institucionais destacaram a importância de promover alianças, atrair talentos e fomentar a inovação tecnológica para construir uma indústria resiliente, competitiva e sustentável em ambas as regiões.

Entre as intervenções, destacaram a apresentação da nova Lei da Indústria espanhola, que irá reforçar a governação setorial e aumentar a autonomia estratégica nacional. O papel fundamental do hidrogénio renovável, da inteligência artificial e das infra-estruturas digitais também foi destacado como tecnologias-chave para o desenvolvimento industrial futuro.

O congresso insistiu na necessidade de ultrapassar a fragmentação do mercado europeu, melhorar o investimento em sectores-chave como a defesa e os automóveis elétricos e acelerar a transição para modelos industriais mais limpos e mais digitais.

A partir de Santo Domingo, os participantes latino-americanos apelaram à intensificação da cooperação transatlântica, partilhando tecnologia, investimento e boas práticas, a fim de evitar que a América Latina fique atrás das grandes potências económicas mundiais.

O encontro contou com o apoio de múltiplas entidades e empresas empenhadas na inovação e na transição ecológica, consolidando a CIBITEC como uma plataforma fundamental de diálogo, intercâmbio e colaboração entre a Europa e a América Latina nos domínios da engenharia, da indústria e da tecnologia.

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Conselho Nacional do PSD aprova apoio a Marques Mendes com um voto contra

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Conselho Nacional do PSD aprovou apoio do partido à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes com apenas um voto contra. Secretário-geral Hugo Soares destacou "apoio massivo e esmagador".

O Conselho Nacional do PSD aprovou quinta-feira o apoio do partido à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes com apenas um voto contra, com o secretário-geral Hugo Soares a destacar “o apoio massivo e esmagador”.

“Para vos dar nota que, sob proposta do presidente do PSD, o Conselho Nacional hoje [quinta-feira], de forma muito entusiástica e de forma muito convicta, resolveu dar um esmagador apoio do PSD à candidatura presidencial do Dr. Luís Marques Mendes”, afirmou Hugo Soares à comunicação social no final da reunião do órgão máximo do partido entre congressos.

Sem precisar o número de votantes, o secretário-geral e líder parlamentar do PSD afirmou que “numa sala repleta, houve apenas um voto contra e todos os outros votos a favor de um apoio massivo do PSD à candidatura do Dr. Luís Marques Mendes”.

Cá fora, foi audível o momento da votação e o curto aplauso dos conselheiros nacionais ainda na sala.

Questionado sobre a apresentação da candidatura a Belém do almirante Gouveia e Melo, Hugo Soares disse não a ter ouvido por estar nas reuniões da Comissão Permanente e Comissão Política Nacional do PSD, que antecederam o Conselho Nacional.

“O que eu queria reafirmar em nome do PSD é um grande regozijo em nós — depois de termos no Congresso aprovado um perfil na moção de estratégia global e depois de termos uma candidatura que representa o perfil em que o PSD acredita — termos aprovado, com esta expressão, o apoio à candidatura do Dr. Luís Marques Mendes”, salientou.

O Conselho Nacional do PSD durou cerca de duas horas, com muitos participantes a abandonarem a reunião antes no final.

Marcaram presença vários ministros do atual Governo, como a da Administração Interna, do Trabalho, das Finanças, dos Negócios Estrangeiros, da Coesão Territorial, do Ambiente e da Agricultura.

No início da reunião, o presidente do PSD, Luís Montenegro, propôs ao Conselho Nacional o apoio à candidatura presidencial de Marques Mendes, destacando a sua “isenção política” e avisando que, com ele, se sabe com o que se pode contar.

“Ficaremos em muito boas mãos para podermos projetar em cinco anos um período regular de funcionamento das instituições, sabemos com o que podemos contar, sabendo que não vem daí nenhuma surpresa”, afirmou Luís Montenegro, na sua intervenção inicial no Conselho Nacional do PSD aberta à comunicação social.

O Conselho Nacional do PSD realizou-se poucas horas depois de o almirante Henrique Gouveia e Melo ter apresentado a sua candidatura à Presidência da República, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.

Luís Marques Mendes tem 67 anos e foi militante do PSD desde os 16 anos — tendo entregado o cartão partidário no dia em que anunciou a candidatura a Belém.

Por este partido, foi deputado, líder parlamentar e integrou Governos como secretário de Estado e ministro, ocupando o cargo de presidente do PSD entre 2005 e 2007.

Atualmente, é conselheiro de Estado escolhido pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e foi comentador televisivo na SIC ao longo de mais de uma década, espaço do qual se despediu antes de se apresentar a Belém.

Nas últimas presidenciais, o PSD aprovou, na direção de Rui Rio, o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa Belém em setembro de 2020, ainda antes de o próprio a ter anunciado, uma moção que passou sem votos contra (61 a favor e nove abstenções).

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Europastry Portugal investe 40 milhões numa nova fábrica para continuar a registar um crescimento de dois dígitos

  • Servimedia
  • 30 Maio 2025

Com um investimento de 40 milhões de euros, a unidade é considerada a mais avançada do seu género na Europa, incorporando processos de produção totalmente robotizados e outras inovações pioneiras.

A Europastry, empresa especializada em massas de padaria congeladas, inaugurou uma nova unidade de produção no Carregado (Portugal), destinada ao fabrico de pastelaria de alto valor acrescentado.

Na sua primeira fase, a fábrica terá uma capacidade de produção anual de 20.000 toneladas e um novo centro logístico destinado a abastecer o mercado português. Este projeto localiza-se junto à fábrica existente no Carregado, onde a Europastry produz os emblemáticos pastéis de nata que exporta para mais de 80 países. Este investimento apoia o forte crescimento da empresa em Portugal, onde as vendas aumentaram 27% nos primeiros quatro meses de 2025.

Paralelamente, a Europastry assinou um acordo estratégico com a CriteriaCaixa, a holding de investimentos da Fundação “la Caixa”, através do qual esta última adquirirá 20% do capital por 280 milhões de euros, através de um aumento de capital. A operação valoriza a empresa em 1.400 milhões de euros e reforça a sua projeção internacional, após o adiamento da sua OPI em 2024 devido à volatilidade dos mercados.

A família Gallés continuará a manter o controlo maioritário, com o fundo MCH como parceiro financeiro. Este investimento insere-se na estratégia da CriteriaCaixa de diversificação da sua carteira de ativos, com o objetivo de atingir 40 mil milhões de euros em valor bruto até 2030. Como parte deste mesmo roteiro, a entidade liderada por Isidro Fainé também adquiriu uma participação de 3,05% na Puig, depois de investir 425 milhões de euros na sua IPO bem-sucedida em maio de 2024.

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